segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu faça?

Cada aprendiz em sua lição. Cada trabalhador na tarefa que lhe foi cometida. Cada vaso em sua utilidade. Cada lutador com a prova necessária. Assim, cada um de nós tem o testemunho individual no caminho da vida.
Por vezes, falhamos aos compromissos assumidos e nos endividamos infinitamente. No serviço reparador, todavia, clamamos pela misericórdia do Senhor, rogando-lhe compaixão e socorro. A pergunta endereçada pelo Mestre ao cego de Jericó é, porém, bastante expressiva.
 Que queres que eu faça? A indagação deixa perceber que a posição melindrosa do interessado se ajustava aos imperativos da Lei. Nada ocorre à revelia dos Divinos Desígnios.
 Bartimeu, o cego, soube responder, solicitando visão. Entretanto, quanta gente roga acesso à presença do Salvador e, quando por ele interpelada, responde em prejuízo próprio?
 Lembremo-nos de que, por vezes, perdemos a casa terrestre a fim de aprendermos o caminho da casa celeste, em muitas ocasiões, somos abandonados pelos mais agradáveis laços humanos, de maneira a retornarmos aos vínculos divinos, há épocas em que as feridas do corpo são chamadas a curar as chagas da alma, e situações em que a paralisia ensina a preciosidade do movimento.
 É natural peçamos o auxílio do Mestre em nossas dificuldades e dissabores, entrementes, não nos esqueçamos de trabalhar pelo bem, nas mais aflitivas passagens da retificação e da ascensão, convictos de que nos encontramos invariavelmente na mais justa e proveitosa oportunidade de trabalho que merecemos, e que talvez não saibamos, de pronto, escolher outra melhor.
                          Emmanuel-Chico Xavier


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