domingo, 9 de janeiro de 2011

Prevenção ao Suicídio

Iniciamos nossa abordagem com a informação contida na obra básica da doutrina espírita para esclarecer que a morte por suicídio, sempre um crime perante a lei divina, não acarreta ao espírito sofrimento de igual teor e modo, porque Deus é justo e bom, levando em consideração o nível de consciência do indivíduo na prática do ato.

O fato de termos pontos comuns nas narrativas de espíritos suicidas apenas demonstra que no processo pós-morte existe uma regra geral que o comanda, mas que as particularidades variam ao infinito.

É importante compreendermos isso para corrigir posturas sintetizadas em expressões como “coitado; vai sofrer muito; a morte por suicídio só acarreta sofrimentos inenarráveis”.
 É um engano essa generalização. Nem todos os suicidas vão passar pelo que passaram os espíritos identificados na obra “Memórias de um Suicida”, psicografado pela médium Yvonne Pereira.
Sem dúvida o suicídio, como um ato contrário à lei divina, acarreta sofrimentos, tanto perispirituais como, principalmente, morais, mas, cada espírito, por ser uma individualidade mergulhada no cosmo divino, com a sua carga pessoal evolutiva, sofrerá de acordo com a intenção, com o grau de sua consciência, tendo seus sofrimentos muitas vezes atenuados por méritos anteriormente conquistados e por intercessão daqueles que lhe concedem amor.

Não há como escapar dos efeitos desse ato contra a vida, mas eles serão proporcionais, pois a lei de Deus não é a de talião. Se a legislação humana já leva em conta, embora imperfeitamente, as circunstâncias, premeditação ou não, etc., do crime praticado para aplicação da pena, quanto mais Deus, que é a perfeição absoluta.

Causas do Suicídio

Segundo os Espíritos Superiores nas questões 943 a 957 de “O Livro dos Espíritos”, as principais causas do suicídio são:

1. Desgosto pela vida:
Efeito da ociosidade, da falta de fé e da saciedade. São três aspectos que merecem análise, pois se a ociosidade, não ter o que fazer, leva ao suicídio, a falta de fé, em nada acreditando além do dia-a-dia, também remete o homem para essa fuga da vida. Do outro lado temos a saciedade, ter tudo e não se preocupar com o ganha-pão, que pode entediar o indivíduo e remetê-lo ao suicídio.

2. Erro no exercício das faculdade
As faculdades intelectuais e morais devem ser exercitadas com um fim útil e segundo as aptidões naturais de cada ser. Aqui temos uma advertência aos pais e responsáveis, que muitas vezes forçam os filhos a seguir esta ou aquela profissão, violentando suas tendências.
E também uma advertência para o bom uso das nossas faculdades, pois o uso irresponsável acarreta efeitos nocivos que podem levar o homem a tentar fugir aos problemas acarretados por ele mesmo.

3. Falsa visão sobre a vida
Devemos viver com um fim superior, somente assim suportaremos as vicissitudes da vida com paciência e resignação. O homem deve agir tendo em vista a felicidade. E ele só conseguirá isso se o processo da sua educação, responsabilidade dos pais e professores, der a ele condições de sentir-se espírito imortal, de compreender que a vida é muito mais do que nascer, viver e morrer.

4.Orgulho
Vergonha de trabalhar com as próprias mãos e assim descer na escala social.
 Muitos de nós ainda temos vergonha de executar tarefas ditas menores, ou, por circunstâncias da vida, perdendo a boa posição social, nos recusamos a iniciar esforços no trabalho humilde.
É o orgulho perpetrando milhares de suicídios. Somente a compreensão e vivência da solidariedade, da cooperação e do trabalho desde pequeno podem evitar esse quadro.

Atitudes Preventivas
A doutrina espírita não fica apenas nas explicações sobre causas e conseqüências, mostra igualmente as ações que podemos ter para auxiliar as pessoas com tendência ao suicídio. São ações preventivas muito importantes e que podemos resumir nos seguintes itens:

1. Colocar-se mais próximo da pessoa, como verdadeiro amigo.
2. Fazê-la sentir-se amada.
3. Levantar sua auto-estima através do elogio sincero às suas capacidades.
4. Dar a ela objetivos na vida.
5. Conscientizar a pessoa a respeito das conseqüências do ato, no além-túmulo, e das dores que afligem os familiares.
6. Dialogar com bondade e paciência.
7. Sugerir-lhe dar-se um pouco mais de tempo para resolver seus problemas.
8. Evitar oferecer bases ilusórias para esperanças que o tempo desmancha.
9. Estimular a valorização pessoal.
10. Acender uma luz no túnel do seu desespero.
11. Exercer a oração.
12. Indicar leituras otimistas e espirituais.
13. Incentivar a freqüência ao centro espírita com a terapêutica do passe e da água fluidificada.
14. Mostrar que devemos aceitar as pessoas como elas são, sabendo conviver com as diferenças.
15. Fazer com que a pessoa compreenda que devemos aceitar a vida como ela se nos apresenta, fazendo tudo por melhorá-la incessantemente.

Conclusão
Temos na doutrina espírita as explicações sobre o suicídio e que podem debelá-lo da face da Terra, e nisso devemos colocar todas as forças, pois o Espiritismo revive o Evangelho à luz da vida imortal, dando ao homem novas diretrizes de vida.
E com a palavra de Allan Kardec, no comentário à questão 957 de “O Livro dos Espíritos”, encerramos nossas argumentações: “A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário à lei natural.
Todas nos dizem, em princípio, que não se tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Mas por que não se terá esse direito? Por que não se é livre de por um termo aos próprios sofrimentos? Estava reservado ao Espiritismo demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é apenas uma falta como infração a uma moral, consideração que pouco importa para certos indivíduos, mas um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica e até pelo contrário.
Não é pela teoria que ele nos ensina isso, mas pelos próprios fatos que coloca sob os nossos olhos”.


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