quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Intrigas e acusações

Quanto possível, abstém-te de assuntos infelizes.
Muitas vezes, quem te fala contra os outros pode trazer a imaginação doente ou superexcitada.
Quando alguém, porventura, se te faça veículo de alguma intriga, tanto é digna de compaixão a pessoa que te trouxe essa bomba verbal, quanto a outra que a teria criado.
Uma frase imperfeitamente ouvida será sempre uma frase mal interpretada.
A criatura que se precipita em julgamentos errôneos, a teu respeito, talvez seja vítima de lastimável engano.
Muitas pessoas de hábitos cristalizados em comentários descaridosos, em torno da vida alheia, estão a caminho de tratamentos médicos, dos mais graves.
Se trazes a consciência tranqüila, as opiniões negativas efetivamente não te alcançam.
Diante de críticas recebidas, observa até que ponto são verídicas e aceitáveis, para que venhamos a retificar em nós aquilo que nos desagrada nos outros.
Conhecendo algum desequilíbrio em andamento, auxilia em silêncio naquilo em que possas cooperar sem alarde, sem referir a ninguém, quanto ao esforço de reajuste que sejas capaz de desenvolver.
Compadece-te dos acusadores e ora, em favor deles, rogando a Deus para que sejam favorecidos com a bênção de paz que desejamos para nós.

                                        Emmanuel-Chico Chavier

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Confia Sempre...

Confia sempre. Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para  frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.
 Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.
 De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.
 Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite.
 Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte... Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.

 Meimei * Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Desafios existenciais

 Toda existência é oportunidade de aprendizado para todos nós, que partimos um dia do mundo espiritual a fim de realizar essa experiência ímpar chamada vida.
A vida, esta do lado de cá da existência, tem um propósito claro e inequívoco aos olhos de Deus: o de nos oferecer chances de progresso e melhoria pessoal.
Ao nos criar Espíritos imortais, nos fez a todos simples e ignorantes... Ou seja, sem capacidades intelectuais ou morais pré-determinadas.
Desta forma, a pergunta que mais nos ocorre é a seguinte: de onde vêm os nossos pendores, os dons com os quais nascemos, ou as virtudes e paixões que trazemos na alma?
Se somos criados todos iguais, por que somos aqui na Terra tão diferentes uns dos outros? Por que, irmãos gêmeos, sob a mesma educação, os mesmos pais, são tão diferentes?
Ao nascermos novamente, ao retornarmos à experiência de nascer, trazemos conosco toda uma bagagem que adquirimos nos caminhares que já fizemos em nossa história.
Trazemos no cofre de nossa alma todos os tesouros e todas as quinquilharias que, porventura, fomos juntando nos nossos caminhares, pelos caminhos que já percorremos ao longo de nossas existências.
Assim, todas as nossas virtudes e todos os nossos sentimentos são conquistas feitas em algum momento de nossa história, e que hoje trazemos para mais este capítulo do livro que estamos escrevendo desde muito.
Se hoje sentimos raiva, vingança e ódio, se temos inveja ou ciúmes, são desvalores que adquirimos por opção própria, e que ainda fazem parte de nossa estrutura emocional.
Por outro lado, se trazemos na alma a doçura, a compaixão pelo próximo, a benevolência no olhar, são resultantes dos esforços que fizemos para adquiri-los e tê-los na intimidade da alma.
Se hoje percebemos em nós sentimentos que já não são coerentes com nossos conceitos e valores, começa aí o esforço para a transformação da alma.
A vida é exatamente essa oportunidade que a Providência Divina nos oferece para que a modificação da alma, para melhor, se faça.
E para tanto, nossa vida é pródiga de oportunidades para modificarmos as coisas da alma que precisam ser mudadas.
Seja a esposa intolerante, o marido incompreensível, o filho exigente, o chefe às vezes tirano, todos nos oportunizam a chance de experimentar outros valores e desenvolver renovados sentimentos na alma.
Muitas vezes, o convite da vida vem através da doença, do revés financeiro que nos abala, ou do ente querido que parte para o Mundo Espiritual nos deixando órfãos emocionalmente.
Todos esses desafios que a vida nos oferece são convites silenciosos que ela nos faz, nos oferecendo a chance de renovar paisagens emocionais, repensar posicionamentos e principalmente, redirecionar nossos passos para caminhos que nos conduzam à felicidade.
Em qualquer momento de sua vida, perceba ser ela oportunidade bendita que Deus lhe oferece de iniciar a construção do Reino de Deus dentro de você.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Auta -Estima

O trabalhador espírita, por vezes, necessita elevar sua auto-estima.
Ora, é a pressão espiritual contrária que o abate e que pode enfraquecer seu ânimo.
Outras vezes, são os relacionamentos complexos, difíceis, que o prostram.
Noutros momentos, um sentimento melancólico pode advir, em função dos obstáculos, diante da tarefa ou do seu processo de reforma interior.
Seja qual for a razão, faz-se oportuna a reflexão, à luz da Doutrina Espírita, revendo horizontes, para o cumprimento de metas ensejadas pela atual programação reencarnatória.
Renovar e fortalecer a fé é fundamental, nessas situações.
Deixar-se guiar pelo bom senso, também.
Unindo sentimento e razão, num clima de calma, serenidade, ideias, princípios, postulados, que afloram em sua mente e aliviam seu coração, aprimorando a sintonia com benfeitores espirituais que o fortalecem, na caminhada evolutiva e no cumprimento do dever.
Perseverar no caminho do bem é o desafio, permanecendo nele, sempre.
Quanto à pressão espiritual contrária, o trabalhador consciente sabe que, num contraponto, conta com todo o apoio da cidade espiritual de luz a que é ligado.
Em relação a relacionamentos complexos, difíceis, entende que o acaso não existe. Muitas vezes, a Lei de Progresso nos recoloca frente a frente com desafetos do passado, para que arestas sejam aparadas.

Sobre obstáculos diante da tarefa, compreende que a boa-vontade, aliada ao empenho, garantem o estado de espírito que leva ao sucesso.
A propósito de melancolia decorrente de abraçar o processo de reforma íntima, sem constatar resultados imediatos, reconhece que o segredo do sucesso consiste, exatamente, em insistir, continuamente, no exercício de substituir imperfeições por valores morais que lhe são opostos.
Reencarnados num mundo de expiações e provas como o nosso, altos e baixos são normais em relação à autoestima.
Diante dessa realidade, não há que se lamentar, nem tampouco esmorecer.
Todas as dificuldades serão superadas, no momento oportuno, em havendo perseverança.
Depois da tormenta, vem a calmaria. Depois da noite escura, uma nova alvorada.
Reencarnamos para progredir.
Dificuldades, obstáculos, desafios, devidamente superados, levam a esse objetivo.
O processo de reforma íntima leva-nos a retificar comportamentos equivocados.
Coloca-nos receptivos aos bons fluidos, que nos reanimam as forças.
Reforça, em nosso coração, a busca prática da caridade e da humildade, que afastam o egoísmo e o orgulho, propiciando o perdão, a reconciliação, a mansuetude, entre tantos outros sentimentos construtivos.
Reacende, em nosso âmago, a chama do ideal a ser atingido.
O importante é, com a auto-estima elevada, permanecer no bom caminho, rumo à evolução.
Parar, retroceder, nem pensar.
Retomar, sempre, o esforço pela prática do bem, em todos os sentidos, e com bom ânimo, é roteiro do trabalhador espírita.
Fonte: Revista Internacional de Espiritismo (RIE) - Outubro/2010

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A luz em nossa vidas

Foi um sonho, há muito tempo acalentado, esse de o homem poder viver num ambiente iluminado.
Em 1828, Thomas Alva Edison conseguiu, pela primeira vez, a lâmpada elétrica de filamento.
A partir desse momento, tudo se modificou na sociedade. Cinquenta anos depois, Joseph Swan patenteou a lâmpada incandescente, que passou a ser industrializada.
É inconcebível hoje, para nossa mentalidade, um mundo sem luz elétrica. Ficamos a pensar no que seria uma casa iluminada por tochas, por candelabros, por velas.
Pode ser muito romântico um jantar à luz de velas. Contudo, viver uma vida inteira tendo que ler, fazer os serviços domésticos, tratar de doentes, costurar utilizando-se de velas, de tochas, de lampiões, de lamparinas... Inconcebível!
A própria natureza nos fala da importância da luz porque nos dá, ao longo do dia, o brilho solar. Quando estamos vivendo sob o brilho do sol, complicado pensar na noite escura.
Quando estamos refletindo sobre a noite escura, temos a oportunidade de pensar no brilho do luar e nos beijos cintilantes das estrelas.
A luz é, em verdade, a grande mensagem do Criador diante das trevas que ainda empanam a vida humana.
Diz o Velho Testamento, no livro do Gênesis: E o Senhor fez a luz. Faça-se a luz. Fiat lux. E a luz se fez.
E Jesus de Nazaré afirmou sem rebuços: Eu sou a luz do mundo. Aquele que andar em mim, jamais conhecerá as trevas.
Naturalmente que a luz de que falava Jesus Cristo não era uma luz física. Ele falava de uma luz mental, de uma claridade espiritual, de algo que Ele viera trazer ao mundo para nos retirar das nossas sombras.
Sombras de ignorância, noites de maldade, escuridão dos tormentos. Então, Ele veio como um astro do dia, uma estrela de primeira magnitude, com essa coragem de dizer, em pleno período das sombras: Eu sou a luz do mundo.
Mas o Homem de Nazaré ainda propôs que nós também trabalhássemos por desenvolver a nossa própria claridade: Brilhe a vossa luz.
Jesus propõe que façamos brilhar a nossa própria luz, porque somos lucigênitos. Fomos criados, gerados pela luz de Deus.
Esse é um convite para que trabalhemos o quanto nos seja possível para sairmos das trevas do não saber, do não sentir, do não amar, do não viver.
Em outro momento, asseverou o Celeste Amigo: Quando os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.
Os nossos olhos bons não são os olhos da face. É a nossa maneira de ver as coisas, nossa visão de mundo, nosso olhar sobre as pessoas.
Na medida em que formos misericordiosos, atenciosos, fraternos para com os outros e seus problemas, é natural que estaremos evoluindo, crescendo na direção do Altíssimo.
Todo o nosso ser espiritual, o nosso corpo espiritual, nosso corpo astral brilhará: Todo o teu corpo terá luz.
Todos os grandes gênios espirituais do mundo valorizaram a luz. Não é à toa que Siddhartha Gautama, o grande Buda, é chamado a luz da Ásia.
Por isto, quando Jesus afirma ser a Luz do mundo, Ele ultrapassa as dimensões de todas as terras, de todos os seres e Se mostra de fato como a Luz, Modelo e Guia para todos nós.                               Redação do momento Espírita

domingo, 21 de agosto de 2011

A Ilusão do Sangue

Não é o sangue que nos irmana, mas o espírito. Os laços consangüíneos são ilusórios e efêmeros. Kardec explica no item 8 do capítulo XIV do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “O corpo procede do corpo, mas o espírito não procede do espírito, pois já existia antes da formação do corpo.
 O pai não gera o espírito do filho. Fornece-lhe apenas o envoltório corporal, mas deve ajudar o seu desenvolvimento intelectual e moral, para fazê-lo progredir”. Filhos de outros pais, procedentes de outro sangue, podem ser muito mais ligados aos pais adotivos que os filhos consangüíneos.
 Essa é uma das razões por que os pais adotivos geralmente não querem revelar a verdade aos filhos que adotaram. O amor paterno e materno ressurge ante o filho que volta ao seu convívio. Mas Emmanuel revela um dos aspectos da lei da reencarnação que exige atenção e respeito.
 Os filhos que voltam ao lar por vias indiretas são espíritos em prova e, portanto, em fase de correção moral. Precisam conhecer a sua verdadeira situação para que a medida corretiva atinja a sua eficiência. E se quisermos burlar a lei só poderemos acarretar-lhes maiores sofrimentos.
 São muitos os dramas e muitas as tragédias ocasionadas pela imprudência dos pais que mentiram piedosamente aos filhos adotivos. Quando a verdade os surpreende, o choque emocional pode transtorná-los, fazendo-os perder a oportunidade de aprendizado que muitas vezes solicitaram com ardor na vida espiritual.
 Esta é uma razão nova que o Espiritismo apresenta aos pais adotivos, quase sempre apegados apenas às razões mundanas.
 Aprendendo desde cedo a se acomodar à situação de prova em que se encontra, o filho adotivo resigna-se a ela e aproveita a lição de reajustamento afetivo. Amanhã voltará de novo como filho legítimo, mas já em condições de compreender os deveres da filiação.
 A vida aplica sempre com precisão os seus meios corretivos, mas nós nem sempre a ajudamos, esquecidos de que os desígnios de Deus têm razões profundas que nos escapam à compreensão.
 Se Deus nos envia um filho por via indireta, devemos recebê-la como veio e não como desejaríamos que viesse.
 Jose Herculano Pires -Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Filho doente...Castigo ou Oportunidade?

Quando um ventre se enche de vida, a esperança aflora no Mundo.
Os pais se preparam para receber alguém e se enchem de expectativas: Meu filho será belo, forte, saudável, feliz.
Ninguém pensa em coisas desagradáveis. Quando a criança nasce, contamos os dedinhos, avaliamos cuidadosamente cada centímetro do corpo, em busca da certeza de que tudo está bem.
Mas... E quando o anjo que chega tem as asas quebradas? Quando a criancinha traz os olhos velados, os ouvidos fechados, a voz emudecida?
Cegueira, paralisia, surdez, nanismo, Síndrome de Down. Nunca pensamos que o nosso filho possa ser portador de deficiências desse tipo. Não nos preparamos para isso.
E, por essa razão, choramos lágrimas amargas, certos de que Deus nos esqueceu ou nos castigou.
Enganosa conclusão.
Deus jamais castiga. Nosso Pai Divino, Perfeito e Bom, é todo amor por Seus filhos.
Então: O que aconteceu? Por que aconteceu? Por que comigo?
Essas perguntas, que nos transtornam as almas, muitas vezes permanecem sem resposta.
Mas, acredite que há uma forte razão para que isso tenha ocorrido.
Estamos todos inseridos em uma lei perfeita, que rege nossas vidas, de acordo com nossos atos e nossa capacidade de superação.
Assim, quem recebe uma criança deficiente, deveria fazer novas perguntas: Para que Deus me deu de presente um de Seus filhos, nessa circunstância?
Que tenho eu de tão especial e bom para que Ele me escolhesse para cuidar de um de Seus filhos mais necessitados de proteção e afeto?
Que lições posso tirar dessa experiência?
Sim, não se confia missões importantes a pessoas despreparadas. Para as situações mais delicadas, que exigem dedicação e maturidade, escolhem-se os mais dedicados e maduros.
E você acha que Deus sabe menos do que nós? Claro que não. Ele sabe escolher bem.
Por outro lado, muitas vezes, aquilo que imaginamos ser uma situação infeliz, torna-se um belo desafio. Ou uma oportunidade de renovação.
Basta descobrir a razão porque Deus nos permitiu passar por isso.
Se pensarmos assim, vamos descobrir uma força interior capaz de mover mundos. Uma capacidade de improvisar diante do inesperado.
E essa força será movida pelo amor.
Quem sabe se essa experiência é a que nos fará despertar para a desigualdade do Mundo em que vivemos?
Quem sabe se não é o estímulo que faltava para que olhássemos para os lados e víssemos que precisamos de escolas mais preparadas, de profissionais treinados, de ruas e prédios adequados?
Enfim, com a experiência de um ser amado, portador de deficiência, aprendemos a conviver e a amar muito os que são diferentes de nós.
E mais: descobrimos que a diferença está apenas na aparência, pois a alma é igual à nossa: cheia de sonhos e esperança.
Carente de respeito e, principalmente, de amor verdadeiro.

Redação do Momento Espírita

Esquecimento do Passado

         Muitas pessoas têm  curiosidade em  saber quem foi nas vidas anteriores. Muitas delas recorrem a profissionais que realizam as TPV(Terapia de Vidas Passadas) .
           " Se Deus considerou conveniente lançar um véu sobre o passado, é que isso deve ser útil. Com efeito, a lembrança do passado traria inconvenientes muito graves. Em certos casos, poderia humilhar-nos estranhamente, ou então exaltar o nosso orgulho, e por isso mesmo dificultar o exercício do nosso livre arbítrio. De qualquer maneira, traria perturbações inevitáveis às relações sociais.
            O Espírito renasce freqüentemente no mesmo meio em que viveu, e se encontra em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Se nelas reconhecesse as mesmas que havia odiado, talvez o ódio reaparecesse. De qualquer modo, ficaria humilhado perante aquelas pessoas que tivesse ofendido.
            Deus nos deu, para nos melhorarmos, justamente o que necessitamos e nos é suficiente: a voz da consciência e as tendências instintivas; e nos tira o que poderia prejudicar-nos.
            O homem traz, ao nascer, aquilo que adquiriu. Ele nasce exatamente como se fez. Cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi: se estiver sendo punido, é porque fez o mal, e suas más tendências atuais indicam o que lhe resta corrigir em si mesmo. É sobre isso que ele deve concentrar toda a sua atenção, pois daquilo que foi completamente corrigido já não restam sinais. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, que o adverte do bem e do mal e lhe dá a força de resistir às más tentações.
            De resto, esse esquecimento só existe durante a vida corpórea. Voltando à vida espiritual, o Espírito reencontra a lembrança do passado. Trata-se, portanto, apenas de uma interrupção momentânea, como a que temos na própria vida terrena, durante o sono, e que não nos impede de lembrar, no outro dia, o que fizemos na véspera e nos dias anteriores.
            Da mesma maneira, não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança do passado. Pode dizer-se que ele nunca a perde, pois a experiência prova que, encarnado, durante o sono do corpo, ele goza de certa liberdade e tem consciência de seus atos anteriores. Então, ele sabe por que sofre, e que sofre justamente. A lembrança só se apaga durante a vida exterior de relação. A falta de uma lembrança precisa, que poderia ser-lhe penosa e prejudicial às suas relações sociais, permite-lhe haurir novas forças nesses momentos de emancipação da alma, se ele souber aproveitá-los."
            Os momentos difíceis pelos quais passamos nessa nova existência decorrem dos atos infelizes que cometemos na vida anterior.Portanto,conhecer o que fez de nada adiantará,temos que olhar,viver o presente ,procurando plantas boas sementes no caminho para que possamos evoluir .Essa é a proposta de Deus.Que evoluamos para tornarmos seres perfeitos como assim é toda SUA CRIAÇÃO.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Nós Momentos Graves....

Use calma. A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca será uma vida boa.
Não delibere apressadamente. As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.

Evite lágrimas inoportunas. O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los.
Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero. O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai.
 Tenha paciência. Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda.
Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. O tempo não passa em vão.
A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento. Há Pessoas que fazem muito ruídos por simples questão de gosto.
 Seja comedido nas resoluções e atitudes. Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível.
Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você.
Em hora alguma proclame seus méritos individuais, porque qualquer qualidade excelente é muito problemática no quadro de nossas aquisições. Lembre-se de que a virtude não é uma voz que fala, e, sim, um poder que irradia.
 
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu faça?

Cada aprendiz em sua lição. Cada trabalhador na tarefa que lhe foi cometida. Cada vaso em sua utilidade. Cada lutador com a prova necessária. Assim, cada um de nós tem o testemunho individual no caminho da vida.
Por vezes, falhamos aos compromissos assumidos e nos endividamos infinitamente. No serviço reparador, todavia, clamamos pela misericórdia do Senhor, rogando-lhe compaixão e socorro. A pergunta endereçada pelo Mestre ao cego de Jericó é, porém, bastante expressiva.
 Que queres que eu faça? A indagação deixa perceber que a posição melindrosa do interessado se ajustava aos imperativos da Lei. Nada ocorre à revelia dos Divinos Desígnios.
 Bartimeu, o cego, soube responder, solicitando visão. Entretanto, quanta gente roga acesso à presença do Salvador e, quando por ele interpelada, responde em prejuízo próprio?
 Lembremo-nos de que, por vezes, perdemos a casa terrestre a fim de aprendermos o caminho da casa celeste, em muitas ocasiões, somos abandonados pelos mais agradáveis laços humanos, de maneira a retornarmos aos vínculos divinos, há épocas em que as feridas do corpo são chamadas a curar as chagas da alma, e situações em que a paralisia ensina a preciosidade do movimento.
 É natural peçamos o auxílio do Mestre em nossas dificuldades e dissabores, entrementes, não nos esqueçamos de trabalhar pelo bem, nas mais aflitivas passagens da retificação e da ascensão, convictos de que nos encontramos invariavelmente na mais justa e proveitosa oportunidade de trabalho que merecemos, e que talvez não saibamos, de pronto, escolher outra melhor.
                          Emmanuel-Chico Xavier


Eles estão vivos

Ainda quando não reconheças, de pronto, semelhante verdade, eles te vêem e te escutam!
Quando possível, seguem-te os passos compartilhando-te problemas e aflições.
Compadece-te dos que te precederam na Grande Renovação!
Aqueles que viste partir de mãos desfalecentes nas tuas, doando os derradeiros pensamentos terrestres através dos olhos fitos nos teus, não estão mortos. Entraram em novas dimensões de existência, mas prosseguem de coração vinculado ao teu coração.
Assinalam-te o afeto e agradecem-te a lembrança, no entanto, quase sempre se escoram em tua fé, buscando em ti a fôrça precisa para restauração espiritual que demandam.
Muitos deles, ainda inadaptados a vida diferente que são compelidos a facear, pedem serenidade em tua coragem e apoio em teu amor...
Outros, muitos, jazem mergulhados na bruma da saudade, detidos na sede de reencontro, ante as requisições continuadas dos teus pensamentos de angústia.
Outros muitos, seguem-te ainda. Aqueles que se despediram de ti, depois de longa existência, abençoando-te a vida... Os que amaste, indicando-lhes o caminho para as esferas superiores ... Os que lenantas-te para a luz da esperança e aqueles outros que socorreste um dia com o ósculo da amizade e da beneficiência. Todos te agradecem, estendendo-te os braços no sentido de te auxiliar a transpor as estradas que ainda te cabem percorrer.
Auxilia aos entes queridos na espiritualidade a fim de que te possam auxiliar!
Se lhes recorda a presença e o carinho, preenche o vazioque te impuseram à Alma, abraçando o trabalho que terão deixado de fazer. Sê a voz que lhes reconforte os seres amados ainda na Terra, a força que lhes execute o serviço de paz e amor que não terminaram, a luz para aqueles que lhes lastimam a aus~encia em recantos de sombra ou o amparo em favor daqueles que desejariam continuar sustentando no mundo!
Compadece-te dos entes queridos que te antecederam na Grande Libertação!
Chora, porque a dor é forte e, é fonte de energias renovadoras por dentro do coração, mas chora trabalhando e servindo, auxiliando e amando sempre!
E deixa que os corações amados, hoje no mais Além, te enxuguem as lágrimas, inspirando-te ação e renovação, porque, no futuro, tê-lo-ás a todos positivamente contigo nas alegrias do Novo despertar.
Chico Xavier - Emmanuel



domingo, 14 de agosto de 2011

Uma vaga tristeza

Você já percebeu que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos nossos corações e nos leva a considerar amarga a vida? É que nosso Espírito, aspirando a felicidade e a liberdade, se sente esgotado, cativo ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele.
Reconhecendo inúteis tais esforços, caímos no desânimo e, como o corpo sofre essa influência, toma-nos:
O cansaço,
O abatimento,
Uma espécie de apatia.
E nos julgamos infelizes.
A saudade dos amores que já se foram comprime-nos o peito, e a solidão aproveita para se instalar em nossa alma sofrida. Os dias se sucedem e a tristeza teima em nos fazer companhia… No entanto, é preciso que resistamos com energia a essas impressões que nos enfraquecem a vontade.
São inatas no Espírito de todos os homens as aspirações por uma vida melhor. O próprio Cristo falou da felicidade que Deus nos reserva, na vida futura, após vencidas as etapas que nos competem na estrada evolutiva.
Devemos, por nossa vez, aguardar pacientemente o anjo da libertação, para nos ajudar a romper os liames que nos mantém cativos ao corpo carnal.
Lembremo-nos de que, durante a nossa estada na Terra, temos de desempenhar uma missão de que não suspeitamos, quer dedicando-nos à família, quer cumprindo outras obrigações que Deus nos confiou.
E se, no decorrer desse período, advierem as inquietações:
As tribulações,
Os dias amargos,
As noites sem estrelas,
Devemos manter-nos fortes e corajosos para os suportar.
Nesses dias difíceis, é importante que cerremos os olhos e voltemos nossos sentimentos ao alto, numa oração sincera, buscando forças. E, ainda que tudo pareça envolto em escura neblina, perceberemos os sons de uma melodia distante, convidando-nos a dar alguns passos a mais… É a voz do suave Pastor que jamais nos deixa sós.
É a cantiga dos imortais, que superaram com bravura as refregas da vida física, dizendo-nos que os momentos amargos duram pouco, e nos conduzirão à companhia dos amigos por quem choramos e que, felizes por ver-nos de novo entre eles, nos estenderão os braços, a fim de guiar-nos a uma região inacessível às aflições da Terra.
Todos os sofrimentos:
Misérias,
Decepções,
Dores físicas,
Perda de seres amados,
Encontram consolação na fé,
Na confiança em Deus e nos demais ensinos do Cristo.
Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta existência, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o peso e nenhuma esperança lhe alivia a amargura.
Foi isso que levou Jesus a dizer:
▬ Vinde a Mim todos vós que estais fatigados, que Eu vos aliviarei.
Com base no cap. V, item 25 e no cap. VI, item 2 do livro
O evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

Pai...Perdoa-me...

pelas vezes que sentei ao seu lado, mas não ouvi o que dizias...
pela visita rápida de fim de tarde, antes do jantar de domingo...
pela pouca paciência, quando querias aconselhar-me nos negócios...
por achar que tuas idéias já estavam ultrapassadas...
por ignorar tua experiência de vida...
pela minha falta de tempo para passar contigo...
pelo teu convite que recusei porque ia sair com meus amigos...
pela minha insensibilidade na hora da tua dor...
pelas vezes em que meus filhos não te trataram com o respeito que merecias...
pelo abraço que não te dei, pelo carinho que não te fiz...
Pai, perdoa-me
por não ter reconhecido em ti o próprio Cristo...
Pai, abençoa-me...

sábado, 13 de agosto de 2011

Tudo Passa

       O ontem já se foi; o hoje, logo mais cessará; o amanhã, também será esquecido. Contudo, o ‘eu’ está aqui, ali, no tempo e no espaço, e deixará de ser um dia, embora, na verdade, nunca houvesse sido.
       O que existe ontem, hoje, amanhã, é o ser essencial, a consciência total. As consciências locais são fruto da ilusão em que o homem está mergulhado.
       ‘Ser’, esta é a única realidade, a coisa perfeita, ‘o que é’.
       Abramos os olhos e ouvidos e percebamos aquilo que nos libertará da ilusão da separatividade. O observador e a coisa observada, o sujeito e o objeto são um só, ligados eternamente, desde sempre e para sempre. Não há seres que ostentem sua área psicológica particular como autônoma e possuidora de livre-arbítrio. Embora suposições existam de que somos livres e independentes, nada disso é realidade e todos somos um só.
       No mais profundo do íntimo, os seres se confundem, suas “partículas” se interpenetram, e formam algo grandioso e indivisível.
       A morte só alcança os corpos físicos, biológicos, pois a essência, a consciência, a mente, é eterna e infinita e, logo, uma só. Para ela, como para Deus, todo tempo é agora e todo lugar é aqui.
       Há uma consciência total no universo e além. Embora a mente una seja quem escolhe, se a mente local não existir, o objeto ou a solução escolhida não terá manifestação e vida na relatividade.
       Relativo e absoluto, também, são apenas um. O colapso da nuvem não-local, atemporal, produz os eventos, fenômenos e coisas, mas, antes dele, tudo se confunde. No entanto, mesmo após a manifestação do escolhido, no microcosmo há confusão. Os limites são falácias; as fronteiras, ilusões, pois o todo é sempre o todo, sempre um.
       O oceano de energia que forma oceanos de água, ar, terra, pedras, vegetais e cerebrados, não possui divisões, não conhece estases, ilimitado, sem fim, onde os últimos vêem e percebem os demais, para que o universo se perceba a si mesmo.
       A ilusão não nos deixa ver que todos somos apenas um, que o todo é algo indivisível e perfeito, eterno e infinito.
       Embora pensemos que escolhemos, que decidimos e fazemos por nossa própria vontade e discernimento, nada disso é real, pois a divindade, dentro de nós e em tudo, é que opera todos os movimentos, o pensar, o querer e o fazer, pois somos apenas suas máscaras.
       Atores, nesse megadrama do existir, continuadamente nos iludimos e, por isso, causamos conflitos e dor a nós mesmos e aos demais.
       Mas é a divindade, o sujeito absoluto, que age; e nossa busca é sua busca, embora nos esforcemos para soluções que não são nossas e que, por isso, nos proporcionam freqüentes frustrações e desditas.
       No entanto, terminada a ilusão, abertos os olhos, todos os fenômenos, eventos, desejos, pensamentos, ilusões, dores e conflitos, passarão, ficarão para trás, esquecidos, sem importância, coisas prosaicas que se revelarão ser.
       Depois, apenas resta um novo e único modo de existir.
       Pois, a realidade, a Verdade é que tudo é Mente, Deus, o Ser Absoluto; nada mais é.