domingo, 23 de janeiro de 2011

O Olhar do Amor

O amor é uma experiência interior muito pessoal. Entretanto, não é
uma possessão pessoal. O amor não pertence, não pode pertencer a
ninguém, porque o amor é um conceito universal, uma experiência para ser
partilhada por todos. O conceito de amor universal se refere ao amor que
Deus tem por todas as criaturas. É o amor que a vida é, a manifestação da
energia de Deus. O amor universal, o amor de Deus, é o único amor
verdadeiro que existe. É o amor que nossas almas anseiam experimentar e
pelo qual se tornam vivas. O amor universal transcende o ser e as
necessidades do ser, nos levando à comunhão com as energias do universo e
com o amor de todas as coisas vivas. O amor universal não impõe condições,
ele nos aceita a todos. A experiência do amor universal não é o que a maioria
de nós procura conscientemente em nossos relacionamentos. Entretanto, é o
que todos nós viemos para aprender nessa vida através de nossos
relacionamentos.
Em um nível mais humano, o que a maioria de nós procura e deseja é
a experiência amorosa de partilhar, cuidar e estar em comunhão que os
relacionamentos podem oferecer. Não podemos fazer com que as pessoas nos
amem do jeito que queremos que nos amem. Nem existe nenhuma forma de
garantir que ficarão apaixonadas por nós enquanto estivermos apaixonados
por elas. Isto não significa que não exista amor suficiente por aí ou que
nunca iremos conseguir ter uma experiência amorosa mais profunda. Quer
dizer que podemos não tê-la com uma pessoa em particular, em um
determinado momento, ou pelo tempo que quisermos que dure.
Em nosso desenvolvimento como seres humanos, nossas mentes e
almas irão evoluir e nossa visão irá se expandir. Essa expansão nos
fornecerá uma consciência maior de nós mesmos, do mundo em que vivemos
e dos mistérios da vida. Para garantir que a viagem valha a pena, que a
jornada seja significativa e que o discernimento que obtemos possa nos levar
a um discernimento ainda maior, devemos manter nossos corações abertos
às experiências maiores do amor. Devemos estar dispostos a renunciar aos
nossos antigos conceitos, incorporar novas informações, mudar a direção em
que estamos viajando e, acima de tudo, não impor condições ao amor. Você
nunca pode amar alguém com prejuízo para essa pessoa. Isso não é amor, é
posse, controle, medo, ou uma combinação de tudo isso. Sim, nós nos
comprometemos. Sim, nós temos responsabilidades. Sim, queremos manter
as pessoas que amamos junto de nós. Entretanto, quando amar alguém está
nos machucando ou colocando nossa própria vida em risco, devemos
aprender a renunciar. Se não estivermos dispostos a renunciar, se
insistirmos em nos debater em nome do amor, o amor nos deixará
debatendo

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