Sérgio Ribeiro
Seis bebês, nascidos na maternidade do Centro de Atenção Integral à Mulher da Unicamp, despediram-se da vida antes mesmo de conhecerem os pais ou virem a luz do sol. Vitimados por uma bactéria letal, a enterobacter cloacai, os recém-nascidos deixaram o mundo sem mesmo terem tido um nome. Uma passagem rápida que provocou
dor, tristeza e lágrimas e deixa ainda, como saldo, um inquérito administrativo que em breve terá apurado as responsabilidades.
Desoladas, aquelas mães retornaram ao lar sem uma vida nos braços,,"para ouvir o consolo da morte", dizia irmã Isolete, freira ligada à Pastoral da Periferia: "O consolador não sabe o que falar, o consolador não sabe o que responder. Ficam todos juntos, abraçados numa dor comum".
Em O Livro dos Espíritos, lemos na questão n° 346 a 347: Qual a utilidade das mortes prematuras?
Os Espíritos dizem que tais ocorrem, as mais das vezes, por imperfeições da matéria. Quanto à utilidade de existências tão curtas para o reencarnante, dizem: "O ser não tem então consciência plena da sua existência. Assim, a importância da morte é quase nenhuma. O que há nesses casos de morte prematura é uma provação para os pais".
No capítulo da Pluralidade das Existências, da obra citada, Kardec inquire os Espíritos superiores sobre a sorte das crianças depois da morte. "A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais", respondem eles.
Sob o prisma da reencarnação, mais claros se tornam esses aparentes enigmas da vida. A Providência Divina nada faz de inútil. Naquelas vidas ceifadas em plena floração, em 15 de junho, na maternidade da Unicamp, a Justiça Divina agiu. Misericordiosa como é, poderá permitir que retornem na mesma família, em circunstâncias outras.
Nesse ponto, cabe ressaltar aqui outra pergunta em O Livro dos Espíritos, n° 199a. Que sucede ao Espírito de uma criança que morre pequenina? "Recomeça outra existência", eis a resposta.
Richard Simonetti, no livro QUEM TEM MEDO DA MORTE?, escreveu um capítulo sobre mortes prematuras, sob o título "Por que morrem as flores".
Diz ele: "Crianças portadoras de graves problemas congênitos, que culminam com a desencarnação, poderão, se oportuno, reencarnar na mesma família, passado algum tempo em melhores condições de saúde e com mais ampla disposição para enfrentar as provações da Terra".
Seja a prova para os pais ou para o reencarnante, em última análise, num e noutro caso opera-se a Justiça de Deus. Eis pois aí, na multiplicidade das existências, a luz revelando as Leis Maiores da Vida.
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