De acordo com "O livro dos espíritos", a união da alma ao corpo começa em regra na concepção, ou seja, na fecundação e completa-se na ocasião do nascimento.
A gravidez é sinal de que a um espírito foi dada a oportunidade de reencarnar na Terra para evoluir e resgatar seu passado culposo. Assim, por mais indesejável que seja, uma gravidez nunca é casual e deverá ser aceita e valorizada, pois estará sempre dentro dos desígnios divinos, e é também para os pais uma oportunidade de evoluir e saldar dívidas perante a vida, já que também tiveram progenitores que os acolheram.
O aborto é a frustração do direito a reencarnar que cada Espírito necessitado de evoluir tem por lei divina, sendo transgressão nesse sentido perante as leis de Deus: amor e cooperação fraterna.
Para a Doutrina Espírita, o fato de a gravidez resultar de violação não justifica o aborto, ainda que a mulher não se sinta com estrutura psicológica para criar o filho. Neste caso, é preferível que a mãe ofereça a criança à adoção, deixando a nascer.
Além dos prejuízos físicos e psíquicos que costuma trazer à gestante, o aborto é causa de dolorosas consequências no plano espiritual.
Quando é escolhido o caminho do aborto, mesmo quando legal perante a lei humana, o Espírito rejeitado pode (consoante sua evolução e capacidade de perdoar ou não, e as necessidades que tinha de reencarnar - note se que no nosso planeta de provas e expiações a reencarnação se dá, em regra, quando o Espirito já não consegue ser feliz, recordando as dividas e atraso evolutivo que ainda carrega consigo - abortado, surge o desespero de a oportunidade que lhe recusaram de ultrapassar o estado evolutivo ainda infeliz no mundo espiritual) perseguir, com ódio e desejo de vingança, a mãe e todos aqueles que se envolveram na interrupção da gravidez. O aborto é assim uma das causas invisíveis de certas moléstias e sobretudo das obsessões catalogáveis na patologia da mente.
Não só a mulher, como também o homem, na fuga de suas responsabilidades, em vez de alcançarem o equilibrio para o qual reencarnaram neste mundo (sendo por este prisma o aborto uma oportunidade perdida) desajustam as energias psicossomáticas com intenso desequilíbrio, sobretudo, do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que surgirão a tempo certo, o que ocorre não só porque o remorso se lhes entranha no ser mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero, de revolta e vingança dos Espíritos que a lei lhes reservava para filhos.
O Espiritismo não vem pois ameaçar com o chicote ou a censura que tal ou tal ato é crime (a não ser considerando se como desequilibrio perante as leis com que Deus sustenta a vida - ao afastar se desses equilibrio divino, o ser humano obviamente só colhe espinhos, não por castigo, mas porque quem se afasta do equilibrio é como peixe fora de água, sofrendo fora de seu elemento natural), mas conscientizar-nos do cominho que nos convém e nos levar a compreender as patologias que poderão emergir no corpo físico, especialmente na área reprodutora, como o desaguar das energias perispirituais desestruturadas, convidando o protagonista do aborto a harmonizar-se com a própria consciência.
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