quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Com Deus me deito com Deus me levanto

Numa antiga oração popular, ensinada às crianças para que seja orada antes de dormir, encontramos uma expressão muito interessante:
"Com Deus me deito, com Deus me levanto..."
Eis então algumas considerações importantes inspiradas neste costume:
"Com Deus me deito..."
Que importante anelo para alguém que se prepara para o sono!
Tendo em vista que ao dormir, ao se penetrar o universo do sono e dos sonhos, ninguém pode garantir a qualidade deste transe, a harmonização com Deus faz-se fundamental.
Cada pessoa que se desprende do corpo físico, passa a travar contato com os variados tipos espirituais.
Amigos uns, inimigos outros, comparsas do pretérito reencarnatório, incontáveis.
Por causa disso, torna-se primordial criar-se o hábito benfazejo de orar, antes de dormir, entregando a mente, os raciocínios e os sentimentos às mãos do Criador.
Quando alguém mergulha nesse rio do sono, não tem idéia de com quem deparará.
É o que nos ajuda a entender os sonhos suaves, cheios de estesias, repletos de alegrias, que levam muita gente a dizer que chega a ter vontade de não despertar.
Há, por outro lado, os conhecidos pesadelos, que não são, senão, o resultado do contato angustiante e perturbador com adversários ou inimigos, cobradores, em vários níveis, das condutas daquele que dorme.
Deitar-se com Deus, então, transforma-se em providência muito feliz, com o fito de libertar-se de qualquer perseguição sombria.

"Com Deus me levanto..."
Em realidade, a referência é ao ato de despertar do sono.
É fundamental alguém aprender a levantar-se com Deus, num mundo em que, de costume, muitos indivíduos anseiam por levantar-se admitindo a não necessidade de cogitar Deus.
Quantos indivíduos, caídos na rua da amargura, rogam a ajuda divina para erguer-se da dificuldade em que se acham?
Mãos anônimas, mãos amigas, benfeitores humanos, socorristas encarnados, atendentes sociais, todo este plantel de almas do bem representa a presença de Deus junto aos irmãos que sofrem.
Tanto caminho, tanta ajuda, tanto apoio impulsionarão o sofredor para que ele se levante, e se levante com Deus.
Quantos experimentam dramas econômico-financeiros, fazendo-se endividados, inadimplentes, desgastados sociais, desacreditados, muito embora a sua honestidade, a sua consciência dos próprios deveres?
Esses companheiros anseiam pelo socorro de amigos e de instituições bancárias que lhes retirem do pescoço o nó, que lhes ofertem algum oxigênio.
Assim livrando-os da sufocação em que se acham, para que se levantem, e se levantem com Deus.
Qualquer que seja a queda humana, material ou moral, a possibilidade de levantar-se com Deus, com o apoio do Mundo Superior, será sempre a melhor maneira de se levantar no Planeta.

* * *
A oração é uma das melhores maneiras de nos colocarmos em sintonia com os amigos espirituais.
Eis um hábito muito salutar: travar conversas constantes, onde quer que estejamos, com nosso Espírito Protetor, e com os Espíritos afins que nos acompanham diariamente.
Mantendo-nos em sintonia com os bons Espíritos, através de pensamentos elevados, de alegria, gratidão e amor, conseguiremos ouvir suas inspirações, e delas nos utilizarmos para nosso bem.
Contemos mais com este recurso fabuloso que temos: a prece, e nos surpreendamos com os bons resultados obtidos.

Texto da Redação do Momento Espírita com base no cap. "Levanta-te com Deus", do livro Em nome de Deus, do Espírito José Lopes Neto, psicografado por Raul Teixeira, ed. Fráter.

Menino João Hélio


Para aqueles que ainda não leram.
Psicografia do Menino João Hélio.
Menino que morreu arrastado no carro(RJ), roubado de sua mãe.
A Dor Não diminui, mas serve para que os pais entendam o que aconteceu!!
Mensagem do Espírito João Hélio recebida do Centro Espírita Leon Dennis que ele freqüentava com os pais.
Historia de João Hélio - É o garotinho que foi arrastado pelos assaltantes.
Veja como a Lei de Causa e Efeito, que aprendemos, é Justa e nos possibilita reparar nossos desajustes do Passado.
Mensagem:
Nasci na Gália no ano de 22 e desencarnei na Líbia no ano 20 da era cristã.
Fui oficial da legião dos leões que estava na Líbia, Núbia.
Como Governador de Al Katrim, me conduzia atrelar na minha biga puxada por dois cavalos velozes, crianças, homens, mulheres, novos e velhos que eram puxados através da estrada seca e pedregosa daquela região da África. Os corpos se despedaçavam e eu era exaltado pelos meus pares... Morri em combate com tropas egípcias e me deparei em uma região de treva profunda, talvez uma caverna.
Muitos gritos e rostos aterradores me esperavam. Fui levado a um estado de total animalidade por mil e quinhentos anos, quando servos de Maria me resgataram. Sendo levado a outro plano, fui aos poucos tendo meu perispírito reajustado, minha mente normalizada e meus pensamentos corrigidos. E compreendi os horrores que cometi. Que tristeza DEUS. Por trezentos anos permaneci em preparo para reencarnação e pedia a graça de receber para desencarne destino dado por mim a outros.
No ano do Senhor de 2001, após busca incessante por quem me recebesse como filho, um casal tiranizado por mim aceitou.
Reencarnei em comoção generalizada, como irmão Joãozinho, desencarnei e agradeço ao pai ter me atendido dando destino, nem igual as minhas vítimas. Estou em paz, estou na luz.
Resgatei um pouco do meu passado, outros momentos virão. Confio em Deus.
Titus Aelius.
Mensagem psicografada de João Hélio no centro Espírita Leon Dennis, que ele freqüentava com os pais. Esta mensagem foi enviada por Luciana Moura
Por Sérgio Ribeiro

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Carta de Agradecimento

Mãezinha querida:
Conceda-me sua bênção!
Trago os olhos orvalhados de lágrimas ante o calidoscópio das recordações da nossa inesquecível comunhão terrestre.
Você havia programado para sua filha toda uma trajetória de felicidade e empenhou-se para que se tornasse exequível a consecução dos seus planos.
Investiu sua existência abençoada pela ternura e pelo amor, sem propor qualquer exigência.
Desde os primeiros dias da nossa convivência, enquanto me embalava nos braços cantando as ternas canções de ninar, o seu pensamento voava na direção do futuro, pintando as paisagens ditosas para sua menina.
Cresci sob o céu generoso do seu coração aberto ao enternecimento, sempre irrigada e mantida pela inefável vigilância do seu devotamento.
À semelhança de uma delicada flor, você cuidava de mim, impedindo que os fatores de destruição me alcançassem.
Enrijeceu-me os sentimentos morais em torno dos deveres e das responsabilidades, desenvolveu-me a inteligência com os recursos da sua pedagogia sábia e impulsionou-me ao progresso espiritual...
Mas eu não me dava conta, porém, no meu estado de crescimento intelecto-moral, dos sacrifícios que tudo isto lhe causava, sem compreender que o pavio da vela que produz luz, gasta-se enquanto arde e consome o combustível que sustenta a claridade.
Foi, desse modo, que você partiu para a imortalidade, quando estava a um passo do triunfo terreno.
Jamais olvidarei o seu olhar de despedida, quando os lábios já não podiam emitir os sons das palavras.
Logo depois, alcancei o pódio da glória e recebi muitas homenagens.
Ninguém pensou, no entanto, que eu era o fruto da sua devoção, o resultado do seu miraculoso trabalho de modelar a argila que eu era, elaborando aquilo em que me transformei.
Venho hoje agradecer-lhe, estrela da minha noite e luz perene de todos os meus dias.
As palavras são muito pobres para expressar-lhe o meu amor infinito e toda a minha gratidão.
Enquanto as mães tecerem a túnica de proteção enobrecedora para os filhos, a Humanidade estará garantida e avançará conquistando o infinito.
Quando vemos o desar e o sofrimento na Terra, em verdadeiro campeonato de alucinações, percebemos que somente o amor, conforme o possuem as mães, poderá deter o avanço dessas aflições tormentosas.
As mães logram atenuar a violência e a loucura generalizada, muitas vezes sendo suas vítimas em holocaustos de autodoação, que terminam por modificar a Terra em agonia...
No dia dedicado a todas as mães, desejo transferir para você, que prossegue acompanhando-me do zimbório celeste, todo o meu carinho e afeto, à medida que você vem deixando o rastro iluminado para que eu possa um dia alcançá-la no Paraíso, após concluída a minha tarefa humana.
Eis, porém, que agora, liberta dos grilhões constritores da matéria, inicio a ascensão em sua busca, aguardando o seu apoio e proteção.
Mãezinha querida!
Que Deus a abençoe sempre!
Amélia Rodrigues - Divaldo Pereira Franco, na noite de 21 de março de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, BA.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Sono

Durante o sono, a alma exerce a sua atividade, pensa, vagueia. Às vezes remonta ao mundo das causas e torna a encontrar a noção das vidas passadas. Do mesmo modo que as estrelas brilham somente durante a noite, também o nosso presente deve acolher-se à sombra para que os clarões do passado se acendam no horizonte da consciência.
A VIDA NA CARNE É O SONO DA ALMA; é o sonho triste ou alegre. Enquanto ele dura, esquecemos os sonhos precedentes, isto é, as encarnações passadas; entretanto, é sempre a mesma personalidade que persiste nas suas duas formas de existência. Em sua evolução atravessa alternadamente períodos de contração e dilatação, de sombra e de luz. A personalidade retrai-se ou se expande nesses dois estados sucessivos, assim como se perde e torna a encontrar-se através das alternativas do sono e da vigília, até que a alma, chegada ao apogeu intelectual e moral, acabe por uma vez de sonhar.
Há em cada um de nós um livro misterioso onde tudo se inscreve em caracteres indeléveis. Fechado à nossa vista durante a vida terrena, abre-se no espaço. O Espírito adiantado percorre lhe à vontade as páginas; encontra nele ensinamentos, impressões e sensações que o homem material a custo compreende.
Esse livro, o subconsciente dos psiquistas, é o que nós chamamos o perispírito. Quanto mais se purifica, tanto mais as recordações se definem; nossas vidas, uma a uma, emergem da sombra e desfilam em nossa frente para nos acusarem ou glorificarem. Todos os fatos, os atos, pensamentos mínimos, reaparecem e impõem-se à nossa atenção. Então o Espírito contempla a tremenda realidade; mede o seu grau de elevação; sua consciência julga sem apelação nem agravo. Como são suaves para alma, nessa hora, as boas ações praticadas, as obras de sacrifício! Como, porém, são pesados os desfalecimentos, as obras de egoísmo e iniqüidade!
Durante a reencarnação, é preciso relembrá-lo, a matéria cobre o perispírito com seu manto espesso; comprime, apaga-lhe as radiações. Daí o esquecimento. Livre desse laço, o Espírito elevado readquire a plenitude da sua memória; o Espírito inferior mal se lembra da sua última existência; é para ele o essencial, pois que ela é a soma dos progressos adquiridos, a síntese de todo o seu passado; por ela pode avaliar sua situação. Aqueles cujo pensamento não se penetrou, no nosso mundo, da noção das preexistências ignoram por muito tempo suas vidas primitivas, as mais afastadas. Daí a afirmação de numerosos Espíritos, em certos países, de que a reencarnação não é uma lei. Esses tais não interrogaram as profundezas do seu ser, não abriram o livro fatídico onde tudo está gravado. Conservam os preconceitos do meio terrestre em que viveram e esses preconceitos, em vez de incitá-los àquela investigação, dissuadem-nos dela.
Os Espíritos superiores, por sentimento de caridade, conhecendo a fraqueza dessas almas, julgando que o conhecimento do passado não lhes é ainda necessário, evitam atrair-lhes para esse ponto a atenção, a fim de lhes pouparem a vista de quadros penosos. Mas, chega um dia em que, pelas sugestões do Alto, sua vontade desperta e rebusca nos recessos da memória. Então as vidas anteriores lhes aparecem como miragem longínqua. Há de chegar o tempo em que, estando mais disseminado o conhecimento dessas coisas, todos os Espíritos terrestres, iniciados por uma forte educação na lei dos renascimentos, verão o passado desenrolar-se à sua frente logo depois da morte e até, em certos casos, durante esta vida. Terão adquirido a força moral necessária para afrontarem esse espetáculo sem fraquejar.
Para as almas purificadas a recordação é constante. O Espírito elevado tem o poder de reviver à vontade o passado, o presente e o misterioso futuro, cujas profundidades se iluminam por instantes, para ele, com rápidos clarões, para em seguida mergulharem nas sombras do desconhecido.

Léon Denis
Livro: O problema do ser, do destino e da dor

por: Sérgio Ribeiro

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Vampirismo Espiritual

Cansaço, baixa imunidade às doenças, falta de equilíbrio e concentração, bem como excesso de irritabilidade podem ser indícios de uma perda energética provocada pelo vampirismo...
 Quando a Doutrina Espírita se refere aos vampiros, não fala de seres mitológicos com dentes agudos, adaptados para sugar o sangue das pessoas saudáveis, mas sim, de encarnados e desencarnados, que, desrespeitando as leis de Deus, se munem de sentimentos de vingança contra desafetos do passado, ou mesmo de sentimento oportunista e passam a viver à custa de energia vital de outrem.
 Há também aqueles seres que embora tenham deixado o corpo físico, continuam ainda vivendo os prazeres obscuros da carne e dos vícios como o fumo e as drogas, bem como os desregramentos da bebida e do sexo, entre outros e que por se encontrarem impossibilitados de satisfazerem seus prazeres, induzem outras pessoas encarnadas a fazê-lo, e delas captam os fluidos, sentindo-se assim os mesmos prazeres produzidos pelo ato.
 
Espíritos vampirizadores...
 O termo vampiro é usado analogamente para definir o ato do espírito que suga intencionalmente as energias do outro, em alusão à figura mítica de Drácula que hipnotizava suas vítimas e lhes sugava o sangue até a morte. No mundo espiritual encontram-se figuras distintas deste ser mas que atuam de forma muito parecida com as artimanhas do conhecido ser das trevas do folclore.
 Há espíritos que sugam as energias sutis de seus hospedeiros a ponto de lhes causar sérios danos à saúde física e psicológica, uma vez que, além de lhes enfraquecer as forças, lhes envolvem em formas mentais grosseiras, que os martirizam mentalmente levando-os, às vezes, a casos de loucura. André Luiz chamou este processo de infecção fluídica, tão grave é o dano causado a vítima.
Seres alienados...
Ao desencarnar, o homem leva consigo todos os seus vícios e necessidades. Dependendo de sua nova situação no mundo dos espíritos e, principalmente da região onde habita, é muito comum que sinta as mesmas necessidades que tinha quando encarnado. Como não tem meios para desfrutar dos prazeres da vida corpórea, e sem condições de suprimir esta necessidade em sua nova condição na erraticidade, ele busca apoio naqueles encarnados que podem lhe oferecer formas para a satisfação destas vontades.
  Temos aí o sugador de forças vitais, que se aproxima de um encarnado que detém as mesmas necessidades que as suas, induzindo-o a prática em excesso dos vícios em comum. Podemos citar os viciados no campo sexual, das drogas, do jogo, e até nas práticas mais comuns do dia a dia, mas que em excesso, oferecem sérios prejuízos, como o caso da alimentação, como mostram os ensinamentos do espírito André Luiz nos livros da Coleção Mundo Espiritual (FEB).
 Encarnados se alimentam e bebem em excesso, o fazem por si e por outros espíritos, e quando em comportamento sexual vicioso, expõem sua vida íntima e privada a uma série de experiências no campo sexual.
Os monstros...
Narra a literatura espírita que, no plano espiritual, há entidades que pela ignorância e atraso moral, além de subjugar suas vítimas encarnadas e até mesmo desencarnadas, mantêm pela chamada ideoplastia seu perispírito em formas monstruosas. Sentem-se bem sendo temidos e reconhecidos pela forma que se apresentam e, normalmente agem em bandos visando intimidar os outros espíritos que encontram pela frente.
 Ambientes terrenos onde impera o vício e a imoralidade são roteiros preferidos destes espíritos, uma vez que lá encontram por afinidade suas presas com maior facilidade. Segundo o Espírito Miramez pela psicografia de João Nunes Maia, na série de livros que trata da Vida Espiritual (Editora Fonte Viva), bem como pelos livros de André Luiz, os matadouros de animais estão repletos destas criaturas que sugam a energia do animal abatido, saciando dos seus instintos ferozes com os fluidos da presa.
 Velórios e cemitérios cujos enterros não contam com a proteção fluídica da prece e a presença de espíritos nobres, podem também ficar vulneráveis à presença destas criaturas, que aproveitam para colher os resquícios de fluidos vitais dos recém-desencarnados.
Vítimas do ódio...
Espíritos que mantém desavenças enquanto encarnados, também no plano espiritual, continuam nutrindo o mesmo ódio por seus inimigos. Sentindo-se em vantagem, travam forte perseguição a seus desafetos, aproximando-se deles e, muitas vezes, induzindo-os a tomar atitudes que prejudiquem como a prática de vícios, ao excesso físico, além da escravidão psíquica. Os Centros Espíritas tem por função serem abrigos ao viajor que bate à porta em busca do auxílio para os males do corpo físico ou da alma.
 Entre os males da alma, é na Casa Espírita que aquele que, sentindo a pressão da cobrança de uma entidade espiritual vingativa, encontra a proteção e o entendimento necessários ao resgate dessa dívida cármica. Em reunião mediúnica privativa, este espírito será lembrado das palavras do Nazareno que ensinou a perdoar o mal que nos fazem, e que esta dívida cármica será sim quitada com a moeda da ação caridosa em favor de alguém e sem espera de recompensas que não seja outra senão a da alegria na prática do bem
 Envolvido em uma psicosfera de amor e oração, este cobrador do além sentirá o envolvimento de sentimentos de paz e bondade que o estimulará a desistir do intento de vingança e a compreender que o perdão liberta quem perdoa e não quem é perdoado.

Vampiros encarnados...
 Não podemos deixar de falar da obsessão dos encarnados aos desencarnados. É o que acontece devido ao apego aos entes queridos. Ao desencarnar o homem passa a habitar um mundo desconhecido do plano físico, porém, há laços afetivos que não se rompem. O pensamento daquele que fica aqui atravessa as barreiras físicas chegando à alma daquele que está do outro lado da existência.
 Se o pensamento do encarnado for de inconformismo e desespero, isto poderá causar desequilíbrios ao desencarnado que poderá e poderá sentir a necessidade de voltar a viver junto a seus entes queridos; e infelizmente é esta atitude que muitos tomam ao ouvir os chamados incessantes de seus entes queridos encarnados.
 Mas a presença do espírito normalmente se torna um problema, pois ele passa a dividir o espaço com os encarnados e a tirar deles, mesmo involuntariamente, seus fluidos vitais e, pela ligação psíquica, podem passar sua insegurança emocional. Assim ambos, encarnados e desencarnados, são prejudicados.
 Há também o exercício irresponsável da mediunidade, quando espíritos são praticamente escravizados por médiuns que os usam para a satisfação de prazeres pessoais e a manutenção de sua vaidade medianímica, como ensina André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade:
“Desencarnados são mais vampirizados que vampirizadores. Fascinados pelas requisições dos médiuns que lhe prestigiam a obra infeliz, seguem-lhes os passos, como aprendizes no encalço dos mentores aos quais se devotam.”
 Fala também do futuro destes irmãos envolvidos no processo de simbiose mental: “Na hipótese de não se reajustarem no bem, tão logo desencarnem o dirigente deste grupo e os instrumentos medianímicos que lhe copiam as atitudes, serão eles surpreendidos pelas entidades que escravizaram, a lhes reclamarem orientação e socorro.”
 Proteção...
 A forma de fugir desta influência é seguir as orientações da Espiritualidade que recomenda a vigilância e a mudança de hábitos. Ninguém pode nos forçar a fazer aquilo que não desejamos desde que tenhamos forças para resistir, conforme ensina o saudoso escritor Herculano Pires:”Vivendo no plano extra-físico, os vampiros agem sobre nós por indução mental e afetiva. Induzem-nos a fazer o que desejam e que não podem fazer por si mesmos. Quanto mais os obedecemos, mais submissos nos tornamos”.
 É preciso ter força para ignorar e resistir às más orientações, perdoar seus inimigos. Além de melhorar sua condição espiritual, você ainda convida os seus obsessores a seguirem seus passos em direção ao bem.
 Fonte: Revista Espiritismo – (Filosofia,Ciência,Religião) -
Por: Harmonia Espiritual

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Aviso do Alto

Narra-se que Chico Xavier estava parado defronte ao correio, conversando com seu irmão André, quando um policial passou por perto e, colocando o braço direito sobre seu ombro, lhe disse:
Muito obrigado, Chico!
E foi andando.
Chico ficou intrigado com aquele agradecimento. Não podia atinar com a causa.
À tarde, ao regressar do serviço, viu defronte a um bar um bloco de trabalhadores da fábrica e, no meio deles, o guarda que o abraçara pela manhã.
Passou mais perto e observou que o guarda tentava a­partar uma briga entre dois irmãos, que se desentenderam por coisas de somenos importância.
O policial, vendo inúteis seus esforços e porque a discussão já se generalizava, envolvendo todo o bloco, tirou da cintura o revólver e ia usá-lo para impor sua autoridade.
Chico, mais que depressa, chegou perto e pediu-lhe:
Calma, meu irmão.
O guarda voltou-se contrariado mas, reconhecendo Chico, como que envergonhado do seu ato, parou de súbito e exclamou:
Muito obrigado, Chico!
Controlou-se, usou da palavra, aconselhou e o bloco foi desfeito com o arrefecimento dos ânimos...
À noite, indo Chico para o Centro Espírita, encontrou-se com o oficial novamente:
Chico, ia procurá-lo e agradecer-lhe, muito de coração, o bem que você me fez, por duas vezes.
Por duas vezes? Como?
Anteontem sonhei com você, que me dizia: "Cuidado, não saia de casa carregando arma à cintura como sempre o faz. Evite isso por uns dias..."
Por isso é que lhe disse, hoje, pela manhã: "Obrigado, Chico!" Referia-me ao sonho, ao seu aviso.
Mas me esqueci de atendê-lo. Saí armado e, se não fosse o concurso de nossos amigos espiri­tuais na hora justa, teria feito hoje uma grande bobagem. Poderia até ter matado alguém... Mas a lição ficou, Chico.
Muito obrigado, Deus nos ajude sempre!
O fato mostra, primeiramente, como Chico era um instrumento da paz neste mundo. Visitando o amigo em sonho e depois o salvando, pessoalmente, de se comprometer seriamente com a vida.
Também mostra como ainda ignoramos mensagens claras de alerta, de aviso, que buscam nos preservar de problemas maiores na existência.
A espiritualidade se utiliza dos sonhos, das intuições e até dos que estão ao nosso redor para nos dar recados, para nos trazer advertências preciosas.
Só quem está com os pensamentos em equilíbrio e com a alma tranquila, consegue ouvir e se aproveitar dessas oportunidades inigualáveis.
Aqueles que estamos nervosos, afundados em ódios e pensamentos negativos, tornamo-nos surdos a qualquer bom conselho que possa nos ser dado.
Os Espíritos influenciam muito nossos pensamentos e atos. Escolher que conselhos vamos ouvir, que influências, boas ou más, iremos nos permitir, é escolha apenas nossa.
Utilizemos nossa sensibilidade. Prestemos maior atenção às intuições. Paremos, sempre que possível, elevando o pensamento em oração e perceberemos que podemos receber muito mais ajuda do que imaginamos.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 48, do livro Lindos casos de Chico

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Influências espirituais

Os espíritos influem em nossos pensamentos e em nossos atos muito mais do que imaginamos. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.
A afirmação acima dá uma ideia da intensidade
da interação entre os Espíritos desencarnados com os encarnados. Mas é evidente que essa direção está condicionada à concordância, interesses e afinidades, pois, os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos, ou que podem tornar-se tais.
Isso acontece independente de acreditarmos ou não na vida espiritual, de sermos espíritas, de estarmos em uma Casa Espírita, pois os Espíritos estão em toda a parte - ruas, lares, templos... - atraídos pelos mesmos anseios que alimentam os encarnados.
Do mesmo modo que acontece entre os homens aqui na Terra, os bons procuram nos encaminhar para o bem e os viciosos para o erro e os vícios. E quando nos referimos a vícios, devemos incluir todas as espécies de hábitos nocivos: o orgulho, o egoísmo, a inveja, a violência, a mentira, a maledicência, assassinato dos animais, destruição da natureza, a sexualidade desequilibrada, a luxúria, avareza ...
A diferença que existe é que a ação dos encarnados se torna mais fácil de ser percebida. A ação dos habitantes do mundo espiritual se dá, na maioria das vezes, de forma sutil, e o influenciado não percebe que aquele pensamento, sentimento, vontade ou estado da alma não são seus.
Mesmo não sendo possível identificar a origem desses impulsos, se nosso ou externo, podemos identificar a natureza do mesmo. Se for positivo, construtivo e bom, ou se é negativo. Como os bons Espíritos só nos inspiram para o bem, tudo que estiver em desacordo com as Leis Divinas deve ser rejeitado, pois, quando, consciente ou inconscientemente, cedemos a um impulso inferior perdemos a oportunidade de nos corrigir.
A ação dos Espíritos viciosos se dá sob os nossos desejos, alguns ocultos, de forma que nem sempre percebemos que há um elemento externo que está potencializando a nossa vontade. Como é uma ação que favorece, estimula ou cria facilidades, o encarnado invigilante não se dá conta que está sendo seduzido.
Isso acontece porque os desencarnados necessitam da parceria dos encarnados para satisfazer seus vícios. Como não têm mais o corpo físico, instrumento que permite interagir diretamente com a matéria, entram, pela sintonia, em relação fluídica como os encarnados e dessa forma usufruem dos fluidos e vapores do cigarro e do álcool, citando apenas dois exemplos.
Ligando-se aos encarnados, que se deixam seduzir pelo convívio psíquico, vai se estabelecendo uma interação de energias que, quanto mais duradouro, mais os laços se estreitam, podendo chegar até ao completo domínio.
O mais grave de tudo é que nesse intercâmbio de forças viciadas, permanece, como nos vícios físicos, o efeito danoso no corpo e na mente. Energias grosseiras que são assimiladas na interação com os Espíritos viciados provocam desequilíbrios orgânicos. Sem contar as ideias que ficam retidas no psiquismo e, se não extirpadas pela mudança de padrão vibratório, poderão dar início a um processo de influenciação de graves consequências.
É necessário lembrar que depois de instalado o processo de intercâmbio com as esferas inferiores, nem todos teremos depois, como nos vícios físicos, força moral para vencer essa outra vontade que se sobrepõe a nossa.
Por isso Jesus recomendou a vigilância e a oração como atitudes salutares para não incidirmos em erro. A renovação moral pelo estudo e pelo trabalho no bem afastará os Espíritos viciados, que somente são atraídos para locais onde há homens viciados. Para proteger o lar da influência negativa, não servem os aparatos de segurança que utilizamos para conter a presença dos ladrões. Somente o Evangelho de Jesus, estudado e vivido, é o melhor sistema de proteção.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Reecarnação

Sem a chave da reencarnação, a vida inteira reduzir-se-ia a escuro labirinto.
De existência a existência, no mundo, nossa individualidade impere-cível sofre o desgaste da imperfeição, assim como o aprendiz, de curso a curso, na escola, perde o fardo da ignorância
Compreendendo semelhante verdade, saibamos valorizar o tempo, no espaço terrestre, realizando integral aproveitamento da oportunidade que o Senhor nos concede, entre as criaturas, acumulando em nós as riquezas do Conhecimento Superior e os tesouros da sublimação pelo aprimoramento de nossas qualidades morais.

Lembremo-nos de que nunca iludiremos a vigilância da Lei.
Na Terra, a organização judiciária corrige tão-somente os erros espe-taculares, expressos nos crimes ou nos desregramentos que compelem os missionários da ordem a drásticas atitudes, segregando a delinqüência na penitenciária ou no hospital, derradeiros limites do desequilíbrio a que se acolhem os trânsfugas sociais.
Todavia, é imperioso reconhecer que todas as nossas falhas são registradas em nós mesmos, constrangendo a Justiça Eterna a providências de reajuste em nosso favor, no instituto universal da reencarnação, que dispõe de infinitos recursos para o trabalho regenerativo.
De mil modos, ilaqueamos no corpo físico a atenção dos juízes hu-manas, nos delitos ocultos, exercitando a perversidade com inteligência, oprimindo os outros com suposta humildade, ferindo o próximo com virtudes fictícias, estragando o equipamento corpóreo sem qualquer consideração para cora os empréstimos divinos e, sobretudo, explorando os irmãos de luta com manifesto abuso de nossos poderes intelectuais...
No entanto, por isso mesmo também, renascemos sob doloroso regi-me de sanções, dilacerados por nós mesmos, nas possibilidades que ou-trora desfrutávamos e que passam a sofrer frustrações aflitivas.
Moléstias do corpo e impedimentos do sangue, mutilações e defei-tos, inquietações e deformidades, fobias complexas e deficiências inú-meras constituem pontos de corrigenda do nosso passado que hoje nos restauram á frente do futuro.
Cultivemos, desse modo, o coração nobre no vaso da consciência re-ta para que a planta de nossa vida se levante para o Hálito de Deus, por-quanto basta a boa vontade na sementeira do amor que o Mestre nos le-gou para que a multidão de nossos débitos seja coberta e esquecida pela Divina Misericórdia, possibilitando o soerguimento de nosso espírito, até agora arrojado ao Iodo de velhos compromissos com a sombra, na subida vitoriosa para a Luz Imortal.
Enquanto alimentamos o mal em nossos pensamentos, palavras e ações, estamos sob os choques de retorno das nossas próprias criações, dentro da vida.

EMMANUEl

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Revista Espirita 25 de maio de 1860

O que leva a perder muitos médiuns é o fato de se julgarem os únicos capazes de receber boas comunicações e desprezarem as dos outros. Julgam que são profetas, quando não passam de intérpretes de Espíritos astuciosos que os enlaçam em suas redes, persuadindo-os de que tudo quanto escrevem é sublime e não mais precisam de conselhos. A crença de certos médiuns na infalibilidade e na superioridade de suas comunicações é tal, que nelas tocar é quase uma profanação; delas duvidar é quase uma injúria; mais ainda: é até expor-se a deles fazer inimigos, porquanto mais valeria dizer a um poeta que os seus versos são maus. Esse sentimento, que tem por princípio evidente o orgulho, é alimentado pelos Espíritos que os assistem e que têm muito cuidado em lhes inspirar o afastamento de quem quer que os possa esclarecer. Só isto deveria ser suficiente para lhes abrir os olhos, caso não estivessem fascinados. Há um princípio, que ninguém poderia contestar: os Es
píritos bons só aconselham o bem. Portanto, tudo quanto não for o bem, no sentido absoluto, não pode provir de um Espírito bom. Consequentemente, todo conselho ditado, ou todo sentimento inspirado, que reflita o menor pensamento mau, é, por isso mesmo, de origem suspeita, sejam quais forem as qualidades ou a redundância do estilo.
Um sinal não menos característico dessa origem é a lisonja, de que os Espíritos maus são pródigos em relação a certos médiuns. A propósito, sabem exaltar os dotes físicos ou as qualidades morais, afagar as secretas inclinações, excitar a cobiça e a cupidez e, mesmo censurar o orgulho e aconselhar a humildade, agrilhoar-lhes a vaidade e o amor-próprio. Um dos meios que empregam consiste, sobretudo, em convencê-los de sua superioridade como médiuns, apresentando-os como apóstolos de missões, pelo menos duvidosas, e para as quais a primeira de todas as qualidades seria a humildade, unida à simplicidade e à caridade.
Fascinados pelo nome de seres venerados, dos quais se julgam intérpretes, não percebem as verdadeiras intenções dos falsos Espíritos, mau grado seu, porquanto seria impossível a Espíritos inferiores simular completamente todas as qualidades que não possuem. Os médiuns não se libertarão verdadeiramente da obsessão de que são alvo senão quando compreenderem esta verdade. Só então os Espíritos maus, por seu lado, compreenderão que perdem tempo com pessoas que não poderiam pegar em falta.
Por Sérgio Ribeiro

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Anjos Guardiões

Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.
Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.
Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.
Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.
São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.
Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.
Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.
Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.
Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.
Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.
Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.
Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.
Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.
Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.
Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.
Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.
O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.
O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.
Imana-te a ele.
Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.
Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso
 Divaldo Pereira Franco-Joana De Ângeles

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Nossos Entes Queridos







Um ponto importante, nas relações afetivas: a nossa atitude para com os entes amados. Habitualmente, em nossa dedicação, somos tentados a escolher caminhos que supomos devam eles trilhar.
Inclinação esta mais do que justa, porquanto muito instintivamente desejamos para os outros alegrias semelhantes às nossas.
Urge considerar, entretanto, que Deus não dá cópias.
Dos pés à cabeça e de braço a braço, cada criatura é um mundo por si, gravitando para determinadas metas evolutivas, em órbitas diferentes.
À face disso, cada pessoa possui necessidades originais e tem o passo marcado em ritmo diverso.
A vida, como sucede à escola, é igual para todos nos valores do tempo; no entanto, cada aprendiz da experiência humana, qual ocorre no educandário, estagia provisoriamente em determinado caminho de lições.
Aquele companheiro terá tomado corpo na Terra a fim de casar-se e construir a família; outro, porém, ter-se-á incorporado no plano físico para a geração de obras espirituais com imperativos de serviço muito diferentes daqueles da procriação propriamente considerada.
*Essa irmã terá nascido no mundo para a formação de filhos destinados à sustentação da vida planetária; aquela outra, todavia, terá vindo ao campo dos homens a fim de servir a causas generosas em regime de celibato.
*Cada coração pulsa em faixa específica de interesses afetivos.
Cada pessoa se ajusta a certa função, compreendendo assim, sempre que a nossa ternura se proponha traçar caminhos para os entes amados, saibamos consagrar-lhes, em silêncio, respeitoso carinho, e, se quisermos auxiliá-los, oremos por eles, rogando à Sabedoria Divina os inspire e ilumine, de vez que só Deus sabe no íntimo de nós todos aquilo que mais convém ao burilamento e à felicidade de cada um.
 Francisco Cândido Xavier-Emmanuel


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO

Estudando o Livro dos Espíritos
CAPÍTULO 9

I – Penetração No Nosso Pensamento Pelos Espíritos

456. Os Espíritos vêem tudo o que fazemos? Podem vê-lo, pois estais incessantemente rodeados por eles. Mas cada um só vê aquelas coisas a que dirige a sua atenção, porque eles não se ocupam das que não lhes interessam.
457. Os Espíritos podem conhecer os nossos pensamentos mais secretos?
Conhecem, muitas vezes, aquilo que desejaríeis ocultar a vós mesmos; nem atos, nem pensamentos podem ser dissimulados para eles.

457 a) Assim sendo, pareceria mais fácil ocultar-se uma coisa a uma pessoa viva, pois não o podemos fazer a essa mesma pessoa depois de morta? 

 Certamente, pois, quando vos julgais bem escondidos, tendes muitas vezes ao vosso lado uma multidão de Espíritos que vos vêem.


458. Que pensam de nós os Espíritos que estão ao nosso redor e nos observam ?
 
Isso depende. Os Espíritos levianos riem das pequenas traquinices que vos fazem, e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios lamentam as vossas trapalhadas e tratam de vos ajudar.II – Influência Oculta dos Espíritos Sobre os Nossos Pensamentos e as Nossas Ações
459. Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?
 Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito freqüentemente são eles que vos dirigem.
460. Temos pensamentos próprios e outros que nos são sugeridos?
 Vossa alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto, e freqüentemente bastante contraditórios. Pois bem, nesse conjunto há sempre os vossos e os nossos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas idéias que se combatem.

461. Como distinguir os nossos próprios pensamentos dos que nos são sugeridos?
Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que vos ocorrem no primeiro impulso.
De resto, não há grande interesse para vós nessa distinção e é freqüentemente útil não o saberdes: o homem age mais livremente; se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade; se tomar o mau caminho, sua responsabilidade será maior.


462. Os homens de inteligência e de gênio tiram sempre suas idéias de si mesmos?
Algumas vezes as idéias surgem de seu próprio Espírito, mas freqüentemente lhes são sugeridas por outros Espíritos, que os julgam capazes de as compreender e dignos de as transmitir. Quando eles não as encontram em si mesmos, apelam para a inspiração; é uma evocação que fazem, sem o suspeitar.
Comentário de Kardec: Se fosse útil que pudéssemos distinguir os nossos próprios pensamentos daqueles que nos são sugeridos. Deus nos teria dado o meio de fazê-lo, como nos deu o de distinguir o dia e a noite. Quando uma coisa permanece vaga, é assim que deve ser para o nosso bem.


463. Diz-se algumas vezes que o primeiro impulso é sempre bom; isto é exato?
 Pode ser bom ou mau, segundo a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom para aquele que ouve as boas inspirações.

464 Como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito?
 Estudai a coisa: os bons Espíritos não aconselham senão o bem; cabe a vós distinguir.

465. Com que fim os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal?
 Para vos fazer sofrer com eles.

465 . Isso lhes diminui o sofrimento?— Não, mas eles o fazem por inveja dos seres mais felizes.
465. Que espécie de sofrimentos querem fazer-nos provar?

Os que decorrem de pertencer a uma ordem inferior e estar distante de Deus

466. Por que permite Deus que os espíritos nos incitem ao mal?— Os espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a experimentar a fé e a constância dos homens no bem. Tu, sendo Espírito, deves progredir na ciência do infinito, e é por isso que passas pelas provas do mal para chegar ao bem. Nossa missão é a de colocar-te no bom caminho, e quando más influências agem sobre ti, és tu que as chamas, , pelo desejo do mal, porque os Espíritos inferiores vêm em teu auxílio no mal, quando tens a vontade de o cometer; eles não podem ajudar-te no mal, senão quando tu desejas o mal. Se pés inclinado ao assassínio, pois bem, terás uma nuvem de espíritos que entreterão esse pensamento em ti; mas também terás outros que tratarão de influenciar-te para o bem, o que faz que se reequilibre a balança e te deixe senhor de ti.


467. Pode o homem se afastar da influência dos Espíritos que o incitam ao mal?
Sim, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos.
468. Os Espíritos cuja influência é repelida pela vontade do homem renunciam às suas tentativas?
Que queres que eles façam? Quando nada têm afazer, abandonam o campo. Não obstante, espreitam o momento favorável, como o gato espreita o rato.


469. Por que meio se pode neutralizar a influência dos maus Espíritos? Fazendo o bem e colocando toda a vossa confiança em Deus, repelis a influência dos Espíritos inferiores e destruís o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de escutar as sugestões dos Espíritos que suscitem em vós os maus pensamentos, que insuflam a discórdia e excitam em vós todas as más paixões. Desconfiai sobretudo dos que exaltam o vosso orgulho, porque eles vos atacam na vossa fraqueza. Eis porque Jesus vos faz dizer na oração dominical: “Senhor, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!”.


470. Os Espíritos que procuram induzir-nos ao mal, e que, assim, põem à prova a nossa firmeza no bem, receberam a missão de o fazer, e, se é uma missão que eles cumprem, terão responsabilidade nisso?
 Nenhum Espírito recebe a missão de fazer o mal; quando ele o faz, é pela sua própria vontade, e conseqüentemente terá de sofrer as conseqüências(1). Deus pode deixá-lo fazer para vos provar, mas jamais o ordena e cabe a vós repeli-lo.


471. Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível ou de satisfação interior sem causa conhecida, isso decorre de uma disposição física?
E quase sempre um efeito das comunicações que, sem o saber, tivestes com os Espíritos, ou das relações que tivestes com eles durante o sono.


472. Os Espíritos que desejam incitar-nos ao mal limitam-se a aproveitar as circunstâncias em que nos encontramos ou podem criar essas circunstâncias?
 Eles aproveitam a circunstância, mas freqüentemente a provocam, empurrando-vos sem o perceberdes para o objeto da vossa ambição. Assim, por exemplo, um homem encontra no seu caminho uma certa quantia: não acrediteis que foram os Espíritos que puseram o dinheiro ali, mas eles podem dar ao homem o pensamento de se dirigir naquela direção, e então lhe sugerem apoderar-se dele, enquanto outros lhes sugerem devolver o dinheiro ao dono. Acontece o mesmo em todas as outras tentações.
III – Possessos
473. Pode um Espírito, momentaneamente, revestir-se do invólucro de uma pessoa viva, quer dizer, introduzir-se num corpo animado e agir em substituição ao Espírito que nele se encontra encarnado?
 Um Espírito não entra num corpo como entra numa cãs; ele se assimila a um Espírito encarnado que tem os seus mesmos defeitos e as suas mesmas qualidades, para agir conjuntamente; mas é sempre o Espírito encarnado que age como quer sobre a matéria de que está revestido. Um Espírito não pode substituir-se ao que se acha encarnado, porque o Espírito e o corpo estão ligados até o tempo marcado para o termo da existência material.

474. Se não há possessão propriamente dita, quer dizer, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, a alma pode encontrar-se na dependência de um outro Espírito, de maneira a se ver por ele subjugada ou obsedada a ponto de ser sua vontade, de alguma forma, paralisada?
 Sim, e são esses os verdadeiros possessos; mas ficai sabendo que essa denominação não se efetua jamais sem a participação daquele que sofre, seja por sua fraqueza, seja pelo seu desejo. Freqüentemente se têm tomado por possessos criaturas epiléticas ou loucas, que mais necessitam de médico do que de exorcismo.

Comentário de Kardec: A palavra possesso, na sua acepção vulgar, supõe a existência de demônios, ou seja, de uma categoria de seres de natureza má, e a coabitação de um desses seres com a alma, no corpo de um indivíduo. Mas, como não há demônios nesse sentido, e como dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo corpo, também não há possessos, segundo a idéia ligada a essa palavra. Pela expressão possesso não se deve entender senão a dependência absoluta da alma em relação a Espíritos imperfeitos que a subjuguem.

475. Pode uma pessoa por si mesma afastar os maus Espíritos e se libertar do seu domínio?
Sempre se pode sacudir um jugo, quando se tem uma vontade firme.

476. Não pode acontecer que a fascinação exercida por um mau Espírito seja tal que a pessoa subjugada não a perceba? Então, uma terceira pessoa pode fazer cessar a sujeição e, nesse caso, que condição deve ela preencher?

Se for um homem de bem, sua vontade pode ajudar, apelando para o concurso dos bons Espíritos, porque, quanto mais se é um homem de bem, mais poder se tem sobre os Espíritos imperfeitos, para os afastar, e sobre os bons, para os atrair. Não obstante, essa terceira pessoa seria importante se aquele que está subjugado não se prestasse a isso, pois há pessoas que se comprazem numa dependência que satisfaz, os seus gostos e os seus desejos. Em todos os casos, aquele que não tem o coração puro não pode ter nenhuma influência; os bons Espíritos o desprezam e os maus não o temem.

477. As fórmulas de exorcismo têm qualquer eficácia contra os maus Espíritos?
Não; quando esses Espíritos vêem alguém toma-las a sério, riem e se obstinam.

478. Há pessoas animadas de boas intenções e nem por isso menos obsedadas; qual o melhor meio de se livrarem dos Espíritos obsessores? Cansar-lhes a paciência, não dar nenhuma atenção às suas sugestões,b mostrar-lhes que perdem tempo; então, quando eles vêem que nada têm a fazer, se retiram.


479. A prece é um meio eficaz para curar a obsessão?

A prece é um poderoso socorro para todos os casos, mas sabei que não é suficiente murmurar algumas palavras para obter o que se deseja. Deus assiste aos que agem, e não aos que se limitam a pedir. Cumpre, portanto, que o obsedado faça, de seu lado, o que for necessário para destruir em si mesmo a causa que atrai os maus Espíritos.

480. Que se deve pensar da expulsão dos demônios, de que se fala no Evangelho?

Isso depende de interpretação. Se chamais demônio a um mau Espírito que subjuga um indivíduo, quando a sua influência for destruída, ele será verdadeiramente expulso. Se atribuís uma doença ao demônio, quando a tiverdes curado, direis também que expulsastes o demônio. Uma coisa pode ser verdadeira ou falsa, segundo o sentido que se der às palavras. As maiores verdades podem parecer absurdas, quando não se olha senão para a forma e quando se toma a alegoria pela realidade. Compreendei bem isto e procurai retê-lo, que é de aplicação geral.
Fonte:Instituto Chico Xavier

domingo, 5 de agosto de 2012

O futuro e nós

Comecemos, avaliando a importância de compreender e servir.
Esqueçamos ressentimentos e sombras, lembrando-nos de que a prática do amor é trabalho para todos os dias.
Não reclamemos dos outros aquilo que possamos fazer por nós mesmos.
Entendamos que os nossos problemas não são maiores do que muitas das dificuldades que afligem os semelhantes.
Melhoremos a nós próprios, a fim de que as nossas experiências se elevem.
Vejamos em cada criatura um mundo aparte e, por isso, aceitemos os nossos companheiros de caminho, tais quais são, sem exigir-lhes demonstrações de santidade ou grandeza.
Busquemos o trabalho constante, no bem de todos, por ação capaz de impulsionar-nos para diante, livrando-nos de fixações pessoais em grades de sombra.
 Francisco Cândido Xavier - EMMANUEL

sábado, 4 de agosto de 2012

O perdão

O perdão incondicional no mundo atual é muito raro. Além de não perdoar com facilidade as ofensas de parentes e amigos, encontramos impedimentos enormes para a sua prática no que se refere aos inimigos.
O orgulho é de tal ordem que basta um familiar cometer um deslize qualquer para ficarmos furiosos.
Em vez de desculpar a fragilidade moral do infeliz e procurar lhe dar apoio para suavizar as punhaladas do remorso, ficamos a atirar pedras. Pedras do desprezo, da indiferença, sem medir as consequências de tal atitude.
Conta o escritor John Lageman um fato contemporâneo. Ocorreu com um ex-presidiário, que sofreu na alma a incompreensão e o abandono dos seus familiares, durante todo o tempo em que esteve recluso numa penitenciária.
Os seus parentes o isolaram totalmente. Nenhum deles lhe escreveu sequer uma linha. Nunca foram visitá-lo na prisão durante a sua permanência lá.
Tudo aconteceu a partir do momento em que o ex-­presidiário, depois de conseguir a liberdade condicional, por bom comportamento, tomou o trem de retorno ao lar.
Por uma coincidência que somente a Providência Divina explica, um amigo do diretor da penitenciária se sentou ao seu lado.
Por ser uma pessoa sensível, identificou a inquietação e a ansiedade na fisionomia sofrida do companheiro de viagem e, com gentileza, lhe falou:
O amigo parece muito angustiado! Não gostaria de conversar um pouco? Talvez pudesse diminuir o desconforto.
O ex-detento deu um profundo suspiro e, constrangido, falou:
Realmente, estou muito tenso. Estou voltando ao lar. Escrevi para minha família e pedi que colocasse uma fita branca na macieira existente nas imediações da estação, caso tivesse me perdoado o ato vergonhoso.
Se não me quisessem de volta, não deveriam fazer nada. Então eu permanecerei no trem e rumarei para lugar incerto.
O novo amigo verificou como sofria aquele homem. Ele sofreu uma dupla penalidade: a da sociedade que o segregou e a da família que o abandonou.
Condoeu-se e se ofereceu para vigiar pela janela o aparecimento da árvore. A macieira que selaria o destino daquele homem.
Dez minutos depois, colocou a mão no braço do ex­-condenado e falou quase num sussurro:
Lá está ela!
E mais baixo ainda, disse:
Não existe uma fita branca na macieira!
Fez uma pausa, que parecia uma eternidade e falou novamente:
... A macieira está toda coberta de fitas brancas.
A terapia do perdão dissipou, naquele exato momento, toda a amargura que havia envenenado por tanto tempo uma vida humana.
O pobre homem reabilitado deixou que as lágrimas escorressem pelas faces, como a lavar todas as marcas da angústia que até então o atormentara.
A simbologia das fitas brancas do perdão incondicional deve ficar gravada em nossa mente. Deve nos lembrar sempre as palavras de Jesus:
Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.
Quem de nós não necessita de perdão? Quem já não errou, se equivocou, faliu?
A própria reencarnação é, para cada um de nós, o perdão incondicional de Deus, a nos oferecer uma nova chance para o resgate dos débitos e retomada do caminho, do aprendizado sem fim.

Redação do Momento Espírita, com base em conto publicado na revista Presença Espírita nº 155.