segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Nunca estamos sozinhos


O pastor de uma igreja decidiu observar as pessoas que entravam para orar.
A porta se abriu e um homem de camisa esfarrapada adentrou pelo corredor central.
O homem se ajoelhou, inclinou a cabeça, levantou-se e foi embora.
Nos dias seguintes, sempre ao meio-dia, a mesma cena se repetia.
Cada vez que se ajoelhava por alguns instantes, deixava de lado uma marmita.
A curiosidade do pastor crescia e também o receio de que fosse um assaltante, então decidiu aproximar-se e perguntar o que fazia ali.
O velho homem disse que trabalhava numa fábrica, num outro bairro da cidade e que se chamava Jim.
Disse que o almoço havia sido há meia hora atrás e que reservava o tempo restante para orar, que ficava apenas alguns momentos  porque a fábrica era longe dali.
E disse a oração que fazia:
‘Vim aqui novamente, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo orar, mas eu penso em você todos os dias.
Assim, Jesus, hoje estou aqui, só observando.’
O pastor, um tanto aturdido, disse que ele seria sempre bem-vindo e que viesse à igreja sempre que desejasse.
‘É hora de ir’ – disse Jim sorrindo.
Agradeceu e dirigiu-se apressadamente para a porta.
O pastor ajoelhou-se diante do altar, de um modo como nunca havia feito antes. 
Teve então, um lindo encontro com Jesus.
Enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, ele repetiu a oração do velho homem…
‘Vim aqui novamente, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados. Não  sei bem como devo orar mas penso em você todos os dias.
Assim, Jesus, hoje estou aqui, só observando.’
Certo dia, o pastor notou que Jim não havia aparecido.
Percebendo que sua ausência se estendeu pelos dias seguintes, começou a ficar preocupado. Foi à fábrica perguntar por ele e descobriu que estava enfermo.
Durante a semana em que Jim esteve no hospital, a rotina da enfermaria mudou. Sua alegria era contagiante.
A chefe das enfermeiras, contudo, não pôde entender porque um homem tão simpático como Jim não recebia flores, telefonemas, cartões de amigos, parentes… Nada!
Ao encontrá-lo, o pastor colocou-se ao lado de sua cama. Foi quando Jim ouviu o comentário da enfermeira:
- Nenhum amigo veio pra mostrar que se importa com ele. Ele não deve ter ninguém com quem contar!!
Parecendo surpreso, o velho virou-se para o pastor e disse com um largo sorriso:
- A enfermeira está enganada, ela não sabe, mas desde que estou aqui, sempre ao meio-dia ELE VEM! Um querido amigo meu, que se senta bem junto a mim, Ele segura minha mão, inclina-se em minha direção e diz:
‘Eu vim só pra lhe dizer quão feliz eu sou desde que nos tornamos amigos. Gosto de ouvir sua oração e penso em você todos os dias.
Agora sou eu quem o está observando… e cuidando!

Antidepressivo

Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar.

Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.

Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja.

Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de idéias.

Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.

Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.

Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.

Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.

Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.

Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Busca e Acharás.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Inicio da Existência do Ser Humano - Livro dos Espíritos

"Em que momento a alma se une ao corpo?" »
- Resposta - «A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.”
 

"«Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação? »-
Resposta - «Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre ao tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, porque isso impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando." 


«No caso em que a vida da mãe estaria em perigo, pelo nascimento da criança, há crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?»
Resposta -  «É preferível sacrificar o que não existe a sacrificar o que existe.»



Aborto por má formação do feto
 «Qual é o objetivo da Providência, ao criar seres desgraçados como os cretinos e os idiotas?»
-    Resposta -  «São Espíritos em punição que vivem em corpos de idiotas. Esses Espíritos sofrem com o constrangimento a que estão sujeitos e pela impossibilidade de se manifestarem através de órgãos não desenvolvidos ou defeituosos.»  


«Qual o mérito da existência para seres que, como os idiotas e os cretinos, não podendo fazer o bem nem o mal, não podem progredir?»
Resposta - «É uma expiação, imposta ao abuso que tenham feito de certas faculdades; é um tempo de suspensão.»
Aborto com intuitos económicos 


«Indo sempre a população na progressão crescente que vemos, chegará tempo em que seja excessiva na Terra?»
Resposta – “Não, Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. Ele coisa alguma inútil faz. O homem, que apenas vê um canto do quadro da Natureza, não pode julgar da harmonia do conjunto.”
 

-«Qual é o primeiro de todos os direitos naturais do homem?»
Resposta – «É o de viver; e é por isso que ninguém tem o direito de atentar contra a vida do seu semelhante, nem de fazer qualquer coisa que possa comprometer a sua existência corpórea.»

.................................. 

Os espiritas, que tiveram oportunidade já de tomar tais conhecimentos e regras, deverão ter sempre, não só nesta como em todas as situações a mesma acção que Cristo teve perante a mulher adúltera......tal qual vem em JOAO, 8:11 “Eu também não te condeno; vai e não tornes a pecar.” (João, 8:11.)

Mas não nos podemos também nós próprios omitir dos ensinamentos recebidos, e aqui, faço presente a obra Evangelho Segundo o Espiritismo, que no seu Cap. XVIII, “Muitos os chamados e poucos os escolhidos”, e mais concretamente nos itens 10, 11 e 12 “A quem muito foi dado muito será pedido”, através do evangelista Lucas em XII 47-48, nos diz o seguinte:


(Lucas, XII: 47-48.)"
"Porque aquele servo, que soube a vontade de seu Senhor, e não se apercebeu, e não obrou conforme a sua vontade, dar-se-lhe-ão muitos açoites. Mas aquele que não a soube, e fez coisas dignas de castigo, levará poucos açoites. Porque todo aquele, a quem muito foi dado, muito será pedido, e ao que muito confiaram, mais contas lhe tomarão.

Consequências do Aborto.


De acordo com "O livro dos espíritos", a união da alma ao corpo começa em regra na concepção, ou seja, na fecundação e completa-se na ocasião do nascimento.

A gravidez é sinal de que a um espírito foi dada a oportunidade de reencarnar na Terra para evoluir e resgatar seu passado culposo. Assim, por mais indesejável que seja, uma gravidez nunca é casual e deverá ser aceita e valorizada, pois estará sempre dentro dos desígnios divinos, e é também para os pais uma oportunidade de evoluir e saldar dívidas perante a vida, já que também tiveram progenitores que os acolheram.

O aborto é a frustração do direito a reencarnar que cada Espírito necessitado de evoluir tem por lei divina, sendo transgressão nesse sentido perante as leis de Deus: amor e cooperação fraterna.

Para a Doutrina Espírita, o fato de a gravidez resultar de violação não justifica o aborto, ainda que a mulher não se sinta com estrutura psicológica para criar o filho. Neste caso, é preferível que a mãe ofereça a criança à adoção, deixando a nascer.

Além dos prejuízos físicos e psíquicos que costuma trazer à gestante, o aborto é causa de dolorosas consequências no plano espiritual.

Quando é escolhido o caminho do aborto, mesmo quando legal perante a lei humana, o Espírito rejeitado pode (consoante sua evolução e capacidade de perdoar ou não, e as necessidades que tinha de reencarnar -  note se que no nosso planeta de provas e expiações a reencarnação se dá, em regra, quando o Espirito já não consegue ser feliz, recordando as dividas e atraso evolutivo que ainda carrega consigo - abortado, surge o desespero de a oportunidade que lhe recusaram de ultrapassar o estado evolutivo ainda infeliz no mundo espiritual) perseguir, com ódio e desejo de vingança, a mãe e todos aqueles que se envolveram na interrupção da gravidez. O aborto é assim uma das causas invisíveis de certas moléstias e sobretudo das obsessões catalogáveis na patologia da mente.

Não só a mulher, como também o homem, na fuga de suas responsabilidades, em vez de alcançarem o equilibrio para o qual reencarnaram neste mundo (sendo por este prisma o aborto uma oportunidade perdida)  desajustam as energias psicossomáticas com intenso desequilíbrio, sobretudo, do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que surgirão a tempo certo, o que ocorre não só porque o remorso se lhes entranha no ser mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero, de revolta e vingança dos Espíritos que a lei lhes reservava para filhos.

O Espiritismo não vem pois ameaçar com o chicote ou a censura que tal ou tal ato é crime (a não ser considerando se como desequilibrio perante as leis com que Deus sustenta a vida - ao afastar se desses equilibrio divino, o ser humano obviamente só colhe espinhos, não por castigo, mas porque quem se afasta do equilibrio é como peixe fora de água, sofrendo fora de seu elemento natural), mas conscientizar-nos do cominho que nos convém e nos levar a compreender as patologias que poderão emergir no corpo físico, especialmente na área reprodutora, como o desaguar das energias perispirituais desestruturadas, convidando o protagonista do aborto a harmonizar-se com a própria consciência.



sábado, 29 de janeiro de 2011

ESPELHO DA ALMA

Quando somos jovens, geralmente temos uma boa relação com o espelho. Paramos diante dele e nos olhamos de corpo inteiro e por todos os ângulos.
Temos mais coragem de nos observar, de enfrentar possíveis desajustes físicos, e o futuro está a nosso favor.
Somos mais flexíveis, desarmados, versáteis, e mais dispostos às mudanças. Gostamos de trocar opiniões e acatamos idéias novas com facilidade.
Nossa alma, tanto quanto nosso corpo está em constante transformação. Estamos sempre à procura de novos significados para velhas idéias.
Com o passar do tempo, vamos evitando espelhos que reflitam nosso corpo por inteiro.Procuramos aqueles que mostrem apenas do pescoço para cima.
Fugimos da nossa aparência, por não gostar dela ou porque ainda desejamos ver refletido aquele corpo jovem, a cabeleira abundante, a pele lisa e brilhante.
E porque não gostamos da nossa imagem, fugimos do espelho, como se isso resolvesse o nosso problema. Assim também acontece com as questões da alma.
Quando somos jovens temos coragem de refletir sobre nossas atitudes, gostamos de aprender coisas novas e estamos dispostos a enfrentar desafios.
Buscamos respostas para nossas dúvidas e não tememos as críticas, por entender que elas nos ajudam a crescer. Mas quando as gordurinhas do comodismo vão se acumulando em nossa alma começamos a fugir de espelhos que nos mostrem tal qual somos.
As idéias vão se cristalizando e não temos mais tanta disposição para reciclar as nossas memórias.
Posicionamo-nos numa área de conforto e nos deixamos levar pelas circunstâncias, sem tantos esforços.
Para muitos é como se uma influência paralisante lhes tomasse de assalto. Não se interessam mais pelo conhecimento, nem por fazer novas amizades ou cuidar um pouco do corpo e da saúde.
Esquecidos de que a sabedoria não está na espinha dorsal nem na pele jovem ou na basta cabeleira, entregam-se ao desânimo como se tivessem chegado ao fim da linha.
Não se dão conta de que enquanto estamos respirando é tempo de aprender e crescer, de fazer exercício e eliminar as gorduras indesejáveis.
Enquanto podemos contemplar o espelho físico, podemos nos observar e envidar esforços para corrigir o que julgamos necessário.
Enquanto a vida nos permite, devemos voltar o olhar para o espelho da consciência e ajustar o que seja preciso, para que fiquemos mais belos e mais sábios.
Arejar os pensamentos e reciclar as memórias infelizes que teimamos em arquivar nos escaninhos do ser.
Repensar conceitos, refazer idéias, rever atitudes e posturas.Só assim afastaremos o desejo constante de fugir do espelho, de fugir de nós mesmos, fingindo que somos felizes e mascarando a realidade.
Pense nisso e não lute contra a natureza, desejando segurar o tempo com as mãos.
Não deixe que a sua sabedoria se esconda nas rugas da pele nem perca o viço entre os cabelos brancos.
A beleza da sua alma é independente do corpo físico. A sua grandeza se reflete na sua forma de pensar, sentir e agir, e não na imagem projetada no espelho.
Pense nisso e observe-se de corpo e alma, por inteiro.Lembre-se de que cabe somente a você a decisão de assumir a realidade e modificá-la, quando, como e se julgar necessário.Pense nisso!
Pior do que estar insatisfeito com o corpo é a insatisfação com a própria consciência. Essa insatisfação lhe rouba a paz, a alegria, a vontade de crescer e ser feliz.
Por isso é importante lembrar que você pode modificar essa realidade quando desejar.
Basta investir na sua melhoria íntima arejando a mente, eliminando preconceitos e adquirindo conhecimentos que lhe tragam satisfação e paz de consciência.
Momento Espírita

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DICAS PARA SER UM VENCEDOR

    Escolha seus amigos, não ande com pessoas que não agregam a sua vida futura.

 Estude, lembre-se que o século XXI, é o século da inteligência, vencerão somente os melhores.
 Procure ouvir as experiências dos mais velhos, as vezes pode ser chato mais antes de descartar bons conselhos, pense neles.
 Cuide de sua saúde, pratique esportes e não fume.
 Encha seu tempo, não fique desocupado, faça alguma coisa, cursos rápidos além da escola é sempre uma boa opção.
 Aprenda o inglês e espanhol, lembre-se que o inglês será o idioma universal. Mas da metade da população mundial estará falando inglês nos próximos anos. Espanhol é importante porque será á segunda língua mundial.
 Aprenda computação, o mundo será cada dia mais eletrônico. Navegue na internet buscando informações úteis para o seu futuro.
 Divirta-se, seja uma pessoa alegre, sorria!
 Seja educado, aprenda a dizer “obrigado”, “por favor”, “com licença”, “desculpe”, etc. Pessoas educadas tem mais sucesso na vida e no trabalho.
 Resista a tentação das drogas e maneiras fáceis e falsas de ser feliz. Lembre-se que a felicidade e o sucesso são construídos no dia-a-dia pôr nossas atitudes e comportamentos. Acredite em você! Lembre-se que você é a pessoa mais importante do mundo, VOCE MERECE O MELHOR, CUIDE-SE.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um velho carpinteiro estava em vias de se aposentar. Chegou ao seu superior e informou a decisão. Os anos lhe pesavam muito e ele desejava uma vida mais calma. Queria descansar um pouco, estar mais com a família, despreocupar-se de horários e rígidas disciplinas que o trabalho lhe impunha. Porque fosse um excelente funcionário, seu chefe se entristeceu. Perderia um colaborador precioso.

Como última tarefa, antes de deixar seu posto de tantos anos, o chefe lhe pediu que construísse uma casa. Era um favor especial que ele pedia. O carpinteiro consentiu. À medida que as paredes iam subindo, as peças sendo delineadas, o acabamento sendo feito, podia se perceber à distância que os pensamentos e o coração do servidor não estavam ali. Ele não se empenhou no trabalho. Não se preocupou na seleção da matéria-prima, de forma que as portas, janelas e o teto apresentavam sérios defeitos.

Como também não teve cuidado com a mão de obra, a casa tomou um aspecto lamentável. Foi uma maneira bem  desagradável dele encerrar a sua carreira. Surpresa maior foi quando o chefe veio inspecionar a obra terminada. Olhou e pareceu não ficar satisfeito. Aquele não era um trabalho do seu melhor carpinteiro. No entanto, tomou as chaves da casa e as entregou ao carpinteiro. Esta casa é sua. É meu presente para você, por tantos anos de dedicação em minha empresa. Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que a casa seria sua, teria caprichado. Teria buscado os melhores materiais. O acabamento teria merecido atenção especial.

Mas agora ele iria morar naquela casa tão mal feita. Assim acontece conosco. Construímos nossas vidas de maneira distraída e descuidada. Esquecemos de levantar paredes sólidas de afeto que nos garantirão o abrigo na hora da adversidade. Não providenciamos teto seguro de honradez para os dias do infortúnio. Não nos preocupamos com detalhes pequenos como gentileza, delicadeza, atenções que demonstrem interesse para com os demais. Pensemos em nós como um carpinteiro. Pensemos em nossa casa. Cada dia martelamos um prego novo, colocamos uma armação, estendemos vigas, levantamos paredes.

Construamos com sabedoria nossa vida. Porque a nossa vida de hoje é o resultado das nossas atitudes e escolhas feitas no ontem. Tanto quanto nossa vida do amanhã será o resultado das atitudes e escolhas que fizermos hoje. E se nos sentirmos falharem as forças, recordemos a advertência que se encontra no capítulo primeiro da epístola de Tiago,  versículo 5: Se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus. Ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos.

*   *   *

Tudo que realizes, faze-o com alegria.
Coloca estrelas de esperança no céu de tua vida e alegra-te pela oportunidade evolutiva.
A alegria que é resultado de uma conduta digna, é geradora de saúde e bem-estar.
E toda alegria resulta de uma visão positiva da vida, que se enriquece de inestimáveis tesouros de paz interior.
O teu amanhã será de luz se hoje semeares bom ânimo, o bem e a amizade.

Redação do Momento Espírita, com base em conto da Gazeta cristã, ano III, de novembro de 1999 e no cap. 40, do livro Episódios diários, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 27.01.2011

Eurípides Barsanulfo -Biografia

Nascido em 1º de maio de 1880, na pequena cidade de Sacramento, Estado de Minas Gerais, e desencarnado na mesmo cidade, aos 38 anos de idade, em 1o. de novembro de 1918.

Logo cedo manifestou- se nele profunda inteligência e senso de responsabilidade, acervo conquistado naturalmente nas experiências de vidas pretéritas.

Através de informações prestadas por um dos seus tios, tomou conhecimento da existência dos fenômenos espíritas e das obras da Codificação Kardequiana. Diante dos fatos voltou totalmente suas atividades para a nova Doutrina, pesquisando por todos os meios e maneiras, até desfazer totalmente suas dúvidas.

Persistiu lecionando e entre as matérias incluiu o ensino do Espiritismo, provocando reação em muitas pessoas da cidade, sendo procurado pelos pais dos alunos, que chegaram a oferecer- lhe dinheiro para que voltasse atrás quanto à nova matéria e, ante sua recusa, os alunos foram retirados um a um.

A produção de vários fenômenos fez com que fossem atraídas para Sacramento centenas de pessoas de outras paragens, abrigando- se nos hotéis e pensões, e até mesmo em casas de famílias, pois a todos Barsanulfo atendia e ninguém saía sem algum proveito, no mínimo o lenitivo da fé e a esperança renovada e, quando merecido, o benefício da cura, através de bondosos Benfeitores Espirituais.

Auxiliava a todos, sem distinção de classe, credo ou cor e, onde se fizesse necessária a sua presença, lá estava ele, houvesse ou não condições materiais.

Jamais esmorecia e, humildemente, seguia seu caminho cheio de percalços, porém animado do mais vivo idealismo. Logo sentiu a necessidade de divulgar o Espiritismo, aumentando o número dos seus seguidores. Para isso fundou o "Grupo Espírita Esperança e Caridade", no ano de 1905, tarefa na qual foi apoiado pelos seus irmãos e alguns amigos, passando a desenvolver trabalhos interessantes, tanto no campo doutrinário, como nas atividades de assistência social.

Certa ocasião caiu em transe em meio dos alunos, no decorrer de uma aula. Voltando a si, descreveu a reunião havida em Versailles, França, logo após a I Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora exata da reunião quando foi assinado o célebre tratado.

Em 1o. de abril de 1907, fundou o Colégio Allan Kardec, que se tornou verdadeiro marco no campo do ensino. Esse instituto de ensino passou a ser conhecido em todo o Brasil, tendo funcionado ininterruptamente desde a sua inauguração, com a média de 100 a 200 alunos, até o dia 18 de outubro, quando foi obrigado a cerrar suas portas por algum tempo, devido à grande epidemia de gripe espanhola que assolou nosso país.

Barsanulfo seguiu com dedicação as máximas de Jesus Cristo até o último instante de sua vida terrena, por ocasião da pavorosa epidemia de gripe que assolou o mundo em 1918, ceifando vidas, espalhando lágrimas e aflição, redobrando o trabalho do grande missionário, que a previra muito antes de invadir o continente americano, sempre falando na gravidade da situação que ela acarretaria.

Manifestada em nosso continente, veio encontrá-lo à cabeceira de seus enfermos, auxiliando centenas de famílias pobres. Havia chegado ao término de sua missão terrena. Esgotado pelo esforço despendido, desencarnou no dia 1o. de novembro de 1918, às 18 horas, rodeado de parentes, amigos e discípulos.

Sacramento em peso, em verdadeira romaria, acompanhou- lhe o corpo material até a sepultura, sentindo que ele ressurgia para uma vida mais elevada e mais sublime.

A caridade de Eurípedes Barsanulfo

As manhas eram quentes de vibrações. O professor Eurípedes despertava bem cedinho para orar e alimentar-se em Espírito. Dedicava-se ao receituário; com amor, atender irmãos necessitados era um estímulo ao seu coração.
Ao ler cada carta transportava-se até os irmãos, através das vias mediúnicas que ganhavam o concurso maior da expansão magnética de Dr. Bezerra de Menezes. Ia ao encontro do doente em pensamento, fazendo um registro fotográfico do caso clínico em andamento. A equipe espiritual desdobrava-se de tal forma que informações valiosas eram trazidas por esses Espíritos que registravam magnanimamente a situação espiritual de cada doente.
As enfermidades tinham seus centros energéticos em disfunção, o que resultava no quadro patológico ou mesmo espiritual. Cada situação era trabalhada de forma diferente, pois a Equipe de Bezerra promovia a leitura ótica do estado consciencial de cada enfermo, vindo assim a prescrever o receituário mais sublime e eficiente.
Acostumado ao trabalho de amor, o Espírito Barsanulfo já se colocava como intermediário entre os dois planos da vida, participando ativamente dessa atividade espiritual. Seu transe era constante, o que possibilitava atender às condições essenciais de cada enfermo.
Dr. Bezerra de Menezes atuava no contexto mental do médium com tanta propriedade e naturalidade, que as informações oferecidas pelos Espíritos eram assimiladas de tal forma que ficava em sua memória todo o registro desse trabalho.
Horas e horas eram dedicadas ao próximo, interagindo com esses Espíritos que cada vez mais lhe deixavam o reflexo do trabalho de auxílio ampliado em sua consciência. Estava estabelecida a interação plena entre Bezerra e Eurípedes, formando assim um único pensamento e uma única vibração. Amava o seu trabalho e o realizava com a grandeza dos bons para todos que o procuravam.
Euripedes se expandia em amor e a sua carga eletromagnética permanecia constantemente em renovação. Espírito milenar dedicou todas as suas existências ao trabalho da caridade, amando e servindo o seu irmão. A caridade de Eurípedes se estabelecia desde a criança a quem demonstrava amor e interesse até o idoso, a quem amparava e compreendia em suas necessidades mais íntimas.
Eurípedes sabia que ali estava um irmão, Espírito em expansão e que amanhã viria estabelecer novos caminhos de trabalho.
Qual foi a maior caridade?
Seria atender à dor física?
Amparar os doentes, agasalhando-os em seu coração?
Eurípedes fez como Jesus. Esclareceu para dar amparo, eis a maior caridade. Esclarecer o Espírito, dando-lhe condições de mudar seu contexto mental. Ensinou os Espíritos a raciocinarem e a construírem um novo paradigma de fé, desenvolvendo nesses seres o interesse pela Verdade, auxiliando-os a se manterem numa postura de caridade conforme Jesus havia ensinado.
Sua postura ética e caridosa se manifestava em todas as suas atitudes, que eram sempre de fé e amor. Conhecedor das Leis que regem a Vida sentia a grandeza divina em sua intimidade espiritual, transformando tudo isso num sublime código de amor e de trabalho renovadores.
Diante do clero, respeitou seus princípios; diante da justiça humana pronunciou seu testemunho de fé através do respeito. Humilhado, ensinou, amou e exemplificou. Eurípedes foi ação, foi dignidade. Foi junto ao próximo que formalizou seu código de fé e de trabalho.
Amou sem olhar a quem, distribuindo a todos a lição de fraternidade e de amor universal.
Era Jesus o seu modelo, nele alimentou toda sua fé e fortaleceu o seu ânimo através do trabalho redentor. A caridade de Eurípedes avançou e expandiu, saindo do contexto das relações afetivas para estender sua vibração aos campos sublimes do amor universal, este foi seu testemunho de fidelidade a Jesus.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Paciência...

"7. A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu.

Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.

A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte.

Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo. - Um Espírito amigo. (Havre, 1862.)
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo IX - "Bem-aventuradis os que são brandos e pacíficos")

Ser Paciente

É comum ouvir-se dizer que alguém perdeu a paciência.

Sendo a paciência uma virtude, parece estranha a idéia de que possa ser perdida.

Virtudes são conquistas do espírito, que as incorpora em seu modo de ser.

Não se trata de algo exterior, que o homem encontra e vê desaparecer sucessivas vezes.

Quem desenvolve uma virtude passa a ser melhor em determinado aspecto de sua vida imortal.

É possível perder-se apenas o que se possui, mas não o que se é.

Se uma característica nobre foi assimilada por alguém, ela não pode ser perdida.

A criatura genuinamente honesta jamais extravia a própria honestidade.

A pessoa bondosa não é privada repentinamente de sua bondade.

Assim, quando alguém afirma que perdeu a paciência é porque nunca chegou a ser verdadeiramente paciente.

Isso não significa que as virtudes surjam de um momento para o outro.

Elas devem ser paulatinamente elaboradas no íntimo do ser.

No longo processo de aquisição da nobreza interior, trava-se uma autêntica batalha entre os vícios e as virtudes.

É comum que certas quedas ocorram, pois se trata de um processo de transição.

Mas a verdade é que, enquanto a criatura titubeia entre atos nobres e mesquinhos, ela ainda está lutando contra si mesma.

Virtudes não são propriedade de um determinado espírito, pois compõem a sua própria essência.

Tanto é assim que habitualmente se fala que alguém é bondoso, e não que possui bondade.

Enquanto estamos com dificuldade para tolerar certas pessoas ou situações, ainda não somos pacientes.

No máximo, estamos lutando para incorporar essa virtude.

Afinal, é fácil conviver pacificamente com quem pensa igual a nós, ou suportar pequenos inconvenientes.

O teste para nossa fibra moral é suportar com serenidade grandes contrariedades ou provocações.

A verdadeira paciência é sempre exteriorização da alma que já realizou muito amor em si mesma.

Plena de amor, ela distribui os tesouros de seu afeto aos que a rodeiam, mediante a exemplificação.

A alma paciente já consegue considerar todas as criaturas como irmãs, em quaisquer circunstâncias.

Se necessário, ela esclarece a ignorância, mas sempre de modo fraterno.

Paciência é a tolerância esclarecida que revela a iluminação do ser que a manifesta.

Trata-se de uma conquista sublime, somente alcançada a custo de disciplina e esforço.

Para ser paciente é preciso domar os próprios impulsos inferiores.

Quem pretende ser tolerante deve cessar de ver problemas nos elementos externos, sejam pessoas ou circunstâncias.

Precisa compreender que todo o mal que atinge a criatura em evolução vem dela própria, de seu interior carente de renovação.

Quem percebe as suas seqüelas morais, sem disfarces ou desculpas, naturalmente tende a olhar o próximo com tolerância.

Mas não basta apenas perceber os próprios problemas.

É necessário corrigi-los, com a adoção de novos padrões de comportamento.

A disciplina antecede a espontaneidade.

Transformar vícios em virtudes pressupõe disciplina e determinação.

Assim, para ser paciente é preciso esforço em tolerar as dificuldades e os defeitos alheios.

Mas também é indispensável trabalho concentrado para vencer os próprios vícios.


(com base na questão 254 do livro ‘O Consolador’, do Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. )

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Conflitos psicológicos-Emmanuel




Tão fácil julgar os conflitos sentimentais que surjam nos outros!

Habitualmente, a opinião pública na Terra quase que até agora, em assuntos de sexo, se restringia a entender e aprovar os que se davam ao casamento e a estranhar ou reprovar os que se mantinham em celibato.

A evolução, no entanto, descortinou as ciências psicológicas da atualidade e as ciências psicológicas empreenderam o estudo das complexidades da alma, quase a lhe operarem o desnudamento.

E os problemas do sexo vão sobrando em escala crescente.

Casados e solteiros, jovens e adultos, quando em lutas emocionais, apresentam distúrbios afetivos e impulsos ambivalentes, insatisfação e carência de ordem sentimental, dificuldades através de condições inversivas e fenômenos diversos da bissexualidade.

Sempre valiosa a contribuição da psicologia em socorro de quantos se identificam no mundo em situação paranormal, nos domínios do afeto, particularmente quando ensina aos pacientes a conquista da auto-aceitação. Entretanto, sem os princípios reencarnacionistas, definindo a posição de cada espírito segundo as leis ele causa e efeito, qualquer tipo de assistência às vítimas de desajustes psicológicos resultará incompleto.

Nesse sentido é preciso recordar que todas as lesões afetivas que tenhamos imposto a alguém repercutem sobre nós, criando lesões conseqüentes e análogas em nosso campo espiritual.

Esse terá traumatizado almas queridas com os assaltos da ingratidão e se corporificou de novo no Plano Terrestre suportando os chamados desequilíbrios congênitos; aquele provavelmente haverá precipitado corações sensíveis em despenhadeiros do sentimento e renasceu carregando frustrações sexuais irreversíveis para todo o curso da própria existência; outro perseguiu criaturas irmãs do sexo oposto, mergulhando-as em desespero e delinqüência e terá voltado à Terra em condições inversivas; outros terão solicitado a própria internação em celas morfológicas de formação contraria aos seus impulsos mais íntimos, de modo a se isolarem transitoriamente para o desempenho de tarefas determinadas e nem sempre toleram as provas e empeços da própria escolha; e outros muitos ainda, que impuseram suicídios e crimes, traições e deserções a pessoas que lhes hipotecavam integral confiança, retornam à experiência física sofrendo tribulações complexas que variam conforme o grau da culpa com que dilapidaram a harmonia de si mesmos.

Diante dos nossos irmãos de Humanidade em problemas sexuais, saibamos administrar-lhes amor e esclarecimento ao invés de menosprezo ou condenação.

Normalidade física não quer dizer no mundo que os nossos débitos das existências passadas fiquem extintos. Em razão disso, muitas vezes, é possível que amanhã estejamos rogando amparo justamente àqueles aos quais hoje estendamos auxílio.

Encerrando os nossos apontamentos, lembremo-nos de que Allan Kardec formulou a questão número 202, em O Livro dos Espíritos, indagando da Espiritualidade Superior quanto à preferência dos amigos desencarnados, ante o renascimento no mundo, a perguntar para que setor da vida humana mais se inclinavam: se para o campo de trabalho do homem ou da mulher. E os mentores da Codificação Kardequiana responderam convincentes:

– Isso, na essência, não lhes importa. Vale, sim, para eles, acima de tudo, a prova que lhes compete experimentar.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Prece do Silêncio

Pai,
Que hoje eu possa saber fazer silêncio!

Que os maus pensamentos se calem
e que os meus ouvidos sejam surdos
para más palavras e maledicências.

Que os meus olhos possam apenas enxergar o Bem
em todas as coisas por pior que elas pareçam.

Que o meu ego se emudeça e se afaste
de julgamentos e condenações.

Que a minha alma se expanda e tenha compaixão
por todos os seres vivos.

Que em meu silêncio eu veja que há tempo
para fazer preces pelos que já se foram.

Que eu consiga perceber cada recado Teu
através das Tuas criações.

Que eu compreenda que a Tua voz é a única que me
sopra a Verdade nas 24 horas dos meus dias.

Que eu ouça em cada minúsculo ser
a grandeza da Tua obra.

Que eu perceba nessa Grandeza o quanto
és desprovido de orgulho.

Pai,
Que hoje eu possa saber fazer silêncio!

Que eu saiba calar na hora exata
e nessa hora lembrar-me de observar
que na música da Vida
só prevalece a Tua arte .

E que em meio a qualquer som
Tu sempre soarás mais alto
e jamais hás de calar-Te.

Assim seja

Calma -André Luiz



  • Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie alguns instantes para pensar.
  • Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranqüilidade traz o pior.
  • Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante.
  • Se você sofreu prejuízos materiais, a reclamação é bomba atrasada, lançando caso novo.
  • Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos simpática, junto de outros amigos.
  • Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é desperdício de tempo.
  • Se contrariedades aparecem, o ato de esbravejar afastará de você o concurso espontâneo.
  • Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta a faltas maiores.
  • Se você não atingiu o que desejava, a impaciência fará mais larga a distância entre você e o objetivo a alcançar.
Seja qual for a dificuldade, conserve a calma, trabalhando, porque, em todo problema, a serenidade é o teto da alma, pedindo o serviço por solução.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O ausente-presente

Era a derradeira refeição que fariam juntos. É um momento de alegria, pela comemoração da páscoa judaica.

Recordam-se das agruras da escravidão no Egito e as alegrias da libertação pelo legislador hebreu Moisés.

Os cânticos se sucedem, em obediência ao rito comemorativo. Serve-se o carneiro, o pão sem sal e sem fermento, embebido no molho de ervas amargas.

Recordam-se das bênçãos e a proteção de Yaweh. É também um momento de despedida.

Um pouco e já não mais me vereis, assevera Jesus. E como bom pastor, exorta: meus filhinhos...

E tece recomendações, dizendo das dores que adviriam aos Seus seguidores, a todos aqueles que desejassem levar o archote da Boa Nova na tentativa de iluminar a Terra.

O machado está posto à raiz, dizia o Mestre.

Mas, se falou de dores e sofrimentos, não deixou de declamar esperança e consolo.

Por isso, em observando o ar de tristeza que envolvia os Apóstolos, naquela hora, profetizou:

Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus. Crede também em mim. Eu vou para vos preparar o lugar.

Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais.

O Pastor anuncia Sua viagem, mas apresenta os objetivos dela e afirma o Seu retorno.

A hora avança e Ele ensina:

Um novo mandamento vos dou: amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.

E sentencia:
Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.
É um momento solene. Os minutos se sucedem ligeiros, como se desejassem que aquela despedida não se alongasse.
Mas o Mestre dos mestres tem algo mais a dizer:
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Tenho-vos chamado amigos, porque tudo o que sei de meu Pai vos transmiti.
Repito-vos: amai-vos uns aos outros.
E, como num testamento, exterioriza Sua doação final:
Deixo-vos a paz: a minha paz vos dou ,Não vo-la dou como o mundo a dá.
Amai-vos como eu vos amei.
Ninguém tem mais amor do que aquele que dá a própria vida pelos seus amigos.
Sereis meus amigos, se fordes amigos uns dos outros.

A noite se envolve em crepe. Talvez a lua tenha escondido sua cara redonda e prateada, para enxugar o próprio pranto.

O Cordeiro vai ser imolado...

Ele voltaria depois da morte para atestar que a morte não existe.

E quando chega, faz-Se visível àquele grupo de homens assustados, como uma equipe sem chefia e os saúda:

Paz seja convosco!

E ficaria com eles por dias e dias.

Dias de sol, noites de estrelas, de luar.

Pelas estradas da Galiléia e da Judeia, pelas praias do mar e do lago, nas montanhas, onde os pastores apascentam seus carneiros, nas planícies onde os camponeses cortam o trigo, todos sentem que Ele pode estar, que Ele pode vir, de repente e dizer:

"A paz seja convosco!"

Certeza de Sua presença.
Amigo, Mestre, Senhor: presente!

Não nos esqueçamos disso.      

( com base no Evangelho de João, cap. XIV e com parágrafo colhido no cap. LXXII, do livro Vida de Jesus, de Plínio Salgado, ed. Voz do oeste.)

O Olhar do Amor

O amor é uma experiência interior muito pessoal. Entretanto, não é
uma possessão pessoal. O amor não pertence, não pode pertencer a
ninguém, porque o amor é um conceito universal, uma experiência para ser
partilhada por todos. O conceito de amor universal se refere ao amor que
Deus tem por todas as criaturas. É o amor que a vida é, a manifestação da
energia de Deus. O amor universal, o amor de Deus, é o único amor
verdadeiro que existe. É o amor que nossas almas anseiam experimentar e
pelo qual se tornam vivas. O amor universal transcende o ser e as
necessidades do ser, nos levando à comunhão com as energias do universo e
com o amor de todas as coisas vivas. O amor universal não impõe condições,
ele nos aceita a todos. A experiência do amor universal não é o que a maioria
de nós procura conscientemente em nossos relacionamentos. Entretanto, é o
que todos nós viemos para aprender nessa vida através de nossos
relacionamentos.
Em um nível mais humano, o que a maioria de nós procura e deseja é
a experiência amorosa de partilhar, cuidar e estar em comunhão que os
relacionamentos podem oferecer. Não podemos fazer com que as pessoas nos
amem do jeito que queremos que nos amem. Nem existe nenhuma forma de
garantir que ficarão apaixonadas por nós enquanto estivermos apaixonados
por elas. Isto não significa que não exista amor suficiente por aí ou que
nunca iremos conseguir ter uma experiência amorosa mais profunda. Quer
dizer que podemos não tê-la com uma pessoa em particular, em um
determinado momento, ou pelo tempo que quisermos que dure.
Em nosso desenvolvimento como seres humanos, nossas mentes e
almas irão evoluir e nossa visão irá se expandir. Essa expansão nos
fornecerá uma consciência maior de nós mesmos, do mundo em que vivemos
e dos mistérios da vida. Para garantir que a viagem valha a pena, que a
jornada seja significativa e que o discernimento que obtemos possa nos levar
a um discernimento ainda maior, devemos manter nossos corações abertos
às experiências maiores do amor. Devemos estar dispostos a renunciar aos
nossos antigos conceitos, incorporar novas informações, mudar a direção em
que estamos viajando e, acima de tudo, não impor condições ao amor. Você
nunca pode amar alguém com prejuízo para essa pessoa. Isso não é amor, é
posse, controle, medo, ou uma combinação de tudo isso. Sim, nós nos
comprometemos. Sim, nós temos responsabilidades. Sim, queremos manter
as pessoas que amamos junto de nós. Entretanto, quando amar alguém está
nos machucando ou colocando nossa própria vida em risco, devemos
aprender a renunciar. Se não estivermos dispostos a renunciar, se
insistirmos em nos debater em nome do amor, o amor nos deixará
debatendo

sábado, 22 de janeiro de 2011

OPINIÕES SOBRE A JUVENTUDE

Francisco Cândido Xavier

“Em nossa reunião pública, O evangelho segundo o espiritismo nos ofereceu para estudo o item 9 do capítulo XIV, referente ao problema da indiferença dos filhos para com os pais terrestres. O livro dos espíritos nos deu a questão nº 264, sobre a escolha de provas e rumos feita pelo espírito antes da sua reencarnação.

Estabeleceu-se o diálogo entre vários pais e mães presentes à reunião, de permeio com as dissertações evangélicas pelos irmãos que se incumbem dessa tarefa. A troca de pontos de vista foi pacífica, mas muito ardente.

As opiniões sobre a juventude foram as mais diversas. Como de hábito, Emmanuel escreveu ao término do nosso encontro a página a que deu o título de Jovens difíceis, que não só por mim, mas por instâncias de muitos amigos visitantes, envio-lhe para os seus comentários em favor de nossos estudos."

JOVENS DIFÍCEIS
Emmanuel

Terás talvez contigo jovens difíceis para instalar convenientemente na vida.

Inquestionavelmente, é preciso apoiá-los quanto se nos faça possível. Capacitemo-nos, porém, de que ampará-los não será traçar-lhes a obrigação de copiar-nos os tipos de felicidade ou vivência.

Claro que não nos compete o direito de abandoná-los a si próprios quando ainda inexperientes. Entretanto, isso não significa devamos destruir-lhes a vocação, furtando-lhes a autenticidade em que se lhes caracteriza a existência.

Sonharemos para nossos filhos, no mundo, invejável destaque nas profissões liberais, com primorosas titulações acadêmicas, mas é provável hajam renascido conosco para os serviços da gleba, aspirando a adquirir duros calos nas mãos, a fim de se realizarem na elevação que demandam.

De outras vezes ideamos para eles a formação do lar em que nos premiem o anseio de possuir respeitáveis descendentes. No entanto, é possível estejam conosco para longas experiências em condições de celibato, carregando problemas e provas que lhes dizem respeito ao burilamento espiritual.

Às vezes gritamos revoltados contra eles, exigindo nos adotem o modo de ser. Frequentemente, porém, se isso acontece, acabamos por perdê-los em mãos que lhes deslustram os sentimentos ou lhes estragam a vida, quando não os empurramos, inconscientemente, para a furna dos tóxicos ou para os despenhadeiros do desequilíbrio mental com que se matriculam nos manicômios.

Compadece-te dos filhos que pareçam diferentes de ti.

Aceita-os como são e auxilia a cada um deles na integração com o trabalho em que se façam dignos da vida que vieram viver.

Ampara-os sem imposição e sem violência.

Antes de te surgirem à frente por filhos de teu amor, são filhos de Deus, cujo amor infinito vela em nós e por nós.

Ainda mesmo quando evidenciem características inquietantes, abençoa-os e orienta-os, quanto possível, a fim de que se mantenham por esteios vivos de rendimento do bem no bem comum.

E mesmo quando não te possam compartilhar do teto e se te afastem da companhia, a pretexto de independência, abençoa-os mesmo assim, compreendendo que todos nós, desde que nos vinculemos à ordem e ao trabalho no dever que nos compete, sem prejudicar a ninguém, desfrutamos por lei divina o privilégio de descobrir qual é para nós o melhor caminho de agir e servir, viver e sobreviver.

O AMPARO DOS PAIS
Irmão Saulo

Todos os jovens precisam do amparo dos pais, embora na adolescência, em geral, a rebeldia dos filhos seja inevitável. Uma tradição de severidade paterna, pautada pelo autoritarismo político e religioso, deu aos pais o conceito errôneo de que devem sujeitar os filhos – e particularmente os jovens – aos seus princípios e maneira de ser. Mas os jovens trazem a sua própria personalidade e o seu próprio roteiro de vida, e justamente nessa fase da adolescência estão firmando o seu eu diante do mundo.

É conhecido o problema da “crise da adolescência”, sobre a qual Maurice Debesse escreveu um dos seus livros mais belos e profundos. Mas é em René Hubert, no capítulo sobre "Psicologia da juventude", de sua Pedagogia geral, que encontramos maior sintonia com os princípios espíritas. Psicólogos e pedagogos conhecem bem esse problema que responde pelo chamado “conflito de gerações”. Emmanuel nos dá a sua chave ao lembrar que cada espírito já traz para a Terra a sua prova e o seu roteiro de serviço, escolhidos livremente na vida espiritual segundo as suas necessidades de evolução e aprimoramento.

O amparo dos pais não pode ser dado por meio de imposição e autoritarismo, sob pena de deixar de ser amparo para se transformar em tirania. Se o “conflito de gerações” sempre existiu no mundo, agora se mostra mais violento porque o tempo da tirania está no fim e porque a era de transição em que vivemos acentua nos jovens os anseios do futuro. Os pais só poderão ampará-los se tiverem amor suficiente para compreendê-los e ajudá-los sem exigências. Esta é também uma hora de aprendizado para os pais. E só o amor verdadeiro pelos filhos pode socorrê-los.

O jovem de hoje é o homem de amanhã. Os tempos mudam e não podemos querer sujeitá-los ao nosso modelo. Qualquer coação paterna só poderá afastá-los de casa e da família, lançando-os a meios e companhias perigosos. A verdadeira educação é o equilíbrio entre o amor e a compreensão. A energia paterna e a disciplina filial brotam naturalmente entre essas duas margens, fluindo como as águas de uma fonte na paisagem da vida.

POSSUÍMOS O QUE DAMOS

      "É mais bem-aventurado dar do que receber." - Paulo. ATOS. 20:35

Quando alguém se refere à passagem evangélica que considera a

ação de dar mais alta bem-aventurança que a ação de receber. quase

todos os aprendizes da Boa Nova se recordam da palavra "dinheiro".

Sem dúvida, em nos reportando aos bens materiais, há sempre mais

alegria em ajudar que em ser ajudado, contudo, é imperioso não

esquecer os bens espirituais que, irradiados de nós mesmos,

aumentam o teor e a intensidade da alegria em torno de nossos
passos.

Quem dá recolhe a felicidade de ver a multiplicação daquilo que deu.

Oferece a gentileza e encorajarás a plantação da fraternidade.

Estende a bênção do perdão e fortalecerás a justiça.

Administra a bondade e terás o crescimento da confiança.

Dá o teu bom exemplo e garantirás a nobreza do caráter.

Os recursos da Criação são distribuídos pelo Criador com as

Criaturas, a fim de que em doação permanente se multipliquem ao

Infinito.

Serás ajudado pelo Céu, conforme estiveres ajudando na Terra.

Possuímos aquilo que damos.

Não te esqueças, pois, de que és mordomo da vida em que te

encontras.

Cede ao próximo algo mais que o dinheiro de que possas dispor. Dá

também teu interesse afetivo tua saúde, tua alegria e teu tempo e,

em verdade, entrarás na posse dos sublimes dons do amor, do

equilíbrio, da felicidade e da paz, hoje e amanhã, neste mundo e na

vida eterna.

Fonte Viva
Chico Xavier

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Histórias de Chico Xavier

Olá para todos

Eram oito horas da manhã de um sábado de maio. Chico levantara-se apressado. Dormira demais. Trabalhara muito na véspera, psicografando uma obra erudita de Emmanuel.
Não esperara a charrete. Fora mesmo a pé para o escritório da Fazenda.
Não andava, voava, tão velozmente caminhava.
Ao passar defronte à casa de D. Alice, esta o chama:
- Chico, estou esperando-o desde as seis horas. Desejo-lhe uma explicação.
- Estou muito atrasado, D. Alice. Logo na hora do almoço lhe atenderei.
D. Alice fica triste e olha o irmão, que retomara os passos ligeiros a caminho do serviço.
Um pouco adiante, Emmanuel lhe diz:
- Volte, Chico, atende à irmã Alice. Gastará apenas cinco minutos, que não irão prejudica-lo.
Chico volta e atende.
- Sabia que você voltava, conheço seu coração.
E pede-lhe explicação como tomar determinado remédio homeopático que o caroável Dr. Bezerra de Menezes lhe receitara, por intermédio do abnegado Médium.
Atendida, toda se alegra. E despedindo-se:
- Obrigada, Chico. Deus lhe pague! Vá com Deus!
Chico parte apressado. Quer recobrar os minutos perdidos.
Quando andara uns cem metros, Emmanuel, sempre amoroso, lhe pede:
- Pare um pouco e olhe para trás e veja o que está saindo dos lábios de D.
Alice e caminhando para você.
Chico para e olha: uma massa branca de fluídos luminosos sai da boca da irmã atendida e encaminha-se para ele e entra-lhe no corpo...
- Viu, Chico, o resultado que obtemos quando somos serviçais, quando
possibilitamos a alegria cristã aos nossos irmãos?
E concluiu:
- Imagine se, ao invés de VÁ COM DEUS, dissesse, magoada, "vá com o
diabo". Dos seus lábios estariam saindo coisas diferentes, como cinzas, ciscos, algo pior...
E Chico, andando agora naturalmente, sem receio de perder o dia, sorri satisfeito com a lição recebida. Entendendo em tudo e por tudo o SERVIÇO DO SENHOR, refletindo nos menores gestos, com os nomes de Gentileza, Tolerância, Afabilidade, Doçura, Amor.

Extraído do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" de Ramiro Gama

O Frio

O Frio
Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Se o fogo apagasse - eles sabiam -, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.

O primeiro homem era um racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então ele raciocinou consigo mesmo:

- "Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro". E guardou-a, protegendo-a dos olhares dos demais.

O segundo homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu no círculo em torno do fogo, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspecto do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou:

- "Eu? Dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso?" E reservou-a.

O terceiro homem era um negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático:

- "É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar àqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado.

O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou:

- "Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."

O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.

O último homem trazia, nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido.

- "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem o menor dos meus gravetos".

Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente se apagou. Ao alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegaram à caverna, encontraram seis mortos congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de Socorro disse:

- "O frio que os matou não foi o de fora, mas o frio que veio de dentro".

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Perguntas de Allan Kardec aos Espíritos Superiores

Pluralidade dos Mundos:

55. Todos os globos que circulam no espaço são habitados?
R- "Sim, e o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. Há, entretanto, homens que se julgam espíritos fortes e imaginam que só este pequeno globo tem o privilégio de ser habitado por seres racionais. Orgulho e vaidade! Crêem que Deus criou o Universo somente para eles."

Comentário de Allan Kardec: Deus povoou os mundos de seres vivos, e todos concorrem para o objetivo final da Providência. Acreditar que os seres vivos estejam limitados apenas ao ponto que habitam no Universo, seria por em dúvida à sabedoria de Deus, que nada fez de inútil e deve ter destinado esses mundos para um fim mais sério do que o de alegrar os nossos olhos. Nada, aliás, nem na posição, no volume ou na constituição física da Terra, pode razoavelmente levar-nos à suposição de que detenha o privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de mundos semelhantes.

 56. A constituição física dos diferentes globos é a mesma?
R- "Não; eles absolutamente não se assemelham."

57. A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, os seres que os habitam terão organização diferente?
R- "Sem dúvida, como entre vós os peixes são feitos para viver na água e os pássaros no ar."

58. Os mundos mais distanciados do Sol são privados de luz e calor, de vez que o Sol lhes aparece apenas como uma estrela?
"R- Acreditais que não há outras fontes de luz e de calor, além do Sol? não tendes em conta a eletricidade, que em certos mundos desempenha um papel desconhecido para vós, bem mais importante que o que lhe cabe na Terra? Aliás, não dissemos que todos os seres vivem da mesma maneira que vós, com órgãos semelhantes aos vossos."

Comentário de Allan Kardec: As condições de existência dos seres nos diferentes mundos devem ser apropriadas ao meio em que têm de viver. Se nunca tivéssemos visto peixes, não compreenderíamos como alguns seres pudessem viver na água. O mesmo acontece com outros mundos, que sem dúvida contam elementos para nós desconhecidos. Não vemos na Terra às longas noites polares iluminadas pela eletricidade das auroras boreais? Que impossibilidade haveria para a eletricidade ser mais abundante que na Terra, desempenhando um papel geral cujos efeitos não podemos compreender? Esses mundos podem conter em si mesmos as fontes de luz e calor necessários aos seus habitantes.

Encarnação nos Diferentes Mundos:

172. Nossas diferentes existências corpóreas se passam todas na Terra?
R- "Não, mas nos diferentes mundos. As deste globo não são as primeiras nem as últimas, porém as mais materiais e distantes da perfeição."

173. A cada nova existência corpórea a alma passa de um mundo a outro, ou pode viver muitas vidas num mesmo globo?
R- "Pode reviver muitas vezes num mesmo globo, se não estiver bastante adiantada para passar a um mundo superior."

173-a. Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra?
R- "Certamente."

173-b. Podemos voltar a ela, depois de ter vivido em outros mundos?
R- "Seguramente; podeis ter já vivido noutros mundos, bem como na Terra."

174. É uma necessidade reviver na Terra?
R- "Não. Mas se não progredistes, podeis ir para outro mundo que não seja melhor, e que pode mesmo ser pior."

175. Há vantagem em voltar a viver na Terra?
"R- Nenhuma vantagem particular, a não ser que se venha em missão, pois então se progride, como em qualquer outro mundo."

R- 175-a. Não seria melhor continuar como Espírito?
R- "Não, não! Ficar-se-ia estacionário, e o que se quer é avançar para Deus."

176. Os Espíritos, depois de se haverem encarnado em outros mundos, podem encarnar- se neste, sem jamais terem passado por aqui?
R- "Sim, como vós em outros globos. Todos os mundos são solidários: o que não se faz num, pode fazer- se noutro."

176-a. Assim, existem homens que estão na Terra pela primeira vez?
"R- Há muitos, e em diversos graus."

176-b. Pode- se reconhecer, por um sinal qualquer, quando um Espírito se encontra pela primeira vez na Terra?
R- "Isso não teria nenhuma utilidade."

177. Para chegar à perfeição e a felicidade suprema, que é o objetivo final de todos os homens, o Espírito deve passar pela série de todos os mundos que existem no Universo?

R- "Não, porque há muitos mundos que se encontram no mesmo grau, e onde os Espíritos nada aprenderiam de novo."

177-a. Como então explicar a pluralidade de suas existências num mesmo globo?
R- "Eles podem ali se encontrar, de cada vez, em posições bastante diferentes, que serão outras tantas ocasiões de adquirir experiência."

178. Os Espíritos podem renascer corporalmente num mundo relativamente inferior aquele em que já vivemos?
"R- Sim, quando têm uma missão a cumprir, para ajudar o progresso; e então aceitam com alegria as tribulações dessa existência, porque lhes fornecem um meio de se adiantarem."

178- a. Isso não pode também acontecer como expiação, e Deus não pode enviar os Espíritos rebeldes a mundos inferiores?
R- "Os Espíritos podem permanecer estacionários, mas nunca retrogradam; sua punição pois, é a de não avançar e ter de recomeçar as existências mal empregadas, no meio que convêm a sua natureza."

178- b. Quais são os que devem recomeçar a mesma existência?
R- "Os que faliram em sua missão ou em suas provas."

179. Os seres que habitam cada mundo estão todos no mesmo grau de perfeição?
R- "Não. É como na Terra: há os que estão mais ou menos adiantados."

180. Ao passar deste mundo para outro, o Espírito conserva a inteligência que tinha aqui?
R- "Sem dúvida, pois a inteligência nunca se perde. Mas ele pode não dispor dos mesmos meios para manifestá-la. Isso depende da sua superioridade e do estado do corpo que adquirir." (Ver: Influência do organismo, item 367).

181. Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?
R- "Sem dúvida que têm corpos, porque é necessário que o Espírito se revista de matéria para agir sobre ela: mas esse envoltório é mais ou menos material, segundo o grau de pureza a que chegaram os Espíritos, e é isso que determina as diferenças entre os mundos que temos de percorrer. Porque há muitas moradas na casa de nosso Pai, e muitos grãos, portanto. Alguns o sabem, e têm consciência disso aqui na Terra, mas outros nada sabem."

182. Podemos conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos?
R- "Nós, Espíritos, não podemos responder senão na medida do vosso grau de evolução. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em condições de compreendê- las, e elas os perturbariam."

Comentário de Allan Kardec: À medida que o Espírito se purifica o corpo que o reveste aproxima-se igualmente da natureza espírita. A matéria se torna menos densa, ele já não se arrasta penosamente pelo solo, suas necessidades físicas são menos grosseiras, os seres vivos não têm mais necessidade de se destruirem para se alimentar. O Espírito é mais livre, e tem, para as coisas distanciadas, percepções que desconhecemos: vê pelos olhos do corpo aquilo que só vemos pelo pensamento. A purificação dos Espíritos reflete-se na perfeição moral dos seres em que estão encarnados. As paixões animais se enfraquecem, o egoísmo da lugar ao sentimento fraternal. É assim que, nos mundos superiores ao nosso, as guerras são desconhecidas, os ódios e as discórdias não têm motivo, porque ninguém pensa em prejudicar o seu semelhante. A intuição do futuro, a segurança que lhes dá uma consciência isenta de remorsos fazem que a morte não lhes cause nenhuma apreensão: eles a recebem sem medo e como uma simples transformação. A duração da vida, nos diferentes mundos, parece proporcional ao seu grau de superioridade física e moral, e isso é perfeitamente racional. Quanto menos material é o corpo, menos sujeito está as vicissitudes que o desorganizam; quanto mais puro é o Espírito, menos sujeito as paixões que o enfraquecem. Este é ainda um auxílio da Providência, que deseja assim abreviar os sofrimentos.

183. Passando de um mundo para outro, o Espírito passa por nova infância?
R- "A infância é por toda parte uma transição necessária, mas não é sempre tão ingênua como entre vós."

184. 0 Espírito pode escolher o novo mundo em que vai habitar?
"R- Nem sempre; mas pode pedir e obter o que deseja, se o merecer. Porque os mundos só são acessíveis aos Espíritos de acordo com o grau de sua elevação."

184-a. Se o Espírito nada pede, o que determina o mundo onde irá reencarnar-se?
R- "O seu grau de elevação."

185. 0 estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo, em cada globo?

R- "Não; os mundos também estão submetidos à lei do progresso. Todos começaram como o vosso, por um estado inferior, e a Terra mesma sofrerá uma transformação semelhante, tornando- se um paraíso terrestre, quando os homens se fizerem bons."

Comentário de Allan Kardec. Assim, as raças que atualmente povoam a Terra desaparecerão um dia e serão substituídas por seres mais e mais perfeitos. Essas raças transformadas sucederão às atuais como esta sucedeu a outras que eram mais grosseiras.

186. Há mundos em que o Espírito, cessando de viver num corpo material, só tem por envoltório o perispírito?
R- "Sim, e esse envoltório torna- se de tal maneira etéreo que para vós é como se não existisse eis então o estado dos Espíritos puros."

186-a. Parece resultar daí que não existe uma demarcação precisa entre o estado das últimas encarnações e o do Espírito puro?
R- "Essa demarcação não existe. A diferença se dilui pouco a pouco e se torna insensível, como a noite se dilui ante as primeiras claridades do dia."

187. A substância do perispírito é a mesma em todos os globos?
R- "Não; é mais eterizada em uns do que em outros. Ao passar de um para outro mundo, o Espírito se reveste da matéria própria de cada um, com mais rapidez que o relâmpago."

188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou encontram-se no espaço universal, sem estar ligados especialmente a um globo?
R- "Os Espíritos puros habitam determinados mundos, mas não estão confinados a eles como os homens a Terra; eles podem, melhor que os outros, estar em toda parte."

Allan Kardec,
O Livro dos Espíritos.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

PAIS E FILHOS

A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo.
Revolta sempre os corações honestos.
Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso.

Do item 9, do Cap. XIV, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

Trazida a reencarnação para os alicerces dos fenómenos sócio-domésticos, não é somente a relação de pais para filhos que assume caráter de importância, mas igualmente a que se verifica dos filhos para com os pais.

Os filhos não pertencem aos pais; entretanto, de igual modo, os pais não pertencem aos filhos.

Os genitores devem especial consideração aos que agridem os filhos e tentam escravizá-los, qual se lhes fossem objecto de propriedade exclusiva; todavia, encontramos, na mesma ordem de frequência, filhos que agridem os pais e buscam escravizá-los, como se os progenitores lhes constituíssem alimárias domésticas.

A reencarnação traça rumos nítidos ao mútuo respeito que nos compete de uns para com os outros.

Entre pais e filhos, há naturalmente uma fronteira de apreço recíproco, que não se pode ultrapassar, em nome do amor, sem que o egoísmo apareça, conturbando-lhes a existência.

Justo que os pais não interfiram no futuro dos filhos, tanto quanto justo que os filhos não interfiram no passado dos pais.

Os pais não conseguem penetrar, de imediato, a trama do destino que os princípios cármicos lhes reservam aos filhos, no porvir, e os filhos estão inabilitados a compreender, de pronto, o enredo das circunstâncias em que se mergulharam seus pais, no pretérito, a fim de que pudessem volver, do Plano Espiritual ao renascimento no Plano Físico.

Unicamente no mundo das causas, após a desencarnação, ser-lhes-á possível o entendimento claro, acerca dos vínculos em que se imanizam.

Invoque-se, à vista disso, o auxílio de religiosos, professores, filósofos e psicólogos, a fim de que a excessiva agressividade filial não atinja as raias da perversidade ou da delinquência para com os pais e nem a excessiva autoridade dos pais venha a violentar os filhos, em nome de extemporânea ou cruel desvinculação.

Pais e filhos são, originariamente, consciências livres, livres filhos de Deus empenhados no mundo à obra de auto-burilamento, resgate de débitos, reajuste, evolução.

As leis da vida englobam-lhes a individualidade no mesmo alto gabarito de consideração.

Nunca é lícito o desprezo dos pais para com os filhos e vice-versa.

Não configuramos no assunto qualquer aspecto lírico na temática afectiva.

Apresentamos, sumariamente, princípios básicos do Universo.

A existência terrestre é muito importante no progresso e no aperfeiçoamento do Espírito; no entanto, ao mesmo tempo, é simples estágio da criatura eterna no educandário da experiência física, à maneira de estudante no internato.

Os pais lembram alunos, em condições mais avançadas de tempo, no currículo de lições, ao passo que os filhos recordam aprendizes iniciantes, quando surgem na arena de serviço terrestre, com acesso na escola, sob o patrocínio dos companheiros que os antecederam, por ordem de matrícula e aceitação.

E que os filhos jamais acusem os pais pelo curso complexo ou difícil em que se vejam no colégio da existência humana, porquanto, na maioria das ocasiões, foram eles mesmos, os filhos, que, na condição de Espíritos desencarnados, insistiram com os pais, através de afetuoso constrangimento ou suave processo obsessivo, para que os trouxessem, de novo, à oficina de valores físicos, de cujos instrumentos se mostravam carecedores, a fim de seguirem rumo correto, no encalço da própria emancipação.

pelo Espírito Emmanuel - Psicografia : Francisco Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

FATALIDADE



A fatalidade do mal é sempre uma criação devida à nós mesmos, gerando, em nosso prejuízo, a provação expiatória, em torno da qual passamos compulsoriamente a gravitar.

Semelhante afirmativa dispensa qualquer discussão filosófica, pela simplicidade com que será justo averiguar-lhe o acerto, nas mais comezinhas atividades da vida comum.

Uma conta esposada naturalmente é um laço moral tecido pelo devedor à frente do credor, impondo-lhe a obrigação do resgate.

Um templo doméstico entregue ao lixo sistemático transformar-se-á com certeza num depósito de micróbios e detritos, determinando a multiplicação de núcleos infecciosos de enfermidade e morte.

Um campo confiado ao império da erva daninha converter-se-á, sem dúvida, na moradia de vermes insaciáveis, compelindo o lavrador a maior sacrifício na recuperação oportuna.

Assim corre em nosso esforço cotidiano.

Não precisamos remontar a existência passadas para sondar a nossa cultura de desequilíbrio e sofrimento.

Auscultemos a nossa peregrinação de cada dia.

Em cada passo, quando marchamos no mundo ao sabor do egoísmo e da invigilância, geramos nos companheiros de experiência as mais difíceis posições morais contra nós.

Aqui, é a nossa preguiça, atraindo em nosso desfavor a indiferença dos missionários do trabalho; ali, é a nossa palavra agressiva ou impensada, coagulando a aversão e o temor ao redor de nossa presença.

Acolá, é o gesto de incompreensão provocando a tristeza e o desânimo nos corações interessados em nosso progresso; e, mais além, é a própria inconstância no bem, sintonizando-nos com os agentes do mal...

Lembremo-nos de que os efeitos se expressarão segundo as causas e alteremos o jogo das circunstância, em nossa luta evolutiva, desenvolvendo, conosco e em torno de nós, a mais elevada plantação de amor e serviço, devotamento e boa vontade.

“Acharás o que procuras”, disse-nos o Senhor.

E, em cada instante de nossa vida, estamos recolhendo o que semeamos, dependendo da nossa sementeira de hoje a colheita melhor de amanhã.



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Fé, Paz e Amor, Médium: Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Respondendo a 20 quesitos da refutação à Reencarnação

As questões são do site católico com raízes da fundamentalista e sectária TFP (Tradição, Família e Propriedade).

01 – Se a alma humana se reencarna para pagar os pecados cometidos numa vida anterior, deve-se considerar a vida como uma punição…
O pressuposto está errado. Um espírito (prefiro este termo à alma para evitar ambiguidades) não reencarna para pagar pecados cometidos. Mas para repassar, reequilibrar-se, reajustar- se, aprender e evoluir. A analogia com uma escola é grosseira, mas não é imprópria. Alguns consideram repetir um ano escolar como punição, outros como um refazer direito; alguns consideram que pintar o que se pichou é uma punição, outros como uma lição. É uma questão de ponto de vista até.

02 – Se a alma se reencarna para pagar os pecados de uma vida anterior, dever-se-ia perguntar quando se iniciou esta série de reencarnações…
Parte do mesmo pressuposto equivocado anterior, pois que reaprender só parece punição para os que resistem e, como diz Sêneca, sofre mais quem vê sofrimento em qualquer dificuldade. E o começo, só podemos intuir, é o da simplicidade da criação. Aprender demanda esforço, disciplina, suor e até lágrimas. Há quem veja isso como sofrimento, outros como desafios. Quando é uma resposta insabida e até imprópria. Tempo, quando, onde são termos desta dimensão euclidiana. Deus não tem limitações de régua e compasso. Nem os espíritos superiores expressaram qualquer achismo sobre isso. É uma especulação inócua, infértil.

03 – Se a reencarnação fosse verdadeira, com o passar dos séculos haveria necessariamente uma diminuição dos seres humanos…
Uma interpretação de quem não leu Kardec ou não as entende (ou não quer entender) Ver Gen XI, 9. Isso é imaginar que a Terra é o centro do Universo e que só há espíritos aqui. Nem a Bíblia endossa isso e Jesus foi explícito: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Uns espíritos vêm de outros orbes, semelhantes ou inferiores e até superiores, em missão, por exemplo.

04 – Mas então, esse Deus criaria sempre novos espíritos em pecado?
Em pecado, não. Simples e sem conhecimento, ignorantes de si, iniciantes. Isso não é pecado. Esse termo, pecado, é característico dos dogmas, dos tempos e até da cultura. Novamente a falta do conhecimento espírita fica evidente.

05 – Se a reencarnação dos espíritos é um castigo para eles, o ter corpo seria um mal para o espírito humano…
Dar uma nova oportunidade é castigo? Numa analogia grosseira, quantas pessoas que, perdendo um emprego por desídia, não se sujeita a uma condição inferior e dá graças a Deus pela nova oportunidade? Muitos indivíduos ao sair de uma situação dolorosa (viciados recuperados é um exemplo) reconhecem isso e voltam aos mesmos lugares para ajudar outros a sair do abismo em que ele mesmo esteve metido. Isso é até uma escolha, um desafio, uma prova e um ato de caridade em que evoluem, para melhor, todos os participantes.

06 – Se a reencarnação fosse verdadeira, o nascer seria um mal, pois significaria cair num estado de punição, e todo nascimento deveria causar-nos tristeza.
Esta colocação vem das consequências do caminhar errado pelos conceitos anteriores. Renascer é recomeçar. Há dificuldades, muitos hesitam, alguns até desistem, mas é uma oportunidade. Tristeza é não ter oportunidades nunca mais de refazer, reaprumar-se. Tristeza é eliminar a palavra misericórdia e perdão dos atributos de Deus.

07 – Se a reencarnação fosse verdadeira, todo nascimento seria causa de tristeza. Mas, se tal fosse certo, o casamento – causador de novos nascimentos e reencarnações – seria mau…
É a mesma colocação anterior. E que tal saber que o casamento propicia a outros candidatos a reencarnação a também ter oportunidades? E os pais seriam, agora, coadjuvantes do mesmo processo, já que, normalmente estão conectados, envolvidos atavicamente.

08 – As pessoas nasceriam de determinado casal somente em função de seus pecados em vida anterior. Tivessem sido outros os seus pecados, outros teriam sido seus pais. Portanto, a relação de um filho com seus pais seria apenas uma casualidade, e não teria importância maior. No fundo, os filhos nada teria a ver com seus pais, o que é um absurdo.
Será que é absurdo os termos de João 3:6-8 “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” e “O vento (ruah, o espírito) assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem”. Os filhos reencarnados retornam em função não de “pecados” mas dos compromissos. Não há acaso. Há objetivos. Os laços são afetivos, espirituais, não puramente genéticos. Isso é carne, como diz João.

09 – A reencarnação causa uma destruição da caridade. Se uma pessoa nasce em certa situação de necessidade, doente, ou em situação social inferior ou nociva – como escrava, por exemplo, ou pária – nada se deveria fazer para ajudá-la, porque propiciar-lhe qualquer auxílio seria, de fato, burlar a justiça divina.
É possível um pensamento tão tacanho? Dessa forma deveríamos deixar sangrando na pista alguém que em alta velocidade capotou o veículo por imprudência. Deveríamos deixar morrer todos aqueles que trocam tiros num entrevero policial, já que eles provocaram isso. Mais uma vez o detrator do espiritismo não leu o que critica. O espiritismo ensina que muitos dos que estão em uma necessidade, num sofrimento surgem em nosso caminho exatamente pelo nosso comprometimento com eles. E poderemos encontrá-los mais à frente. Não é nosso papel ser juízes dos erros alheios se ainda não tiramos as traves de nossos olhos.

10 – A reencarnação causaria uma tendência à imoralidade e não um incentivo à virtude. Com efeito, se sabemos que temos só uma vida e que, ao fim dela, seremos julgados por Deus, procuramos converter-nos antes da morte…
Quem diz isso é a religião do medo e do terror. Está tão superada que só os simplórios ainda a aceitam. Usando a mesma analogia do aluno que se deixa ficar em recuperação constante. Há alguém feliz entre eles? Não é um constrangimento sempre entre os amigos e familiares? Não fica ele atrasado? Não perde oportunidades? Não se entristece quando vê os seus amigos formados e noutros níveis? Quando a consciência, o equilíbrio e a maturidade chegam, a imoralidade para quem a praticou é algo tão desagradável que, vendo uma oportunidade para sair, faria tudo por isso, não deixaria para depois. É tudo uma questão de estágio evolutivo de pensar. Perguntemos a uma prostituta se ela quer continuar na vida que leva, para sempre? A um menino nas umbrais da Febem se não gostaria de ter uma oportunidade séria, se verdade?

11 – Ademais, por que esforçar-se, se a recuperação é praticamente fatal, ao final de um processo de reencarnações infindas?
Pelo mesmo motivo já antes dito. Cada qual quer se formar antes, passar nos exames, por isso se esforçam.

12 – Se assim fosse, então ninguém seria condenado a um inferno eterno…
Inferno eterno não condiz com Deus infinitamente bom e misericordioso. E não condiz com os evangelhos quando lemos que “O Pai não quer que NENHUMA das ovelhas se perca” Mt 18:12-14. Como é que Deus pode QUERER algo e isso se dar diferente do que ele QUIS? E ainda “Não sairás dali (a prisão) ATÉ pagares o último ceitil.” Mt 5:25-26. Nesta última máxima, a preposição “ATÉ” intui que depois de pagar, sai da prisão.
Fogo eterno, maldições é do vocabulário humano, não do Deus Cósmico. Além disso, a noção de eternidade tem tudo a ver com a auto-consciência e com a dor e o sofrimento. Um segundo na dor, no sofrimento, na angústia é um tempo imenso, ao contrário do riso que passa rápido. Nossas medidas de tempo já foram relativisadas e comprovadas até pela matemática e física, não nos cansemos em redefini-las para nossa conveniência.

13 – Se a reencarnação fosse verdadeira, o homem seria salvador de si mesmo.
A questão é que confundem salvação como um prêmio, quando, salvação é um processo. Para o espiritismo não há salvação grátis, de presente. Entende e comprova que é verdadeira a frase evangélica: “A cada um segundo suas obras”. Uma expressão que se pode adequar à de salvação é a de não se precisar reencarnar compulsoriamente, o que não exclui as missões de auxílio. Assemelha-se ao que se dá com aquele que se forma e só volta à escola na condição de mestre, orientador, palestrador.

14 – Em consequência, a Missa e todos os Sacramentos não teriam valor nenhum e seriam inúteis ou dispensáveis. O que é outro absurdo herético.
Não desejamos confrontar os católicos em sua fé, quando sincera, mas não devemos tomar os símbolos como a essência em si. Quando Jesus exemplificou o “Este é o meu corpo, tomai e comei” era um simbolismo. A absorção do seu corpo por exemplos e atitudes. Não é no tomar a hóstia que O absorvemos.
Na medida em que entendermos o que está dito: “Deus deve ser adorado em espírito”, quando Jesus estiver representado por nossas atitudes, fraternidade, caridade e amor é que estamos em comunhão. O resto será simbolismo dispensável. Como diz Paulo: “Quando era criança, pensava como criança.”

15 – A doutrina da reencarnação conduz necessariamente à idéia gnóstica de que o homem é o redentor de si mesmo.
O homem é participante do seu destino. Não foi ele, o homem, que criou-se a si mesmo. É uma emanação de Deus. Tem parte com Deus. Aqui trata-se da relatividade dos entes. O homem sempre será homem e Deus, Deus. Como as dobras de um manto, como os nós e os pontos do tecido de Deus.
Quem se ofende é porque é vulnerável, tem orgulho a ser ferido. Não condiz com Deus. Se Deus se ofende é que é um Deus artificial. Os homens inventam vários conforme as conveniências. Há os que se vingam, se arrependem, misturam ódio com perdão. Um caos.

16 – Se o homem fosse divino por sua natureza, como se explicaria ser ele capaz de pecado?
Não foi o espiritismo quem inventou que um anjo preferido de Deus cometeu um pecado. Se Deus criou o homem é que sua origem é divina. E, pecado é uma elocubração dogmática, se não cultural. O mal decorre exatamente das interpretações que se lhe dão conforme os tempos e as atitudes. Não está na origem do espírito criado. É decorrência do seu desenvolvimento e das atitudes.

17 – É essa tendência dualista e gnóstica que leva os espíritas, defensores da reencarnação, a considerarem que o mal é algo substancial e metafísico, e não apenas moral. O que, de novo, é tese da Gnose.
O mal é o mal e o espírito, mesmo ignorante, sabe o que dói, machuca e faz sofrer. Quando toma consciência de si, da sua humanidade, quando enxerga seu irmão, sabe distinguir isso. Quando o pratica, logo entende que não é bom. Não há metafísica alguma nisso. Pura fisiologia e metabolismo intelectual.

18 – Se, reencarnando-se infinitamente, o homem tende à perfeição, não se compreende como, ao final desse processo, ele não se torne perfeito de modo absoluto, isto é, ele se torne Deus, já que ele tem em sua própria natureza essa capacidade de aperfeiçoamento infindo.
A perfeição ensinada pelo espiritismo é a da perfeição relativa. Assemelha-se a dividir um segmento de reta cada vez em sua metade. Chega à ponta? Mesmo que falte um átomo, chegará só a metade; se chegar ao núcleo, terá as partículas e mesmo lá terá que dividi-las pelos campos, pelas vibrações. Sempre faltará a metade. É bem material, mas… serve essa noção de infinito?

19 – A doutrina da reencarnação, admitindo várias mortes sucessivas para o homem, contraria diretamente o que Deus ensinou na Sagrada Escritura “O homem só morre uma vez” (Heb. IX, 27).
Essa citação está fora do contexto. Paulo disse isso quando explicava a busca pela espiritualidade, citando inclusive que os conhecimentos dos que ensinavam as doutrinas transitavam entre os rudimentos antigos e os rudimentos de Cristo. Entendia a dificuldade que tinham de compreender do que se tratava a ressurreição (“ressuscitam corpos espirituais” precisou enfatizar isso). É verdade, o homem-corpo só morre uma vez. Mas para refutar a reencarnação precisaria ter dito: “O homem só vive uma vez”, ou “O homem só nasce uma vez.”
Porém, aí contrariaria o Mestre quando disse: “Vos é necessário nascer de novo.” Ficamos com Jesus.

20 – Finalmente, a doutrina da reencarnação vai frontalmente contra o ensinamento de Cristo no Evangelho. Com efeito, ao ensinar a parábola do rico e do pobre Lázaro, Cristo Nosso Senhor disse que, quando ambos morreram, foram imediatamente julgados por Deus, sendo o mau rico mandado para o castigo eterno, e Lázaro mandado para o seio de Abraão, isto é, para o céu. (Cfr. Lucas XVI, 19-31)
Ela não diz que os “mortos” não podem consolar e orientar. Diz que é inútil àqueles que tendo conhecimento do bem, da moral e das leis às mãos, as ignoram.
Em pensando com radicalidade e, para sermos exagerados, Deus também poderia usar do mesmo argumento: “Para quê vou enviar meu filho para ensinar e ser crucificado se eles já têm as Leis, têm Moisés e os profetas que já enviei?” Ela é um exemplo de como criamos abismos pela negligência e maus procedimentos e, depois, queremos fórmulas fáceis de resolver.
O simples fato de tocar na comunicação entre os do lado de lá e nós outros, mostra que essa idéia era corrente e que a comunicação era possível. Ao contrário do que pensam os detratores, ela só reforça a realidade do intercâmbio espiritual e nem toca na reencarnação. Esta é só uma decorrência dessa realidade e do equilíbrio dos eventos humanos.

Para finalizar, muitos se apegam a que a reencarnação anula o sacrifício de Cristo na cruz.
O sacrifício de Jesus é visto pelo espiritismo como a doação máxima, o exemplo maior de entrega em favor da conscientização do próximo. Quando esse exemplo nos toca, nos transforma, nos faz melhores, fez efeito, não se tornou nulo; Quando, porém, é motivo de segregação, sectarismo, aprisionamento da verdade, é algema; Quando é apenas pintado em quadros, iluminado por velas ou reverenciado em cânticos, é só um retrato triste da insensibilidade e da incompreensão humanas.
Espíritos não tem registro em carteira nos Centros Espíritas; a mediunidade é tão expressiva no catolicismo que há mais exemplos lá do que no espiritismo; a reencarnação não é propriedade do espiritismo. As evidências processadas e pesquisadas principalmente por céticos e não religiosos comprovam-na como uma realidade em todos os segmentos e culturas, religiosos ou não.
A sua compreensão e aceitação poderia conduzir a todos a um melhor entendimento da vida e dos porquês dos sofrimentos e tormentos humanos, conduzindo-nos a uma fraternidade responsável mercê de uma visão mais ampla do ser humano.

Compreendendo a reencarnação, Deus tira as barbas brancas, desce do trono e nos abre os braços na imensidão de sua luz.