sábado, 8 de janeiro de 2011

CHICO XAVIER

Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, considerado o médium do século e o maior psicógrafo de todos os tempos. Nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade de Minas Gerais em 2 de Abril de 1910.
Filho de um operário pobre e inculto, João Cândido Xavier, e de uma lavadeira chamada Maria João de Deus, falecida em 1915. Na altura tinha 8 irmãos, tendo todos sidos distribuídos por vários familiares e pessoas amigas. Sofreu muito em casa de pessoas de precária sensibilidade.
Aos 9 anos, seu pai, já casado novamente, empregou-o como aprendiz numa indústria de fiação e tecelagem. De manhã, até às 11:00 horas, freqüentava a escola primária pública, depois trabalhava na fábrica até às 2 horas da madrugada. Mal Aprendeu a ler e a escrever. Quando concluiu o curso na escola pública empregou-se como caixeiro numa loja e mais tarde como ajudante de cozinha e café.
Em 1933, o Dr. Rómulo Joviano, administrador da Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo, deu ao jovem Xavier uma modesta função na Fazenda e lá se tornou funcionário público em 1935, tendo trabalhado consecutivamente até finais dos anos cinqüenta, altura em que foi aposentado por invalidez ( doença incurável nos olhos ), com a categoria de escrevente datilógrafo. Durante as décadas que trabalhou no Ministério da Agricultura, jamais, apesar de sua saúde precária e seus trabalhos doutrinários, fora das horas de serviço, deu uma única falta ou gozou qualquer tipo de licença. Nos finais dos anos 50, vai residir em Uberaba – MG, por motivos de saúde e a conselho médico, onde permanece até hoje e apenas com a sua magra aposentadoria.
As suas faculdades mediúnicas são extraordinárias. Manifestou-se pela primeira vez quando tinha apenas 4 anos de idade, pela clarividência e clariaudiência, pois via e ouvia os Espíritos e conversava com eles sem a mínima suspeita de que não fossem homens normais do nosso mundo. Já como jovem e depois como adulto, muitas vezes não diferencia de imediato os homens dos Espíritos. Aos 5 anos, já órfão de mãe, esta manifestou-se várias vezes junto dele encorajando-o e dizendo-lhe que não poderia ir para casa porque estava em tratamento, mas que enviaria um bom anjo que juntaria novamente a família. Esse anjo bom foi a D. Cidália, a Segunda esposa de João Xavier, que para casar com seu pai fez questão de reunir todos os filhos do primeiro casamento e lhe daria depois mais cinco irmãos.
Quando tinha 17 anos, fundou-se o Grupo Espírita Luiz Gonzaga, onde rapidamente desenvolveu a psicografia. Nesta época desligou-se da Igreja Católica onde não encontrava explicação para os fenômenos que se passavam com ele, designadamente a perseguição de espíritos inferiores de que era alvo. O padre que o ouvia nas confissões foi um conselheiro, um verdadeiro pai, e não o dissuadiu do caminho que iniciou no Espiritismo, mas abençoou-o e nunca deixou de ser seu amigo.
No Centro Espírita começou a psicografar poemas notáveis de famosos poetas mortos, num nível literário tão elevado que os próprios companheiros do grupo não conseguiam atingir integralmente o seu conteúdo. Em 9 de Julho de 1932, seria publicada a célebre "Parnaso de além-túmulo ", a sua primeira obra psicografada que iria abalar os meios intelectuais do Brasil e tornar conhecida a pacata Pedro Leopoldo. O estilo dos 56 poetas mortos, era precisamente idêntico ao estilo dos mesmos enquanto vivos, informavam os literatos das academias e universidades dos grandes centros culturais do Brasil, embora não soubessem explicar o fenômeno. Seria o início de sua imponente obra mediúnica que hoje já ultrapassa as 418 obras.
Bastava apenas um desses livros para constituir um roteiro seguro para o homem na Terra rumo à sua alforria, à sua felicidade. Seus ensinamentos revivem plenamente o Evangelho de Jesus e as lições do Consolador que Kardec nos legou com tanto sacrifício e renúncia.
Mais de mil entidades espirituais nos deram informações através das suas abençoadas mãos, provando à saciedade a imortalidade do Espírito e a sua comunicabilidade com os homens. Mas falar de Chico Xavier é falar de Emmanuel, que indelevelmente estará ligado à sua missão. Esse venerando Espírito é o seu protetor espiritual e manifestou-se-lhe pela primeira vez em 1931, acompanhando-o desde então até hoje. A respeito desse Benfeitor Espiritual nos diz o próprio Chico:
"Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e disse mais que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e Kardec, que eu deveria permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo."
Emmanuel propõe ainda ao jovem Xavier mais três condições para com ele trabalhar: 1ª condição, disciplina. 2ª condição, disciplina. 3ª condição, disciplina.
Entra as muitas dezenas de obras mediúnicas de Emmanuel, destacamos os cinco documentos históricos, retirados dos arquivos do plano espiritual, que constituem autênticas obras-primas de literatura, e que nos mostram o nascimento do cristianismo e a sua paulatina adulteração logo nos primeiros séculos da era. São os romances mediúnicos baseados em fatos verídicos: Há 2.000 anos... ( a autobiografia de Emmanuel, a história do orgulhoso senador romano Públio Lentulus ), 50 anos depois, Ave Cristo, Renúncia e Paulo e Estevão ( história de um coração extraordinário, que se levantou das lutas humanas para seguir os passos do Mestre, num esforço incessante ). Esta última obra, de 553 páginas, por si só justificaria a missão mediúnica de Chico Xavier, segundo o erudito J. Herculano Pires.
Em 1943 começara a utilizar a mediunidade do abnegado médium uma nova entidade espiritual que assinará as suas obras com o nome de André Luiz. Quem não conhece a quadra:
Não se irrite. Sorria
Não critique. Auxilie
Não grite. Converse
Não acuse. Ampare
André Luiz é o pseudônimo utilizado por um espírito que foi médico e cientista na sua última existência e que desencarnou numa clínica do Rio de Janeiro pelo início da década de trinta. É considerado o verdadeiro repórter de além-túmulo. Relata-nos numa série de 11 livros a experiência do seu passamento, as dificuldades iniciais, o reencontro com familiares e conhecidos que o precederam na partida para o plano espiritual a observação e as expedições de estudo junto de Espíritos de elevada evolução. Esses relatos começam com o já célebre, livro Nosso Lar ( nome de uma cidade do plano espiritual ), hoje traduzido em vários idiomas, entre eles o Japonês e o Esperanto e que já vai além da 40ª edição em Português, com mais de 800.000 exemplares editados até hoje. Obra que também iria causar e ainda causa uma certa polêmica. Nessa série de reportagens a alma humana é profundamente escalpelizada, e onde se confirma na prática os ensinamentos que Jesus nos legou há dois milênios atrás e que Kardec relembra e amplia tão bem sob orientação do Espírito de Verdade. Um dia, no futuro, os médicos, os psicólogos, os sociólogos, etc., ficarão admirados pela sabedoria neles contida, que já no século XX se encontrava no Planeta, apontando diretrizes seguras para a felicidade e paz entre os homens.
A obra monumental de Chico Xavier que se considera, segundo suas próprias palavras: Um servidor humilde, humilde no sentido da desvalia pessoal, jamais serviu para beneficiar materialmente a sua pessoa. Todos os direitos autorias foram cedidos graciosamente a instituições espíritas, nomeadamente à Federação Espírita Brasileira, e a instituições de solidariedade social. Quando as autoridades públicas lhe concedem títulos de cidadania ( mais de cem já lhe foram concedidos ) diz que o mérito não é para ele mas para os Espíritos e sobretudo para a Doutrina Espírita que revive os ensinamentos de Jesus na sua plenitude e que ele não passa de "um poste obscuro para a colocação do aviso de que a Doutrina Espírita foi premiada com essas considerações públicas ".
Há que registrar também que várias centenas de instituições de solidariedade social foram criadas e inspiradas no seu exemplo e obra: Orfanatos, escolas para os pobres, lares de deficientes, sopas dos pobres, campanhas do quilo, ambulatórios médicos, alfabetização de adultos, bibliotecas, etc., etc..
Palavras do próprio Chico:
"Nosso amigo espiritual, Emmanuel, nos aconselha a respeitar as crenças, preconceitos, pontos de vista e normas de quaisquer criaturas que não pensem como nós, mas adverte-nos que temos deveres intransferíveis para com a Doutrina Espírita e que precisamos guardar-lhe a limpidez e a simplicidade com dedicação sem intransigências e zelo sem fanatismo ".

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