terça-feira, 23 de abril de 2013

Aborto e Rejeição

Sérgio Ribeiro
Em nossos estudos no Grupo Espírita levantou-se o fato que alguns espíritos se mantêm crianças mesmo tempos após o desencarne. Por outro lado - como sabemos -, não existem crianças em espírito. Cabia, pois, buscar subsídio na literatura espírita. Encontramos a resposta no texto abaixo, por si só auto-explicativo. Os trechos em negrito são destaques do Blog.

“Enquanto se encontrava pensativa, os socorristas daquela clínica abortiva tudo faziam para que ela desistisse do crime. Os seus pensamentos estavam embaralhados. De repente, surgia uma criança linda, pedindo-lhe: "deixe-me viver! Não me mate!" Mas, se os socorristas lhe chamavam pelo coração, outros espíritos lhe aguçavam a vaidade. Era a luta entre o bem e o mal. Na hora em que Marina deu entrada na sala médica, o olhar dos socorristas foi de desespero. Mais um crime seria ali praticado, num matadouro de homens. O médico, Roberto, usando dos mais sofisticados métodos, em alguns minutos destruiu o trabalho de anos da espiritualidade. No momento da sucção, Marina sentiu seu coração doer. Era o filho que se desligava do seu corpo. Olhou os pedaços de carne atirados no lixo e pensou: "ainda bem que não tem vida". Ela, porém, não assistiu, do lado espiritual, a uma equipe médica entrar em ação e tentar, desesperadamente, impedir que o feto sofresse demais. Contudo, mesmo recebendo boa assistência do departamento encarnatório, o espírito não conseguia livrar-se da dor da rejeição e se contraiu de tal maneira, que o seu perispírito sofreu uma sobrecarga energética e continuou criança. Uns conseguem crescer aqui na Colônia, outros se vêem ora criança, ora adulto. Não é raro voltarem totalmente alucinados pela forma violenta do aborto. Esses são confiados a excelentes psicanalistas ou psiquiatras, tal o trauma que sofrem. Marina jogou o corpo do filho numa lata de lixo, corpo este que ela, com seu parceiro, compuseram num ato de amor. Marina deixou, naquela clínica, um pedaço do seu corpo e levou consigo um débito enorme. O grupo de socorristas sentia-se desolado; por mais que prestasse auxílio à criança, ela, bastante perturbada, retorcia-se nos braços dos enfermeiros e gritava sem parar.”

Luiz Sérgio
“Deixe-me Viver”
Irene Pacheco Machado – 14ª Ed REMA 2008

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