quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Deus sabe.

Há momentos muitos difíceis, que parecem insuperáveis, enriquecidos de problemas e dores que se prolongam, intermináveis, ignorados pelos mais próximos afetos, mas que Deus sabe.
Muitas vezes te sentirás à borda de precipícios profundos, em desespero, e por todos abandonado. No entanto, não te encontrarás a sós, porque, no teu suplício, Deus sabe o que te acontece.
Injustiçado e  sob o estigma de calúnias destruidoras, quando, experimentando incomum angústia, estás a ponto de desertar da luta, confia mais um pouco, e espera, porque Deus sabe a razão do que te ocorre.
Vitimado por cruel surpresa do destino, que te impossibilita levar adiante os planos bem formulados, não te rebeles, entregando-te à desesperação, porque Deus sabe que assim é melhor para ti.
Crucificado nas trevas ocultas de enfermidade pertinaz, cuja causa ninguém detecta, a fim de minimizar-lhe as consequências, ora e aguarda ainda um pouco, porque Deus sabe que ela vem para tua felicidade.
Deus sabe tudo!
Basta que te deixes conduzir por Ele, e, sintonizando com a sua misericórdia e sabedoria, busca realizar o melhor, assinalando o teu caminho com as pegadas de luz, características de quem seentregou a Deus, e em Deus progride.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Anjos Guardiães

Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre. Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis. Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.
Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.
Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.
São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.
Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.
Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.
Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.
Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.
Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.

Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.
Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.
Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.
Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.
Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.
Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.
O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações… Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.
O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.
Imana-te a ele.
Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.
Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.
 Divaldo Pereira Franco:
  Joanna de Ângelis.

sábado, 26 de novembro de 2011

Construção da felicidade

 Não há no mundo quem não deseje uma vida de felicidades. Sonhamos e desejamos que nossos dias sejam de alegrias intensas e plenas.
Anelamos que o sorriso nos venha fácil, que os dias nos sejam leves e que seja de venturas o nosso caminhar.
É natural que assim seja. Somos seres fadados à felicidade e esse é o sentimento que encontra na alma os mais profundos significados.
Porém, na ânsia da felicidade, imaginamos que temos que buscá-la em algum ponto, que a encontraremos em algum momento, que a atingiremos em um dia determinado.
Lembramos o soneto do poeta Vicente de Carvalho que afirma que a felicidade é uma árvore de dourados pomos, porém que não a alcançamos, porque sempre está onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos.
Ao imaginar a felicidade como uma meta a alcançar nos esquecemos que, na verdade, a felicidade é caminho a se traçar, é trilha a se percorrer, é história a se construir.
Quando imaginamos que a felicidade chegará um dia, perdemo-nos nos dias e não enxergamos a felicidade que nos chega.
Ou não será felicidade poder deparar-se com um pôr-de-sol tingindo de vermelho um céu que há pouco era de um azul profundo? Há tantos que desejariam ver um pôr-de-sol...
Quanta felicidade pode haver em escutar as primeiras palavras de um filho, uma declaração de amor de quem queremos bem, ou ainda, o assovio do vento chacoalhando suave as folhas da árvore? Há tantos que nada escutam, nem ouvem ou percebem...
Como somos felizes por poder pensar, criar, sonhar e, num piscar de olhos, viajar no mundo e no espaço, conduzidos pela imaginação, guiados pela mente! São tantos que permanecem carcereiros de si mesmos em suas distonias mentais, nos desequilíbrios emocionais...
Preocupamo-nos tanto em buscar a felicidade, que nos esquecemos que já temos motivos de sobra para sermos felizes.
E, efetivamente, não nos damos conta que a felicidade não está em chegar, mas que ela mora no próprio caminhar.
Ser feliz é ter o olhar de gratidão perante a vida, de entendimento do seu propósito, da percepção de que ela se mostra sempre generosa a cada um de nós.
Ser feliz não é negar que na vida também haverá embates, lutas e desafios cotidianos. Afinal, esses são componentes de nosso viver e, naturalmente, podem trazer dificuldades e dissabores.
Porém, ser feliz é também perceber que os embates produzem amadurecimento, que as lutas nos fazem mais fortes e nos oferecem aprendizado.
Assim, de forma alguma vale a pena ficarmos esperando o dia em que nossa felicidade se completará.
Ser feliz é compromisso para hoje, que se inicia pelo olhar para as coisas do mundo, passa pelo coração em forma de reconhecimento pelos presentes que nos chegam, completa-se em gratidão, oferecendo à vida o que ela nos dá em abundância.
 
Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Na saúde e na Doença

 Em toda circunstância, trate a própria saúde, prevenindo-se da doença com os recursos encontrados em você mesmo.
 Cada dia é novo ensejo para adquirirmos enfermidade ou curar nossos males.
 O melhor remédio, antes de qualquer outro, é a vontade sadia, porque a vontade débil enfraquece a imaginação e a imaginação doentia debilita o corpo.
 Doença do corpo pode criar doença da alma e doença da alma pode acarretar doença do corpo.
 Vida atribulada nem sempre significa vida bem vivida.
 Conquanto a existência em torno possa mostrar-se febricitante e turbilhonária, resguarde-se contra as intempéries emocionais no clima íntimo do próprio ser, ajudando e servindo com alegria aos menos felizes, na certeza de que o enfermeiro diligente conserva a integridade mental, muito embora convivendo, dia a dia, com dezenas de enfermos em grandes desequilíbrios.
 Somos parte integrante da farmácia do nosso próximo.
 Observe as reações que a sua presença provoca no semelhante e pacifique aqueles com quem convive, não só pela palavra, mas até mesmo pela aparência e pelas atitudes, pois com a simples aproximação funcionamos como tranqüilizadores ou excitantes de quem nos cerca, aliviando ou agravando os seus padecimentos físicos e morais...
 Muitas doenças nascem da suspeita injustificável.
 Seja sincero com você e com os outros na apreciação de sintomas que se reportem a desajustamentos orgânicos, tratando de assuntos dessa natureza, sem alarde e sem exagero.
 O maior restaurador de forças é a consciência reta que asserena as emoções.
 Se o leito de dor é agasalho imposto ao seu corpo enfermo, lembre-se de que a meditação é santuário invisível para o abrigo do espírito em dificuldade e que a prece refunde e sublima as energias da alma.
 Doença é contingência natural, inevitável às criaturas em processo de evolução; por isso, esforce-se por abolir inquietações quanto a problemas de saúde física, atendendo ao equilíbrio orgânico e confiando na Vontade Superior.
 Para garantir saúde e equilíbrio, prometa a você mesmo:
 1 - Colocar-se sob os desígnios de Deus, cada dia, através da oração e sustentar a consciência tranqüila, preservando-se contra idéias de culpa.
2 - Dar o melhor de si mesmo no que esteja fazendo.
3 - Manter coração e mente, atitude e palavra, atos e modos na inspiração constante do bem.
4 - Servir, desinteressadamente, aos semelhantes, quando esteja ao alcance de suas forças.
5 - Regozijar-se com a felicidade do próximo.
6 - Esquecer conversações e opiniões de caráter negativo que haja lido ou escutado.
7 - Acrescentar pelo menos um pouco mais de alegria e esperança em toda pessoa com quem estiver em contato.
8 - Admirar as qualidades nobres daqueles com quem conviva, estimulando-os a desenvolvê-las.
9 - Olvidar motivos de queixa, sejam quais sejam.
10 - Viver trabalhando e estudando, agindo e construindo, de tal modo, no próprio burilamento e na própria corrigenda, que não se veja capaz de encontrar as falhas prováveis e os erros possíveis dos outros.
 (André Luiz)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Esse é o Deus que servimos

 É de arrepiar!!! Salmo 100 : 4 (Para os que não crêem, é uma excelente história)‏
Na quinta feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido em uma pizzaria na esquina das ruas Yafo e Mêlech George no centro de Jerusalém.
O estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar na pizzaria, Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa - mas ele não dispunha de tanto tempo.
Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu.
Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião.
Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que ele acabara de percorrer o que acontecera. O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro`s... Moshê ficou branco. Por apenas dois minutos ele escapara do atentado. Imediatamente lembrou do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila.
Certamente ele ainda estava na pizzaria.
Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto.
Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda. Mas encontrou uma situação caótica no local.
A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, sendo seis crianças. Cerca de outras noventa pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas.
As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada.
Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma.
Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensangüentadas eram socorridas por policiais e voluntários.
Uma mulher com um bebê coberto de sangue implorava por ajuda.
Um dispositivo adicional já estava sendo desmontado pelo exército. Moshê procurou seu 'salvador' entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo.
Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida. Moshê estava vivo por causa dele.
Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida.
O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava.
Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos no atentado.
Finalmente encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de vida.
Moshê conversou com o filho daquele homem, que já estava acompanhando seu pai, e contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia sua vida. Depois de alguns momentos, Moshê se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele. Caso seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em comunicá-lo.
Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema em seu escritório em Nova Iorque daquele rapaz, contando que seu pai precisava de uma operação de emergência.
Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia fica em Boston, Massachussets.
Moshê não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias. Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque.
Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito 'Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila '
Mas não Moshê. Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês após o atentado. E ele sabia como retribuir um favor.
Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar seu amigo - e deixou de ir trabalhar. Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia onze de setembro de 2001. Moshê não estava no seu escritório no 101.º andar do World Trade Center Twin Towers.

(Relatado em palestra do Rabino Issocher Frand)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Imunização Espiritual.

Se te decides, efetivamente, a imunizar o coração contra as influências do mal, é necessário te convenças:
que todo minuto é chamamento de Deus à nossa melhoria e renovação
que toda pessoa se reveste de importância particular em nosso caminho;
que o melhor processo de receber auxílio é auxiliar em favor de alguém;
que a paciência é o principal ingrediente na solução de qualquer problema;
que sem amor não há base firme nas construções espirituais;
que o tempo gasto em queixa é furtado ao trabalho;
que desprezar a simpatia dos outros, em nossa tarefa, é o mesmo que pretender semear um campo sem cogitar de lavrá-lo;
que não existem pessoas perversas e sim criaturas doentes a nos requisitarem amparo e compaixão;
que o ressentimento é sempre foco de enfermidade e desequilíbrio;
que ninguém sabe sem aprender e ninguém aprende sem estudar;
e que em suma, nos basta pedir aos céus, através da oração, para que baixem à Terra, mas também cooperar, através do serviço ao próximo, para que a Terra se eleve igualmente para os Céus.
Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Aprender e refazer

Muitos Espíritos se sentem injustiçados após o fenômeno da morte física.
Incontáveis gastam um tempo incomensurável em atitudes de revolta.
Contudo, todos acordam um dia.
Libertam-se dos pesadelos em que se debatiam e se arrependem.
Choram sentidas lágrimas e reconsideram sua situação.
Identificam amigos que lhes estendem os braços, após romperem as teias de incompreensão em que se prendiam.
Observam, porém, a sombra que ainda carregam no íntimo.
Identificam a luz de quem melhor soube viver no mundo e suspiram por merecer situação semelhante.
Sentem-se quais pássaros mutilados que sonham com altos voos pelo céu azul.
Reconhecem, finalmente, o valor da experiência física na qual lhes cabe refazer as próprias asas.
Retornam, então, aos antigos locais em que viveram e se iludiram.
No entanto, quase sempre tudo sofreu radical mudança.
Paisagens queridas se alteraram, facilidades sumiram e afetos abandonados evoluíram em outros rumos...
Personalidades do poder transitório, que abusaram do povo, assistem às privações das classes humildes.
Verificam o martírio silencioso de quem se levanta a cada dia, para a contemplação da própria miséria.
Avarentos que rolaram no ouro regressam às paredes amoedadas dos descendentes.
Aí acompanham os mendigos que lhes recorrem inutilmente à caridade.
Anotam quanto dói suplicar migalhas de pão a corações endurecidos no orgulho.
Escritores que se faziam especialistas da calúnia e do escândalo tornam à presença de seus próprios leitores.
Examinam os entorpecentes e corrosivos mentais que produziram, impunes.
Pais e mães displicentes ou desumanos voltam aos redutos domésticos de seus rebentos desorientados.
Observam, então, as raízes da crueldade ou da viciação por eles mesmos plantadas.
Malfeitores, que caíram na delinquência, socorrem as vítimas de outros criminosos.
Com isso, avaliam os processos de sofrimento com que supliciavam a carne de seus semelhantes.
Mas isso não basta.
Compreender o equívoco cometido é muito pouco.
Depois do aprendizado, é preciso retomar o campo de ação.
Urge renascer e ressarcir, progredir e aprimorar, solvendo débito por débito perante a Lei.
Ciente dessa realidade, convém prestar atenção no modo como vivemos.
A reencarnação é uma bendita oportunidade de purificação e conquista de paz.
Constitui uma preciosa bolsa de trabalho e estudo, com amplos recursos de pagamento.
Assim, qualquer que seja a provação que nos assinale o caminho, evitemos reclamar.
Ao contrário, amemos e trabalhemos com ternura e dedicação.
Soframos, se necessário.
Mas sempre agradeçamos a Deus.
 
Redação do Momento Espírita

O AMOR É ETERNO

Aquela senhora estava com muita pressa. Entrou em um Shopping Center para comprar alguns presentes de última hora para o Natal.
Havia muita gente ao redor e ela ficou incomodada com a situação. Pensou consigo mesma: Ficarei aqui uma eternidade, e tenho tantas coisas a fazer.
Um tanto depressiva, ela pensava em como o Natal estava se transformando em um grande comércio.
Andou rápido por entre as pessoas e entrou numa loja de brinquedos. Mais uma vez se surpreendeu reclamando dos preços. Perguntava-se se seus netos realmente brincariam com aquilo.
Partiu para a seção de bonecas. Em um dos corredores encontrou um menino, de aproximadamente cinco anos, segurando uma boneca valiosa.
Estava tocando seus cabelos e a segurava com muito carinho. A senhora parou e ficou olhando a cena fixamente, perguntando-se para quem seria aquela boneca.
Em seguida, se aproximou do menino uma mulher a quem ele perguntou: Não tenho dinheiro suficiente, tia? E a mulher lhe falou impaciente: Você já sabe que não tem o dinheiro suficiente para comprá-la.
Depois, disse ao menino que permanecesse onde estava enquanto ela buscava outras coisas que lhe faltavam. O menino continuou ali, segurando a boneca com muito carinho.
Após algum tempo, a senhora se aproximou e perguntou-lhe para quem era a boneca e ele respondeu: Esta é a boneca que minha irmãzinha queria muito ganhar, no Natal.
Ela estava certa de que a ganharia neste Natal, disse o garoto com certa tristeza.
A senhora se compadeceu e disse ao menino que, no Natal, levaria a boneca para sua irmãzinha, mas ele falou: Não, a senhora não pode ir onde minha irmãzinha está.
Eu tenho que entregá-la à minha mãe para que ela leve até à minha irmãzinha.
E onde está sua irmã? - Perguntou.
O menino, com um olhar de tristeza, disse: Ela se foi com Jesus. Meu pai me disse que a mamãe irá encontrar-se com ela, em breve.
A mulher sentiu um grande aperto no coração. E o menino continuou: Pedi ao papai para falar com a mamãe para que ela não se vá ainda.
Disse-lhe para pedir a ela que espere até que eu volte do Shopping.
Em seguida, o garoto tirou do bolso algumas fotografias que tinham sido tiradas em frente ao Shopping e falou: Vou pedir ao papai que leve estas fotos para minha mãe, para que ela nunca se esqueça de mim.
Gosto muito da minha mãe, não queria que ela partisse. Mas o papai disse que ela tem que ir encontrar a minha irmãzinha.
Enquanto o pequeno olhava a foto, a senhora tirou da carteira algumas notas e pediu a ele que contasse o dinheiro novamente.
Ele contou e disse satisfeito: Estou certo de que será suficiente. Agora posso comprar a boneca.
E disse ainda: Eu acabei de pedir a Jesus para que me desse dinheiro suficiente para comprar esta boneca para a mamãe levar até à minha irmãzinha, e Ele ouviu a minha oração.
Eu pedi, ainda, para que o dinheiro fosse suficiente para comprar também uma rosa branca para a minha mãe, e Ele acaba de me dar o bastante para a boneca e para a rosa.
Sabe, minha mãe gosta muito de rosas brancas...
Em alguns minutos, a tia do garoto voltou e a senhora se foi.
Enquanto terminava suas compras, agora com uma disposição bem diferente, ela não conseguia deixar de pensar naquele menino.
Lembrou-se de uma história que havia lido num jornal, dias antes, a respeito de um acidente causado por um condutor alcoolizado, no qual uma menininha morrera e a mãe ficara em estado grave.
Deu-se conta de que aquele menino pertencia àquela família.
Dois dias depois, ela leu no jornal a notícia de que a mulher acidentada havia morrido.
Não conseguia tirar o menino da mente... Comprou um buquê de rosas brancas e as levou ao funeral...
Lá estava o corpo de uma mulher... com uma rosa branca numa das mãos, uma linda boneca na outra, e a foto de seu filho em frente ao Shopping.
Grossas lágrimas rolaram do rosto daquela senhora ao perceber a grandeza do amor daquele menino pela mãe e pela irmã...
Um amor que a morte não conseguiu apagar...
Um amor que vai muito além da existência física...
O verdadeiro amor que Jesus, o Mestre tão pouco lembrado, veio ensinar à Humanidade...
Redação do Momento Espírita

sábado, 19 de novembro de 2011

A ação de Deus

 Linda era uma modelo famosa. Requisitada e disputada, conseguia contratos milionários. Apesar do dinheiro, da fama e da beleza, ela não era feliz.
Sentia um imenso vazio por dentro. Sofria de pavor, ansiedade e insônia. Pensou em tomar medicamentos. Alguns amigos aprovaram, outros não.
Ela decidiu procurar outras terapias. Assinou contratos que jamais havia sonhado. Trabalhava muito, mas continuava atormentada.
Um dia, pela manhã, indo de carro para o trabalho, pelo caminho costumeiro, o trânsito parou. Um guarda estava desviando todo o trânsito para uma ruazinha estreita, porque um encanamento havia se rompido na avenida principal.
Dirigindo lentamente pela rua desconhecida, ela passou em frente a uma igreja. Um cartaz, escrito à mão, dizia: Sem Deus não há paz. Conheça Deus, conheça a paz. Todos são bem-vindos.
Ela achou estranho e seguiu em frente. No dia seguinte, fazendo o mesmo trajeto, o trânsito parou. Um incêndio em uma loja fez com que, outra vez, o trânsito fosse desviado por aquela mesma ruazinha.
De novo! - Pensou Linda. E passou outra vez pela igreja. Lá estava o cartaz, que agora lhe pareceu atraente.
De dentro do carro, espiou o interior da igreja.
No terceiro dia, ela pensou em mudar de trajeto. Mas achou que estava sendo muito boba. Afinal, qual era a probabilidade de, em três dias seguidos, acontecer o desvio do trânsito, no mesmo local?
Vai ser um teste, pensou. Se acontecer alguma coisa e o trânsito for desviado, vou ter certeza de que é um sinal.
Quando ela chegou na avenida, lá estavam os policiais outra vez. Um grande acidente, explicou um deles, desviando o trânsito, para a já conhecida ruazinha.
É demais! - Falou Linda, consigo mesma. Estacionou o carro e entrou na igreja. Lá dentro, havia apenas um padre. Ele ergueu os olhos, olhou para ela com um sorriso e perguntou:
Por que demorou tanto? – Ele havia visto o carro de Linda passar ali nos três dias. Eles conversaram muito e, como resultado, Linda passou a frequentar a pequena igreja.
Encontrou a paz e a serenidade que buscava. Exatamente como dizia o cartaz. Ela precisava de Deus na sua vida. E, sem dúvida, fora Deus que providenciara para que, de alguma forma, ela entendesse que precisava voltar-se para ele, alimentar o seu Espírito com a fé, a esperança e o amor.
*   *   *
A Providência Divina sempre se faz presente em nossas vidas. Ocorre que, por vezes, não estamos com olhos e ouvidos atentos para perceber e entender.
Filhos bem-amados do Criador, não podemos esquecer de buscar o amparo desse Pai amoroso e bom, para que nEle encontremos o nosso refúgio seguro.
Muitos O procuram nas igrejas, nos templos. Outros, nos livros. Alguns tentam o coração do próximo para ver se ali descobrem Deus.
Em verdade, muitos são os caminhos, mas o encontro verdadeiro se dá portas adentro do nosso coração.
 
Redação do Momento Espírita, com base na história Linda
Valentine, do livro Pequenos milagres, de Yitta Halberstam e Judith
Leventhal, ed. Sextante.

A fé Vitoriosa

Destacava André certas dificuldades na expansão dos novos princípios redentores de que o Mestre se fazia emissário e se referia aos fariseus com amargura violenta, concitando os companheiros à resistência organizada.
Jesus, porém, que ouvia com imperturbável tolerância a argumentação veemente, asseverou tão logo se estabeleceu o silêncio:
— Nenhuma escola religiosa triunfará com o Pai, ausentando-se do amor que nos cabe cultivar uns para com os outros.
E talvez porque se manifestasse justificada expectativa em torno dos apólogos que a sua divina palavra sabia tecer, contou, muito calmo:
— Na época da fé selvagem, três homens primitivos com as suas famílias se localizaram em vasta floresta e, findo algum tempo de convívio fraternal, passaram a discutir sobre a natureza do Criador.
Um deles pretendia que o Todo-Poderoso vivia no trovão, outro acreditava que o Pai residisse no vento e o terceiro, que Ele morasse no Sol.
Todos se sentiam filhos dele, mas queriam à viva força a preponderância individual nos pontos de vista.
Depois de ásperas altercações, guerrearam abertamente.
Um dos três se munira de pesada carga de minério, outro reuniu grande acervo de pedras e o último se ocultara por trás de compacto monte de madeira.
Achas de lenha e rudes calhaus eram as armas do grande conflito.
Invocavam todos a proteção do Supremo Senhor para os seus núcleos familiares e empenhavam-se em luta.
E tamanhas foram as perturbações que espalharam na floresta, prejudicando as árvores e os animais que lhes sofreram a flagelação, que o Todo-Compassivo lhes enviou um anjo amigo.
O mensageiro visitou-lhes o reduto, na forma de um homem vulgar, e, longe de retirar-lhes os instrumentos com que destruíam a vida, afirmou que os patrimônios de que dispunham eram todos preciosos entre si, elucidando-os tão-somente de que necessitavam imprimir nova direção às atividades em curso.
Explicou-lhes que os três estavam certos na crença que alimentavam, porque Deus reside no Sol que sustenta as criaturas, no vento que auxilia a Natureza e no trovão que renova a atmosfera.
E, com muita paciência, esclareceu a todos que o Criador só pode ser honrado pelos homens, através do trabalho digno e proveitoso, ensinando o primeiro a transformar os duros fragmentos de minério em utensílios para o trato da terra, nas ocasiões de sementeira; ao segundo, a converter as achas de lenha em peças valiosas ao bem-estar, e, ao terceiro, a utilizar as pedras comuns na edificação de abrigos confortáveis, acrescentando, em tudo, a boa doutrina do serviço pelo progresso e aperfeiçoamento geral.
Os contendores compreenderam, então, a grandeza da fé vitoriosa pela ação edificante, e a discórdia terminou para sempre...
O Mestre fez pequena pausa e aduziu:
— Em matéria religiosa, cada crente possui razões respeitáveis e detém preciosas possibilidades que devem ser aproveitadas no engrandecimento da vida e do tempo, glorificando o Pai.
Quando a criatura, porém, guarda a bênção do Céu e nada realiza de bom, em favor dos semelhantes e a benefício de si mesma, assemelha-se ao avarento que se precipita no inferno da sede e da fome, no intuito de esconder, indebitamente, a riqueza que Deus lhe emprestou.
Por isto mesmo, a fé que não ajuda, não instrui e nem consola, não passa de escura vaidade do coração.
Pesado silêncio desceu sobre todos e André baixou os olhos tímidos, para melhor fixar a mensagem de luz.

Neio Lúcio - Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Auto defesa / Auto proteção

Como se proteger das energias negativas
Todos nós sabemos que as energias negativas são uma das maiores preocupações
 do ser humano.
Procurar fugir delas é besteira. Elas nos alcançam em qualquer lugar do planeta.
Mas, podemos nos defender começando a tomar uma série de atitudes e providências.
Conheça diversas dicas para começar a combatê-las.
Não temer ninguém.
Uma das armas mais eficazes na subjugação de um ser é impingir-lhe o medo.
Sentimento capaz de uma profunda perturbação interior, vindo até a provocar
verdadeiros rombos na aura, deixando o indivíduo vulnerável a todos os ataques.
Temer alguém significa colocar-se em posição inferior.
Temer significa não acreditar em si mesmo e em seus potenciais.
Temer significa falta de fé.
O medo faz com que baixemos o nosso campo vibracional, tornando-nos assim
vulneráveis às forças externas.
Sentir medo de alguém é dar um atestado de que ele é mais forte e poderoso.
Quanto mais você der força ao opressor, mais ele se fortalecerá.
Não sinta culpa
Assim como o medo, a culpa é um dos piores estados de espírito que existem.
Ela altera nosso campo vibracional, deixando nossa aura (campo de força)
vulnerável ao agressor.
A culpa enfraquece nosso sistema imunológico e fecha os caminhos para a prosperidade.
Um dos maiores recursos utilizados pelos invejosos é fazer com que
nos sintamos culpados pelas nossas conquistas.
Não faça o jogo deles e saiba que o seu sucesso é merecido.
Sustente as suas vitórias sempre!!!
Adote uma postura ativa
Nem sempre adotar uma postura defensiva é o melhor negócio.
Enfrente a situação.
Lembre-se do exemplo na natureza:
quem tem medo de algum animal e sai correndo, fatalmente será perseguido e mordido.
Já quem mantém a calma e contorna a situação pode sair ileso.
Ao invés de pensar que alguém pode influenciá-lo negativamente,
por que não se adiantar e influenciá-lo beneficamente?
Ou será que o mal dele é mais forte que o seu bem?
Por que será que nós sempre nos colocamos numa atitude passiva de vítimas?
Antes que o outro o alcance com sua maldade, atinja-o antecipadamente com
muita luz e pensamentos de paz, compaixão e amor.
Fique sempre do seu lado
A maior causa dos problemas de relacionamentos humanos é a "Auto-Obsessão".
A influência negativa de uma pessoa sobre outra sempre existirá enquanto houver
uma idéia de dominação, de desigualdade humana,
enquanto um se achar mais e outro menos,
enquanto nossas relações não forem pautadas pelo respeito mútuo.
Mas grande parte dos problemas existe porque
não nos relacionamos bem com nós mesmos.
'Auto-Obsessão' significa não se gostar, não se apoiar, se auto-boicotar,
se desvalorizar, não satisfazer suas necessidades pessoais e dar força ao outro,
 permitindo que ele influencie sua vida, achar que os outros merecem mais do que nós.
Auto-obsediar-se é não ouvir a voz da nossa alma,
é dar mais valor à opinião dos outros.
Os que enveredam por esse caminho acabam perdendo sua força pessoal
e abrem as portas para toda sorte de pessoas dominadoras e energias de baixo nível.
A força interior é nossa maior defesa.
Suba para posições elevadas
As flechas não alcançam o céu.
Coloque-se sempre em posições elevadas com bons pensamentos, palavras,
ações e sentimentos nobres e maduros.
Uma atmosfera de pensamentos e sentimentos de alto nível faz com que
as baixas energias que têm pequeno alcance, não o atinjam.
Feche-se às influências negativas
As vias de acesso pelas quais as influências negativas podem entrar
em nosso campo são as portas que levam à nossa alma, ou seja,
a Mente e o Coração.
Além de manter o coração e mente sempre resguardados das energias
dos maus pensamentos e sentimentos, fuja das conversas negativas e depressivas.
Evite lugares densos e de baixo nível.
Quando não puder ajudar, afaste-se de pessoas que não lhe acrescentam nada
e só o puxam para o lado negativo da vida.
O mesmo vale para as leituras, programas de televisão, filmes,
músicas e passatemos de baixo nível.
Para ser feliz você não precisa de emoções extremas.
Você é filho de Deus.
O que mais você precisa???

Fonte: Gotas de Chrystal

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Retrato de Mãe

Depois de muito tempo,
Sobre os quadros sombrios do calvário,
Judas, cego no Além, errava. solitário...
Era triste a paisagem
O céu era nevoento..
Cansado de remorso e sofrimento,
sentara-se a chorar...
Nisso, nobre mulher de planos superiores,
Nimbada de celestes esplendores,
Que ele não conseguia divisar,
Chega e afaga a cabeça do infeliz.
Em seguida, num tom de carinho profundo,
Quase que, em oração, ela lhe diz:
-Meu filho, por que choras?
Acaso, não sabeis? - replica o interpelado,
Claramente agressivo,
Sou um morto e estou vivo.
Matei-me e novamente estou de pé,
Sem consolo, sem lar,sem amor e sem fé...
Não ouviste falar em Judas, o traidor?
Sou eu que aniquilei a vida do senhor...
A principio, julguei
Poder fazê-lo rei,
Mas apenas lhe impus
Sacrifício, martírio,sangue e cruz,
E em flagelo e aflição
Eis que a minha vida agora se reduz...
Afastai-vos de mim,
Deixai-me padecer neste inferno sem fim...
Nada me pergunteis, retirai-vos senhora,
Nada sabeis da mágoa que me agita,
Nunca penetrareis minha dor infinita...
O assunto que lastimo é unicamente meu...
No entanto, a dama calma respondeu:
-Meu filho, sei que sofres, sei que lutas,
Sei a dor que te causa o remorso que escutas,
Venho apenas falar-te
Que Deus é sempre amor em toda parte...
E acrescentou serena:
- A Bondade do Céu jamais condena;
Venho por mãe a ti, buscando um filho amado
Sofre com paciência a dor e a prova;
Terás em breve, uma existência nova...
Não te sintas sozinho ou desprezado.
Judas interrompeu- a e bradou rude e pasmo:
-Mãe ? Não me venhais aqui com mentira e sarcasmo.
Depois de me enforcar num galho de figueira,
Para acordar na dor,
Sem mais poder fugir à vida verdadeira,
Fui procurar consolo e força de viver
Ao pé da pobre mãe que me forjara o ser !...
Ela me viu chorando e escutou meus lamentos,
Mas teve medo de meus sofrimentos.
Expulsou-me a esconjuros,
Chamou-me monstro, por sinal,
Disse que eu era
Unicamente o espírito do mal;
Intimou-me a terrível retrocesso,
Mandando que apressasse o meu regresso
Para a zona infernal, de onde, por certo, eu vinha...
Ah! detesto lembrar a horrível mãe que eu tinha...
Não me faleis de mães, não me faleis de amor...
Sou apenas um monstro sofredor..
-Inda assim- disse a dama docemente-
Por mais que me recuses, não me altero;
Amo-te, filho meu, amo-te e quero
Ver-te de novo, a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo `a Terra,
Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento.
Numa nova existência de esperança.
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!...
E Judas, nesse instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
Ou como quem se desagarra
De pesadelo atroz,
Perguntou ;- quem sois vós?
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina Mulher, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!...
No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente:
- Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus.

[Maria Dolores]
doutrinafolosofica.blogspot.com

Justiça de cima

"Em seguida surgiu o último trabalhador, nimbado de belo esplendor. Raios de safira claridade envolviam-no todo, parecendo emitir felicidade e luz em todas as direções. Então o juiz inclinou-se diante dele e informou..."
Quatro operários solteiros quase todos da mesma idade compareceram ao tribunal de Justiça de Cima, depois de haverem perdido o corpo físico, num acidente espetacular.
Na Terra, foram analisados por idêntico padrão.
Excelentes rapazes, aniquilados pela morte, com as mesmas homenagens sociais e domésticas.
Na vida espiritual, contudo, mostravam-se diferentes entre si, reclamando variados estudos e diversa apreciação.
Ostentando, cada qual, um halo de irradiações específicas, foi conduzido ao juiz que lhes examinara o processo, durante alguns dias, atenciosamente.
O magistrado convidou um a um a lhe escutarem as determinações, em nome do Direito Universal, perante numerosa assembléia de interessados nas sentenças.
Ao primeiro deles, cercados de pontos escuros, como se estivesse envolvido numa atmosfera pardacenta, o compassivo julgador disse, bondoso:
- De tuas notas, transparecem os pesados compromissos que assumiste, utilizando os teus recursos de trabalho para fins inconfessáveis. Há viúvas e órfãos, chorando no mundo, guardando amargas recordações de tua influência.
E porque o interpelado inquirisse quanto ao futuro que o aguardava, o árbitro amigo observou, sem afetação:
- Volta à paisagem onde viveste e recomeça a luta de redenção, reajustando o equilíbrio daqueles que prejudicaste. És naturalmente obrigado a restituir-lhes a paz e a segurança.
Aproximou-se o segundo, que se movimentava sob irradiações cinzentas, e ouviu as seguintes considerações:
- Revelam os apontamentos a teu respeito que lesaste a fábrica em que trabalhavas. Detiveste vencimento e vantagens que não correspondem ao esforço que despendeste.
E, percebendo-lhe as interrogações mentais, acrescentou:
- Torna ao teu antigo núcleo de serviço e auxilia os teus companheiros e as máquinas que exploraste em mau sentido. É indispensável resgates os débitos de alguns milhares de horas, junto deles, em atividade assistencial.
Ao terceiro que se aproximou, a destoar dos precedentes pelo aspecto em que se apresentava, disse o juiz, generoso:
- As informações de tua romagem no Planeta Terrestre explicam que demonstraste louvável correção no proceder. Não te valeste das tuas possibilidades de serviço para prejudicar os semelhantes, não traíste as próprias obrigações e somente recebeu do mundo aquilo que te era realmente devido. A tua consciência está quite com a Lei. Podes escolher o teu novo tipo de experiência, mas ainda na Terra, onde precisas continuar no curso da própria sublimação.
Em seguida, surgiu o último. Vinha nimbado de belo esplendor. Raios de safira claridade envolviam-no todo, parecendo emitir felicidade e luz em todas as direções.
O juiz inclinou-se, diante dele, e informou:
- Meu amigo, a colheita de tua sementeira confere-te a elevação. Serviços mais nobres esperam-te mais alto.
O trabalhador humilde, como que desejoso de ocultar a luz que o coroava, afastou-se em lágrimas de júbilo e gratidão, nos braços de velhos amigos que o cercavam, contentes, e, em razão das perguntas a explodirem nos colegas despeitados, que asseveravam nele conhecer um simples homem de trabalho, o julgador esclareceu persuasivo e bondoso:
- O irmão promovido é um herói anônimo da renúncia. Nunca impôs qualquer prejuízo a alguém, sempre respeitou a oficina em que se honrava com a sua colaboração e não se limitou a ser correto para com os deveres, através dos quais conquistava o que lhe era necessário à vida. Sacrificava-se pelo bem de todos. Soube ser delicado nas situações mais difíceis. Suportava o fígado enfermo dos colegas, com bondade e entendimento. Inspirava confiança. Distribuía estímulo e entusiasmo. Sorria e auxiliava sempre. Centenas de corações seguiram-no, além da morte, oferecendo-lhe preces, alegrias e bênçãos.

A Lei Divina jamais se equivoca.
E porque o julgamento fora satisfatoriamente liquidado, o tribunal da Justiça de Cima, encerrou a sessão...
 Do livro "Contos e Apólogos", Imão X - Francisco C. Xavier

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Desafios existenciais

Toda existência é oportunidade de aprendizado para todos nós, que partimos um dia do mundo espiritual a fim de realizar essa experiência ímpar chamada vida.
A vida, esta do lado de cá da existência, tem um propósito claro e inequívoco aos olhos de Deus: o de nos oferecer chances de progresso e melhoria pessoal.
Ao nos criar Espíritos imortais, nos fez a todos simples e ignorantes... Ou seja, sem capacidades intelectuais ou morais pré-determinadas.
Desta forma, a pergunta que mais nos ocorre é a seguinte: de onde vêm os nossos pendores, os dons com os quais nascemos, ou as virtudes e paixões que trazemos na alma?
Se somos criados todos iguais, por que somos aqui na Terra tão diferentes uns dos outros? Por que, irmãos gêmeos, sob a mesma educação, os mesmos pais, são tão diferentes?
Ao nascermos novamente, ao retornarmos à experiência de nascer, trazemos conosco toda uma bagagem que adquirimos nos caminhares que já fizemos em nossa história.
Trazemos no cofre de nossa alma todos os tesouros e todas as quinquilharias que, porventura, fomos juntando nos nossos caminhares, pelos caminhos que já percorremos ao longo de nossas existências.
Assim, todas as nossas virtudes e todos os nossos sentimentos são conquistas feitas em algum momento de nossa história, e que hoje trazemos para mais este capítulo do livro que estamos escrevendo desde muito.
Se hoje sentimos raiva, vingança e ódio, se temos inveja ou ciúmes, são desvalores que adquirimos por opção própria, e que ainda fazem parte de nossa estrutura emocional.
Por outro lado, se trazemos na alma a doçura, a compaixão pelo próximo, a benevolência no olhar, são resultantes dos esforços que fizemos para adquiri-los e tê-los na intimidade da alma.
Se hoje percebemos em nós sentimentos que já não são coerentes com nossos conceitos e valores, começa aí o esforço para a transformação da alma.
A vida é exatamente essa oportunidade que a Providência Divina nos oferece para que a modificação da alma, para melhor, se faça.
E para tanto, nossa vida é pródiga de oportunidades para modificarmos as coisas da alma que precisam ser mudadas.
Seja a esposa intolerante, o marido incompreensível, o filho exigente, o chefe às vezes tirano, todos nos oportunizam a chance de experimentar outros valores e desenvolver renovados sentimentos na alma.
Muitas vezes, o convite da vida vem através da doença, do revés financeiro que nos abala, ou do ente querido que parte para o Mundo Espiritual nos deixando órfãos emocionalmente.
Todos esses desafios que a vida nos oferece são convites silenciosos que ela nos faz, nos oferecendo a chance de renovar paisagens emocionais, repensar posicionamentos e principalmente, redirecionar nossos passos para caminhos que nos conduzam à felicidade.
Em qualquer momento de sua vida, perceba ser ela oportunidade bendita que Deus lhe oferece de iniciar a construção do Reino de Deus dentro de você.
Redação do Momento Espírita.

Entrevista imaginária

Lemos um artigo que falava de uma suposta entrevista com Deus. Alguém imaginou que um repórter se achegou ao Soberano Senhor e lhe perguntou: O que mais o surpreende a respeito dos homens?
E a resposta foi: Que eles se chateiam em ser crianças, têm pressa de crescer e quando crescem, desejam ser crianças outra vez.
Que eles perdem a sua saúde na tentativa de ganhar muito dinheiro e então precisam gastar o dinheiro para recuperar a saúde.
Que, por pensarem ansiosamente a respeito do futuro, esquecem o presente, de modo que não vivem nem o presente e nem o futuro.
Que vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido.
Porque o silêncio se fizesse espontâneo, o entrevistador aproveitou para perguntar outra vez: Como Pai, que lições de vida quer que seus filhos venham a aprender?
A resposta generosa não se fez esperar: Aprender que eles não podem fazer que ninguém os ame. O que podem fazer é permitir serem amados.
Aprender que o mais valioso não é o que eles têm em sua vida, mas quem eles são em suas vidas.
Aprender que não é bom se comparar com os outros. Cada um tem seu valor, com sua cota de conquistas virtuosas e defeitos a serem trabalhados.
E todos são filhos amados, com os mesmos direitos à felicidade, as mesmas oportunidades de progresso.
Aprender que uma pessoa rica não é a que tem mais, mas a que precisa menos. Existem criaturas que têm muito e, no entanto, se sentem insatisfeitas. Sempre lhes falta algo mais.
Aprender que são necessários poucos segundos para abrir feridas profundas em pessoas que amamos. E podemos levar muitos anos para curá-las.
Aprender que essas criaturas são exatamente as colunas de sustentação das suas vidas.
Aprender a perdoar, exercitando o perdão, mesmo que tenham que começar somente por desculpar.
Aprender que há pessoas que os amam sinceramente, mas simplesmente não sabem expressar seus sentimentos. É preciso aprender a ler nos olhos delas, nos pequenos gestos, nas palavras que não chegam a ser pronunciadas.
Aprender que o dinheiro compra qualquer coisa, menos a paz de consciência.
Aprender que duas pessoas podem olhar para a mesma coisa e vê-la de forma completamente diferente.
Aprender que nem sempre é suficiente ser perdoado pelos outros, mas é necessário perdoar a si mesmo.
As pessoas esquecem, com facilidade, o que dizemos. Também esquecem o que fazemos.
Mas elas nunca esquecem o que as fazemos sentir.
Dessa forma, invistamos no amor, na gratidão, no bem-querer.
Tornemo-nos pessoas que distribuam alegria, tranquilidade, exatamente o que gostaríamos de encontrar no nosso local de trabalho, no trânsito, na escola, no nosso lar.
Pensemos nisso.
 Redação do Momento Espírita

domingo, 13 de novembro de 2011

Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores...

Quando pronunciamos as palavras “perdoa as nossas dividas, assim como perdoamos aos nossos devedores”, não apenas estamos à espera do benefício para o nosso coração e para a nossa consciência, mas estamos igualmente assumindo o compromisso de desculpar os que nos ofendem.
Todos possuímos a tendência de observar com evasivas os grandes defeitos que existem em nós, reprovando, entretanto, sem exame, pequeninas faltas alheias.
Por isso mesmo Jesus, em nos ensinando a orar, recomendou-nos esquecer qualquer mágoa que alguém nos tenha causado.
Se não oferecermos repouso à mente do próximo, como poderemos aguardar o descanso para os nossos, pensamentos?
Será justo conservar todo o pão, em nossa casa, deixando a fome aniquilar a residência do vizinho?
A paz é também alimento da alma, e, se desejamos tranqüilidade para nós, não nos esqueçamos do entendimento e da harmonia que devemos aos demais.
Quando pedirmos a tolerância do Pai Celeste em nosso favor, lembremo-nos também de ajudar aos outros com a nossa tolerância.
Auxiliemos sempre.
Se o Senhor pode suportar-nos e perdoar-nos, concedendo-nos constantemente novas e abençoadas oportunidades de retificação, aprendamos, igualmente, a espalhar a compreensão e o amor, em benefício dos que nos cercam.
 
Meimei -Francisco Cândido Xavier.

Jornada acima

Não consideres secas e amargas as trilhas da romagem com Jesus, quando a viagem da fé, por alongar-se no tempo, alcança as regiões dos testemunhos incessantes do amor, sem alegrias imediatas.
É certo que te sentes, por vezes, na condição da criatura lesada nos mais íntimos sentimentos, qual sucedeu com ele próprio.
Quantos amigos ficaram para trás, imobilizados nos encantamentos da Galiléia!
Entretanto, se acompanhas o Divino Amigo, vencendo barreiras e suportando desafios, já conheces, talvez, quando doem a injustiça e a compreensão, nos conflitos e problemas, que te impõem duras veredas de suor e de lágrimas.
De quando a quando, interrompes os próprios passos, a fim de refletir nos sonhos desfeitos que as circunstâncias te compeliram a deixar na retaguarda.
A jornada parece agora pesada marcha sobre espinhos e pedras, que é preciso transpor, junto dele, o Eterno Amigo que te aceitou a companhia.
Inegavelmente, difícil é a estrada para a conquista do amor sem retribuição.... As intimidações da Terra afiguram-se cutiladas no coração e as dificuldades do caminho parecem nuvens petrificadas que se transformam em aguaceiros de pranto.
Ainda assim, segue com Jesus e abençoa os percalços da senda de elevação.
Silencia agravos recebidos; esquece mágoas ou possíveis ofensas; auxilia para o bem a quantos te abordem a experiência; lança as sementes do amor e da harmonia, além da órbita de tua própria influenciação e aceita a cruz que a vida te ofereça, porque, além do sacrifício supremo, se segues com Ele, o Companheiro da Humanidade, encontrar-lhe-ás a moradia da benção, onde o trabalho se te fará perfeita alegria, entretecida de paz e vida, ascensão e esplendor.
: Meime- Chico Xavier



Escolha é sua

Você já ouviu alguma vez falar de livre-arbítrio?
Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção.
Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher.
E a cada momento a vida nos exige decisão. Sempre temos que optar entre uma ou outra atitude.
Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra. Ao ouvir o despertador, podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades, no corpo físico.
Ao encontrarmos o nosso familiar que acaba de se levantar, podemos resmungar qualquer coisa, ficar calado, ou desejar, do fundo da alma, um bom dia.
Quando chegamos ao local de trabalho, podemos optar entre ficar de bem com todos ou buscar o isolamento, ou, ainda, contaminar o ambiente com mau humor.
Conta um médico, que trata de pacientes com câncer, que as atitudes das pessoas variam muito, mesmo em situações parecidas.
Diz ele que duas de suas pacientes, quase da mesma idade, tiveram que extirpar um seio por causa da doença. Uma delas ficou feliz por continuar viva e poder brincar com os netos, a outra optou por lamentar pelo seio que havia perdido, embora também tivesse os netos para se distrair.
Quando alguém o ofende, você pode escolher por revidar, calar-se ou oferecer o tratamento oposto. A decisão sempre é sua.
O que vale ressaltar é que todas as ações terão uma reação correspondente, como conseqüência. E essa ação é de nossa total responsabilidade.
E isso deve ser ensinado aos filhos desde cedo. Caso a criança escolha agredir seu colega e leve alguns arranhões, deverá saber que isso é resultado da sua ação e, por conseguinte, de sua inteira responsabilidade.
Tudo na vida está sujeito à lei de causa e efeito: para uma ação positiva, um efeito positivo; para uma ação infeliz, o resultado correspondente.
Se você chega ao trabalho bem humorado, alegre, radiante, e encontra seu colega de mau humor, você pode decidir entre sintonizar na faixa dele ou fazer com que ele sintonize na sua.
Você tem ainda outra possibilidade de escolha: ficar na sua.
Todavia, da sua escolha dependerá o resto do dia. E os resultados lhe pertencem.
Jesus ensinou que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
Pois bem, nós estamos semeando e colhendo o tempo todo. Se semeamos sementes de flores, colhemos flores; se plantamos espinheiros, colheremos espinhos. Não há outra saída.
Mas o que importa mesmo é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear. Aí é que está a justiça divina.
Mesmo as semeaduras que demoram bastante tempo para germinar, um dia terão seus frutos. São aqueles atos praticados no anonimato, na surdina, que aparentemente ficam impunes. Um dia eles aparecerão e reclamarão colheita.
Igualmente, os atos de renúncia, de tolerância, de benevolência, que tantas vezes parecem não dar resultados, um dia florescerão e darão bons frutos e perfume agradável. É só deixar nas mãos do jardineiro divino, a quem chamamos de Criador.
Pense nisso!
A hora seguinte será o reflexo da hora atual.
O dia de amanhã trará os resultados do dia de hoje.
É assim que vamos construindo a nossa felicidade ou a nossa desdita,
de acordo com a nossa livre escolha, com nosso livre-arbítrio.

Desconheço o autor.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Amuletos

Conta-se que, certo homem ambicioso, ouvindo falar a respeito
das curas extraordinárias que realizavam os Apóstolos, em nome de Jesus,
aproximou-se deles.
Durante algum tempo os acompanhou nas peregrinações.
Teve oportunidade de observar como eles impunham as mãos e curavam as pessoas.
Testemunhou o dia em que Pedro, subindo ao templo para orar,
curou um paralítico de nascença com um abraço, em nome de Jesus.
Mais de uma vez ele viu pessoas serem trazidas, dominadas por Espíritos infelizes
e libertadas pelos Apóstolos, em nome de Jesus.
Constatou que eles se alimentavam de frutas, pães e peixes. Nada especial.
Também não utilizavam nenhuma fórmula para as curas.
Contudo, pensava ele, eles devem ter um segredo.
Quem sabe, por baixo do manto, eles trouxessem um talismã escondido?
O tempo passou e é claro, os Apóstolos não puderam deixar de notar que aquele
homem estava sempre presente em suas pregações, observando e observando.
Pensando se tratar de alguém interessado em se tornar um seguidor de Jesus,
Pedro se aproximou e lhe perguntou se desejava alguma coisa em especial.
Talvez quisesse fazer parte do grupo, trabalhar pelo bem da Humanidade,
servir e servir.
O homem, convidado a falar pela bondade do Apóstolo, pediu:
Sigo os passos de vocês há bastante tempo por um motivo muito simples.
Desejo aprender a arte de expulsar os Espíritos e curar as enfermidades.
Em verdade o que eu desejo é que me vendam o amuleto que realiza essas coisas.
Não importa o preço. Sou alguém que possui haveres e os posso dar em troca do talismã.
O Apóstolo lhe disse que nada possuíam senão a fé
e que o que os movia nas curas era o amor ao próximo.
Mas o homem insistiu:
Não mintam para mim.
Vocês possuem um talismã, uma pedra, alguma coisa que permita
invocar e dominar os Espíritos dos mortos.
Desejo dominar também para fazer com que trabalhem para mim.
Quero ser poderoso como todos os seguidores desse Nazareno.
E como o velho Apóstolo lhe explicasse que não possuíam outro objeto mágico
senão suas virtudes, sua fé, seu respeito a Jesus, sua veneração a Deus,
o homem ambicioso se desiludiu e foi embora.
Saiu praguejando e dizendo que aqueles homens eram egoístas
e desejavam dominar o mundo, sem contar os seus segredos.
Por vezes agimos como o homem ambicioso.
 Desejamos que os dons espirituais nos possam diminuir as canseiras da vida,
resolvendo as nossas dificuldades.
No entanto, as lições de Jesus são claras. Digno é o trabalhador do seu salário.
E a cada um será dado segundo as suas obras.
O prêmio do cristão é aprender a ser feliz, conquistando a perfeição.
Suas riquezas são valores como amizade, respeito, perdão, honra e dever.
Sua força está na fé que move as montanhas das dificuldades
e arrasta a muitos pelos seus exemplos.
Sua serenidade é resultado da compreensão de que tudo que lhe acontece
é justo e que todas as dificuldades e contratempos são oportunidades
de progresso e redenção.
Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ergue-te e Caminha

          Mergulhado no corpo, sob as bênçãos da reencarnação, todos os Espíritos experimentam os limites e as vicissitudes da matéria.
          Impositivos da circunstância, necessidades orgânicas, aspirações que resultam de condicionamentos psicossociais, exigências de aparelhagem física, levam, não raro, a compromissos, graves, nos quais malogram programas bem elaborados e comportamentos adrede estabelecidos.
          A carne é semelhante a um escafandro que, embora faculte a realização de tarefas nobilitantes, proporciona redução de visibilidade, de movimentos que, em circunstâncias normais, podem ser utilizados com maior facilidade.
          Ao mesmo tempo, as paixões ancestrais ainda não superadas ressurgem, a princípio como anseios, para depois se tornarem labaredas crepitantes, devoradores, alucinando e fazendo sofrer quem lhe padece a injunção.
          Desse modo, o trabalho constante, ao lado da vigilância e da prece contínuas, constituem os preservativos para a paz e os recursos de promoção para a vitória.
          Na Terra, todos se encontram sob testes e desafios.
          Ninguém retira a ganga que esconder a gema, sem sofrer o fenômeno da lapidação que a dor proporciona.
          Cada dia, novas experiências ensinam como não mais se enganar, recomeçando as tarefas e restabelecendo os liames do dever interrompido.
          Deste um passo audacioso, e tombaste em erro grave.
          Precipitadamente, foste além do limite estabelecido pelo bom-senso, e permaneces vazio.
          Cultivaste a ilusão de um prazer, que após comprometer-te não te auxilia, pois continuas esfaimado.
          Convertes uma amizade profunda e nobre, num sentimento perturbador, sem que lograsse paz.
          Estavas incógnito, e te desvelaste.
          Eras respeitado, e te arrojaste no engano.
          Tinhas amor, e porque não soubeste mantê-lo em alto nível, descobre-te sem ele e malvisto...
          Não deverias ter-te arrojado a essa escusa conduta. Porém, não te lamentes, nem te desequilibres.
          Paga em renovação interior, o gravame cometido.
          Levanta-te e segue além.
          Reencontrarás, adiante, esta sementeira ingrata, que poderias ter evitado.
          Recolhe os espinhos, resgata com alegria e te sentirás bem.
          Não somes, à queda, novas tombadas.
          Ergue-te e caminha.
          Cada manhã é bênção da vida, após a noite assustadora, trazendo a beleza da claridade que dilui os fantasmas do medo e da insegurança.
          Jesus é sempre o Amigo seguro dos equivocados e caídos que O buscam, pois que somente nele encontram o apoio e a paz para a vitória que lhes parece tardar.
Livro: Responsabilidade
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

Serve e Caminha

    Tempo é doação da Providência Divina.
    Tempo, no entanto, para quê? indagarão muitos.
    É ocasião para agir e servir, aprender e caminhar para a frente, fazendo o melhor.
    Realmente possuímos a valorosa legião de companheiros que avançam dificilmente pelas escarpas do trabalho, sob fardos de obrigações que carregam com alegria, entretanto, ao nosso lado, temos uma legião muito mais vasta: - a dos companheiros expectantes.
    Traçam planos de elevação.
    Querem levantar grandes instituições de benemerência.
    Criam sugestões renovadoras para as realizações em andamento, sem se voltarem para os setores da ação.
    Confessam a realidade de certos fenômenos com que foram defrontados, como que a convidá-los para o exercício do bem.
    Relacionam casos familiares que lhes pareceram graves advertências.
    Descrevem sonhos admiráveis com que foram favorecidos.
    Comentam as relações sociais de que dispõem, junto das quais recolheram avisos e ensinamentos.
    No entanto, em seguida a semelhantes alegações, mostram-se desarvorados e indecisos, esquecendo-se de que é indispensável se desloquem na direção das atividades das quais se ergue o bem aos outros, a fim de que os outros lhes forneçam auxílio no momento oportuno.
    Quem se encontre imóvel no tempo, recorde que o tempo não pára, nem retrocede.
    Não hesites.
    Inicia a jornada do serviço ao próximo, onde estiveres.
    Faze algo.
    Desfaze-te de algum pertence de que mais te utilizas, a benefício de alguém com necessidades maiores do que as tuas.
    Alivia os obstáculos em que algum enfermo se encontre.
    Age em favor de alguma criança sem proteção.
    Estende, pelo menos, essa ou aquela migalha de apoio às mães desvalidas.
    Afirma-nos o Evangelho que a fé sem obras é morta.
    Sonha e mentaliza, mas serve e caminha.
    Em qualquer crise de existência, conserve a calma construtiva, de vez que os nossos estados mentais são contagiosos e, asserenando os outros, estaremos especialmente agindo em auxílio a nós.

- Emmanuel & Francisco Cândido Xavier -