quarta-feira, 31 de outubro de 2012

TREM DA VIDA

Sérgio Ribeiro
Você já viajou de trem alguma vez?
Numa viagem de trem podemos notar uma grande diversidade de situações, ao longo do percurso.
E a nossa existência terrena, bem pode ser comparada a uma dessas viagens, mais ou menos longa.
Primeiro, porque é cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques, e grandes tristezas em algumas partidas.
Quando nascemos, entramos no trem e nos deparamos com algumas pessoas que desejamos que estejam sempre conosco: são nossos pais.
Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituíveis...
Mas isso não impede que durante a viagem outras pessoas especiais embarquem para seguir viagem conosco: são nossos irmãos, amigos, amores.
Algumas pessoas fazem dessa viagem um passeio. Outras encontrarão somente tristezas, e algumas circularão pelo trem, prontas a ajudar a quem precise.
Muitas descem e deixam saudades eternas... Outras passam de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém percebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são caros, se acomodam em vagões distantes do nosso, o que não impede, é claro, que durante o percurso nos aproximemos deles e os abracemos, embora jamais possamos seguir juntos, porque haverá alguém ao seu lado ocupando aquele lugar.
Mas isso não importa, pois a viagem é cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas...
O importante, mesmo, é que façamos nossa viagem da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com os demais passageiros, vendo em cada um deles o que têm de melhor.
Devemos lembrar sempre que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisemos entendê-los, porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, certamente, haverá alguém que nos entenda e atenda.
A grande diferença, afinal, é que no trem da vida, jamais saberemos em qual parada teremos que descer, muito menos em que estação descerão nossos amores, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
É possível que quando tivermos que desembarcar, a saudade venha nos fazer companhia...
Porque não é fácil nos separar dos amigos, nem deixar que os filhos sigam viagem sozinhos. Com certeza será muito triste.
No entanto, em algum lugar há uma estação principal para onde todos seguimos...
E quando chegar a hora do reencontro teremos grande emoção em poder abraçar nossos amores e matar a saudade que nos fez companhia por longo tempo...
Que a nossa breve viagem seja uma grande oportunidade de aprender e ensinar, entender e atender aqueles que viajam ao nosso lado, porque não foi o acaso que os colocou ali.
Que aprendamos a amar e a servir, compreender e perdoar, pois não sabemos quanto tempo ainda nos resta até à estação onde teremos que deixar o trem.
Se a sua viagem não está acontecendo exatamente como você esperava, dê a ela uma nova direção.
Se é verdade que você não pode mudar de vagão, é possível mudar a situação do seu vagão.
Observe a paisagem maravilhosa com que Deus enfeitou todo o trajeto...
Busque uma maneira de dar utilidade às horas.
Preocupe-se com aqueles que seguem viajem ao seu lado...
Deixe de lado as queixas e faça algo para que a sua estrada fique marcada com rastros de luz...
Pense nisso... E, boa viagem!

Momento espirita

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Animais

É dever do ser humano respeitar e proteger todas as formas de vida.
Os diversos animais que rodeiam nossa existência, no planeta Terra, são também criaturas de Deus e devem ser considerados como irmãos menores.
Podemos nos servir deles sempre que necessário, mas nenhum direito é em si ilimitado.
Eles não estão no mundo com a única finalidade de serem úteis aos homens e devemos ter consciência de que o exercício abusivo de qualquer direito é sempre reprovável.
Deus colocou os animais sob nossa guarda. Temos, portanto, o dever de protegê-los.
As pessoas que amam e cultivam a convivência com os animais, se observarem com atenção, verificarão que várias espécies são portadoras de qualidades que consideramos humanas.
São capazes de ter paciência, prudência, vigilância, obediência e disciplina. Demonstram, muitas vezes, sensibilidade, carinho e fidelidade.
Têm sua linguagem própria, seus afetos e sua inteligência rudimentar.
Dão-nos a ideia de que quanto mais perto se encontram das criaturas humanas, mais se lhes assemelham.
Na convivência com esses seres, devemos estabelecer o limite entre o que é realmente necessário e o que é supérfluo.
Quando estiverem sob nossos cuidados ofereçamos-lhes alimentação adequada, afeto, condições básicas de higiene e tratamento para a saúde sempre que necessário.
Reflitamos sobre como temos agido em relação a esses companheiros de jornada.

Redação Momento Espírita

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CÂNCER

Sérgio Ribeiro
 O câncer não é mais esse pavor que é transmitido às pessoas; não há mais motivo para isso. Atualmente, o câncer é curável em 50% dos casos, mas falta preveni-lo e curá-lo em maior proporção.
O câncer é caracterizado pelo crescimento sem limites e desordenado de células aberrantes, com função anormal, que invadem e destroem os tecidos normais.
Leva ao óbito pela invasão destrutiva de órgãos normais, por extensão ou por disseminação à distância (metástase) através do sangue ou linfa.
Essas células, em divisão rápida, consomem muita energia em relação ao restante do corpo físico. E por que essas células podem produzir substâncias que são lesivas ao corpo, formando metástase, em alguns casos, gerando outros focos em diferentes regiões do corpo? O câncer é uma doença genética. A princípio, poderíamos afirmar que já nascemos com alguma alteração no DNA, propiciando a ocorrência do tumor.
O DNA possui sua função, mas se houver uma modificação em um de seus genes, esta mutação começa a produzir proteínas diferentes, embora o câncer não seja provocado por uma mutação apenas.
Nós podemos, então, nascer predisposto ao câncer cármico, mas não desenvolvê-lo.
São necessárias diversas mutações em sequencia, da célula, para que gerem lesões estruturais suficientes para causarem uma desregularização no mecanismo de crescimento multiplicativo. A ação dos agentes cancerígenos provocam mutações, tornando as células geneticamente “preparadas” (predispostas), mais ainda não cancerígenas. Para que essas células se transformem em cancerígenas, é preciso que ocorram mais mutações, e para tanto, é preciso nos expor a fatores mutagênicos.
As transformações genéticas mínimas acontecem frequentemente, mas são corrigidas pelos mecanismos de reparo do próprio DNA, para que não venhamos a desenvolver câncer em uma frequência maior.
Esses mecanismos de correção estão ligados diretamente à ação mental (pensamento).
Além disso, há os fatores comprometedores (desencadeantes) tais como: tabaco, álcool, agentes infecciosos como o vírus da Hepatite B, HIV, HPV etc., susceptibilidade genética (o indivíduo nasce com células predispostas ao desenvolvimento, porém isso só ocorre se houver uma soma de fatores mutagênicos); influências das emoções, de fatores ambientais e idade.
A afirmativa do ponto de vista médico, diz que as emoções não provocam câncer, mas o conhecimento espírita nos ensina que a questão básica de tudo é a mente.
O pensamento equilibrado é que vai equilibrar, a princípio, os mecanismos imunológicos. Já o remorso e a culpa, ao contrário, geram disfunção celular. Quando erramos, a culpa se instala no corpo mental. Portanto, o câncer pode ser o carma do prejuízo ao próximo ou da automutilação. Entendendo melhor: o erro constatado pelo corpo mental é transferido para o corpo astral (perispírito, semelhante ao corpo físico e controlado pelo pensamento), portanto, a mutação inicial ocorre no corpo astral e se transfere para o núcleo da célula física.
O tumor se instala na região usada par o erro, ou que lembre as pessoas ou situações envolvidas. André Luiz nos lembra de que os fatores mentais atuam no DNA, como a imprudência e ócio, mas, além disso, há outros desencadeantes, como o suicídio, o homicídio e a viciação em substâncias químicas. Essas são situações que levam o indivíduo a um desequilíbrio vibratório tão grande do perispírito, que não consegue formar um corpo físico adequado.
Concluímos desta forma que, a mutação inicial se deve aos pensamentos e atitudes incorretas. Mas muitos tumores surgem aqui e agora devido a certas opções de vida, tais como o fumo, o álcool, descontroles emocionais, desequilíbrios infecciosos, entre outros. A imprudência é um fator oncoacelerador.
Com relação ao vírus e bactérias (agentes infecciosos), há um dado interessante.
Nem todos provocam câncer, mas em alguns casos, sim. Tanto o vírus quanto a bactéria são seres que estão em crescimento evolutivo em formas inferiores e possuem sua irradiação própria. As infecções seguem o mecanismo de sintonia. São os desequilíbrios da mente que geram determinado padrão vibratório no indivíduo com predisposição. Se neste caso reencarna e não recebe a correção adequada, mantendo um padrão vibratório baixo, entra em sintonia com os vírus.
Se o pensamento é responsável pela mutação no corpo astral, é fundamental que transformemos esse padrão vibratório, transmutando-o em positivo.
A emoção também é outra questão importante, porque não é possível o pensamento chegar ao corpo físico sem passar pelo corpo astral, que é o campo das emoções. Qualquer pensamento nosso vai ter uma carga de emoção. E quando a emoção é capaz de lesar o corpo? Quando sentimos uma mágoa ou um ódio por um tempo prolongado, isso tem um efeito semelhante ao do pensamento. Além disso, as emoções negativas promovem alterações também nos mecanismos de defesa do organismo.
Portanto, emoção e pensamento são fatores ontogênicos; daí a importância de se vigiar o mundo interior: “Orai e vigiai”.
Do ponto de vista médico, podemos dizer que é fundamental no tratamento do paciente oncológico como método coadjuvante, a participação de uma equipe de saúde mental. Assim, atingimos um dos fatores causais do corpo físico, porque está provado pela ciência que o sistema nervoso e imunológico se interliga em vários níveis.
André Luiz nos diz ainda que á a mente que rege a formação de anticorpos no sangue. Cada célula do sangue corresponde a outra célula do corpo astral.
O nosso corpo físico funciona na dependência das ordens que recebe do corpo astral, que por sua vez é controlado pelo estado emocional do indivíduo. Podemos dizer então, que parte das ocorrências de câncer não são carmáticas, se instalam na atual existência por opção do ser devido a esses fatores citados.
Com relação à etiologia do câncer, podemos acrescentar a obsessão, porque o câncer é o carma do prejuízo ao semelhante.
Levamos essa memória em nossa estrutura genética. Os mecanismos utilizados pelo obsessor:
1 – Quando o obsessor consegue projetar matéria mental dentro do hipotálamo do encarnado (onde se encontram os neurônios) e alterar o campo das emoções, do sistema nervoso e do sistema imunológico, diminuindo a resistência do paciente.
2 – A mente obsessora e o seu perispírito passam a comandar o campo celular do encarnado. Influenciando as células sanguíneas, a formação de anticorpos e o mecanismo imunológico, acaba provocando o desequilíbrio físico psicossomático do encarnado, causando infecções e tumores. Neste caso, ocorre uma ordem mental do desencarnado comandando um corpo físico que não é seu, alterando os mecanismos de defesa do organismo.
3 – Obsessão intrauterina: é um fator grave que pode levar ao aborto, a má formação do feto ou desencadear um câncer na infância. Portanto, é necessário propor terapia desobsessiva a pacientes com câncer, passe magnético, água fluidificada, exercício de reforma íntima, evangelho no lar e apoio da família. Esses são recursos que ajudam a controlar o processo obsessivo e a corrigir pensamentos incorretos, fator desencadeante da doença.
4 – A doença também pode vir como forma de auxílio ao reencarnante, para que não venha a errar mais em determinado campo de erro anterior. A doença é usada muitas vezes pela espiritualidade para limitar as atividades do indivíduo, fazendo com que aos poucos possa se desligar do lado material e se conectar com o espiritual.

domingo, 28 de outubro de 2012

Pai Nosso


Pai nosso que estás nos céus
Na luz dos sóis infinitos
Pai de todos os aflitos
Neste mundo de escarcéus

Santificado, Senhor
Seja teu nome sublime
Que em todo o universo exprime
Ternura, Concórdia e Amor
Venha ao nosso coração
O teu reino de bondade
De paz e de claridade
Na estrada da redenção
Cumpra-se o teu mandamento
Que não vacila nem erra
Nos céus, como em toda a Terra
De luta e de sofrimento
Evita-nos todo o mal
Dá-nos o pão no caminho,
Feito de luz, no carinho
De pão espiritual.
Perdoa-nos, Senhor
Os débitos tenebrosos
De passados escabrosos
De iniqüidade e de dor
Auxilia-nos também,
Nos sentimentos cristãos
A amar os nossos irmãos
Que vivem distantes do bem
Com a proteção de Jesus
Livra nossa alma do erro
Neste mundo de desterro
Distante da tua luz
Que o nosso ideal igreja
Seja o altar da Caridade
Onde se faça a vontade
De teu amor... Assim seja.


Francisco Cândido Xavier - José Silvério Horta

JULGAMENTO ALHEIO


Famosos são os julgamentos da História. O de Nuremberg, que o Mundo todo acompanhou, opinando pela punição dos que barbaramente, durante a Segunda Guerra Mundial, haviam torturado e matado seres humanos.
O de Jesus, em que se verifica a injustiça gritando alto e superando o bom senso da justiça e da verdade.
Julgamentos de pessoas famosas que cometeram atos criminosos ou desabonadores.
Julgamentos de criminosos que, de alguma forma, envolveram pessoas famosas, como o caso do raptor do filho de Lindenberg.
Em tais processos, sempre a opinião pública se inflama e de alguma forma, influencia os próprios jurados, de maneira a que esses condenem ou absolvam.
Desde as primeiras idades, quando a chama tênue do pensamento de justiça acendeu no homem, ele começou a julgar os seus irmãos.
Muitas vezes, o sentimento de justiça ficou empanado pelas paixões e interesses mesquinhos, levando o homem a cometer erros, punindo seu semelhante com o cerceamento da liberdade, o confisco de bens e a morte.
Nos dias atuais, prosseguimos a julgar o semelhante com todo rigor, sem estabelecer critérios e princípios básicos.
Afoitos, opinamos e damos a nossa sentença tão logo a imprensa torne pública a conduta desta ou daquela criatura, embora desconhecendo detalhes e razões.
E não tememos aumentar um pouco a intensidade da falta cometida, mesmo para justificar a impiedade com que julgamos e a sentença que proferimos.
Por vezes, a inveja por não ter conseguido alcançar a posição social, o cargo ou a função do julgado, nos incita ainda mais ao julgamento arbitrário.
E, mesmo assim, prosseguimos a nos afirmar cristãos. Seguidores de Jesus que ensinou:
"Não julgueis para não serdes julgados, porquanto sereis julgados conforme houverdes julgado os outros."
Há necessidade de cultivarmos a indulgência e a empatia. A indulgência para olharmos os que erram com olhos de quem sabe que o equivocado é sempre um Espírito enfermo.
Não necessita do nosso frio julgamento, mas do nosso auxílio para superar sua problemática.
A empatia, a fim de nos situarmos no lugar daquele que julgamos e nos indagarmos se fôssemos nós os julgados, como nos sentiríamos?
Fosse nosso filho o julgado, como estaria o nosso coração?
A questão do julgamento nos parece fácil, porque os que são trazidos à barra pública do Tribunal não passam de números. Sequer nos recordamos que são seres humanos.
Mas são Espíritos imortais, exatamente como nós, e merecem receber justiça, não impiedade ou a carga das nossas frustrações.
VOCÊ SABIA?
Você sabia que a autoridade para censurar está na razão direta da moralidade daquele que censura?
Que, aos olhos de Deus, a única autoridade legítima é a que se apóia no exemplo do bem?
E que a base da Justiça Divina se assenta na misericórdia de nosso Pai Criador?
É por esse motivo que Ele nos concede a reencarnação como bendita oportunidade de reparação de nossas faltas, ao tempo que nos faculta crescer e produzir no bem.

Redação do Momento Espírita.

Últimos traços

Sérgio Ribeiro·
Faz precisamente cinqüenta e dois anos (1943) que habito o mundo astral. Tendo-o atingido através da violência de um suicídio, que ainda hoje não logrei alcançar a felicidade, bem como a paz íntima que é o beneplácito imortal dos justos e obedientes à Lei. Durante tão longo tempo tenho voluntariamente adiado o sagrado dever de renascer no plano físico-material envolvido na armadura de novo corpo, o que já agora me vem amargurando sobremodo os dias, não obstante tê-lo feito desejoso de sorver ainda, junto dos nobres instrutores, o elemento educativo capaz de, uma vez mergulhado na carne, proteger-me bastante, o suficiente para me tornar vitorioso nas grandes lutas que enfrentarei rumo à reabilitação moral-espiritual.
Muito aprendi durante este meio século em que permaneci internado nesta Colônia Correcional (Legião dos Servos de Maria) que me abrigou nos dias em que eram mais ardentes as lágrimas que minhalma chorava, mais dolorosos os estiletes que me feriram o coração vacilante, mais atrozes e desanimadoras as decepções que surpreenderam o meu Espírito, muitos muros a dentro do túmulo cavado pelo ato insano do suicídio! Mas, algo aprendi do que ignorava e me era necessário para a reabilitação, também muito sofri e chorei, debruçado sobre a perspectiva das responsabilidades dos atos por mim praticados! Mesmo desfrutando o convívio confortativo de tantos amigos devotados, tantos mentores zelosos do progresso de seus pupilos, derramei pranto pugentíssimo, enquanto, muitas vezes, o desânimo, essa hidra avassaladora e maldita tentava deter-me os passos nas vias do programa que tracei.
Aprendi, porém, a respeitar a idéia de Deus, o que já era uma força vigorosa a me escudar, auxiliando-me no combate a mim mesmo. Aprendi a orar, confabulando com o Mestre Amado nas asas luminosas e consoladoras da prece lídima e proveitosa! Muito trabalhei, esforçando-me diariamente, durante quarenta anos, ao contacto de lições sublimes de mestres virtuosos e sábios, a fim de que, das profundezas ignotas do meu ser, a imagem linda da Humildade surgisse para combater a figura perniciosa e malfazeja do Orgulho que durante tantos séculos me vem conservando entre as urzes do mal, soçobrado nos baixios da animalidade! Ao influxo caridoso dos legionários de Maria também comecei a soletrar as primeiras letras do divino alfabeto do Amor, e com eles colaborei nos serviços de auxílio e assistência ao próximo, desenvolvendo-me em labores de dedicação àqueles que sofrem, como jamais me julgara capaz! Lutei pelo bem, guiado por essas nobres entidades, estendi atividades tanto nos parques de trabalhos espirituais acessíveis à minha humílima capacidade como levando-as ao plano material, onde me foi permitido contribuir para que em vários corações maternos a tranqüilidade voltasse a luzir, em muitos rostinhos infantil, lindos e graciosos, o sorriso despontasse novamente, depois de dias e noites de insofrida expectativa, durante os quais a febre ou a tosse e a bronquite os haviam esmaecido, e até no coração dos moços, desesperançados ante a realidade adversa, pude colocar a lâmpada bendita da Esperança que hoje norteia meus passos, desviando-os da rota perigosa e traiçoeira do desânimo, que os teria impelido a abismos idênticos aos por mim conhecidos! Durante quarenta anos trabalhei, pois, denodadamente, ao lado de meus bem-amados Guardiães! Não servi tão só ao bem, experimentando atitudes fraternas, mas também ao Belo, aprendendo com insignes artistas e “virtuoses” a homenagear a Verdade e a respeitar a Lei, dando à Arte o que de melhor e mais digno foi possível extrair das profundezas sinceras de minhalma.
Não obstante, jamais me senti satisfeito e tranqüilo comigo mesmo! Existe um vácuo em meu ser que não será preenchido senão depois da renovação em corpo carnal, depois de plenamente testemunhado a mim mesmo o dever que não foi perfeitamente cumprido na última romagem terrena, abreviada pelo suicídio! A recordação dolorosa daquele Jacinto de Ornelas y Ruiz, por mim desgraçado com a cegueira irremediável, num gesto de despeito e ciúme, permanece indelével, impondo-se às cordas sensíveis do meu ser como estigma trágico do Remorso inconsolável, requisitando de meu destino futuro penalidades idêntica, ou seja – a cegueira, já que a prova máxima de ser cego fora por mim, anulada à frente do primeiro ensejo ofertado pela Providência, mediante o suicídio com que julgara poder libertar-me dela, ficando, portanto, com esse débito na consciência !
De há muito devera eu Ter voltado à reencarnação. O que fora lícito aprender nas Academias da Cidade Esperança foi-me facultado generosamente, pela magnânima diretora da Colônia (Maria de Nazaré), a qual não interpôs dificuldades ao longo do aprendizado que desejei fazer. Até mesmo avantajados elementos da medicina psíquica adquiri ao contacto dos mestres, durante aulas de Ciência e no desempenho de tarefas junto às enfermarias do Hospital Maria de Nazaré, onde sirvo há doze anos, substituindo Joel, que partiu para novas experiências terrenas, no testemunho que à Lei devia, como suicida que também era. Tal aptidão valer-me-á o poder tornar-me “médium curador “, mais tarde, quando novamente habitar a crosta do planeta onde tantas e tão graves expressões de sofrimento existem para flagelar a Humanidade culposa de erros constantes.
O sentimento do dever leva-me a pensar seriamente na necessidade de volver aos páramos terrestres para testemunhar o desejo de me afinar definitivamente com a Ciência da Verdade que acabo de entrever durante meu estágio nesta Colônia. Não mais deverei permanecer em Cidade Esperança, a menos que pretenda agravar minhas responsabilidades com um estado de estacionamento incompatível com os códigos que acabo de estudar e aceitar. Incorreria em grave falta dilatando por mais tempo a reparação que a mim mesmo devo, bem com à Lei do Sempiterno, por mim espezinhada desde muitos séculos. 

Camilo Castelo Branco

sábado, 27 de outubro de 2012

ASPECTO DA VIDA DOS RECÉM-DESENCARNADOS

Sérgio Ribeiro
Através das instruções de pesquisadores, dos conhecimentos hauridos em diálogos com Espíritos desencarnados, que já alcançaram certo grau de independência e evolução, e da vivência freqüente com Espíritos enfermos nas sessões mediúnicas de tratamento, podemos afirmar a existência de um princípio geral, que orienta a situação do Espírito, após seu retorno ao
plano extrafísico: ao deixar a vida material, gravita automaticamente para a posição que lhe seja peculiar. Evidentemente, o tempo em que isto ocorre é extremamente variável, dependendo dos fatores que influenciaram a desencarnação, do móvel moral/intelectual conquistado durante a experiência terrena que acabou de deixar, e do acervo remanescente das existências anteriores, referentes ao comprometimento com o automatismo da lei de causa e efeito.
A situação em que a alma se encontrará não lhe acrescentará nada, nem em poder, nem em conhecimento, nem em liberdade, além do que já possua. Apenas certa agudez de percepção lhe fará sentir-se diferente da condição anterior de encarnada.
A invisibilidade e a intangibilidade serão as características comuns a todos os desencarnados, com relação aos que deixaram na retaguarda, passando a perceber, com nitidez, os também desencarnados que estejam na sua situação evolutiva, ou abaixo dela.
Quanto aos Espíritos de grau superior, somente são vistos ou percebidos, se assim o desejarem.
O abalo da desencarnação, em muitos casos, não deixa o Espírito perceber a realidade da própria situação, isto é, não acredita que morreu tal a identidade entre a aparência do corpo físico e a do espiritual, que é semelhante.
Como no mundo espiritual “o pensamento é tudo”, o Espírito reforça a realidade físico-espiritual em que se encontra, consolidando a forma ideoplástica do próprio aspecto com que se sente exteriorizar na nova situação.
À vontade, que é a força modeladora do pensamento, dependendo de sua intensidade, promoverá a consecução dos objetivos que o Espírito pretenda alcançar. O retorno ao reduto doméstico, por exemplo, algumas vezes é conseguido pelo anseio forte que o desencarnado demonstre, embora ele não perceba como o conseguiu.
O que o desencarnante leva consigo, da vida material para a espiritual? – Apenas as conquistas do intelecto e as realizações, boas ou más, no campo moral!
O pensamento, sendo a força por excelência na vida extrafísica, aqueles que se mantenham preocupados com os assuntos e bens da vida material recém-abandonada conservam-se presos a eles, o que lhes dificulta sobremaneira a ascensão a patamares espirituais mais elevados.
Uma expressiva quantidade de recém-libertos do corpo se compraz em manter-se ligada às sensações da vida física, na ilusão de que assim prolongariam a condição de “vivos”. Para conseguir tais sensações, alimentam-se das energias sugadas dos encarnados, que se lhes assemelham moral e intelectualmente.
Esses encarnados funcionam como “pontes vivas”. Os que se viciaram no álcool, nas drogas ou nos desvios da sensualidade conseguem justapor-se aos seus “hospedeiros”, sugando-lhes as energias encharcadas daquele estado vibratório que os satisfaz.
Há pessoas que se espantam ao saberem que o vampirismo é uma realidade; entretanto, nada há nisso de anormal. A permuta de energias é um acontecimento lógico, já que as duas mentes participantes objetivam o mesmo resultado!
É um erro muito generalizado às pessoas começarem a fazer pedidos de ajuda e proteção aos recém-desencarnados, como se somente o fato de haverem deixado a vida material lhes acrescentasse poderes que nunca possuíram.
Na grande maioria das desencarnações, os Espíritos não têm condição de resolver ao menos os problemas imediatos surgidos com a nova situação. As necessidades materiais continuam presentes, até que a sublimação da alma se complete.
O períspirito, que é o plano organogênico do corpo físico, mantém íntegros todos os sistemas do corpo somático; órgãos, vísceras e tecidos têm suas formações, partindo desse plano. (*)
Assim, ao desencarnar, os órgãos permanecem existindo no corpo espiritual, arrastando consigo as necessidades próprias de cada um. Com a natural evolução da alma, a satisfação das necessidades exigidas por eles vai desaparecendo, com tempo muito variável, de um Espírito para outro, até extinguir-se, já que o Espírito se mantém com outros recursos de alimentação energética, como a respiração e a absorção pranaiama.
Os desencarnados que fazem a passagem em elevado estado de debilidade são recolhidos a hospitais espirituais existentes nas regiões próximas à Crosta, onde são tratados quase como se encarnados fossem, e alimentados normalmente com caldos, sucos, etc. Na verdade, a necessidade desses recursos existe mais por causa do estado mental dos pacientes do que por exigência do corpo espiritual.
Não é imediatamente que o Espírito se liberta da escravidão dos sentidos. Somente à proporção que o domínio mental se vai ampliando e intensificando é que ele vai se inteirando da nova realidade, e eles, os sentidos, irão deixando de atuar como necessidade imperiosa.
REFORMADOR DEZ 2008
(*) Ver O consolador, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier. Ed. FEB, pergunta no 30.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A carta de Deus

Você é um ser humano, é o Meu Milagre. Você é forte, capaz, inteligente, e pleno de dons e talentos. Entusiasme-se com eles. Reconheça-se. Encontre-se. Aceite-se. Anime-se. Pense que desde este momento sua vida pode mudar para o bem, se você se propuser e se entusiasmar e, sobretudo, se perceber toda a felicidade que pode conseguir somente com o ato de desejá-la.
Você é a minha criação maior. Você é o Meu Milagre. Não tenha medo de começar uma nova vida. Como temer se você é o Meu Milagre? Você está dotado de poderes desconhecidos para todas as criaturas do Universo. Você é único. Ninguém é igual a você. Está somente em você aceitar o caminho da felicidade, enfrentá-lo e seguir adiante. Até o fim. Simplesmente porque você é livre.
Eu o fiz perfeito para que aproveitasse a sua capacidade e não para que se destruísse... Eu lhe dei o poder de pensar e o poder de imaginar, o de amar e o de criar, o de rir e o de falar, o da vontade e o da escolha. Eu lhe dei o poder de rezar e o poder de eleger o seu próprio destino usando a sua vontade.
O que você tem feito dessas imensas forças? Use sabiamente os seus poderes. Prefira amar em vez de odiar. Rir e não chorar. Criar e não descobrir. Prefira dar em vez de tirar. Atuar e não postergar. Prefira crescer em vez de consumir-se. Abençoar e não renegar. Prefira agradecer em vez de blasfemar. Prefira viver em vez de morrer miseravelmente à margem da verdade.
Aprenda a sentir a minha presença em cada ato de sua vida. Cresça cada dia em otimismo e esperança. Abandone os medos e os sentimentos negativos.
Eu sou a Luz e estou sempre com você. Chame-me. Procure-me. Lembre-se de Mim. Vivo em você desde sempre, amando-o e se você vem a Mim, encontrará o amor e a paz que tanto deseja.
Procure tornar-se simples, inocente, generoso, dadivoso, desperte sua capacidade de assombro e comova-se diante da Criação, sinta-se humano... porque, se você pode compreender uma lágrima ou a dor, pode conhecer o meu Amor. Não se esqueça de que você é o Meu Milagre; use seus dons, troque a escuridão pela luz, modifique o seu lugar contagiando-o com esperança, alegria, otimismo e faça-o sem temor, porque "EU ESTOU COM VOCÊ".

Depoimento de uma suicida


MESMO DESILUDIDOS, É PRECISO VIVER
NO HOSPITAL DE MARIA, NO PLANO ESPIRITUAL

Não existe olhar mais tristonho que o de remorsos, e por ali era só o que víamos. Aproximei-me de uma jovem que se havia atirado do alto de um edifício. Ela caminhava devagar; observando-a, pareceu-me estranha: era como se ela fosse de porcelana e houvesse trincado. Nas partes em que sofrera fratura no corpo físico, apresentava ainda dificuldade de movimentos.
Sorri. Meio envergonhado, retribuiu-me o sorriso, iniciando a conversação:
- És suicida?
- Não, não sou. Aqui me encontro em estudo.
Com triste expressão, falou:
- Deve ser muito bom vir até aqui na condição de estudante.
- Por que se suicidou?
- Fui abandonada pelo namorado e julguei que sem ele não suportaria viver.
- Irmã, há quanto tempo isso aconteceu?
- Há dez anos. O remorso me corrói o espírito. Muitas vezes me apalpo, procurando em mim algo que possa interromper a vida. Parece-me que desde aquele terrível dia jamais minha mente cessou de trabalhar; é um desespero constante. Por mais que eu receba ajuda, sinto-me consciente a cada momento do meu gesto impensado. Como é mesmo o teu nome?
- Luiz Sérgio – falei, estendendo minha mão em sinal de sincera amizade.
- Luiz Sérgio, não sei por que não existe na Terra campanhas de esclarecimento sobre o suicídio.
Fala-se tanto em aborto, em assassinato, em furto, mas ninguém se lembra de alertar sobre o pior dos crimes. Vamos até o jardim, sinto-me ainda muito cansada, lá saberás tudo.
Bem alojados sob um belo caramanchão florido, esperei pacientemente que ela iniciasse o relato:
- Tinha eu quinze anos quando conheci Alexandre. Foi amor à primeira vista: apaixonamo-nos, um pelo outro. Inebriante, entregamos-nos intimamente e, quando percebi, eu não era mais a querida namorada e sim a mulher da qual ele vinha se cansando. Fui ficando ciumenta, desesperada, insegura, e as minhas reclamações o cansavam cada vez mais. Um dia ameacei-o de contar tudo a meu pai. Olhando- me firmemente, redarguiu: “Não foste forte e cuca livre para assumir um caso? Então, tem agora dignidade pra compreender que tudo acabou. Foi belo enquanto durou”. Nem podes, Luiz, imaginar o que me aconteceu.
Ele tinha razão: eu não estava preparada para uma entrega tão íntima. Qualquer mulher, quando chega a uma situação como essa, precisa estar despojada de preconceitos e eu sempre sonhara entrar de braços dados com meu pai em uma igreja florida e o meu príncipe me esperando no altar com o olhar de homem apaixonado.
- Então, por que você iniciou essa aventura?
- Paixão e falta de coragem para negar.
- Mas hoje, Lucy, as menininhas estão indo nessa e, muitas se casando apenas por casar. Nem sempre a orientação sobre liberdade é a correta e assim vários jovens estão se vendo presos em uma rede de remorsos. Mas e depois? Conte minha irmã, eu a interrompi.
- Alexandre começou a me evitar. Bastava eu chegar onde ele estivesse, para que se retirasse. Um dia fui procurá-lo em sua casa e lá encontrei uma jovem de minha idade, que me foi apresentada como sua noiva. Abafei um grito em meu peito, tal a minha dor. Quando de lá saí, só desejava morrer. Chegando a casa, tomei a decisão e saltei, à procura da morte. Mas ela não existe e me vi estirada, toda moída, lá no asfalto. Perdi a noção do tempo; lembro-me apenas que uma velhinha sempre ficava ao meu lado, dando-me forca através da prece: era minha avozinha. Muitas vezes desejei levantar, mas podes imaginar alguém todo quebrado? Assim era a minha realidade. Pensei demais, ate que um dia minha avó ajudou-me a me erguer e, com dificuldade, conseguimos dali sair, chegando até um centro espírita. Graças às preces aos suicidas, recebemos um cartão que nos permitia um tratamento na própria casa. O meu sofrimento só cessaria quando eu tivesse setenta e cinco anos, época em que estava programado o meu desencarne natural.
- Irmã, por que tudo isso? Temos presenciado suicidas já conscientes, que não padeceram tanto.
- Luiz, muitos aprenderam a desencarnar, e depois, cada caso é um caso.
- E daí, Lucy? Pode continuar...
- Sim, faz-me muito bem recordar, principalmente os tratamentos nos grupos especializados. Ah, isso é ótimo! Gostaria de relatar. Éramos levados até o grupo mediúnico, pois que internados nos encontrávamos naquele Centro. Quando entrávamos na sala, muitos sentiam o odor forte, nós, principalmente, éramos atormentados com o cheiro dos nossos próprios corpos putrificados e, muitas vezes, tínhamos a impressão de que os vermes nos corroíam. O grupo mediúnico que prestava auxilio era composto de pessoas muito equilibradas, já que nós nos perdêramos por fraqueza. Não podes imaginar o alivio que experimentava o espírito de um suicida ao contato com um médium amoroso. Quando o mentor nos aproximava do médium, era como se o nosso espírito adormecesse, anestesiado pelos fluídos bons do encarnado, afastando-se de nós aquela desagradável sensação que vínhamos experimentando desde o instante do ato impensado. Muitos choravam quando eram retirados de juntos do médium; era como se nos tirassem o oxigênio. Luiz Sérgio existe tão poucos grupos que prestam ajuda aos suicidas! Para esses grupos, não são necessários médiuns de psicofonia, pois muitas vezes o suicida não deseja falar, almeja, apenas, deixar de sentir o desespero. Enganam-se aqueles que organizam grupo de auxilio ao suicida, somente com os chamados médiuns de incorporação. Os encarregados devem aproveitar aqueles que são ótimos auxiliares do Cristo, mas ainda esquecidos na Doutrina – os médiuns doadores. Só o contato do doente com um médium equilibrado já o beneficia. E ali, Luiz Sérgio, permaneci muitos meses, até que um dia fui trazida até aqui, onde já me sinto curada. Sei, entretanto, que levarei de volta, quando reencarnar, um corpo doente, porque eu mesma o destruí e só o meu coração regenerado poderá curar-me.
Esforçava-se para não chorar. Segurei a mão de Lucy e, com os olhos orvalhados de lágrimas, falei-lhe:
- Minha querida irmã, jamais a esquecerei; sempre que eu puder, virei revê-la. Você representa também para mim uma mão estendida. Mão esta que precisou ser marcada pela dor, para voltar à vida.
- Obrigada, Luiz Sérgio, fico contente por ter-te conhecido. És muito bacana; a tua alegria me fez lembrar o passado, quando eu sonhava em ser feliz.
- Sonhava não, Lucy, sonha, porque como diz Ocaj: “Não assassinemos as nossas realidades para não distanciarmos nossos sonhos”.
Ela me fitou e pela primeira vez vi a esperança naqueles belos olhos azuis. Apertando bem forte sua mão, despedi-me. Caminhei, pensando: “Deus, como sois poderoso em tão bem nos compreender. Se hoje nada desejamos, amanhã, em busca de algo nos encontraremos e assim, Pai, ides compreendendo as nossas fraquezas e não nos ofertando por ofertar e sim, quando , quando já adultos, soubermos o que desejamos. Hoje, Senhor, peço-Vos por todos aqueles que vivem duras e cruéis realidades e estão em vias de deixar tudo para trás através do suicídio. Fortalecei, Senhor, os Seus protetores para que possam segurar bem firme essas almas em desespero”.
Que estas linhas possam chegar às mãos de todos aqueles que desesperados se encontram e que eles saibam que deste lado do horizonte existe alguém que todos os dias pede a Deus muita paz e muito amor para todos os seus irmãos.
“Eu amos todos vocês, meus queridos amigos”.
Mãos Estendidas – Luiz Sérgio – cap. V – pág. 29

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Chico Xavier

Nunca quis mudar a religião
de ninguém, porque,
positivamente, não acredito
que a religião "A" seja melhor
que a religião "B"... Nas
origens de toda religião
cristã está o Pensamento
de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Quem seguir o
Evangelho... Se Allan Kardec
tivesse escrito que 'fora do
Espiritismo não há
salvação', eu teria ido por
outro caminho. Graças a
Deus ele escreveu 'Fora da
Caridade', ou seja, fora do
Amor não há salvação...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Preconceito

Aconteceu num voo da British Airways entre Johanesburgo, na África, e Londres, na Inglaterra.
Uma senhora branca, de uns cinquenta anos, senta-se ao lado de um negro.
Visivelmente perturbada, ela chama a comissária de bordo.
Qual é o problema? - Pergunta a moça.
Mas, você não está vendo? - Responde a senhora. Você me colocou ao lado de um negro. Eu não consigo ficar ao lado de gente desta classe. Quero que você me dê outro assento.
Por favor, acalme-se. Quase todos os lugares deste voo estão tomados. Vou ver se há algum lugar disponível.
A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.
Minha senhora, como eu suspeitava, não há nenhum lugar vago na classe econômica. Conversei com o comandante e ele me confirmou que não há mais lugar na classe executiva. Entretanto, ainda temos um assento na primeira classe.
Antes que a senhora pudesse fazer qualquer comentário ou esboçar um gesto, a comissária continuou:
É totalmente inédito o fato de a companhia conceder um assento de primeira classe a alguém da classe econômica. Contudo, dadas as circunstâncias, o comandante considerou que seria verdadeiramente vergonhoso alguém ser obrigado a se sentar ao lado de uma pessoa intratável.
E, dirigindo-se ao senhor negro que, até aquele momento ficara sempre calado, ouvindo as agressões da senhora, que parecia tão distinta, a comissária complementou:
Senhor, se for de sua vontade, faça o favor de apanhar os seus pertences e me acompanhar. Eu o encaminharei para um assento na primeira classe, que está à sua espera.
E todos os passageiros ao redor, que acompanhavam a cena, muito chocados, levantaram-se e bateram palmas.
* * *
O preconceito é próprio dos orgulhosos. Expressa, em verdade, a estreiteza de visão da criatura.
Todos os seres humanos são formados dos mesmos elementos. Têm as mesmas necessidades, como seja de comer, beber, dormir, amar e sonhar.
Não há, pois, motivo algum para que alguém se julgue mais importante ou superior a quem quer que seja.
Qual a importância da cor da pele? Se apagarmos as luzes de uma sala cheia de pessoas e nos tocarmos no escuro, saberemos distinguir os brancos dos negros e esses dos amarelos?
Se chegássemos em uma aldeia indígena, onde os seus componentes jamais tivessem visto um homem branco, eles nos estranhariam. Reclamariam da palidez da nossa pele e seríamos ali um elemento muito diferente.
Que se diria se, em um canteiro de rosas viçosas, abertas, perfumadas, as de cor vermelha, aveludadas, desprezassem as amarelas? Não acharíamos grande tolice?
Pois o mesmo se aplica aos seres humanos.
* * *
A única superioridade que devemos perseguir, com ardor, é a superioridade moral.
Ela nos conferirá fraternidade, amor e justiça, afastando de nós todo preconceito, egoísmo e orgulho, porque nos elevará à condição de verdadeiros filhos de Deus.

Redação do Momento Espírita, com base no
artigo Racismo, de autoria desconhecida.
5.9.2012.

http://doutrinafilosofica.blogspot.com.br/

Onde está Deus?

Oito e dez anos, dois irmãos "do barulho".
Qualquer confusão na pequena cidade invariavelmente envolvia os pirralhos.
A mãe, preocupada com o futuro dos encapetados rebentos, pediu ajuda ao pároco. O sacerdote recomendou que os levassem à igreja separadamente.
Primeiro o mais novo.
Fê-lo sentar-se na sacristia, sozinho, diante dele.
Tratou logo de intimidá-lo, trovejando:
- Onde está Deus?!
Encolhido na cadeira, o garoto o contemplava pasmo, olhos esbugalhados, boca escancarada, mãos trêmulas...
- Onde está Deus?!
Ante seu mutismo, o padre ergueu ainda mais a voz, e, dedo em riste, bradou, tonitruante:
- Onde está Deus?!
Pondo-se a gritar, apavorado o menino fugiu em desabalada carreira. Direto para casa. Escondeu-se no armário em seu quarto.
Quando o irmão mais velho o encontrou, pálido e agitado, perguntou o que acontecera.
O pobre, tentando recuperar o fôlego, gaguejou:
- Cara, desta vez estamos mesmo encrencados. Deus sumiu! O padre acha que a culpa é nossa!
Essa história evoca um problema atual.
O sumiço de Deus.
Bem sabemos que é impossível.
Cérebro criador, consciência cósmica do Universo, o Criador está sempre presente, aqui, além, acolá, dentro de nós mesmos...
O que anda sumida é a consciência de Sua presença imanente, o Senhor Supremo que tudo vê; que exercita infalível justiça, premiando os bons e corrigindo os maus.
As pessoas não duvidam de Sua existência, mas pensam e agem como se Deus estivesse de férias.
Crimes, roubos, vícios, mentiras, maldades, grandes e pequenos deslizes, em relação às leis divinas, são cometidos, incessantemente, sem que os autores se dêem conta de que estão sendo observados pelo Criador.
Daí a força do mal no mundo, embora sob controle do Supremo Bem.
Haverá substanciais mudanças no comportamento humano quando esse "sumiço" for resolvido.
Podemos fazer um teste em relação ao assunto.
Sugiro, leitor amigo, que durante todo um dia desenvolva suas atividades atento à presença divina.
por Richard Simonetti - Da Revista: Visão Espírita.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Casamento Planejado


Sérgio Ribeiro - Espíritas no Mundo

1 - Os Espíritos que reencarnam planejam seu casamento na Terra?
Sim, quando esclarecidos e conscientes de suas necessidades, o que não ocorre com multidões que retornam à carne atendendo ao automatismo reencarnatório. 

2 - Não há da parte dos mentores espirituais o cuidado de planejar algo a respeito?
Há sempre um acompanhamento e um empenho de orientação, mas é preciso considerar que planejamento implica em consciência de responsabilidade, que não é o forte dos Espíritos imaturos que habitam nosso planeta de expiação e provas.

3 - Podemos dizer que os casamentos que dão certo são aqueles que foram planejados?
Estes têm melhores chances, mas também podem fracassar. Nossa visão na Espiritualidade é bem mais objetiva. Identificamos com clareza nossas necessidades e o que nos cumpre fazer. Na Terra é frequente prevalecerem nossas paixões, pondo a perder, não raro, planos cuidadosamente elaborados.

4 - Quando o casamento não dá certo, ainda que planejado, é lícito partir para nova experiência afetiva?
O livre-arbítrio outorga-nos a possibilidade de recompor nossa vida nos domínios da afetividade e os próprios mentores espirituais podem nos auxiliar nesse mister. Tudo o que desejam é que tenhamos aprendido algumas lições e não nos incorramos mesmos enganos que determinaram o fracasso anterior.

5 - Como fica nosso compromisso com o cônjuge do qual nos separamos?
Normalmente o casamento objetiva harmonização de Espíritos que se reúnem no lar, consolidando laços de afetividade ou desfazendo nós de animosidade. Se isso não ocorre, fatalmente nos reencontraremos para novas experiências em comum.

6 - Voltaremos à condição de cônjuges?
A misericórdia divina poderá facultar uma mudança de posições nesse relacionamento, ligando-nos por laços de consanguinidade — pai e filha, mãe e filho ou como irmãos — que exercem poderosa influência nessa harmonização.

7 - Há registro de pessoas que colecionam casamentos, em uniões efêmeras. Ao desencarnar, com quem ficarão?
Com a solidão, em estágios depuradores nas regiões umbralinas. Ali terão a oportunidade de refletir sobre tendências inferiores não combatidas que inviabilizaram uma convivência estável e proveitosa.

8 - Como ser feliz no casamento?
Sendo feliz antes dele. A felicidade é uma realização pessoal que pede esforço por entender os objetivos da existência humana e empenho por cumprir os desígnios divinos. Pessoas felizes, que cumprem a vontade de Deus, fazem casamentos felizes.

PAIS DIVORCIADOS


1 - Sou Inseguro e introvertido. Posso atribuir esses sentimentos ao fato de que meus pais se separaram quando eu era apenas um garoto?
As limitações de nossa personalidade podem ser acentuadas ou minimizadas, de conformidade com o ambiente em que vivemos particularmente na infância. No fundo, porém, constitui nossa herança psicológica de outras vidas, o substrato do que fomos ao pretérito. Por isso é temerário afirmar serem a insegurança e a introversão frutos de um lar desfeito.
2 - Viver num lar sem pai ou sem mãe é fatalidade, destino?
Se assim fosse seus pais estariam destinados ao desentendimento e à separação. Ninguém reencarna com esse objetivo.
3 - Então a culpa é deles próprios?
Jesus dizia que a separação ocorre por causa da dureza de nossos corações.
4 - Fui vítima, então, da imaturidade e da intransigência de meus pais?
As contingências da vida alteram-se de conformidade com o livre-arbítrio das pessoas, mas jamais enfrentaremos dores e limitações imerecidas.

5 - De qualquer forma, posso considerar tal situação como uma provação que não escolhi, resultando da situação gerada por eles?
O aluno aplicado trata de resolver o problema que lhe é apresentado sem questionar a escola ou o professor. Considere ainda que sempre há algo em nosso passado a justificar os problemas do presente.
6 - Por mais que me esforce, sinto dificuldade em harmonizar-me com ambos, na atual conjuntura. Brigo muito com eles. Sou agressivo. Por que não consigo controlar-me?
Inconscientemente você se sente lesado pela separação. Quer puni-los. Daí a agressividade.
7 - Sim, mas se pensassem nos filhos teriam evitado tantos transtornos...
Realmente, o grande problema do relacionamento humano é esse. As pessoas pensam muito em si mesmas. Daí as tolices e injustiças que cometem. O mesmo está acontecendo com você. Está com pena de si mesmo. Sente-se infeliz porque o abandonaram. Corta essa, meu amigo. Não perca tempo verrumando feridas. Não perca a existência cultivando a volúpia da mágoa.
8 - Devo perdoá-los...
Perdoá-los de quê? Acaso separaram-se para magoá-lo? Não foram eles vitimas das próprias limitações? Não lhes cobrou a separação pesado tributo de mágoas, angústias e frustrações? Deseja-se um relacionamento familiar ajustado, pare com as cobranças. Antes cobre muito de si mesmo. Quando aprendemos a identificar nossas próprias mazelas fica fácil relevar as mazelas alheias.
Richard Simonett

sábado, 20 de outubro de 2012

OS FLUIDOS SEGUNDO ANDRÉ LUIZ


FLUIDOS EM GERAL - Definimos o fluido, dessa ou daquela procedência, como sendo um corpo cujas moléculas cedem invariavelmente à mínima pressão, movendo-se entre si, quando retidas por um agente de contenção, ou separando-se, quando entregues a si mesmas. Temos assim, os fluidos líquidos, elásticos ou aeriformes e os outrora chamados fluidos imponderáveis, tidos como agentes dos fenómenos luminosos, caloríficos e outros mais.
FLUIDO VIVO - No plano espiritual, o homem desencarnado vai lidar, mais directamente, com um fluido vivo e multiforme, estuante e inestancável, a nascer-lhe da própria alma, de vez que podemos defini-lo, até certo ponto, por subproduto do fluido cósmico, absorvido pela mente humana, em processo vitalista semelhante à respiração, pela qual a criatura assimila a força emanante do Criador, esparsa em todo o Cosmo, transubstanciando-a, sob a própria responsabilidade, para influenciar na Criação, a partir de si mesma.
Esse fluido é o seu próprio pensamento contínuo, gerando potenciais energéticos com que não havia sonhado. Decerto que na esfera nova de acção, a que se vê arrebatado pela morte, encontra a matéria conhecida no mundo, em nova escala vibratória. Elementos atómicos mais complicados e subtis, aquém do hidrogénio e além do urânio, em forma daquela em que se caracterizam na gleba planetária, engrandecem-lhe a série estequio-genética. O solo do mundo espiritual estruturado com semelhantes recursos, todos eles raiando na quinta-essência, corresponde ao peso específico do Espírito, e, detendo possibilidades e riquezas virtuais, espera por ele a fim de povoar-se de glória e beleza, porquanto, se o plano terrestre é o seio tépido da vida em que o princípio inteligente deve nascer, medrar, florir e amadurecer em energia consciente, o plano espiritual é a escola em que a alma se aperfeiçoará em trabalho de frutescência antes que possa desferir mais amplos vôos no rumo da Luz Eterna.
"A consciência, aprendendo a realizar complexas transubstanciações de força nas diversas linhas da Natureza, em se adaptando aos continentes da esfera extra-física, passa a manobrar com os fenómenos de mentação e reflexão, de que o pensamento é a base fundamental."
PLASMA CRIADOR DA MENTE - É pelo fluido mental com qualidades magnéticas de indução que o progresso se faz notavelmente acelerado. Pela troca dos pensamentos de cultura e beleza, em dinâmica expansão, os grandes princípios da Religião e da Ciência, da Virtude e da Educação, da Industria e da Arte descem das Esferas Sublimes e impressionam a mente do homem, traçando-lhe profunda renovação ao corpo espiritual, a reflectir-se no veículo físico que, gradativamente, se acomoda a novos hábitos. Épocas imensas despenderam o princípio inteligente para edificar os prodígios da sensação e do automatismo, do instinto e da inteligência rudimentar; entretanto, com a difusão do plasma criador oriundo da mente, em circuitos contínuos, consolida-se a reflexão avançada entre o Céu e a Terra, e os fluidos mentais ou pensamentos actuantes, no reino da alma, imprimem radicais transformações no veículo fisio-psicossomático, associando e desassociando civilizações numerosas para construí-las de novo, em que o homem, herdeiro da animalidade instintiva, continua, até hoje, no trabalho progressivo de sua própria elevação aos verdadeiros atributos da Humanidade.
Fonte: Livro "Evolução em Dois Mundos" - André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira - Cap. XIII – Ed. FEB

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A VESTE DOS ESPÍRITOS

Inúmeros são os relatos daqueles que dizem ter visto anjos, santos. Ao longo da história, alguns desses videntes foram tidos como loucos ou alucinados.
Durante a Idade Média, eram tidos por bruxos e fogueiras foram alimentadas com seus corpos, toda vez que insistiam em afirmar a veracidade das suas visões.
Na França do século XV, uma menina de treze anos passou a ter visões. Chamava-se Joana e viria a se tornar a heroína da França.
De uma França destroçada pela ausência de amor patriótico, que ela bem soube reacender nas almas.
Joana d'Arc identificava especialmente três dos Espíritos que lhe apareciam como sendo Santa Catarina, Santa Margarida e São Miguel.
Sabe-se que São Miguel nunca declarou a ela se chamar assim. É ela que o denomina dessa forma.
Talvez por ele lhe aparecer trajado da forma que vira, na igreja de sua infância, onde ia orar diariamente, a imagem de pedra como sendo dessa personalidade.
Quanto à Santa Catarina e Santa Margarida, essas são designadas a Joana pelo próprio São Miguel.
Durante os interrogatórios a que foi submetida em seu processo de condenação, ela afirmou: Vi São Miguel e os anjos com os olhos do meu corpo, tão perfeitamente como vos vejo.
E, quando se afastavam de mim, eu chorava e bem quisera que me levassem consigo.
Mas ela não somente vê e ouve maravilhosamente essas criaturas, como também as sente pelo tato e pelo olfato.
Toquei em Santa Catarina, que me apareceu visivelmente. E, referindo-se às duas santas, continua: Abracei-as ambas. Rescendiam perfumes. É bom se saiba que rescendiam perfumes.
Certa feita, quando lhe perguntaram se esses santos da igreja lhe apareciam nus, de uma forma inteligente, ela contra-argumenta:
Por que me indagais isso? Acreditais que Deus não teria com que vesti-los?
Aqueles que têm visões se referem a indumentárias simples, desataviadas, como uma grande veste branca. Outros descrevem com detalhes roupas e adereços, próprios da época em que viveram os personagens que se lhes apresentam à visão.
Deveria transcorrer o tempo e revelações da própria Espiritualidade nos serem feitas, para que pudéssemos entender um pouco mais a respeito desse mundo espiritual, de onde viemos e para onde retornaremos.
Não existe o vácuo, o vazio em parte alguma. Tudo está cheio do hálito de Deus, fluido Universal.
E é desse fluido que, ao sabor da própria vontade, cada Espírito se serve para reproduzir as vestes que deseja, sobretudo, quando se mostra à visão mediúnica, a fim de ser identificado.
Bem tinha razão a jovem heroína em afirmar que Deus tinha com que vestir os Espíritos.
E, em palavras simples, nos ensinou que o mundo espiritual é de grande riqueza, superando em muito as tantas que conhecemos no planeta que habitamos.
É um mundo de ação, beleza, perfumes. Um mundo que nos cerca e que convive conosco, os que transitamos pela carne, temporariamente.
Um mundo povoado de seres que por nós velam e nos protegem.

Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 4 e 11 do livro Joana d’Arc (médium), de Léon Denis, ed. Feb

terça-feira, 16 de outubro de 2012

REGRESSÃO DE MEMÓRIA.


Se fomos trazidos à Terra para esquecer o nosso passado, valorizar o presente e preparar em nosso beneficio o futuro melhor, porque provocar a regressão de memória do que fomos ou fizemos, simplesmente por questões de curiosidade vazia, ou buscar aqueles que foram nossos companheiros, a fim de regressar aos desequilíbrios que hoje resgatamos?
A nossa própria existência atual nos apresentará as tarefas e provas que, em si, são a recapitulação de nosso passado em nossas diversas vidas, ou mesmo, somente de nossa passagem última na Terra fixada no mundo físico, curso de regeneração em que estamos integrados nas chamadas provações de cada dia.
Por que efetuar a regressão de memória, unicamente para chorar a lembrança dos pretéritos episódios infelizes, ou exibirmos grandeza ilusória em situações que, por simples desejo de leviana retomada de acontecimentos, fomos protagonistas, se já sabemos, especialmente com Allan Kardec, que
 estamos eliminando gradativamente as nossas imperfeições naturais ou apagando o brilho falso de tantos descaminhos que apenas nos induzirão a erros que não mais desejamos repetir?
Sejamos sinceros e lancemos um olhar para nossas tendências.
Emmanuel
Reformador (FEB) Dezembro 1991

A LIÇÃO DA CAVEIRA


Um príncipe, orgulhoso da sua realeza, foi certo dia caçar em lugar montanhoso e afastado.
A certa altura de seu caminho, viu um velho eremita, sentado diante de sua gruta, e muito atento a considerar uma caveira que tinha nas mãos.
Indignado por não lhe ter o velho dado a menor atenção, nem sequer levantado os olhos para a luzida companhia de caçadores, o príncipe aproximou-se dele, e disse-lhe, entre rude e zombeteiro:
- Levanta-te quando por ti passa o teu senhor! Que podes ver de tão interessante nessa, pobre caveira, que chegas a te abstrair da passagem de um príncipe e tantos poderosos fidalgos?
O eremita, erguendo para ele os olhos mansos, respondeu, em voz singularmente e sonora:
- Perdoa, Senhor. Eu estava procurando se esta caveira tinha pertencido a um mendigo ou a príncipe, mas não consigo distinguir de quem seja. Nestes ossos nada há que me diga se a carne que os revestiu repousou em travesseiros de plumas ou nas pedras das estradas. Eu não saberia dizer se devia levantar-me ou conservar-me sentado diante daquele que em vida foi dono deste crânio anônimo.
O príncipe, cabeça baixa, prosseguiu o seu caminho, mas a caçada não teve, naquele dia, qualquer encanto para ele. A lição da caveira abatera-lhe o orgulho.

sábado, 13 de outubro de 2012

Pensamentos e Fluidos

“Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).
Vimos que o pensamento exerce uma poderosa influência nos fluidos espirituais, modificando suas características básicas. Os pensamentos bons impõem-lhes luminosidade e vibrações elevadas que causam conforto e sensação de bem estar às pessoas sob sua influência. Os pensamentos maus provocam alterações vibratórias contrárias às citadas acima. Os fluidos ficam escuros e sua ação provoca mal estar físico e psíquico.
Pode-se concluir assim, que em torno de uma pessoa, de uma família, de uma cidade, de uma nação ou planeta, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia vibratoriamente, segundo a natureza moral dos Espíritos envolvidos.
À atmosfera fluídica associam-se seres desencarnados com tendências morais e vibratórias semelhantes. Por esta razão, os Espíritos superiores recomendam que nossa conduta, nas relações com a vida, seja a mais elevada possível. Uma criatura que vive entregue ao pessimismo e aos maus pensamentos, tem em volta de si uma atmosfera espiritual escura, da qual aproximam-se Espíritos doentios. A angústia, a tristeza e a desesperança aparecem, formando um quadro físico-psíquico deprimente, que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus.
“A ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais tem conseqüências de importância direta e capital para os encarnados. Desde o instante em que tais fluidos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades boas ou más, dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos” - (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).
À medida que cresce através do conhecimento, o homem percebe que suas mazelas, tanto físicas quanto espirituais, é diretamente proporcional ao seu grau evolutivo e que ele pode mudar esse estado de coisas, modificando-se moralmente. Aliando-se a boas companhias espirituais através de seus bons pensamentos, poderá estabelecer uma melAhor atmosfera fluídica em torno de si e, consequentemente, do ambiente em que vive. Resumindo, todos somos responsáveis pelo estado de dificuldades morais que vive o planeta atualmente.
“Melhorando-se, a humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus. Se um dia a Terra chegar a não ser povoada senão por homens que, entre si, praticam as leis divinas do amor e da caridade, ninguém duvida que não se encontrem em condições de higiene física e moral completamente outras que as hoje existentes” - (Allan Kardec - Revista Espírita, Maio, 1867)
       Allan Kardec-autor

Fonte:Instituto Chico Xavier

A Alma

A alma vem de Deus; é, em nós, o princípio da inteligência e da vida. Essência, misteriosa, escapa à análise, como tudo quanto dimana do Absoluto. Criada por amor, criada para amar, tão mesquinha que pode ser encerrada numa forma acanhada e frágil, tão grande que, com um impulso do seu pensamento, abrange o Infinito, a alma é uma partícula da essência divina projetada no mundo material.

Desde a hora em que caiu na matéria, qual foi o caminho que seguiu para remontar até ao ponto atual da sua carreira? Precisou passar vias escuras, revestir formas, animar organismos que deixava ao sair de cada existência, como se faz com um vestuário inútil. Todos estes corpos de carne pereceram, o sopro dos destinos dispersou-lhe as cinzas, mas a alma persiste e permanece na sua perpetuidade, prossegue sua marcha ascendente, percorre as inumeráveis estações da sua viagem e dirige-se para um fim grande e apetecível, um fim que é a perfeição.
A alma contém, no estado virtual, todos os germens dos seus desenvolvimentos futuros. É destinada a conhecer, adquirir e possuir tudo. Como, pois, poderia ela conseguir tudo isso numa única existência? A vida é curta e longe está a perfeição! Poderia a alma, numa vida única, desenvolver o seu entendimento, esclarecer a razão, fortificar a consciência, assimilar todos os elementos da sabedoria, da santidade, do gênio? Para realizar os seus fins, tem de percorrer, no tempo e no espaço, um campo sem limites. É passando por inúmeras transformações, no fim de milhares de séculos, que o mineral grosseiro se converte em diamante puro, refratando mil cintilações. Sucede o mesmo com a alma humana.

O objetivo da evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nós tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste. Se há na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é o instrumento por excelência da educação e do progresso, um estimulante para o ser, que, sem ele, ficaria retardado nas vias da sensualidade. A dor, física e moral, forma a nossa experiência. A sabedoria é o prêmio.

Pouco a pouco a alma se eleva e, conforme vai subindo, nela se vai acumulando uma soma sempre crescente de saber e virtude; sente-se mais estreitamente ligada aos seus semelhantes; comunica mais intimamente com o seu meio social e planetário. Elevando-se cada vez mais, não tarda a ligar-se por laços pujantes às sociedades do Espaço e depois ao Ser Universal.

Assim, a vida do ser consciente é uma vida de solidariedade e liberdade. Livre dentro dos limites que lhe assinalam as leis eternas, faz-se o arquiteto do seu destino. O seu adiantamento é obra sua . Nenhuma fatalidade o oprime, salvo a dos próprios atos, cujas conseqüências nele recaem; mas, não pode desenvolver-se e medrar senão na vida coletiva com o recurso de cada um e em proveito de todos. Quanto mais sobe, tanto mais se sente viver e sofrer em todos e por todos. Na necessidade de se elevar a si mesmo, atrai a si, para fazê-los chegar ao estado espiritual, todos os seres humanos que povoam os mundos onde viveram. Quer fazer por eles o que por ele fizeram os seus irmãos mais velhos, os grandes Espíritos que o guiaram na sua marcha.

A Lei de justiça requer que, por sua vez, sejam emancipadas, libertadas da vida inferior todas as almas. Todo ser que chega à plenitude da consciência deve trabalhar para preparar aos seus irmãos uma vida suportável, um estado social que só comporte a soma de males inevitáveis. Esses males, necessários ao funcionamento da lei de educação geral, nunca deixarão de existir em nosso mundo, representam uma das condições da vida terrestre. A matéria é o obstáculo útil; provoca o esforço e desenvolve a vontade; contribui para a ascensão dos seres impondo-lhes necessidades que os obrigam a trabalhar. Como, sem a dor, havíamos de conhecer a alegria; sem a sombra, apreciar a luz; sem a privação, saborear o bem adquirido, a satisfação alcançada? Eis aqui a razão por que encontramos dificuldades de toda sorte em nós e em volta de nós.
por Leon Denis - Do livro: Depois da Morte

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Reencarnação de alguns Dias

Sérgio Ribeiro
Seis bebês, nascidos na maternidade do Centro de Atenção Integral à Mulher da Unicamp, despediram-se da vida antes mesmo de conhecerem os pais ou virem a luz do sol. Vitimados por uma bactéria letal, a enterobacter cloacai, os recém-nascidos deixaram o mundo sem mesmo terem tido um nome. Uma passagem rápida que provocou
dor, tristeza e lágrimas e deixa ainda, como saldo, um inquérito administrativo que em breve terá apurado as responsabilidades.
Desoladas, aquelas mães retornaram ao lar sem uma vida nos braços,,"para ouvir o consolo da morte", dizia irmã Isolete, freira ligada à Pastoral da Periferia: "O consolador não sabe o que falar, o consolador não sabe o que responder. Ficam todos juntos, abraçados numa dor comum".
Em O Livro dos Espíritos, lemos na questão n° 346 a 347: Qual a utilidade das mortes prematuras?
Os Espíritos dizem que tais ocorrem, as mais das vezes, por imperfeições da matéria. Quanto à utilidade de existências tão curtas para o reencarnante, dizem: "O ser não tem então consciência plena da sua existência. Assim, a importância da morte é quase nenhuma. O que há nesses casos de morte prematura é uma provação para os pais".
No capítulo da Pluralidade das Existências, da obra citada, Kardec inquire os Espíritos superiores sobre a sorte das crianças depois da morte. "A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais", respondem eles.
Sob o prisma da reencarnação, mais claros se tornam esses aparentes enigmas da vida. A Providência Divina nada faz de inútil. Naquelas vidas ceifadas em plena floração, em 15 de junho, na maternidade da Unicamp, a Justiça Divina agiu. Misericordiosa como é, poderá permitir que retornem na mesma família, em circunstâncias outras.
Nesse ponto, cabe ressaltar aqui outra pergunta em O Livro dos Espíritos, n° 199a. Que sucede ao Espírito de uma criança que morre pequenina? "Recomeça outra existência", eis a resposta.
Richard Simonetti, no livro QUEM TEM MEDO DA MORTE?, escreveu um capítulo sobre mortes prematuras, sob o título "Por que morrem as flores".
Diz ele: "Crianças portadoras de graves problemas congênitos, que culminam com a desencarnação, poderão, se oportuno, reencarnar na mesma família, passado algum tempo em melhores condições de saúde e com mais ampla disposição para enfrentar as provações da Terra".
Seja a prova para os pais ou para o reencarnante, em última análise, num e noutro caso opera-se a Justiça de Deus. Eis pois aí, na multiplicidade das existências, a luz revelando as Leis Maiores da Vida.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A ESCRAVIDÃO NO BRASIL VISTA PELA ÓTICA ESPÍRITA


A implantação da escravatura em nosso País, uma das características do Brasil colonial objeto do livro “O amor é para sempre”, de Cristina Sena, coincidiu praticamente com o descobrimento, ou seja, poucos anos depois da chegada de Pedro Álvares Cabral às terras brasileiras iniciava-se aqui o sistema escravagista, analisado desta forma no cap. V do livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, de autoria de Humberto de Campos, psicografado pelo médium Chico Xavier:
“ – Ismael (disse Jesus ao protetor espiritual do Brasil), asserena teu mundo íntimo no cumprimento dos sagrados deveres que te foram confiados. Bem sabes que os homens têm a sua responsabilidade pessoal nos feitos que realizam em suas existências isoladas e coletivas. Mas, se não podemos tolher-lhes aí a liberdade, também não podemos esquecer que existe o instituto imortal da justiça divina, onde cada qual receberá de conformidade com os seus atos.
“Havia eu determinado que a Terra do Cruzeiro se povoasse de raças humildes do planeta, buscando-se a colaboração dos povos sofredores das regiões africanas; todavia, para que essa cooperação fosse efetivada sem o atrito das armas, aproximei Portugal daquelas raças sofredoras, sem violências de qualquer natureza. A colaboração africana deveria, pois, verificar-se sem abalos perniciosos, no capítulo das minhas amorosas determinações.
“O homem branco da Europa, entretanto, está prejudicado por uma educação espiritual condenável e deficiente. Desejando entregar-se ao prazer fictício dos sentidos, procura eximir-se aos trabalhos pesados da agricultura, alegando o pretexto dos climas considerados perniciosos. Eles terão a liberdade de humilhar os seus irmãos, em face da grande lei do arbítrio independente, embora limitado, instituído por Deus para reger a vida de todas as criaturas, dentro dos sagrados imperativos da responsabilidade individual; mas, os que praticarem o nefando comércio sofrerão, igualmente, o mesmo martírio, nos dias do futuro, quando forem também vendidos e flagelados em identidade de circunstâncias.
“Na sua sede nociva de gozo, os homens brancos ainda não perceberam que a evolução se processa pela prática do bem e que todo o determinismo de Nosso Pai deve assinalar-se pelo ‘amai o próximo como a vós mesmos’.
“Ignoram voluntariamente que o mal gera outros males com um largo cortejo de sofrimentos. Contudo, através dessas linhas tortuosas, impostas pela vontade livre das criaturas humanas, operarei com a minha misericórdia. Colocarei a minha luz sobre essas sombras, amenizando tão dolorosas crueldades. Prossegue com as tuas renúncias em favor do Evangelho e confia na vitória da Providência Divina.”

*Depois de registrar no seu livro a fala acima transcrita, Humberto de Campos (Espírito) descreve as sucessivas provações que se abateram sobre Portugal e sua gente, que desse modo expiavam a dor imposta aos africanos escravizados, e por fim observa:
“Os filhos da África foram humilhados e abatidos, no solo onde floresciam as suas bênçãos renovadoras e santificantes; o Senhor, porém, lhes sustentou o coração oprimido, iluminando o calvário dos seus indizíveis padecimentos com a lâmpada suave do seu inesgotável amor. Através das linhas tortuosas dos homens, realizou Jesus os seus grandes e benditos objetivos, porque os negros das costas africanas foram uma das pedras angulares do monumento evangélico do Coração do Mundo. Sobre os seus ombros flagelados, carrearam-se quase todos os elementos materiais para a organização física do Brasil e, do manancial de humildade de seus corações resignados e tristes, nasceram lições comovedoras, imunizando todos os espíritos contra os excessos do imperialismo e do orgulho injustificáveis das outras nações do planeta, dotando-se a alma brasileira dos mais belos sentimentos de fraternidade, de ternura e de perdão.” 
(Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, cap. V.)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A Dor

A dor é a nossa companheira até o momento de nossa integração total com a Divina Lei.
Recebe-nos no mundo, oculta nos berços enfeitados, espreita-nos no colo materno e segue-nos a experiência infantil...
Depois, observa-nos a mocidade, misturando seus raios, quase sempre incompreensíveis, com os nossos cânticos de esperanças e, atravessado o pórtico de nossa comunhão com a madureza espiritual, incorpora-se à nossa luta de cada instante...
Respira conosco, infatigavelmente marcha ao nosso lado, passo a passo, e, ainda que não queiramos, lê, sem palavras para o nosso coração, a cartilha da experiência.
Então, algo renovador se realiza dentro de nós, sem que percebamos, e, um dia, comparece em nossa estrada, conduzindo-nos à morte e à aparente separação; mas, se aceitamos as bênçãos do seu apostolado sublime, converte-se, a estranha companheira dos nossos destinos, em suave benfeitora, preparando-nos para a vitória divina, de vez que só ela é bastante forte e bastante serena para sustentar-nos até o ingresso feliz, no Reino Celestial.
Meimei

O Passe

Luz de uma Nova Era
O passe espírita é simplesmente a imposição
das mãos, usada e ensinada por Jesus como
se vê nos Evangelhos. Origina-se das
práticas de cura do Cristianismo Primitivo.
Sua fonte humana e divina são as mãos de
Jesus. Mas há um passado histórico que não
podemos esquecer. Desde as origens da
vida humana na terra encontramos os ritos
de aplicação dos passes, não raro
acompanhados de rituais, como sopro, a
fricção das mãos, a aplicação de saliva e até
mesmo (resíduo do rito do barro), a mistura
de saliva e terra para aplicação no doente.
No próprio Evangelho vamos a descrição da
cura de um cego por Jesus usando essa
mistura. Mas Jesus agiu sempre, em seus
atos e em suas práticas, de maneira que
essas descrições, feitas entre quarenta e
oitenta anos após a sua morte, podem ser
apenas influência de costumes religiosos da
época. Todo o seu ensino visava afastar os
homens das superstições vigentes no
tempo. Essas incoerências históricas, como
advertiu Kardec, não podem provir dele, mas
dos evangelistas. Caso, contrário, Jesus teria
procedido de maneira incoerente no
tocante aos seus ensinos e seus exemplos, o
que seria absurdo.
O passe espírita não comporta as
encenações e gesticulações em que hoje
envolveram alguns teóricos improvisados,
geralmente ligados a antigas correntes
espiritualistas de origem mágica ou
feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do
passe espírita dependem do espírito e não
da matéria, da assistência espiritual do
médium passista e não dele mesmo. Os
passes padronizados e classificados derivam
de teorias e práticas mesméricas,
magnéticas e hipnóticas de um passado já
há muito superado. Os espíritos realmente
elevados não aprovam nem ensinam essas
coisas, mas à prece e a imposição das mãos.
Toda a beleza espiritual do passe espírita,
que provém da fé racional no poder
espiritual, desaparece ante as ginásticas
pretensiosas e ridículas gesticulações.
As encenações preparatórias: mãos
erguidas ao alto e abertas, para suposta
captação de fluidos pelo passista, mãos
abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para
melhor assimilação fluídica, braços e pernas
descruzados para não impedir a livre
passagem dos fluidos, e assim por diante, só
serve para ridicularizar o passe, o passista e
o paciente. A formação das chamadas pilhas
mediúnicas, com o ajuntamento de médiuns
em torno do paciente, as correntes de mãos
dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa
– condenadas por Kardec – nada mais são
do que resíduos do mesmerismo do século
passado, inúteis, supersticiosos e
ridicularizantes.
Todas essas tolices decorrem
essencialmente do apego humano às
formas de atividades materiais. Julgamo-nos
capazes de fazer o que não nos cabe fazer.
Queremos dirigir, orientar os fluidos
espirituais como se fossem correntes
elétricas e manipulá-los como se a sua
aplicação dependesse de nós. O passista
espírita consciente, conhecedor da doutrina
e suficientemente humilde para
compreender que ele pouco sabe a respeito
dos fluidos espirituais – e o que pensa saber
é simples pretensão orgulhosa – limita-se à
função mediúnica de intermediário. Se pede
a assistência dos Espíritos, com que direito
se coloca depois no lugar deles? Muitas
vezes os Espíritos recomendam que não se
façam movimentos com as mãos e os braços
para não atrapalhar os passes. Ou
confiamos na ação dos Espíritos ou não
confiamos e neste caso é melhor não os
incomodarmos com os nossos pedidos.
O passe espírita é prece, concentração e
doação. Quem reconhece que não pode dar
de si mesmo, suplica a doação dos Espíritos.
São eles que socorrem aqueles por quem
pedimos, não nós, que em tudo
dependemos da assistência espiritual.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Remédio para as Almas


Antigamente, em época não muito remota, o ser humano vivia relativamente pouco. Não havia a bênção do antibiótico, tínhamos que tratar com parcos recursos as enfermidades.
Era, às vezes, o quinino o que mais nós usávamos, e trazia tantas descobertas que para nós eram tão atuais: o carro, o telefone, o telégrafo, tanta coisa importante.
E, no entanto, pensávamos na Medicina, tão pouco adiantada. Hoje, a medicina aí está, avançando a largos passos.
Cada dia, uma descoberta nova e, no entanto a idade média de grande número das pessoas que partem está na faixa de trinta anos, Por que? Acidentes e acidentes, partidas violentas em “overdose”.
O número daqueles que chegam à idade avançada, para nós do plano espiritual, que observamos o mundo de cima, é muito menor do que aqueles que aportam muito antes, por antecipação, por não cumprimento do traçado cármico de suas vidas.
Lamentavelmente, os jovens estão partindo em larga escala para o plano espiritual. Não chegam a atingir a idade madura, pela insensatez, pelos princípios tão inferiores dolorosamente abraçados, pela falta de objetivos cristãos, pela imaturidade, pela viciação. E nós perguntamos:
“Quando será que aprenderão a servir a si mesmos servindo ao próximo?”
Quando aprenderão a valorizar a saúde, a bênção da vida, a bênção de ter um corpo perfeito?
Por que tantos têm que ser aprisionados em leitos de deformações físicas pelos acidentes cada vez mais constantes? Por que essa velocidade na estrada?
Por que essa velocidade imensa, buscando a morte?” Fala-se à juventude, mostram-se espetáculos dantescos, diante dos olhos dos jovens desfilam cenas e cenas dolorosas, mas nem assim eles se previnem...
E colônias e colônias são abertas para colher esses farrapos espirituais que, na verdade, foram rapazes e moças belos, cheios de juventude, de inteligência.
Para onde vai caminhando o nosso mundo? Lamentavelmente, nós temos que ver, sentir e prever o pior...
Por isso, meus filhos, aquele que é cristão, o quanto puder divulgue a página esclarecedora, divulgue o livro que é um alimento completo, um banquete de luz, divulgue as palavras sensatas, os exemplos dignificantes, pratique a caridade. Não se deixem cansar pela ociosidade dos outros, porque aquele que está trabalhando encontrará sempre alguém para pedir: “DÊ-me a sua enxada. Deixe eu encostá-la ali para você descansar.” Esses são os que mais devem e são os que menos fazem. Meus filhos, privilegiados vocês são e serão sempre, quando escolherem a melhor parte, que é a parte do bem, a parte da luz, a parte da renúncia e do amor. Porque o que mais ouvimos é gritarem pelos quatro rincões da Terra: “Senhor, Senhor!” Tantas seitas, tantas religiões de corações vazios e mãos vazias. Vocês preencham o coração e transbordem as mãos no trabalho caritativo, porque Deus é por todos vocês!

Bezerra de Menezes
Fonte: Universo Espírita