terça-feira, 30 de abril de 2013

DEPOIMENTO DA ATRIZ ANA ROSA SOBRE A DOR DA PERDA DE UMA FILHA


Algumas vezes eu representei cenas de perdas de entes queridos em novelas. No dia 17 de novembro de 1995, no velório de minha filha Ana Luisa, nascida em São Paulo no dia 10 de dezembro de 1976, eu não queria acreditar que estivesse vivendo aquilo de verdade.
No dia seguinte, saí para comprar alguns presentes de Natal. Afinal, meus outros seis filhos ainda estavam ali e precisavam da mãe. Mas eu parecia um zumbi. Numa loja, me senti mal. Tontura, fraqueza, parecia que meu peito iria explodir, que eu não iria agüentar tanta dor. Pedi à vendedora que me deixasse sentar um pouco. Eu estava quase sufocando, as lágrimas queriam saltar de meus olhos. Mas eu não queria chorar. Queria esconder minha dor, fazer de conta que aquilo não havia acontecido comigo. Bebi água, respirei fundo e saí ainda zonza.
Eu sempre acreditei que iria terminar de criar minha filha, como todos os outros. Que iria vê-la formar-se em veterinária. Vê-la casada, com filhos. Achava que teria sempre a Aninha ao meu lado. Um dia, ela me contou que quando era pequena e eu saía pra trabalhar, ela sentia medo de que eu não voltasse. Por isso ficava sempre na porta de casa me olhando até eu sumir de sua vista. Por isso vivia grudada em mim.
Imagino que ela já pressentia ainda criança, que iríamos nos separar cedo. Só que foi ela a ir embora. Foi ela que saiu e não voltou mais. Foi ela que me deixou com a sua saudade. Para amenizar a falta, o vazio que ela deixou, eu ficava horas revendo os vídeos mais recentes com suas imagens. Nossas viagens, festas de aniversários, a formatura da irmã, seu jeitinho lindo tão meu conhecido de sentir vergonha.
Ela com o primeiro e único namorado. O gesto característico de arrumar os cabelos. A sua primeira apresentação de piano. Nesse vídeo então, eu ficava namorando suas mãos de dedos longos e finos. Até hoje eu me lembro de cada detalhe das mãos da Aninha. Assim como me lembro de cada detalhe de seus pés, do seu rosto...
Dali pra frente, o que mais me chocava e surpreendia era que todo o resto do mundo continuava igual. Como se nada tivesse acontecido: o sol nascia e se punha todos os dias, as pessoas andavam pelas ruas. O mesmo movimento, barulho. O mundo continuava a girar. Tudo, tudo igual. Só na minha casa, na minha família, dentro de mim, é que nada mais voltaria a ser como antes. Faltava minha filha, Ana Luisa!
Eu passava, quase diariamente, nos lugares comuns: o colégio Imaculada Conceição, em Botafogo. Cinema, lanchonete, restaurante, o metrô, onde tantas e tantas vezes viajamos juntas. A loja das comprinhas, o shopping, o parquinho, o clube onde fazia natação. A praia de Botafogo onde ela foi atropelada, o hospital Miguel Couto, onde passamos as horas mais angustiosas de nossas vidas.
O cemitério São João Batista, onde repousam seus restos mortais. Até hoje cada um desses lugares me lembra alguma coisa de minha filha. Até hoje guardo as lembranças de seus abraços, seus chamegos, o cheirinho da sua pele, o calor, seu carinho e aconchego. Ana vivia literalmente pendurada em mim. Já grandona, maior que eu, mas sempre como se fosse meu nenê pedindo colo.
Saudade. Saudade. Saudade, minha Aninha.
Não fosse a minha fé e a convicção de que a vida não termina com a morte, não fossem os outros filhos que ainda precisavam de mim, acho que teria pirado. Além da família, o trabalho, a terapia e o estudo da doutrina espírita me deram forças para superar a separação e a falta da Ana Luisa.
Sou e serei eternamente grata ao meu Pai do Céu, porque fui agraciada com muitos sinais de que a separação é apenas temporária. Alguns dias após sua passagem entrei em seu quartinho que ficou inundado pelo cheiro de rosas. Instintivamente fui olhar pela janela. Naturalmente o cheiro não vinha de fora. O perfume intenso era só ali dentro.
Um mês depois, no grupo que eu freqüentava no Centro Seara Fraterna, minha filha se manifestou. Ainda meio confusa pela mudança abrupta e repentina, mas já consciente de sua passagem. Naquela noite, o buraco no meu peito que parecia uma ferida sangrando, mudou de aspecto. Continuava a doer, mas a certeza de que minha filha continuava e continua viva em alguma outra dimensão me trouxe uma nova perspectiva. A de que eu poderia chorar pela sua ausência, nunca pelo seu fim.
Dalí pra frente, algumas vezes vi, em outras pressenti, sua essência ao meu lado. No decorrer desses doze anos, recebi, por acréscimo de misericórdia, um bom número de mensagens dela. Uma das últimas foi através de um médium reconhecido, que foi fazer uma palestra num evento que eu apresentava. Sem que eu esperasse ou solicitasse, ele disse que via uma jovem ao meu lado – me descreveu exatamente minha filha - e que ela me apontava para ele dizendo: é esta aqui, ó.
Esta é que é a minha mãe. Quando me sentei, ele disse que ela sentou-se no meu colo. Entre as várias coisas no recado que me mandou, encerrou dizendo que as violetas (enceno a peça “Violetas na janela” há 11 anos) que ela cultiva onde se encontra, não serão colocadas na janela, e sim, serão usadas para fazer um tapete de flores para eu pisar quando chegar la

fonte:Luz da existência Kardecista

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Por quê cuidar da saúde e do corpo?

Pensamentos de André Luiz

QUAL A IMPORTÂNCIA DO CORPO FÍSICO?

O corpo físico é patrimônio que Deus elaborou para servir de veículo ao Espírito nas suas variadas reencarnações. É com ele que o Espírito pratica seus conhecimentos e vive experiências necessárias, melhorando-se dia-a-dia. Assim, devemos ter para com nosso corpo um carinho e uma atenção especial, zelando e ofertando-lhe o que de melhor a natureza pode lhe dar. Daí o necessário repúdio as drogas, desde as mais simples, como o cigarro e a bebida alcoólica, até as mais graves; daí também o cuidado com a higiene; com a alimentação e os sentimentos equilibrados, enfim, com a saúde do corpo.

CONSEQUÊNCIAS DOS ABUSOS NESTA E EM OUTRA ENCARNAÇÃO:

Exemplos: o alcoólatra tenderá a ressurgir na carne com graves disfunções no aparelho digestivo; o fumante tenderá a ter problemas de pulmão como asma, bronquite, câncer, etc.; o suicida, dependendo do tipo de morte escolhido, renascerá com determinadas deficiências, por exemplo: se der um tiro no peito, terá problemas relacionados ao órgão lesado como coração e pulmões; tiro na cabeça poderá renascer com problemas mentais; se ingerir veneno poderá renascer com lábio leporino; se incendiar o próprio corpo sofrerá graves problemas de pele, etc.

Os que lesam o próximo também ressarcirão. Por exemplo: o violento poderá ressurgir paralítico; o maledicente terá dificuldades com a voz; os que usam a inteligência para o mal, poderão renascer com lesões cerebrais, etc. Mas, todo Bem, toda Caridade que estendermos ao próximo poderá diminuir nossos débitos. Exemplo: muitas mulheres estéreis, por ter abortado em vida anterior, reverteram o carma ao adotar uma criança. Então, acreditar na reencarnação nos força observar melhor as leis divinas, porque saberemos que o plantio é livre, mas a colheita obrigatória.

Como disse Joanna de Ângelis no livro “Dias Gloriosos”: “Todo corpo físico merece respeito e cuidados, carinho e zelo contínuos, por ser a sede do Espírito, o santuário da vida em desenvolvimento.”

Rudymara

Fonte: GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC

sábado, 27 de abril de 2013

Pai nosso segundo o espiritismo

 Além da vida

I – Pai nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome!

Acreditamos em Vós, Senhor, porque tudo revela o Vosso poder e a Vossa bondade. A harmonia do Universo testemunha uma sabedoria, uma prudência e uma previdência que excedem a todas as faculdades humanas; o nome de um Ser soberanamente grande e sábio está inscrito em todas as obras da criação, desde o mais insignificante arbusto e o mais diminuto inseto, até nos astros que se movem no espaço; por toda a parte vemos a prova de uma solicitude paterna; cego é aquele que Vos não reconhece em Vossas obras, orgulhoso aquele que Vos não glorifica e ingrato o que Vos não presta ação de graças.

II – Venha a nós o vosso reino!

Que o reino de paz e de Caridade, instituído pelo Vosso Amado Filho, Jesus Cristo, se torne conhecido e obedecido por todos, para que cessem as maldades deste mundo. Que a inteligência e a razão humana se esclareçam à luz das divinas verdades, de que são portadores os Vossos Santos Espíritos, para que a incredulidade desapareça da Terra e todos possam reconhecer a Vós como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo o Mestre soberano que Vós enviastes.

III – Seja feita a Vossa vontade assim na Terra como no Céu!

Ajudai-nos a observar as Vossas leis e a submeter-nos, sem murmurar, aos decretos divinos, porque Vós sois a fonte da sabedoria e do amor e nós, criaturas inferiores, devemos satisfazer a Vossa vontade.
IV – O pão nosso de cada dia nos dai hoje!

Dai-nos o alimento material para entreter as forças do corpo e o alimento espiritual para o desenvolvimento de nosso espírito. Dai-nos amor ao trabalho: ao trabalho material e ao trabalho espiritual, para não ficarmos estacionários na Estrada da Vida e para que possamos auxiliar aos necessitados com as nossas dádivas. Dai-nos, pois, Senhor, o pão nosso de cada dia, isto é, os meios de adquirirmos pelo trabalho as coisas necessárias à vida do corpo e à vida do Espírito.

V – Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.

Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos nossos ofensores! Senhor, da Caridade fizestes uma lei expressa para nós e fora dessa lei não poderíamos reclamar a Vossa indulgência. Se nós mesmos recusamos o perdão àqueles de quem nos queixamos, com que direito reclamaríamos para nós o perdão das muitas faltas que contra Vós temos cometido? Se vos aprouver retirar-nos hoje mesmo deste mundo, permiti que possamos nos apresentar perante Vós, puros de toda a animosidade, a exemplo do Cristo, cujas derradeiras palavras foram de indulgência pelos seus algozes.


VI – Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!

Dai-nos forças para resistirmos às sugestões dos maus espíritos que, tentando desviar-nos do caminho do bem, nos inspiram pensamentos maléficos. Sustentai-nos e inspirai-nos pela voz dos Anjos Guardiões e dos bons Espíritos, a vontade de corrigirmos as nossas imperfeições a fim de fecharmos a alma ao acesso dos espíritos impuros.


VII – Assim seja!

Assim seja; praza a Vós, Senhor, que os nossos desejos se realizem; todavia nos inclinamos diante da Vossa infinita sabedoria.

Familiares Problemas

Desposaste alguém que não mais te parece a criatura ideal que conheceste. A convivência te arrancou aos olhos as cores diferentes com que o noivado te resguardava o futuro que hoje se fez presente.
Em torno, provações, encargos renascentes, familiares que te pedem apoio,obstáculos por vencer. E sofres.Entretanto, recorda que antes da união falavas de amor e te mostravas na firme disposição em que assumiste os deveres que te assinalam agora os dias, e não recues da frente de trabalho a que o mundo te conduziu.
Se a criatura que te compartilha transitoriamente o destino não é aquela que imaginaste e sim alguém que te impõe difícil tarefa a realizar, observa que a união de ambos não se efetuaria sem fins justos e dá de ti quanto possível
para que essa mesma criatura venha a ser como desejas.
Diante de filhos ou parentes outros que se valem de títulos domésticos para menosprezar-te ou ferir-te, nem por isso deixes de amá-los. São eles, presentemente na Terra, quais os fizemos em outras épocas, e os defeitos que mostrem não passam de resultados das lesões espirituais causadas por nós mesmos, em tempos outros, quando lhes orientávamos a existência nas trilhas da evolução.
É provável tenhamos dado um passo à frente. Talvez o contato deles agora nos desagrade pela tisna de sombra que já deixamos de ter ou de ser. Isso, porém, é motivação para auxílio, não para fuga.
Atentos ao princípio de livre arbítrio que nos rege a vida espiritual, é claro que ninguém te impede de cortar laços, sustar realizações, agravar dívidas ou delongar compromissos.
Divórcio é medida perfeitamente compreensível e humana, toda vez que os cônjuges se confessam à beira da delinqüência, conquanto se erija em moratória de débito para resgate em novo nível. E o afastamento de certas ligações é recurso necessário em determinadas circunstâncias, a fim de que possamos voltar a elas, algum dia, com o proveito preciso.
Reflete, porém, que a existência na Terra é um estágio educativo ou reeducativo e tão só pelo amor com que amamos, mas não pelo amor com que esperamos ser amados, ser-nos-á possível trabalhar para redimir e, por vezes, saber perder para realmente vencer.

Chico Xavier/Emmanuel

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Oração a Bezerra de Menezes

Nós Te rogamos, Pai de Infinita Bondade e Justiça, as graças de Jesus Cristo, através de Bezerra de Menezes e suas legiões de companheiros. Que eles nos assistam, Senhor, consolando os aflitos, curando aqueles que se tornem merecedores, confortando aqueles que tiverem suas provas e expiações a passar, esclarecendo aos que desejarem conhecer a Verdade e assistindo a todos quantos apelam ao Teu Infinito Amor.

Jesus, Divino Portador da Graça e da Verdade, estende Tuas mãos dadivosas em socorro daqueles que Te reconhecem o Despenseiro Fiel e Prudente; faze-o, Divino Modelo, através de Tuas legiões consoladoras, de Teus Santos Espíritos, a fim de que a Fé se eleve, a Esperança aumente, a Bondade se expanda e o Amor triunfe sobre todas as coisas.

Bezerra de Menezes, Apóstolo do Bem e da Paz, amigo dos humildes e dos enfermos, movimenta as tuas falanges amigas em benefício daqueles que sofrem, sejam males físicos ou espirituais. Santos Espíritos, dignos obreiros do Senhor, derramai as graças e as curas sobre a humanidade sofredora, a fim de que as criaturas se tornem amigas da Paz e do Conhecimento, da Harmonia e do Perdão, semeando pelo mundo os Divinos Exemplos de Jesus Cristo.

O Estado de Coma na visão espírita

Pergunta: O que se passa com os espíritos encarnados cujos corpos ficam meses e até mesmo anos, em estado vegetativo (coma)?

Seu estado será de acordo com sua situação mental. Há casos em que o espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores espirituais. São Pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação.
Em outros casos, os espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do perispírito, dispõem de uma relativa liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos.
Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e médicos)

Emmanuel -Chico Xavier


Luz Da Existencia Kardecista
(kardec Online)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Nova chance

Os guias espirituais afirmam que a Terra está no final de um ciclo de evolução e que no terceiro milênio os espíritos mais atrasados, tanto na crosta terrestre como no plano astral, serão afastados, para que, livre desses elementos, os que ficarem qui possam desfrutar de uma vida melhor.
Quem acredita na violência como solução dos problemas não poderá mais reencarnar aqui. Terá que renascer em um planeta primitivo, sem as facilidades da era moderna.
Podem imaginar como será viver em um mundo sem eletricidade, rádio, computador, automível, televisão, cinema, telefone, raio-X, anestesia, etc.?
Uma pessoa maldosa, em uma sociedade mais primitiva, com costumes bárbaros, ao invés de abusar dos bons, como faz aqui, terá que enfrentar seus iguais e encarar a própria crueldade.
Havia, no astral inferior, muitos espíritos nessas condições. Foi-lhes oferecida uma última oportunidade: reencarnar aqui, tentar melhorar para poderem continuar ligados ao planeta. Como o ciclo está terminando e não havia tempo, foi feita uma verdadeira “varredura” no astral e reencarnaram muitos de uma vez. Eles estão no mundo, contribuindo para o considerável aumento da violência.

Zíbia Gasparetto

Fonte:Luz de uma nova Existência

Onde estaria o espírito de Hitler?

O texto que publico abaixo é da autoria de Geraldo Lemos Neto baseado em suas conversas com Chico Xavier.

(...) Perguntei ao Chico sobre Hitler. Onde estaria o espírito de Hitler ? Chico então me contou uma história muito interessante. Segundo ele, imediatamente após a sua desencarnação, o espírito de Hitler recebeu das Altas Esferas uma sentença de ficar 1.000 anos terrestres em regime de solitária numa prisão espiritual situada no planeta Plutão. Chico explicou-me que esta providência foi necessária não somente pelo aspecto da pena que se lhe imputara aos erros clamorosos, mas também em função da Misericórdia Celeste em protegê-los da horda de milhões de almas vingativas que não o haviam perdoado os deslizes lamentáveis. Durante este período de 10 séculos em absoluta solidão ele seria chamado a meditar mais profundamente sobre os enganos cometidos e então teria nova chance de recomeçar na estrada evolutiva.

Quando o espírito de Gandhi desencarnou, e ascendeu aos Planos Mais Altos da Terra pela iluminação natural de sua bondade característica, ao saber do triste destino do algoz da humanidade na II Grande Guerra Mundial, solicitou uma audiência com Jesus Cristo, o Governador Espiritual da Terra, e pediu ao Cristo a possibilidade de guiar o espírito de Hitler para o Bem, o Amor e a Verdade. Sensibilizado pelo sacrifício de Gandhi, Nosso Senhor autorizou-o na difícil tarefa e desde então temos Gandhi como dos poucos que se aproximam do espírito de Hitler com compaixão e amor...

Impressionado perguntei ao Chico : Então Chico, o Planeta Plutão é um planeta penitenciária ?

E ele me respondeu : É sim, Geraldinho. Em nosso Sistema Solar, temos penitenciárias espirituais em Plutão, em Mercúrio e na nossa Lua terrena. Eu soube por exemplo que o espírito de Lampião está preso na Lua. É por isso que alguns astronautas que lá pisaram, sentindo talvez um frio na alma, voltaram à Terra meio desorientados e tristes. Soube de um até que se tornou religioso depois de estar por lá !

Como vemos o nosso Chico era capaz de desvendar muitos mistérios em torno da organização da vida mais além ! E com que simplicidade e naturalidade ele nos falava dessas coisas ..."


Fonte: GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Não desanimes

Persiste mais um tanto.
Não cultives o pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não te impressiones nas dificuldades.
Convence-te que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realizações sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofenças.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.
Não conte vantagens nem fracassos.
Não dramatizes provocações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida íntima.
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outroso melhor que possas realizar.
Age auxiliando.
Serve sem apego.
E assim vencerás.


Emmanuel-Chico Xavier

Vivências mediúnicas

Mais uma noite de trabalho e de aprendizado descortinava-se numa quinta-feira. A disposição ao serviço estava estampada no rosto de todos os colaboradores encarnados.Neste dia pude vislumbrar um pouco mais da diversidade e complexidade dos serviços que os “Amigos da Luz” nos proporcionam, parte esta que deixo para a próxima semana. Mas hoje, conto esta história de libertação e, sobretudo, de amor, do amor que manteve uma chama de esperança neste homem feito prisioneiro.
Estava com uma médium a vibrar e aproximou-se um Espírito muito enfermo, assumindo uma postura corporal de temor ao perceber minha presença ao seu lado.
Com uma voz fraca, a princípio, só gemia e tentava esgueirar-se.
Pouco depois do cumprimento inicial e esclarecê-lo que não havia nada a temer acerca da nossa presença, contou que estava “preso e de castigo a tanto tempo que não lembrava mais...”
Visualizei na minha tela mental um escravo acorrentado numa senzala, com muito pouca luz. Estava num canto, sentado e cabisbaixo.
Disse que seu corpo todo doía, e me mostrava as costas em chagas. Aceitou uma água que lhe ofertei e, ao ser avisado que iria livrá-lo das correntes, ele falou: “Não adianta nada, Dona. Se ele perceber alguma coisa vai mandar me açoitar novamente e aí eu vou morrer e nunca mais vou ver Adelaide, a minha mulher. Ele é muito ruim e nos separou. Ela foi levada há mais tempo e não sei onde anda”.
Contou que tinha sua vida, sua casinha e que trabalhava. Um dia uns homens vieram e pegaram praticamente todos do seu vilarejo para escravizá-los, e o jovem casal de aparência saudável estava entre eles. Relatou que se lembrava da sua terra, mas não se importava em perder nada, nenhum bem, apenas queria estar perto da sua Adelaide.
Nessa hora chorou de saudades pela companheira amada, o que não dissipou seu medo de sair do local. Percebi que era esse amor que o mantinha com a sensação de estar “vivo”, para não se abater por completo. Esta era a pequena luz da esperança, do reencontro.
Disse: “A senhora não pode com ele, sozinha aqui. Se ele te pegar ele também vai te fazer uma maldade.”
Amparei-o e lhe disse que não estava sozinha, que estava com outros trabalhadores numa caravana desta Casa de Fraternidade.
Relutou bastante em sair, e só o fez porque lhe disse que haviam homens fortes encarregados da nossa proteção ali, que não precisava mais ter medo. Daí ele disse que viu “uns índios bem altos”, o que lhe deu uma certa segurança.
Perguntou se eu iria leva-lo a um quilombo, pois já tinha ouvido falar que existiam, e respondi que antes teria que ir a uma Casa de Saúde para tratar dos seus ferimentos, ao que aquiesceu.
Fomos nos deslocando até uma área que parecia um misto de canavial e matagal. Nesta hora o Amigo parou e ficou olhando para a senzala. Disse estar triste porque haviam outros lá e que se ele pudesse, se tivesse forças, também os tiraria de lá.
Prestei mais atenção ao ambiente. Estávamos num local de atmosfera densa e à noite, contudo havia mais claridade ao redor, mas a senzala parecia cor de chumbo.
Vi também, a cerca de uns cinquenta a setenta metros de distância, uma casa em ruínas.
Visualizei outros vultos sendo carregados, e logo em seguida sendo colocados em macas. Cobertos por finos lençóis brancos, as macas enfileiradas e carregadas com os braços dos Trabalhadores da Luz seguia sua trilha e o Amigo juntou-se ao grupo, agradecendo a acolhida.
Lembro-me da breve despedida, e dos seus olhos escuros, brilhantes e marejados, quando novamente perguntou sobre sua esposa, e da sua disposição em melhorar para procurar por ela logo em seguida, quiçá no quilombo teriam notícias dela.
Eu estava emocionada, mas sabia que o meu trabalho com este Espírito, por hora, estava encerrado, e que outros trabalhadores iriam ajudá-lo e esclarecê-lo aos poucos e na medida correta.

Na próxima semana continuamos com outros desdobramentos deste atendimento inicial neste local.

Muita Paz para todos nós.
Francesca Freitas

02-04-2013

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Melhor sofrer no bem

Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.
Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.
Recheando o estômago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.
Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?
Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?
Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.
A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.

 Emmanuel -Francisco Cândido Xavier

Livre mais responsável

A quem nos pergunte se a criatura humana é livre, responderemos afirmativamente.
Acrescentemos, porém, que o homem é livre, mas responsável, e pode realizar o que deseje, mas estará ligado inevitavelmente ao fruto de suas próprias ações.
Para esclarecer o assunto, tanto quanto possível, examinemos, em resumo, alguns dos setores de sementeira e colheita ou, melhor, de livre-arbítrio e destino em que o espírito encarnado transita no mundo.

POSSE - O homem é livre para reter quaisquer posses que as legislações terrestres lhe facultem, de acordo com a sua diligência na ação ou seu direito transitório, e será considerado mordomo respeitável pelas forças superiores da vida se as utiliza a benefício de todos, mas, se abusa delas, criando a penúria dos semelhantes, de modo a favorecer os próprios excessos, encontrará nas conseqüências disso a fieira das provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da abnegação.

NEGÓCIO - O homem é livre para efetuar as transações que lhe apraza e granjeará o título de benfeitor, se procura comerciar com real proveito de clientela que lhe é própria, mas, se arrasa a economia dos outros com o fim de auferir lucros desnecessários, com prejuízo evidente do próximo, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz da retidão.

ESTUDO - O homem é livre para ler e escrever, ensinar ou estudar tudo o que quiser e conquistará a posição de sábio se mobiliza os recursos culturais em auxílio daqueles que lhe partilham a romagem terrestre; mas, se coloca os valores da inteligência em apoio do mal, deteriorando a existência dos companheiros da Humanidade com o objetivo de acentuar o próprio orgulho, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do discernimento.

TRABALHO - O homem é livre para abraçar as tarefas a que se afeiçoe e será honorificado por seareiro do progresso se contribui na construção da felicidade geral; mas se malversa o dom de empreender e agir, esposando atividades perturbadoras e infelizes para gratificar os seus interesses menos dignos, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do serviço aos semelhantes.

SEXO - O homem é livre para dar às suas energias e impulsos sexuais a direção que prefira e será estimado por veículo de bênçãos quando os emprega na proteção sadia do lar, na formação da família, seja na paternidade ou na maternidade com o dever cumprido, ou, ainda, na sustentação das obras de arte e cultura, benemerência e elevação do espírito; mas, se para lisonjear os próprios sentidos transforma os recursos genésicos em dor e desequilíbrio, angústia ou desesperação para os semelhantes, pela injúria aos sentimentos alheios ou pela deslealdade e desrespeito nos compromissos e ajustes afetivos, depois de havê-los proposto ou aceitado, encontrará nas conseqüências disso a fieira de provações com que aprenderá a acender em si mesmo a luz do amor puro.

O homem é livre até mesmo para receber ou recusar a existência, mas recolherá invariavelmente os bens ou os males que decorram de sua atitude, perante as concessões da Bondade Divina.
Todos somos livres para desejar, escolher, fazer e obter, mas todos somos também constrangidos a entrar nos resultados de nossas próprias obras.
Cabe à Doutrina Espírita explicar que os princípios da Justiça Eterna, em todo o Universo, não funcionam simplesmente à base de paraísos e infernos, castigos e privilégios de ordem exterior, mas, acima de tudo, através do instituto da reencarnação, em nós, conosco, junto de nós e por nós.

Foi por isso que Jesus, compreendendo que não existe direito sem obrigação e nem equilíbrio sem consciência tranqüila, nos afirmou claramente: "Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres".

 Emmanuel - Do livro: Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 23 de abril de 2013

Espiritismo é caridade em movimento

Amigos,Não converta o próprio lar em museu. Utensílio inútil em casa será utilidade na casa alheia. 
O desapego começa das pequeninas coisas, e o objeto conservado, sem aplicação no recesso da moradia, explora os sentimentos do morador. 
A verdadeira morte começa na estagnação. Quem faz circular os empréstimos de Deus, renova o próprio caminho. Transfigure os apetrechos, que lhes sejam inúteis, em forças vivas do bem. 
Retirem da despensa os gêneros alimentícios, que descansam esquecidos, para a distribuição fraterna aos companheiros de estômago atormentado. 
Reviste o guarda-roupa, libertando os cabides das vestes que você não usa, conduzindo-as aos viajores desnudos da estrada. Estenda os pares de sapatos, que lhes sobram, aos pés descalços que transitam em derredor.
Elimine do mobiliário as peças excedentes, aumentando a alegria das habitações menos felizes. Revolva os guardados em gavetas ou porões, dando aplicação aos objetos parados de seu uso pessoal. 
Transforme em patrimônio alheio os livros empoeirados que você não consulta, endereçando-os ao leitor sem recursos. Examine a bolsa, dando um pouco mais que os simples compromissos da fraternidade, mostrando gratidão pelos acréscimos da Divina Misericórdia que você recebe. 
Ofereça ao irmão comum alguma relíquia ou lembrança afetiva de parentes e amigos, ora na Pátria Espiritual, enviando aos que partiram maior contentamento com tal gesto. Renovemos a vida constantemente, cada ano, cada mês, cada dia... 
Previna-se hoje contra o remorso de amanhã. O excesso de nossa vida cria a necessidade do semelhante. Ajude a casa de assistência coletiva. Divulgue o livro nobre. Medique os enfermos. Aplaque a fome alheia. Enxugue lágrimas. Socorra feridas. 
Quando buscamos a intimidade do Senhor, os valores mumificados em nossas mãos ressurgem nas mãos dos outros, em exaltação de amor e luz para todas as criaturas de Deus. 

- André Luiz-Chico Xavier

A MORTE E SEUS MISTÉRIOS

Verdade&Luz

A desencarnação não é, segundo o Espiritismo,
igual para todos, mas depende do estado moral da pessoa, quando encarnada.
A certeza da vida futura não exclui as apreensões do homem quanto à desencarnação. Há muitos que temem não propriamente a vida futura, mas o momento da morte. Será ele doloroso? Tentando elucidar essas questões, Allan Kardec inquiriu os Espíritos e deles recebeu a informação de que o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no
momento da morte e que os sofrimentos que algumas vezes se experimentam no instante da morte são um gozo para o Espírito.
É preciso, no entanto, que consideremos que a desencarnação não é igual para todos, mas, ao contrário, há uma variação muito grande, visto que numerosas são as formas de viver adotadas pelos encarnados. Vendo-se a calma de alguns moribundos e as convulsões terríveis de outros, pode-se previamente julgar que as sensações experimentadas nem sempre são as mesmas.
A separação da alma é feita de forma gradual, pois o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o prendem, de forma que as condições de encarnado ou desencarnado, no momento do desenlace, se confundem e se tocam, sem que haja uma linha divisória entre as duas.
Alguns fatores podem influir para que o desprendimento ocorra com maior ou menor facilidade, fatores relacionados com o estado moral do homem quando encarnado. A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego do indivíduo à matéria, que atinge seu ponto máximo no homem cujas preocupações dizem respeito exclusivamente à vida de gozos materiais. Ao contrário disso, nas almas puras – que antecipadamente se identificam com a vida espiritual – o apego é quase nulo.

Fonte: O Consolador

Grupo assistêncial Maria de Nazaré

A todos os que um dia virão a ler, estou muito feliz por revê-los ou mesmo conhecê-los, pois para todos nós, o ato de ler um recado nosso ou até mesmo refletir sobre ele nos enche de alegria, pois o nosso propósito acaba por ser cumprido.

Já falei sobre muitas coisas, coisas simples e outras um pouco mais complicadas, mas há temas que sempre tornamos a falar. E o meu de hoje é o amor, o perdão e a confiança.

O amor, pois ele é necessário para nós, sem ele não temos uma existência feliz e pacífica. O perdão, pois é através dele que aprendemos a amar tanto os outros como a nós mesmos. E a confiança, pois sem ela não amamos e nem mesmo perdoamos, e ela que nos aproxima do outro e faz parte da nossa convivência.

Optei por falar sobre eles de forma conjunta, embaralhando um pouco os temas, pois um depende do outro, e a cada dia que passa, ganhamos um pouco de um ou de outro, mas que no final do ano, ao se somarem, nos trazem um grande passo em direção ao que buscamos espiritualmente.

E por espiritualmente não digo somente um, mas todas as religiões e filosofia, credor e outras muitas, pois todas tem algo em comum, que é o nosso crescimento espiritual e intelectual. Mas lembrem-se que nem tudo é sobre livros e mensagens, são somente guias, que podem ou não ser optados, pois o grande conhecimento vem da nossa prática.

Não digo que deixem de ler e estudar, mas que deem importância aquilo que dizem, pensam e fazem, pois essas serão as coisas que refletirão diretamente em nosso crescimento.

Dizem que o amor nos trás grandes coisas, mas digo que o amor pode nos trazer coisas boas e más, dependendo da nossa reação a ele. Muitas vezes dizemos que amamos uma pessoa, mas por algum motivo acabamos por desiludidos e machucados, e nem sempre nossa primeira reação é o perdão e as águas passadas.

É este tipo de amor que nos faz mal, o amor que não vem de dentro de nós, mas que é um reflexo dele, uma versão um pouco menos intensa do amor, mas não deixa de ser amor.

Neste tipo de amor, costumamos muitas vezes nos deparar com magoas e com o sofrimento quando as coisas não acontecem como queremos, e pioram quando se misturam com sentimentos como ódio, vingança e medo. Medo de um futuro sem esta relação, medo de que a outra pessoa possa seguir em frente quando ainda não nos recuperamos.

E é esse medo que acaba fazendo que algumas pessoas tenham ações extremas, como muitas vezes vemos em notícias e em redes de amigos.
É um sentimento que a nós trás muitas tristezas, pois uma relação nunca deve terminar desta forma, e é por isso que trago o tema perdão e o tema confiança com o amor,
pois em conjunto eles representam algo tão poderoso e maravilhoso que nem mesmo sentimentos pobres de espírito conseguem chegar perto.

Quando amamos de verdade, queremos sempre o melhor para o próximo, aceitamos que nem sempre a felicidade do outro coincide com a nossa, e por isso, às vezes, precisamos deixar o outro seguir em frente.

Confiamos que o outro seja sincero conosco, e perdoamos, pois sabemos que conosco, o melhor não ocorre, mas isso não significa que a amizade seja impossível.

E é sobre isso que quero falar agora. Não é somente nas relações entre casais que ocorre o amor, é também entre amigos e familiares, claro que é um tipo diferente de amor, mas não deixa de ser menos intenso ou menos importante, pois é também este tipo de amor que nos fortalece e nos conectam aqueles ao nosso redor.

Mesmo quando nos machucamos, podemos sempre contar com aqueles que são nossos amigos, claro que cada caso é um caso, e às vezes a ajuda pode vir de uma forma diferente da esperada, mas este é um assunto que deixarei para outro dia. Mas o que importa é sempre nos apoiamos naqueles em que confiamos e amamos, e também sabemos que poderemos ser perdoados e perdoar.

Esta é uma relação em que amamos, perdoamos e confiamos, sempre em conjunto, em que um se apoia no outro e compreende da mesma forma. Não é fácil chegar a esse ponto, mas é algo que todos poderemos um dia, basta termos um pouco de um hoje e um pouco do outro amanhã, e no final teremos o que mais desejamos o amor sem diferença ou restrição, aquele que não julga nem condena, pois são essas coisas que fazem diferença no nosso dia a dia.

A todos o meu até logo, e espero que todos se possam se sentir cada vez mais próximos aqueles ao seu lado, e que possamos chegar a um ponto em que não perguntaremos, só sentiremos.
Que assim seja e até a próxima.

 Ana Helena/Espírito Irmão Matheus
14-04-2013

Aborto e Rejeição

Sérgio Ribeiro
Em nossos estudos no Grupo Espírita levantou-se o fato que alguns espíritos se mantêm crianças mesmo tempos após o desencarne. Por outro lado - como sabemos -, não existem crianças em espírito. Cabia, pois, buscar subsídio na literatura espírita. Encontramos a resposta no texto abaixo, por si só auto-explicativo. Os trechos em negrito são destaques do Blog.

“Enquanto se encontrava pensativa, os socorristas daquela clínica abortiva tudo faziam para que ela desistisse do crime. Os seus pensamentos estavam embaralhados. De repente, surgia uma criança linda, pedindo-lhe: "deixe-me viver! Não me mate!" Mas, se os socorristas lhe chamavam pelo coração, outros espíritos lhe aguçavam a vaidade. Era a luta entre o bem e o mal. Na hora em que Marina deu entrada na sala médica, o olhar dos socorristas foi de desespero. Mais um crime seria ali praticado, num matadouro de homens. O médico, Roberto, usando dos mais sofisticados métodos, em alguns minutos destruiu o trabalho de anos da espiritualidade. No momento da sucção, Marina sentiu seu coração doer. Era o filho que se desligava do seu corpo. Olhou os pedaços de carne atirados no lixo e pensou: "ainda bem que não tem vida". Ela, porém, não assistiu, do lado espiritual, a uma equipe médica entrar em ação e tentar, desesperadamente, impedir que o feto sofresse demais. Contudo, mesmo recebendo boa assistência do departamento encarnatório, o espírito não conseguia livrar-se da dor da rejeição e se contraiu de tal maneira, que o seu perispírito sofreu uma sobrecarga energética e continuou criança. Uns conseguem crescer aqui na Colônia, outros se vêem ora criança, ora adulto. Não é raro voltarem totalmente alucinados pela forma violenta do aborto. Esses são confiados a excelentes psicanalistas ou psiquiatras, tal o trauma que sofrem. Marina jogou o corpo do filho numa lata de lixo, corpo este que ela, com seu parceiro, compuseram num ato de amor. Marina deixou, naquela clínica, um pedaço do seu corpo e levou consigo um débito enorme. O grupo de socorristas sentia-se desolado; por mais que prestasse auxílio à criança, ela, bastante perturbada, retorcia-se nos braços dos enfermeiros e gritava sem parar.”

Luiz Sérgio
“Deixe-me Viver”
Irene Pacheco Machado – 14ª Ed REMA 2008

domingo, 21 de abril de 2013

A visão espírita da Síndrome de Down

É preciso compreender que existe amor e misericórdia na Lei de Ação e Reação, afinal Deus - justo e onipotente - não poderia ser ao mesmo tempo vingativo.
Sua perfeição está caracterizada na própria Criação, regida por leis fraternas e imutáveis.
É assim que destinados que somos à felicidade como Espíritos imortais, a bondade divina se faz presente justamente nas inúmeras oportunidades de recomeço que nos são concedidas através das reencarnações.
Assim, podemos vivenciar em efeitos iguais, experiências diversas e advindas de causas diferentes. Totalmente errado, portanto, julgarmos a história de cada Espírito na relatividade da matéria, pela aparência do corpo físico, que serve apenas de roupagem para a manifestação da sua essência inteligente.
Somos criaturas únicas em processos particulares de evolução, rumo à perfectibilidade - cada qual a seu tempo, com seu entendimento e à sua maneira - o que já demonstra por si só que poderemos até ter "aparentemente" os mesmos defeitos, o que não quer dizer - em hipótese alguma — que tenhamos sido agentes das mesmas causas.
Cada caso é um caso.
Cada aprendizado é único.
Cada qual evolui da melhor forma que lhe aprouver, que lhe seja permitido e escolhido, tendo invariavelmente a Lei do Amor SEMPRE a nos direcionar os passos.
Leia abaixo a análise espírita do neurologista Dr. David Monducci.
Com respostas objetivas, à luz do Espiritismo, ele esclarece dúvidas comuns e muito importantes em relação à Síndrome de Down, um assunto que vem sendo explorado com bastante evidência pela mídia atualmente.
A - COMO PODEMOS EXPLICAR A SÍNDROME DE DOWN, SEGUNDO O ESPÍRITISMO?
- Nascer portador de SD é uma provação ou uma expiação para o Espírito COMO QUALQUER OUTRO TIPO DE PROGRAMAÇÃO REENCARNATÓRIA.
Não se trata de punição ou de castigo, idéias que não fazem parte do corpo doutrinário espírita.
O Espírito é livre para escolher, com aqueles que estarão ao seu lado, que tipo de experiências serão mais produtivas para o seu progresso espiritual.

B - PRECISA SER DESSA FORMA?
- A forma pouca interessa ao Espírito.
O importante é o resultado a ser atingido.
Para tanto pode-se escolher uma forma que permita grandes conquistas no menor tempo possível, o que demanda um grande esforço, ou formas que ofereçam conquistas pequenas ao longo de um grande intervalo de tempo mas que exijam pouco esforço.
A forma está sempre a serviço do Espírito.

C - SE O OBJETIVO DA REENCARNAÇÃO É EVOLUIR, COMO APRENDER BEM COM UM INSTRUMENTO (CORPO FÍSICO) LIMITADO?
- Antes de mais nada é imprescindível termos em mente que o objetivo da reencarnação é de atender os imperativos da evolução espiritual.
Neste contexto ao lado do aprendizado científico há as lições morais que o Espírito deve aprender para evoluir.
Ao reencarnar em um corpo com limitações físicas, o Espírito estará automaticamente matriculando-se em curso de aprendizado moral.
As limitações impostas pela Síndrome de Down são para o corpo e NÃO PARA O ESPÍRITO.
Nestas condições o Espírito terá oportunidade de se dedicar ao aprendizado das lições morais como a paciência, a resignação, a humildade, a simplicidade, poderá aprimorar a sua determinação no cumprimento de um objetivo, trabalhará a sua força de vontade e a sua capacidade de ser perseverante.

D - É CERTO DIZER QUE O PORTADOR DE DOWN ESTÁ RECEBENDO AQUILO QUE PLANTOU?
- Depende.
Quando se diz que a "semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória" estamos usando uma imagem metafórica da lei de ação e reação.
O Espírito é livre para agir segundo a sua vontade, entretanto, cada ação nossa gera um efeito e nós somos os responsáveis por esse efeito.
Os companheiros que ainda se encontram presos à ignorância semeiam espinhos.
É certo que deverão colher espinhos querendo ou não.
Para estes a colheita deverá ser compulsória até porque eles mesmos ainda não despertaram para as consequências das ações praticadas.
Ao experimentarem a consequência das próprias ações terão a oportunidade de aprender a fazer melhores escolhas no futuro.
Para os Espíritos com graus medianos de evolução a semeadura geralmente é de boas sementes que podem ser perdidas por negligência ou por omissão durante o trabalho.
O portador de Down até poderia ser algum Espírito que tivesse plantado espinhos, todavia o seu pouco nível evolutivo não o habilitaria a colheitas proveitosas nestas circunstâncias.
Quem verdadeiramente se beneficiaria deste tipo de colheita seria um grupo de evolução mediana que quisesse fazer um curso intensivo para recuperar tempo perdido com colheitas fúteis.

E - QUEM É O CULPADO QUANDO UMA CRIANÇA NASCE COM SÍNDROME DE DOWN, O ESPÍRITO REENCARNANTE OU OS SEUS PAIS?
- A palavra culpa é de origem latina e designa as idéias de falha, defeito, imperfeição, prejuízo ou dano. Se por culpado entendemos a idéia arquetípica de ofensa a Deus e de queda do Paraíso por causa do pecado original, então ninguém é culpado.
Se por culpado entendemos e reconhecemos os nossos erros, as nossas falhas e os nossos defeitos, então todos somos de alguma forma culpados.
Como vivemos em sociedade, os erros e as falhas geralmente são cometidas em grupo.
Neste caso a oportunidade de reparar os erros e de fazer as coisas certas é oferecida ao grupo. Todos estão convidados a participar da obra de construção do bem.
Cada um de nós é livre para participarmos desta obra dentro das nossas próprias capacidades e méritos.

F - POR QUE OS ESPÍRITOS NÃO AUXILIAM PARA QUE NÃO HAJA "ERRO" NA COMBINAÇÃO DOS CROMOSSOMOS?
- A pergunta seria procedente se o acaso existisse.
Todavia como o acaso não existe NÃO há nenhum "erro" na combinação dos cromossomos.
O que existe é a combinação necessária para atender a programação reencarnatória de um grupo de Espíritos, onde cada um se revestirá do corpo físico que melhor possa serví-lo no trabalho de REFORMA ÍNTIMA.
O objetivo da reencarnação é evoluir.

G - COMO É O PERISPÍRITO DE UM PORTADOR DE SÍNDROME DE DOWN?
- Não dispomos de informações confiáveis para dar uma resposta final a esta pergunta.
Mas podemos especular um pouco sobre a questão.
Se pensarmos no perispírito apenas como o Modelo Organizador Biológico - MOB - deveremos supor que ele apresentará a configuração típica dos pacientes com SD para que o corpo físico se desenvolva dentro dos parâmetros devidos.
Tal configuração deverá ser adotada no plano espiritual, através da capacidade de plasticidade do perispírito, antes do processo reencarnatório.

Se pensarmos no perispírito apenas como o corpo espiritual este refletirá o nível evolutivo do Espírito e, portanto, terá a forma que aquele desejar.
Não é o hábito que faz o monge.

H - QUANDO EVOLUIRMOS ESPIRITUALMENTE, AS SÍNDROMES DEIXARÃO DE EXISTIR? OU SEJA, ESSA "FALHA" GENÉTICA SÓ EXISTE EM FUNÇÃO DA NOSSA SITUAÇÃO EVOLUTIVA?
- Mais ou menos.
As formas físicas e os meios nos quais elas estão inseridas existem para atender às necessidades evolutivas do Espírito.
À medida que o Espírito evolui, mudam as necessidades e com elas mudam as formas.

I - COMO O ESPÍRITO ATUA PARA "BURLAR" A GENÉTICA? AFINAL, ESSA CIÊNCIA NÃO É EXATA?
- O Espírito não pode "burlar" a genética por que ela está dentro das leis da natureza, e as leis da natureza são as leis de Deus.
O nosso conhecimento sobre genética ainda é pequeno e permanece restrito apenas ao campo físico. Se ainda não conhecemos os segredos da genética no nosso nível, como poderemos pretender compreendê-la perante o conhecimento da espiritualidade superior???

J - COMO ESPÍRITAS, QUE LIÇÃO NOS TRAZEM OS PORTADORES DE DOWN?
- São companheiros de muita coragem, dignos do maior respeito, que escolheram um caminho de evolução que muitos não ousaríamos trilhar.
Todos somos instrumentos e ao mesmo tempo estamos inseridos na grande Lei:
"Amai ao próximo como a vós mesmos".

DR. DAVID MONDUCCI - Jornal Espírita - outubro/2006
 Por Sérgio Ribeiro

sábado, 20 de abril de 2013

Precioso presente

Quando por aqui cheguei, não tinha ideia da existência de vida. Vida natural, animal, vegetal, humana. Nem na minha imaginação, podia crer na existência do sol ou da lua.
Após muitos anos de acordado, na nova vida, ainda surpreendia-me com a beleza e a intensidade de tudo neste lugar. A vida se tornou ainda mais bela e feliz!
Era tudo igual, porém, era diferente! Possuía mais cores, mais cheiros, mais sabores. Algo indescritível acontece por aqui. Acredito que seja por causa da luz!
Há mais luz em tudo. Na natureza, nas pessoas, nos sentimentos, nos pensamentos, nas relações, nas atitudes. Luz! Muita luz! De onde ela vem? Perguntava-me.
Certa manhã, quando estava a devagar em meus pensamentos. Vislumbrei algo extraordinário. Sobre as fontes inúmeras de água surgiam luzes de múltiplas cores. Pensei: A força da água sob o sol. Demorei contemplando e segui.
Ao avistar o campo verde que circunda a nossa vila, avistei luzes que dançavam no ar, sobre as árvores e flores. Pensei: o vento sob o sol. Fiquei a contemplar. E depois segui.
Logo encontrei animais andando. Correndo. Voando. E sobre eles, novamente, luzes. Deve ser o mesmo princípio dos campos: vento sob o sol. Desta vez, sentei-me para contemplar.
Encostado em uma árvore, sentado sobre a grama, adormeci. Não antes de visualizar grupos a conversar, na mesma condição que a minha, aproveitando a delícia daquele lugar.
Sorriam, cantavam, trocavam afeto e experiências vividas. Às vezes se emocionavam e choravam, abraçando-se e voltando a sorrir. Ao mesmo tempo, crianças corriam e brincavam, em uma animação contagiante.
E sobre o grupo, a envolvê-los, estavam as luzes. Vento sob o sol? Estava neste dilema até adormecer. Não sei bem o que aconteceu. Nunca caio no sono assim, principalmente, quando estou em busca de respostas.
Fora algo surpreendente! O corpo começou a relaxar. A respiração a diminuir. Os olhos foram pesando, até que não consegui mais deixá-los abertos. Era impossível resistir.
Acordei minutos depois. Ou foram segundos? Estava diferente. Mais leve. Achei que poderia levitar. Pensei: até que foi um soninho bom! Levantei-me com desenvoltura e energia. Senti-me mais jovem. Deve ser o chamado sono reparador. Elucubrei.
Os grupos ainda estavam lá e resolvi me aproximar. A animação continuava. Desejei participar. Cheguei dando bom dia, perguntando se podia juntar-me a eles.
Não recebi resposta. Estranhei! Fiz nova tentativa e nada. Fiquei bravo! Nunca vira um grupo tão mal educado! E não era só isso. No novo ambiente em que vivia, a amorosidade era preconizada. Todos deveriam se tratar com respeito e afeto. O que estava a ocorrer?
Meu cuidador se aproximou de mim como sempre. Surgiu do nada. De repente, estava lá. Meu olhar questionador encontrou seu olhar compreensivo e elucidativo.
E, portando do seu característico sorriso, convidou-me a caminhar. Nada disse, durante o pequeno percurso. Impediu-me de falar a cada tentativa. Achei que ia explodir.
Em determinado ponto, paramos. Acreditei que chegara a hora das respostas, das perguntas, das reclamações. Não necessariamente nesta ordem. Então, pediu que eu fechasse os olhos e observasse minha respiração.
No início, não consegui fazer. Estava transbordando de raiva, angustia e ansiedade. Aos poucos, fui conseguindo realizar a tarefa proposta e fui relaxando. E cada vez mais, ia relaxando e realizando a tarefa.
Percebi novamente a leveza e o bem estar com que acordara. Abri levemente os olhos e voltei calmamente a enxergar. Estava em outro lugar. Não compreendi. Não andamos muito. Lembrava-me bem.
Ao meu lado, impondo as mãos sobre minha fronte, estava meu velho conhecido. Respirei aliviado, com sua presença. Pela primeira vez falou:
- Como se sente? Perguntou
- Leve. Foi o que consegui dizer.
- Muito bem! Agora vamos fazer o caminho contrário.
- Onde estamos? Estamos longe de onde partimos?
- Estamos no mesmo lugar. Demos apenas alguns passos.
- Como pode ser? Perguntei surpreso. Esta tudo tão diferente!
- Não foi o lugar que mudou. Foi você.
- Como assim?
- Venha! Vou mostra-lhe.
Quase cai para trás ao ver-me sentado sobre a grama, recostado à árvore. - Como pode ser? Questionei surpreso?
O velho amigo apoiou-me. Gentilmente me fez sentar e começamos uma riquíssima prosa. Acho que a maior lição que tive.
- Diante de seus questionamentos, o induzimos às respostas. Permitimos que vislumbrasse a luz, mas sua falta de fé, o fez ver pela metade e não compreender o que ocorria. Então, aproveitamos que sentou e o conduzimos ao sono.
- Desdobrado, o espírito fica livre das impressões ainda grosseira e se permite ir mais além. Porém, você mergulhou na rejeição, na raiva, no despontamento, quebrando a leveza e aprisionando o espírito as tensões emocionais e psicológicas, que o fazem prisioneiro e cego das coisas mais sutis.
- Diante deste caminho que tomou, vim ao seu encontro, antes que se desequilibrasse mais gravemente. Seu livre-arbítrio, ciente através de sua consciência, recorreu ao socorro e permitiu que aceitasse auxílio.
- Antes que faça perguntas. Olhe para tudo que antes olhou e observe com cuidado e confiança. É a fé que nos permite acreditar o que nos mostra os olhos, amplificado pelo coração.
- Ao se entregar a energias tão danosas, que partem de você para você, nocivas ao seu equilíbrio, a sua saúde física e mental, nocivas ao seu desenvolvimento, impede-se de perceber e captar o que está à frente de seus sentidos.
Segui a orientação. Primeiro fechei os olhos, observei minha respiração e acalmando-me, ampliei meus sentidos. Conectado a força da fé e do amor. Forças que aprendi a aceitar a existência e a importância. A respeitar e acessar, ainda, quando necessário, pois, objetivava mantê-las sempre comigo, a qualquer hora ou situação.
Ao abrir os olhos, vi o que antes nunca havia visto. As luzes, que antes acreditava provir do vento sob a ação do sol, partiam dos homens. De seus corações, de seus sorrisos, de suas lágrimas de emoção. Do encontro que acontecia entre eles. Através da partilha, do abraço, do acolhimento.
Surgiam da alegria das crianças e com elas brincavam pinoteando e dançando, apresentando um lindo espetáculo. Partiam dos animais, através do bater de suas asas, do ritmo da batida de seus corações. Das águas, do sol, dos campos. De todos os seres vivos partiam luzes.
Estupefato, recorri ao meu cuidador, de onde partiam intensos raios de luz. Ele dedicou-me o sorriso acolhedor e iniciou a fala, que não mais fazia parte de mim. Estava sem voz, diante de tão bela e grande descoberta.
- A luz divina banha cada ser de sua criação e se faz presente durante toda a vida, encarnada ou não. É um presente do criador. Sua presença em cada um de Seus filhos.
- O que nos dá a vida. O que nos guia ao Seu encontro. Ao encontro da grande família, ao qual fazemos parte. O que nos faz caminhar, amar, crescer, evoluir.
- A luz divina já nasce conosco, mas cabe a nós, a sua manutenção. É inesgotável, porém sua intensidade e qualidade dependem da maneira com a qual a cuidamos. De como nós a alimentamos, através de nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, perante nós mesmos e o outro.
- Elas estão sob nossa responsabilidade. Um presente precioso, que muitas vezes é tratado com descuido, sem a valoração que merece. E não diga que o homem não sabe, não a vê ou conhece.
- No mais intimo de cada ser, está a luz divina. Se não for possível vê-la, é possível senti-la. Se não for possível classificá-la ou nomeá-la, é possível experimentá-la, em cada atitude condizente com as Leis Divinas.
- Sem falar nos lembretes constantes do Pai. Através do Evangelho do Cristo. Das mensagens que os chegam diretamente, escritas ou simbólicas. E dos muitos exemplos enviados constantemente.
- Ficai atentos. Recolhei-vos a fé e a caridade. Usai-as para vós aproximar de Deus, do amor, dos irmão, dos ensinamentos do Cristo. Que o Pai vos abençoe.
Caros amigos, deixo-os envolvidos, pela luz das palavras, do cuidador amigo de todos nós.

Gregório,

07.04.13

Leia mais: http://www.cacef.info/news

Contrastes

Existem contrastes exprimindo desigualdades.
Muitas criaturas encarnadas querem fugir da vida humana; contudo, as filas da reencarnação congregam milhares de candidatos ansiosos pelo renascimento...
Legiões de trabalhadores se esquivam do trabalho; no entanto, sempre há multidões de desempregados...
Numerosos alunos negligenciam os estudos; todavia, inúmeros jovens não têm qualquer oportunidade de acesso às casas de instrução, embora o desejem ardentemente...
Existem contrastes tecendo contradições...
Tudo prova a presença do Criador no Universo; todavia, mentes recheadas de conhecimento não creem na Realidade Divina...
Todos podemos dar algo em favor do próximo; no entanto, muitos possuem em abundância e nada oferecem a ninguém...
Temos a apologia da paz onipresente; contudo, extensa maioria forja a guerra dentro de si mesmo...
Existem contrastes gravando ensinamentos.
Há direitos idênticos e deveres semelhantes; contudo, há vontades diferentes, experiências diversas e méritos desiguais...
A caridade mais oculta aos homens é, no entanto, a mais conhecida por Deus...
A vida humana constitui cópia imperfeita da Vida Espiritual; todavia, a perfeição das Grandes Almas Desencarnadas na Terra foi adquirida no solo rude do Planeta...

 André Luiz - O Espírito da Verdade: Francisco Cândido Xavier

Mediante o esforço

A siderurgia transforma a estrutura dos metais e os trabalha para finalidades compatíveis com programas antes estabelecidos.Artistas alteram as formas de pedras, do bronze, do cobre, do ouro, da prata e lhes transmitem vida, lhes arrancando das entranhas, sob inspiração e esforço, a beleza e a utilidade para enriquecimento da sociedade.
Débil raiz cravada na frincha de uma rocha, obedecendo ao finalismo da sua existência, fende a pedra rude e sustenta a planta que sobre ela se desenvolve.
A vida responde de acordo com a ação desencadeada.
O violento tropeça com a truculência a cada passo.
A paciência encontra a harmonia quando persiste.
O sanguinário torna-se vítima da própria impetuosidade.
O pacifista adquire tranquilidade enquanto defende os ideais que o dominam.
O intrigante padece da neurose do medo.
A lealdade produz confiança.
A irritabilidade leva às ulcerações gástricas, duodenais e ao desequilíbrio da emoção.
A concórdia gera harmonia em toda pessoa e lugar.
O mal é sombra pelo caminho de quem lhe sofre a ação.
O bem é luz irradiante a produzir alegria.
Allan Kardec, em sua obra O céu e o inferno, ao abordar o tema Código penal da vida futura, afirma:
O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas imperfeições.
As misérias, as vicissitudes padecidas na vida corpórea, são oriundas das nossas imperfeições, são expiações de faltas cometidas na presente ou em precedentes existências.
O sofrimento é inerente à imperfeição.
Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis:
Assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
Da parte do bem que se faz, podemos aplicar o mesmo raciocínio: toda virtude traz consigo sua felicidade própria.
Quando cumprimos as leis Divinas - inscritas na consciência - recebemos por consequência imediata a harmonia, o refazimento e a paz íntima.
É Deus dentro de nós afirmando diariamente que os caminhos do amor são os mais seguros, e os únicos que nos levam à anelada felicidade plena e aos braços do Criador.
Que nos possamos moldar ao programa do dever de crescer para Deus, domando as más inclinações.
A princípio, essa atitude deve ser concentrada nas imperfeições de pequena monta.
Esse exercício, feito com disciplina e seriedade, já é caminho para a vitória sobre as paixões mórbidas que procedem do passado delituoso.
O alvo permanente deve ser nos libertarmos delas.
O homem torna-se o que se trabalha.
Não há milagre de transformação moral, em quem não se exercitou nas realizações humanas para a própria sublimação pessoal.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita e no cap. 14, do livro Alegria de
viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco
Em 11.4.2013
Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net

Família

Sérgio Ribeiro
A família é a primeira escola do Espírito reencarnante, tanto no sentido intelectual quanto no sentido moral. Considerando a interdependência dos seres ali, naquele conglomerado humano, começam as primeiras induções ao desenvolvimento da inteligência como também da espiritualidade, mesmo quando sejam maus os exemplos dados pelos genitores e demais membros da equipe familiar, pois o Mal induz ao Bem os que já estão evoluídos e, a longo prazo, faz os maus reconhecerem que somente o Bem compensa.
Não é por acaso que Deus idealizou a família como célula matriz da evolução dos Espíritos durante suas encarnações: o contato estreito e cotidiano faz com que cada um aprenda e ensine, numa troca ininterrupta, que proporciona o progresso de todos tanto na inteligência quanto na moralidade.
Devemos sempre agradecer a Deus o fato de termos uma família e ela é sempre impulsionadora da nossa evolução.
Jesus teve pai e Mãe, naturalmente, mas teve também irmãos, estes últimos que não O compreendiam e, pelo contrário, eram-Lhe avessos, mas assim foi programado para nos ensinar que o instituto da família é sagrado e deve ser prestigiado sempre.
Independente do nosso encaminhamento gradativo rumo à integração consciente na Grande Família Universal, devemos sempre prezar nossa família consanguínea ou equivalente, pois também faz parte da Grande Família Universal.
Quem não aprende a respeitar as diferenças dentro de casa não está preparado para os grandes cometimentos no Bem fora de casa: entendamos isso e façamos o Bem dentro e fora de casa!

Espírito J. Piajet
Livro: Preparação para uma vida feliz no modelo espírita

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A criança obsediada

“Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência. Não se vê em crianças dotadas dos piores instintos, numa Idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação?
Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação em nada contribuiu para isso?” (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec questão 199-a.)
Crianças obsidiadas suscitam em nós os mais profundos sentimentos de solidariedade e comiseração.
Tal como acontece ante as demais enfermidades que atormentam as crianças, também sentimos ímpetos de protegê-las e aliviá-las, desejando mesmo que nada as fizesse sofrer.
Pequeninos seres que se nos apresentam torturados, inquietos, padecentes de enfermidades impossíveis de serem diagnosticadas, cujo choro aflito ou nervoso nos condói e impele à prece imediata em seu benefício, são muita vez obsidiados de berço. Outros se apresentam sumamente irrequietos, irritados desde que abrem os olhos para o mundo carnal. Ao crescer, apresentar-se-ão como crianças-problemas, que a Psicologia em vão procura entender e explicar.

São crianças que já nascem aprisionadas — aves implumes em gaiolas sombrias —, trazendo nos olhos as visões dos panoramas apavorantes que tanto as inquietam. São reminiscências de vidas anteriores ou recordações de tormentos que sofreram ou fizeram sofrer no plano extrafísico, antes de serem encaminhadas para um novo corpo. Conquanto a nova existência terrestre se apresente difícil e dolorosa, ela é, sem qualquer dúvida, bem mais suportável que os sofrimentos que padeciam antes de reencarnar.
O novo corpo atenua bastante as torturas que sofriam, torturas estas que tinham as suas nascentes em sua própria consciência que o remorso calcinava. Ou no ódio e revolta em que se consumiam.
E as bênçãos de oportunidades com que a reencarnação lhes favorece poderão ser a tão almejada redenção para essas almas conturbadas.

A Misericórdia Divina oferecerá a tais seres instantes de refazimento, que lhes chegarão por vias indiretas e, sobretudo, reiterados chamamentos para que se redimam do passado, através da resignação, da paciência e da humildade.

Na obra “Dramas da Obsessão”, Bezerra de Menezes narra a vida de Leonel, que desde a infância apresentou crises violentas, evidenciando a quase possessão por desafetos do pretérito. Este mesmo Leonel, já adulto e casado, acompanhou a espinhosa existência de sua filha Alcina, que como ele era obsidiada desde o berço.

Crianças que padecem obsessões devem ser tratadas em nossas instituições espíritas através do passe e da água fluidificada, e é imprescindível que lhes dispensemos muita atenção e amor, a fim de que se sintam confiantes e seguras em nosso meio. Tentemos cativá-las com muito carinho, porque somente o amor conseguirá refrigerar essas almas cansadas de sofrimentos, ansiando por serem amadas.

Fundamental, nesses casos, a orientação espírita aos pais, para que entendam melhor a dificuldade que experimentam, tendo assim mais condições de ajudar o filho e a si próprios, visto que são, provavelmente, os cúmplices ou desafetos do pretérito, agora reunidos em provações redentoras. Devem ser instruídos no sentido de que façam o Culto do Evangelho no Lar, favorecendo o ambiente em que vivem com os eflúvios do Alto, que nunca falta àquele que recorre à Misericórdia do Pai.
A criança deve ser levada às aulas de Evangelização Espírita, onde os ensinamentos ministrados dar-lhe-ão os esclarecimentos e o conforto de que tanto carece.

O número de crianças obsidiadas tem aumentado consideravelmente. Há bem pouco tempo chegaram às nossas mãos, quase simultaneamente, cinco pedidos de orientação a crianças que se apresentavam todas com a mesma problemática de ordem obsessiva.

Um desses casos era gravíssimo.

Certa criança de três anos e alguns meses vinha tentando o suicídio das mais diferentes maneiras, o que lhe resultara, inclusive, ferimentos: um dia, jogou-se na piscina; em outro, atirou-se do alto do telhado, na varanda de sua casa; depois, quis atirar-se do carro em movimento, o que levou os familiares a vigiá-la dia e noite. Seu comportamento, de súbito, tornou-se estranho, maltratando especialmente a mãe, a quem dirigia palavras de baixo calão que os pais nunca imaginaram ser do seu conhecimento.

Foram feitas reuniões de desobsessão em seu benefício, quando se verificaram as origens do seu estado atual. Atormentada por muitos obsessores, seu comprometimento espiritual é muito sério.

As outras crianças mencionadas tinham sintomas semelhantes: acordavam no meio da noite, inconscientes, gritando, falando e rindo alto, não atendiam e nem respondiam aos familiares, nem mesmo dando acordo da presença destes.
Todas são menores de cinco anos.
Com a terapêutica espírita completa, essas crianças melhoraram sensivelmente, sendo que três retornaram ao estado normal.

Acesse o nosso site: www.caminhosluz.com.br 

por Suely Caldas Schubert, Do livro: Obsessão e Desobsessão.





Proteção espiritual

Todos possuímos proteção espiritual. Revelam os Espíritos que, antes mesmo de nosso renascer, a cada um de nós foi designado um ser espiritual, mais elevado que seu tutelado, para nos orientar durante toda a encarnação na Terra inclua-se os momentos do planejamento reencarnatório e os primeiros instantes do retorno à pátria espiritual quando o Espírito se desvencilha do corpo físico.

O Catolicismo chama estes seres de Anjos da Guarda; em outros contextos religiosos, são conhecidos como Guias Espirituais. Na verdade, estes seres têm status espiritual conforme o nível evolutivo dos homens que se dispõem a orientar. Ressalvada a poesia de que estes Espíritos agem à feição de anjos e como a maioria de nós ainda tem pouco de angelical, isto implica que a maioria de nossos orientadores espirituais não precisam ser, necessariamente, anjos. Entre o estado espiritual da maioria dos humanos terrenos e o dos anjos, há uma imensa gama de seres espirituais que são capazes de orientar.

A palavra guia dá uma idéia de dependência que o indivíduo encarnado teria em relação ao seu tutor. Ser guiado por outrem, mesmo um Espírito, passa a idéia de ausência de responsabilidade do tutelado, como se este não possuísse livre-arbítrio e capacidade para decidir por si próprio.

Assim, devido a impossibilidade de Deus nos atender pessoalmente, ajuda-nos por meio de seus mensageiros. Independentemente do nome, o que importa é Deus não nos abandona nunca e sempre está disponível quando nos recolhemos (interiormente) e nos conectamos com Ele, através dos bons sentimentos em forma de prece. A resposta será a ativação da intuição em mim ou em alguém, conhecido ou não, que surge e decide nos ajudar naqueles momentos difíceis.

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, mostra que há 3 tipos de orientadores espirituais:

1. Espírito protetor : constitui um orientador principal e superior aos demais. Sua missão é a de guiar o seu protegido na senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida. Sua missão tem duração mais prolongada. Jamais abandona o seu protegido, apenas se afastam quando o tutelado não ouve seus conselhos.

2. Espíritos familiares: são orientadores secundários. Podem ser os Espíritos de nossos parentes, familiares e amigos. Seu poder é limitado e sua missão é mais ou menos temporária. Só atuam por ordem ou permissão dos Espíritos protetores.

3. Espíritos simpáticos: aqueles que se afinizam com nossas tendências. Por isto, podem nos inspirar boas ou más idéias, conforme forem os sentimentos com que os atrairemos. Esta relação espiritual está intrinsecamente ligada ao caráter do homem.

Em suma, ninguém está desassistido da influência benéfica dos bons espíritos. Depende de nós afastar os ainda maus espíritos, melhorando nosso procedimento.

Janio Alcantara
Blog Conexão Espírita.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Homem no corpo de mulher.

Eu fui lésbica. Dentro do meu corpo de mulher, sentia-me um homem. Desde pequena, os meus pendores foram todos masculinos. Menina, e os meus companheiros de peraltagem eram os meninos, tanto que minha mãe repetia:Não sei a quem me saiu a Laurinha; é peralta como um menino, está sempre no meio deles; coisa feia.

E assim era: em qualquer reunião raramente me encontrava entre minhas amiguinhas. Porém, nos grupos de rapazes, lá estava eu, não como mulher, mas como homem, que intimamente me parecia ser.

Veio-me a menstruação; sofri horrores que se repetiam mês após mês. Completei 15 anos. Eu era bonita de rosto, conquanto desgraciosa de corpo. E os meus pais chamaram-me em particular:

— De agora em diante, evita estar tanto entre os moços; tens coleguinhas... porquê isso?

— Mas, mamãe, não gosto das conversas delas, de vestidos, de modas, de sapatos, de batons, de penteados, de namoradinhos. Eu, por mim, cortaria os meus cabelos como homem, e vestiria calças.

A minha resposta desgostou-os. Mudei: apaixonava-me facilmente por meninas e mulheres casadas. Deliciava-me freqüentar o vestiário de meu clube; contemplando aqueles corpos nus, lavando-se, esfregando-se, enxugando-se, muitas vezes, surpreendia-me exclamando: Ah, se eu fosse homem! Viciei uma prima; além do prazer que ela me proporcionava, dava-me a sensação de ser verdadeiramente um homem. Descobriram-me, e passei a ser vigiada. Evitam-me. O meu pai tratava-me com rispidez.

Uma fria solidão envolvia-me. Mesmo assim, casei-me. Não lhes descreverei o horror do sofrimento íntimo que senti na minha noite de núpcias; foi pasmoso. O meu esposo tinha-me nos braços e acariciava um corpo de mulher, dentro do qual se escondia o espírito de um homem. E durante as carícias, enlaçada pelo meu marido, que me abraçava e me beijava, quantas vezes tive ímpetos de repeli-lo e gritar: Eu também sou um homem! Jamais ele o percebeu; fui-lhe fiel até ao fim. A nossa união durou 15 anos; não tivemos filhos.

O meu marido enviuvou, e contraiu segundas núpcias, desta vez com uma autêntica mulher, de corpo e alma. Desencarnado, compreendi o porquê dessa encarnação como mulher; porque eu, um espírito masculino, fora embutido — sim, embutido é o termo certo —, num corpo feminino. Por quatro encarnações consecutivas, eu erigira o sexo como o supremo fim de um homem. A mulher para mim era um objeto, um mero instrumento de prazer, de gozo. Quando uma me saciava, atirava-a para um canto qualquer, e servia-me de outra. Jamais lhes respeitava a dignidade. Jamais as reconhecera como mães, esposas, irmãs. E nos intervalos de minhas encarnações, em vez de me corrigir, freqüentando as escolas correcionais da Espiritualidade, para o que não me faltaram convites, associava-me a hordas maléficas, cujo escopo era implantar o domínio do sexo. Até que, por ordem superior, encaminharam-me de forma compulsória aos engenheiros maternais, que me agrilhoaram a um corpo feminino a fim de que eu aprendesse a valorizar a mulher. Felizmente tão dolorosa experiência valeu-me.

Corrigi-me. Não só aprendi a valorizar a mulher como a divinizá-la no seu papel de mãe, de esposa, de irmã. Voltei à minha forma masculina. Trabalho agora no sector de socorro aos náufragos do sexo. Quando soar a hora, tornarei à Terra no corpo de homem normal, e saberei respeitar a mulher no altar sagrado do casamento. Claro que o meu carma não será tranqüilo, e as vicissitudes que por certo virão, em que pese gerar aflições, serão lições valiosas. E ao depararem com homens e mulheres transviados do sexo, compaixão, muita compaixão para com eles.

-fonte: Revista de Espiritismo,
nº 39, abr-mai-jun 1998, do autor Luiz de Almeida-

Estudando o livro dos espíritos

Capítulo 7 - Retorno à vida Corpórea

VIII – Esquecimento do Passado
392_ Por que o Espírito encarnado perde a lembrança do seu passado-?

— O homem nem pode nem deve saber tudo; Deus assim o quer na sua sabedoria. Sem o véu que lhe encobre certas coisas, o homem ficaria ofuscado como aquele que passa sem transição da obscuridade para a luz Pelo esquecimento do passado, ele é mais ele mesmo(1)

393. Como pode o homem ser responsável por atos e resgatar faltas dos quais não se recorda? Como pode aproveitar-se da experiência adquiria em existências que caíram no esquecimento? Seria concebível que as tribulações da vida fossem para ele uma lição, se pudesse lembrar-se daquilo que as atraiu mas desde que não se recorda, cada existência é para ele como se fosse a primeira, e é assim que ele está sempre a recomeçar. Como conciliar isto com a justiça de Deus?

—A cada nova existência o homem tem mais inteligência e pode melhor distinguir o bem e o mal. Onde estaria o seu mérito se ele se recordasse de todo o passado? 
Quando o Espírito entra na sua vida de origem (a vida espírita) toda a sua vida passada se desenrola diante dele; vê as faltas cometidas e que são causa do seu sofrimento, bem como aquilo que poderia tê-lo impedido de cometê-las; compreende a justiça da posição que lhe é dada e procura então a existência necessária a reparara que acaba de escoar-se. Procura provas semelhantes àquelas por que passou, ou as lutas que acredita apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores para o ajudarem na nova tarefa a empreender, porque sabe que o Espírito que lhe será dado por guia nessa nova existência procurará fazê-lo reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das que ele cometeu. Essa mesma intuição é o pensamento, o desejo criminoso que freqüentemente vos assalta e ao qual resistis instintivamente, atribuindo a vossa resistência, na maioria das vezes, aos princípios que recebestes de vossos pais, enquanto é a voz da consciência que vos fala e essa voz e a recordação do passado, voz que vos adverte para não cairdes nas faltas anteriormente cometidas. Nessa nova existência, se o Espírito sofrer as suas provas com coragem e souber resistir, eleva-se a si próprio e ascenderá na hierarquia dos Espíritos, quando voltar para o meio deles.

Comentário de Kardec: Se não temos, durante a vida corpórea, uma lembrança precisa daquilo que fomos, e do que fizemos de bem ou de mal em nossas existências anteriores, temos,entretanto, a sua intuição. E as nossas tendências instintivas são uma reminiscência do nosso passado, as quais a nossa consciência, — que representa o desejo por nós concebido de não mais cometer as mesmas faltas — adverte que devemos resistir.

394. Nos mundos mais adiantados que o nosso, onde não existem todas as nossas necessidades físicas e as nossas enfermidades, os homens compreendem que são mais felizes do que nós? A felicidade, em geral, é relativa; sentimo-la por comparação com um estado menos feliz. Como, em suma, alguns desses mundos, embora melhores que o nosso, não chegaram ao estado de perfeição, os homens que os habitam devem ter motivos de aborrecimento a seu modo. Entre nós, o rico, ainda que não sofra a angústia das necessidades materiais, como o pobre, não está menos sujeito a tribulações que lhe amarguram a vida. Ora, pergunto se, na sua posição, os habitantes desses mundos não se sentem tão infelizes quanto nós e não lastimam a própria sorte, já que não têm a lembrança de uma existência inferior para comparação?

- A isto e preciso dar duas respostas diferentes. Há mundos, entre aqueles de que falas, em que os habitantes, situados, como dizes, em melhores condições que vós, nem por isso estão menos sujeitos a grandes desgostos, e mesmo a infelicidades. Estes não apreciam a sua felicidade pelo fato mesmo de não se lembrarem de um estado ainda mais infeliz. Se, entretanto não a apreciam como homens, o fazem como Espíritos.

Comentário de Kardec: Não há, no esquecimento dessas existências passadas sobretudo quando foram penosas, alguma coisa de providenciai, onde se revela a sabedoria divina?
È nos mundos superiores, quando a lembrança das existências infelizes não passa de um sonho mau que elas se apresentam à memória. Nos mundos inferiores as infelicidades presentes não seriam agravadas pela recordação de tudo aquilo que tivesse suportado?

Concluamos, portanto, que tudo quanto Deus fez é bem feito e que não nos cabe criticar as suas obras e dizer como ele deveria ter regulado o Universo.
A lembrança de nossas individualidades anteriores teria gravíssimos inconvenientes. Poderia em certos casos, humilhar-nos extraordinariamente; em outros, exaltar o nosso orgulho e por isso mesmo entravar o nosso livre-arbítrio Deus, nos deu para nos melhorarmos, justamente o que nos é necessário e suficiente; a voz da consciência e nossas tendências instintivas, tirando-nos aquilo que poderia prejudicar-nos. Acrescentemos ainda que, se tivéssemos a lembrança de nossos atos pessoais anteriores, teríamos a dos atos alheios, e esse conhecimento poderia ter os mais desagradáveis efeitos sobre as relações sociais. Não havendo sempre motivo para nos orgulharmos do nosso passado, é quase sempre uma felicidade que um véu seja lançado sobre ele. Isso concorda perfeitamente com a doutrina dos espíritos sobre os mundos superiores aos nossos. Nesses mundos, onde não reina senão o bem, a lembrança do passado nada tem de penosa; é por isso que neles se recorda com freqüência a existência precedente.como nos lembramos do que fizemos na véspera. Quanto á passagem que se possa ter tido por mundos inferiores, a sua lembrança nada mais é, como dissemos, que um sonho mau.

395. Podemos ter algumas revelações sobre as nossas existências anteriores?

— Nem sempre. Muitos sabem, entretanto, o que foram e o que fizeram; se lhes fosse permitido dizê-lo abertamente, fariam singulares revelações sobre o passado.

396. Algumas pessoas crêem ter a vaga lembrança de um passado desconhecido, vislumbrado como imagem fugitiva de um sonho, que em vão se procura deter. Essa idéia não seria uma ilusão?

— Algumas vezes é real; mas quase sempre é também uma ilusão, contra a qual se deve precaver, pois pode ser o efeito de uma imaginação superexcitada. 

397. Nas existências corpóreas de natureza mais elevada que a nossa, a lembrança das existências anteriores é mais precisa?
— Sim, à medida que o corpo é menos material, recorda-se melhor. A lembrança do passado é mais clara para aqueles que habitam os mundos de uma ordem superior.

398. As tendências instintivas do homem, sendo uma reminiscência do seu passado, pelo estudo dessas tendências ele poderá conhecer as faltas que cometeu?
— Sem duvida, até certo ponto; mas é necessário ter em conta a melhora que se possa ter operado no Espírito e as resoluções que ele tomou no seu estado errante. A existência atual pode ser muito melhor que a precedente (1)

398 – a) Pode ela ser pior? Por outras palavras, pode o homem cometer numa existência faltas não cometidas na precedente?
— Isso depende do seu adiantamento. Se ele não souber resistir às provas, pode ser arrastado a novas faltas, que serão a conseqüência da posição por ele mesmo escolhida. Mas, em geral, essas faltas denunciam antes um estado estacionário do que retrógrado, porque o Espírito pode avançar ou se deter, mas não recuar.

399. Sendo as vicissitudes da vida corpórea ao mesmo tempo uma expiação das faltas passadas e provas para o futuro, segue-se que, da natureza dessas vicissitudes, possa induzir-se o gênero da existência anterior?
—Muito freqüentemente, pois cada um é punido naquilo em que pecou. Entretanto, não se deve tirar daí uma regra absoluta; as tendências instintivas são um índice mais seguro, porque as provas que um Espírito sofre, tanto se referem ao futuro quanto ao passado.
Comentário de Kardec: Chegado ao termo que a Providência marcou para a sua vida errante, o Espírito escolhe por ele mesmo as provas às quais deseja submeter-se, para apressar o seu adiantamento, ou seja, o gênero de existência que acredita mais apropriado a lhe fornecer os meios, e essas provas estão sempre em relação com as faltas que deve expiar. Se nelas triunfa, ele se eleva; se sucumbe, tem de recomeçar.
O Espírito goza sempre do seu livre-arbítrio. É em virtude dessa liberdade que, no estado de Espírito, escolhe as provas da vida corpórea e, no estado de encarnado,delibera o que fará ou não fará, escolhendo entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio seria reduzi-lo à condição de máquina.
Integrado na vida corpórea, o Espírito perde momentaneamente a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse. Não obstante, tem.,às vezes, uma vaga consciência, e elas podem mesmo lhe ser reveladas em certas circunstâncias. Mas isto não acontece senão pela vontade dos Espíritos superiores, que o fazem espontaneamente, com um fim útil e jamais para satisfazer uma curiosidade vã.
As existências futuras não podem ser reveladas em caso algum, por dependerem da maneira por que se cumpre a existência presente e da escolha ulterior do Espírito.
O esquecimento das faltas cometidas não é obstáculo à melhoria do Espírito porque, se ele não tem uma lembrança precisa, o conhecimento que delas teve no estado errante e o desejo que concebeu de as reparar guiam-no pela intuição e lhe dão o pensamento de resistir ao mal. Este pensamento é a voz da consciência, secundada pelos Espíritos que o assistem, se ele atende às boas inspirações que estes lhe sugerem.
Se o homem não conhece os próprios atos que cometeu em suas existências anteriores, pode sempre saber qual o gênero de faltas de que se tornou culpado e qual era o seu caráter dominante. Basta que se estude a si mesmo e poderá julgar o que foi, não pelo que é. mas pelas suas tendências.
As vicissitudes da vida corpórea são, ao mesmo tempo, uma expiação das faltas passadas e provas para o futuro. Elas nos depuram e nos elevam, se as sofremos com resignação e sem reclamações.
A natureza das vicissitudes e das provas que sofremos pode também esclarecer-nos sobre o que fomos e o que fizemos, como neste mundo julgamos os atos de um criminoso pelo castigo que a lei lhe inflige. Assim, este será castigado no seu orgulho pela humilhação de uma existência subalterna; o mau rico e avarento, pela miséria; aquele que foi duro para os outros, pelos tratamentos duros que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o mau filho, pela ingratidão dos seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado etc.
(1) Algumas traduções dizem: “Esquecido de seu passado, ele é mais senhor de si” A frase francesa e a seguinte: “Par l ‘oubi du passe, i] est pius lui-même” O fato de “ser e é mesmo “a nova encarnação, parece-nos mais significativo do que ser “senhor de si” (N . do T) 
(1) As pessoas que tanto se interessam por saber o que foram em vidas anteriores deve prestar atenção a estes itens. Pelo estudo de suas tendências atuais, não esquecendo o progresso que devem ter realizado, teriam uma idéia do que foram e do que fizeram. (N. do T.)