terça-feira, 29 de maio de 2012

A CHEGADA DE UM AMIGO

  Ruth, olhou em sua caixa de correio, mas só havia uma carta.
Pegou-a e olhou-a antes de abri-la.
Mas logo parou, para observar com  mais  atenção.
Não havia selo nem marcas do correio, somente seu nome e endereço.
Ela decidiu ler a carta:
  “Querida Ruth”.
Estarei próximo de sua casa, no sábado à tarde, e passarei para  visitá-la.
Saudações, 
  As mãos da mulher tremiam quando colocou a carta sobre a mesa.
"Porque este amigo veio logo hoje  visitar-me?”
Preocupada, Ruth recordou o vazio reinante nas estantes de sua cozinha.
"Ai, não!, não tenho nada para oferecer-lhe. Terei que ir ao mercado e comprar alguma coisa para o jantar.”
Ruth abriu a carteira e colocou o conteúdo sobre a mesa: R$ 20,40.
"Bom, comprarei pão e alguma outra coisa, pelo menos."
Ruth colocou um abrigo e se apressou em sair.
Um pão francês, um pouco de peru e uma caixa de leite...
Ruth ficou somente com R$ 2,12 que deveriam durar até a segunda-feira. Mesmo assim, sentiu-se bem e saiu a caminho de casa, com sua humilde compra debaixo de um dos braços.
- Olá, senhora, pode nos ajudar?
Ruth estava tão distraída pensando no jantar, que não viu as duas pessoas que estavam de pé no corredor.
Um homem e uma mulher, os dois vestidos com pouco mais que farrapos.
- Olhe, senhora, não tenho emprego. Minha mulher e eu temos vivido ali fora na rua, está fazendo frio e estamos sentindo fome. Se a senhora pudesse nos ajudar, ficaríamos muito agradecidos...
Ruth olhou para eles com mais cuidado. Estavam sujos e tinham mau cheiro e, francamente, ela estava segura de que eles poderiam conseguir algum emprego se realmente quisessem.
- Senhor, eu queria ajudar, mas eu mesma sou uma mulher pobre.
  Tudo que tenho são umas fatias de pão, mas receberei um hóspede importante para esta noite e planejava  servir isso a Ele.
- Sim, bom, sim senhora, entendo... De qualquer maneira, obrigado respondeu o homem.
O pobre homem colocou o braço em volta dos ombros da mulher, e os dois se dirigiram para a saída.
Ao vê-los saindo, Ruth sentiu um forte pulsar em seu coração.
- Senhor, espere!
O casal parou e voltou à medida que Ruth corria para eles e os alcançava na rua.
- Olhem, querem aceitar este lanche? Conseguirei algo para servir ao meu convidado - dizia Ruth, enquanto estendia a mão, com o pacote do lanche.
- Obrigado, senhora, muito obrigado.
- Obrigada, disse a mulher.
Foi aí que Ruth pôde perceber que  a mulher tremia de frio.
- Sabe, tenho outro casaco em minha casa, tome este - ofereceu Ruth.
Ela desabotoou o próprio casaco e o colocou sobre os ombros da  mulher.
Sorrindo, voltou a caminho de casa... sem casaco e sem nada para servir a seu convidado.
- Obrigado, senhora, muito obrigado - despediu-se, agradecido, o casal
Ruth estava tremendo de frio quando chegou à porta de casa.
Agora não tinha nada para oferecer ao Senhor.
Procurou a chave  rapidamente  na bolsa, enquanto notava outra carta na caixa de correio.
“Que raro, o  carteiro nunca vem duas vezes em um dia" - pensou.
Ela então apanhou a carta e abriu-a:
  “Querida Ruth”.
  Foi bom vê-la novamente.
Obrigado pelo delicioso lanche e pelo esplêndido casaco.
  Com amor,
  Jesus."
  O ar estava frio, porém, ainda sem se agasalhar, Ruth nem percebeu emocionada.!!!
fonte:CACEF-Casa de caridade esperaça e fé

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Nascimentos

Você tem ideia de quantas pessoas nascem por minuto no mundo?
Inacreditavelmente, enquanto você ouve este texto, considerando cerca de cinco minutos, irão nascer por volta de mil pessoas no planeta.
Sim, são mais ou menos duzentos nascimentos por minuto, ou ainda, de três a quatro por segundo!
será que conseguimos imaginar a alegria desses pais, dessas famílias, recebendo – alguns pela primeira vez – o milagre de um filho nos braços?
Em meio a tantas notícias ruins – que parecem vender melhor que as boas, nos meios de comunicação, faz-se necessário que pensemos na vida, e não apenas na violência, nos assassinatos e mortes drásticas.
O site breathingearth.com apresenta uma proposta muito interessante, com um desenho do mapa mundi animado, mostrando em cada país, em cada continente, alguns dados importantes, atualizados instantaneamente.
Entre eles a natalidade no globo, sendo assinalada com pequenas estrelas que vão piscando aqui e ali, conforme os nascimentos em cada lugar.
A representação com estrelas é muito significativa, aos olhos daqueles mais sensíveis às belezas da vida.
Cada estrela daquelas é uma nova encarnação, uma nova oportunidade, uma nova chance que um Espírito recebe do Criador.
Nascemos aqui e ali com objetivos certos e importantes.
Resgates, provas, missões – fazem-nos retornar ao cenário terrestre para que continuemos nossa caminhada rumo à tão sonhada felicidade.
Felicidade que vai sendo construída e gozada ao longo das próprias experiências, conforme vamos amadurecendo e encontrando os caminhos do amor.
Nascer é ganhar do Criador nova oportunidade, mas é também dar a si mesmo uma nova chance.
A grande maioria dos lares nos recebe de braços abertos, e nos corações dos pais temos aqueles que mais irão se esmerar para que tenhamos uma boa vida na Terra.
Voltar a viver pode significar um reaprisionamento para o Espírito, que precisa vestir novo corpo material, porém, por outro lado a reencarnação é libertadora.
Libertamo-nos das amarras de ódios antigos. Libertamo-nos da tristeza das experiências frustradas do passado. Libertamo-nos do nosso homem velho pois, a cada vida, temos a chance de moldar umnovo eu.
Renascer é libertar-se.
Quando nos dispomos a amar, quando nos dispomos a reconstruir o que nós mesmos destruímos, libertamo-nos da culpa, do medo, e passamos a caminhar de cabeça erguida. Isso é liberdade.
Pense nos duzentos renascimentos por minuto...
Quantos abraços... Quantas lágrimas... Quanta felicidade.
Que maravilha é esse ir e vir do planeta Terra!
Quantas experiências, quantos planos, quanto aprendizado.
Possivelmente você que nos ouve já nasceu há uns bons anos, mas é sempre tempo de voltar a pensar em renascer.
Renascer dentro da própria vida. Por que não? Tantas e tantas vezes quantasse fizer necessário.
Renascer da água e do Espírito, tal a Lei apontando o caminho da felicidade maior almejada.
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.
 Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Poder da aceitação

Muitos de nós ainda não compreendemos a palavra aceitação. Aceitar o outro, aceitar a si mesmo, aceitar as suas dificuldades, aceitar a sua impotência, aceitar a partida, muitas vezes, parece coisa para fracos. Num mundo de disputas, de ego exaltado, muitas vezes, falamos aqui, que escolhemos os mansos.
Porque escolhemos os mansos? Porque os mansos compreendem o valor da aceitação.
É preciso tanto aceitar a vitória quanto a derrota, é preciso tanto aceitar os dias bons - em que realizamos os nossos sonhos - como também os dias em que lamentamos nossas perdas.
Aceitação, é a compreensão das pedras do caminho. Aceitação, é a capacidade de se levantar em qualquer momento de depressão, de dor, de mágoa, de lamentação.
A aceitação é uma força incrível que o homem tem dentro de si. A aceitação é o único estado que permite que as pessoas compreendam as experiências pelas quais estão passando.
A aceitação é o estado de consciência que leva você à fé. A aceitação é a fé em ação.
Porque quando eu aceito as provas que me é colocada, eu tenho fé. Eu tenho fé porque eu sei que aquilo que estou vivendo é o melhor para mim ou para alguém. E se eu aceito o que eu vivo, se eu aceito o meu momento, eu relaxo, e tranqüilizo meu coração. E, agindo assim, possibilito que as forças do bem, as poderosas forças do bem, ajam a meu favor.
Aceitação é o caminho para se ter fé, é o caminho para se ter equilíbrio. E não existe alguém que não pode mudar sua própria vida. Porque aceitação é o fôlego, a respiração, é aquilo que faz os homens crescerem e sempre a recomeçarem pelo novo dia.
Aceitem sim as experiências, e quando tiverem aceitado as experiências poderão crescer com elas. Poderão subir nas pedras e ver o horizonte, poderão apreciar o caminho porque terão paz dentro de si.
O poder de acreditar em si mesmo, de crescer sobre suas dificuldades, de aceitar sua humanidade e de aceitar o processo natural da vida esta dentro de nós.
Não há brigas, nem lágrimas quando aceitamos a própria existência e os fatos que a vida trás. Porque faz parte, tudo faz parte! Se não for para o nosso bem, será para o outro. Mas sempre alguém será beneficiado, pois o sistema existencial é regido e guiado pela sabedoria divina que tudo sabe, que tudo vê. Uma folha não cai sem a supervisão e a permissão de Deus. Paz aos corações aflitos.
    Fonte:Marcos Arthur Degregorio

sábado, 19 de maio de 2012

Chico Xavier

 Quando você conseguir superar
graves problemas de relacionamentos,
não se detenha na lembrança dos momentos difíceis,
mas na alegria de haver atravessado
mais essa prova em sua vida.
Quando sair de um longo tratamento de saúde,
não pense no sofrimento
que foi necessário enfrentar,
mas na bênção de Deus
que permitiu a cura.
Leve na sua memória, para o resto da vida,
as coisas boas que surgiram nas dificuldades.
Elas serão uma prova de sua capacidade,
e lhe darão confiança
diante de qualquer obstáculo.
Uns queriam um emprego melhor;
outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta;
outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena;
outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos;
outros, ter pais.
Uns queriam ter olhos claros;
outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita;
outros, falar.
Uns queriam silêncio;
outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo;
outros, ter pés.
Uns queriam um carro;
outros, andar.
Uns queriam o supérfluo;
outros, apenas o necessário.
Há dois tipos de sabedoria:
a inferior e a superior.
A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe
e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe.
Tenha a sabedoria superior.
Seja um eterno aprendiz na escola da vida.
A sabedoria superior tolera;
a inferior, julga;
a superior, alivia;
a inferior, culpa;
a superior, perdoa; a inferior, condena.
Tem coisas que o coração só fala
para quem sabe escutar!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Pensamentos e suas formas

Se vibro a luz, elas levam luz,
se vibro as trevas, elas levam trevas
Cada pensamento projetado é aferido de energia própria. E se desenvolve com a influência do próprio dono. Eles habitam em torno dele como uma manifestação animada dos pensamentos que projeta.
André Luiz cita em seus livros, quando iniciou seus estudos no mundo espiritual, que as emoções e os pensamentos projetados por uma pessoa manifestam-se no astral e, muitas vezes, são confundidos com espíritos, tal é a diversidade de formas e cores que se apresentam.
O conteúdo moral dos pensamentos projetados determina as formas exteriorizadas captadas pelos médiuns videntes. Sentimentos de ódio ou amor, felicidade ou tristeza, agressividade, medo e rancor, cada pensamento produz uma imagem específica, desde as formas ternas até as aparências monstruosas e horrendas.
As formas-pensamento são plasmadas em matéria sutil imperceptível ao nosso olhar. Elas são capazes de se movimentar, e, de certo modo, interagir com o meio em que se manifestam enquanto receberem injeções de vibrações do projetante.
O homem não tem a menor idéia do potencial do seu pensamento. Ele atua como uma força e pode prejudicar ou ajudar bastante a vida do ser humano.
Se o meu pensamento está concentrado em uma determinada coisa, local ou pessoa, a forma criada por este pensamento, estará projetada na direção desse objetivo e ficará lá trabalhando, influenciando o foco desejado.
Se vibro a luz, elas levam luz, se vibro trevas, elas levam as trevas. Mas o que não podemos esquecer é que a situação emocional da pessoa que emite o desejo é que molda a forma-pensamento. Vários videntes afirmam presenciar cenas de formas monstruosas acompanhando determinadas pessoas.
Se a pessoa concentra seus pensamentos em si mesma, eles ficam a sua volta influenciando-lhe e interagindo com ele, constantemente. Isso mostra que o mal está em primeiro lugar junto de nós. Depois é que ele se multiplica, espalhando-se ou atraindo as energias que vibram na mesma faixa e sintonia de pensamento. É desta forma que os obsessores nos reconhecem e chegam até nós, com suas influências.
Tudo o que existe é criado primeiro no pensamento. Somente depois de idealizado é que é transportado para a realidade. Porém, o que as pessoas desconhecem é que, ao pensarem, já estão criando algo real. Caso não destruam este pensamento, ele continuará lá, vagando ao lado de quem o projetou, com a forma e as cores que o seu dono criou, aguardando receber o seu comando para se manifestar.
E como o pensamento do ser humano muitas vezes é vicioso e deprimente, ou até mesmo mal e egoísta, é mesmo difícil se livrar das formas plasmadas. De simples dores de cabeça a acidentes fatais. Tudo é criado por quem projeta o pensamento.
Ninguém deseja atrair coisas ruins, apesar de na maioria das vezes, ser o responsável direto pelos acontecimentos desagradáveis ocorridos em sua vida, porém esses fatos são atraídos de forma inconsciente. Fatos que poderiam ser evitados, se a mente humana fosse educada para pensar corretamente.
Nota-se que há grande preocupação por parte de escritores, em ajudar seus leitores na programação da mente de forma que ela funcione em perfeita sintonia, mudando o padrão vibratório, evitando a formação de formas-pensamentos negativas, e projetando para si, somente as boas vibrações com energias semelhantes.
Porém, nós Espíritas não podemos esquecer que, para nos livrar definitivamente deste mal, a Doutrina recomenda, sobretudo, a Reforma Íntima. Não adianta dizer para si mesma: tenho pensamento positivo, vai dar tudo certo! se, intimamente, alimenta sentimentos de mágoa, rancor, revolta e desânimo.
As formas-pensamentos serão plasmadas segundo os sentimentos do espírito, continuando a atrair negatividade para a pessoa. O pensamento positivo funciona, no entanto, quando a pessoa foca em mudar suas disposições íntimas para o perdão, a tolerância, a caridade, conforme nos orienta o Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo IX.
Aí sim, tendo plasmado em torno de si formas iluminadas, o direcionamento delas em busca de realizações se torna mais eficiente.

Fonte: Revista Espiritismo

domingo, 13 de maio de 2012

Ser Pequeno

Naquela tarde quente, quando os Apóstolos chegaram à casa de Simão Pedro, o pescador, estavam suados.
Olhando-os, Jesus perguntou com serenidade: O que é que vocês discutiam pelo caminho?
A pergunta permaneceu no ar, sem resposta. Eles se deram conta da pouca importância da questão do debate. Ao mesmo tempo, constatavam mais uma vez o poder de penetração do Mestre em seus pensamentos e atos.
Finalmente, um deles falou:
Nós estávamos discutindo em torno de quem de nós era o maior, o mais amado, o mais importante.
Todos sabemos que João é distinguido pelo vosso amor. Pedro é merecedor de vossa confiança. E os demais? Que papel desempenhamos no grupo? Afinal, qual de nós é o maior?
Jesus tinha por eles uma grande ternura. Sabia das suas dificuldades interiores. Chamara-os para o ministério, reconhecendo todos os seus problemas emocionais e suas fraquezas morais. Envolveu-os com Seu olhar de compaixão e respondeu:
O grão de mostarda, menor que qualquer outra semente, reverdece com o mesmo tom a terra abençoada pelo trigo vigoroso.
A bolota de carvalho desenvolve a árvore grandiosa que nela se encerra. O pólen, quase invisível, de todas as flores se encarrega de transmitir beleza e perpetuar a espécie em outras plantas.
Todos são importantes na paisagem terrestre.
O grão de areia se anula perante outro grão de areia para construírem a praia imensa que recebe o movimento carinhoso das ondas do mar.
Uma gota d'água se une a outras tantas para formar a imensa massa líquida dos rios, lagos e mares.
Tudo é importante diante de Deus, não pela grandeza, mas pelo significado que cada coisa tem para a utilidade da vida.
Entre os homens, o maior é sempre aquele que se esquece de si mesmo. É aquele que se torna servidor. Aquele que não se cansa de ajudar, que se encontra sempre disposto a cooperar e servir.
Quem se apaga para que o outro brilhe, torna-se combustível daquele e sem ele, a luminosidade do outro desaparece.
Há uma grande importância em ser pequeno.
E concluiu, estendendo o olhar para todos eles:
Aquele que, dentre vós, desejar ser o maior, o mais importante, o mais amado, torne-se o melhor servidor. Seja o mais atento amigo, sempre vigilante para ajudar e desculpar, porque esse, sim, fará falta, será notado quando ausente, se tornará alicerce para a construção do edifício do bem.
Se você almeja se tornar alicerce do mundo novo, comece hoje mesmo.
Seja o ombro terno no qual alguém possa chorar suavemente.
Torne-se um poço de águas cristalinas para matar a sede de quem necessita.
Seja a mão que retira da escuridão quem nela se encontra.
Seja amigo, irmão, companheiro, um aliado do bem.
 

 Redação do Momento Espírita.

sábado, 12 de maio de 2012

Carta a minha mãe

 Mãe, quando eu comecei a escrever esta carta, usei a pena do carinho, molhada na tinta rubra do coração ferido pela saudade.
As notícias, arrumadas como pérolas em um fio precioso, começaram a saltar de lugar, atropelando o ritmo das minhas lembranças.
Vi-me criança orientada pela sua paciência. As suas mãos seguras, que me ajudaram a caminhar.
E todas as recordações, como um caleidoscópio mental, umedeceram com as lágrimas que verteram dos meus olhos tristes.
Assumiu forma, no pensamento voador, a irmã que implicava comigo.
Quantas teimas com ela. Pelo mesmo brinquedo, pelo lugar na balança, por quem entraria primeiro na piscina.
Parece-me ouvir o riso dela, infantil, estridente. E você, lecionando calma, tolerância.
Na hora do lanche, para a lição da honestidade, você dava a faca ora a um, ora a outro, para repartir o pão e o bolo.
Quantas vezes seu olhar me alcançou, dizendo-me, sem palavras, da fatia em excesso por mim escolhida.
As lições da escola, feitas sob sua supervisão, as idas ao cinema, a pipoca, o refri.
Quantas lembranças, mãe querida!
Dos dias da adolescência, do desejar alçar voos de liberdade antes de ter asas emplumadas.
Dos dias da juventude que idealizavam anseios muito além do que você, lutadora solitária, poderia me oferecer.
Lágrimas de frustração que você enxugou. Lágrimas de dor, de mágoa que você limpou, alisando-me as faces.
Quantas vezes ouço sua voz repetindo, uma vez mais:
Tudo tem seu tempo, sua hora! Aguarde! Treine paciência!
E de outras vezes:
Cada dia é oportunidade diferente. Tudo que você tem é dádiva de Deus, que não deve desprezar.
A migalha que você despreza pode ser riqueza em prato alheio. O dia que você perde na ociosidade é tesouro jogado fora, que não retorna.
Lições e lições.
A casa formosa, entre os tamarindeiros assomou na minha emoção.
Voltei aos caminhos percorridos para invadi-la novamente, como se eu fosse alguém expulso do paraíso, retornando de repente.
Mãe, chegou um momento em que a carta me penetrou de tal forma, que eu já não sabia se a escrevera.
E porque ela falava no meu coração dorido, voei, vencendo a distância.
E vim, eu mesmo, a fim de que você veja e ouça as notícias vibrando em mim.
Mãe, aqui estou. Eu sou a carta viva que ia escrever e remeter a você.
Entre as quadras da vida e as atividades que o mundo o envolve, reserve um tempo para essa especial criatura chamada mãe.
Não a esqueça. Escreva, telefone, mande uma flor, um mimo.
Pense quantas vezes, em sua vida, ela o surpreendeu dessa forma.
E não deixe de abraçá-la, acarinhá-la, confortar-lhe o coração.
Você, com certeza, será sempre para ela, o melhor e mais caro presente.
 Redação do Momento Espírita, Rabindranath Tagore,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, Disponível no CD Momento Espírita v.18, ed. Fep.
Em 04.05.2011.

MÃE

  Um dia, a Mulher solitária e atormentada chegou ao Céu e, rojando-se, em lágrimas, diante do Eterno Pai, suplicou:
- Senhor, estou só! Compadece-te de mim... Meu companheiro fatigado, cada dia, pede-me repouso e devo velar-lhe o sono! Quando triunfa no trabalho, absorve-se na atividade mais intensa e, muita vez distraído, afasta-se do lar, onde volta somente quando exausto, a fim de refazer-se. Se sofre, vem a mim, abatido buscando restauração e conforto...
Tu, que deste flores ao arvoredo e que abriste as carícias da fonte, no seio escuro e ressequido do solo, consagras-me, assim, ao isolamento? Reservaste a Terra inteira ao serviço do homem que se agita, livre e dominador, sobre montes e vales, e concedes a mim apenas o estreito recinto da casa, entre quatro paredes, para meditar e afligir-me sem consolo? Se sou a companhia do homem, que se vale de mim para lutar e viver, quem me acompanhará na missão a que me destinas?
 
O Senhor sorriu, complacente, em seu trono de estrelas fulgurantes e, afagando-lhe a cabeça curvada e trêmula, falou compadecido:
- Dei o mundo ao homem, mas confiarei a vida ao teu coração.
Em seguida colocou-lhe nos braços uma frágil criança.
Desde então, a Mulher fez-se Mãe e passou a viver plenamente feliz.
 
(Da obra "Cartas do Coração", Meimei- Francisco Cândido Xavier)


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Olha no teu jardim

OLHA
no teu jardim as rosas entreabertas,
e nunca as pétalas caídas;
OBSERVA
em teu caminho a distância vencida
e nunca o que falte ainda;
GUARDA
do teu olhar os brilhos de alegria
e nunca as névoas de tristezas;
RETÉM
da tua voz risadas e canções
e nunca os teus gemidos;
CONSERVA
em teus ouvidos as palavras de amor
e nunca as de ódio;
GRAVA
em tua pupila o nascer das auroras
e nunca os teus poentes;
CONSERVA
no teu rosto as linhas do sorriso
e nunca os sulcos do teu pranto;
CONTA
aos homens o azul das tuas primaveras
e nunca as tempestades do verão;
GUARDA
da tua face apenas as carícias,
esquece as bofetadas;
CONSERVA
de teus pés os passos retos e puros,
esquece os transviados;
GUARDA
de tuas mãos as flores que ofertaram,
esquece os espinhos que ficaram;
De teus lábios CONSERVA as mensagens bondosas,
esquece as maldições;
RELEMBRA
com prazer as tuas escaladas,
esquece o prazer fútil das descidas;
RELEMBRA
os dias em que foste água limpa,
esquece as horas em que foste brejo;
CONTA
e mostra as medalhas das tuas vitórias,
esquece as cicatrizes das derrotas;
OLHA
de frente o sol que existe em tua vida,
esquece a sombra que fica atrás;
A flor que desabrocha é bem mais importante do que mil pétalas caídas;
E só um olhar de amor pode levar consigo calor para aquecer muitos invernos;
A bondade é mais forte em nós
e dura muito mais do que o mal que nós mesmos praticamos;
Seja OTIMISTA, e não te esqueças de que...
É no fundo da noite sem luar que brilham as estrelas!

Renovação

A vida precisa ser renovada.
A morte é a mudança que estabelece a renovação. Quando alguém parte, muitas coisas se modificam na estrutura dos que ficam e, sendo uma lei natural, ela é sempre um bem, muito embora as pessoas não queiram aceitar isso. Nada é mais inútil e machuca mais do que a revolta. Lembre-se de que nós não temos nenhum poder sobre a vida ou a morte. Ela é irremediável.
O inconformismo, a lamentação, a evocação reiterada de quem se foi, a tristeza e a dor podem alcançar a alma de quem partiu e dificultar-lhe a adaptação na nova vida. Ele também sente a sensação da perda, a necessidade de seguir adiante, mas não consegue devido aos pensamentos dos que ficaram, a sua tristeza e a sua dor.
Se ele não consegue vencer esse momento difícil, volta ao lar que deixou e fica ali, misturando as lágrimas, sem forças para seguir adiante, numa simbiose que aumenta a infelicidade de todos.
Pense nisso. Por mais que esteja sofrendo a separação, se alguém que você ama já partiu, libere-o agora. Recolha-se a um lugar tranqüilo, visualize essa pessoa em sua frente, abrace-a, diga-lhe tudo que seu coração sente. Fale do quanto a ama e do bem que lhe deseja. Despeça-se dela com alegria, e quando recorda-la, veja-a feliz e refeita.
A morte não é o fim. A separação é temporária. Deixe-a seguir adiante e permita-se viver em paz.

"A morte é só uma mudança de estado.
Depois dela, passamos a viver em outra dimensão"
Zíbia Gasparetto

sexta-feira, 4 de maio de 2012

O desapego em nossa vida

Todas as nossas misérias e sofrimentos não são nada mais do que apego. Toda a nossa ignorância e escuridão é uma estranha combinação de mil e um apegos. Nós estamos apegados a coisas que serão levadas no momento da morte, ou mesmo, talvez, antes. Você pode estar muito apegado a dinheiro, mas você pode ir à bancarrota amanhã. Você pode estar muito apegado a seu poder e posição, mas eles são como bolhas de sabão. Hoje eles estão aqui; amanhã eles não deixarão nem um traço. (…)
Todas as nossas posições, todos os nossos poderes, nosso dinheiro, nosso prestígio, respeitabilidade são todos bolhas de sabão. Não fique apegado a bolhas de sabão; senão, você estará em contínua miséria e agonia. Essas bolhas de sabão não se importam por você estar apegado a elas. Elas continuam estourando e desaparecendo no ar e deixando-o para trás com o coração ferido, com um fracasso, com uma profunda destruição de seu ego. Elas o deixam triste, amargo, irritado, frustrado. Elas transformam sua vida num inferno.
Compreender que a vida é feita da mesma matéria que os sonhos é a essência do caminho. Desapegue-se: viva no mundo, mas não seja do mundo. Viva no mundo, mas não permita que o mundo viva dentro de você. Lembre-se que ele é um belo sonho, porque tudo está mudando e desaparecendo. Não se agarre a nada. Agarrar-se é a causa de sermos inconscientes.
Se você começar a se desprender, uma tremenda liberação de energia acontecerá dentro de você. A energia que estava envolvida no apego às coisas trará um novo amanhecer ao seu ser, uma nova luz, uma nova compreensão, um tremendo descarregar – nenhuma possibilidade para a miséria, a agonia, a angústia. Ao contrário, quando todas essas coisas desaparecem, você se encontra sereno, calmo e tranquilo, numa alegria sutil.
Haverá um riso no seu ser. (…)
Se você se tornar desapegado, você será capaz de ver como as pessoas estão apegadas a coisas triviais, e quanto elas estão sofrendo por isso. E você rirá de si mesmo, porque você também estava no mesmo barco antes. O desapego é certamente a essência do caminho.

Por Osho



quarta-feira, 2 de maio de 2012

ALMAS GÊMÊAS NA VISÃO ESPÍRITA

Almas gêmeas, conforme o entendimento vulgar, não existem. Somos individualidades, e, como tal, não há espíritos que se complementem uns aos outros, como se por si só não fossem inteiros, um! O que existem são Espíritos com profundos laços de afinidade, que muitas vezes se encontram na vida enquanto encarnados.
A seguir, transcrevemos as questões de O Livro dos Espíritos, que nos orientam de modo seguro para o entendimento do assunto:
298-As almas que devam unir-se estão, desde suas origens, predestinadas a essa união e cada um de nós tem, nalguma parte do Universo, sua metade, a que fatalmente um dia reunirá?
R- “Não; não há união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa felicidade.”
299. Em que sentido se deve entender a palavra metade, de que alguns Espíritos se servem para designar os Espíritos simpáticos?
R- “A expressão é inexata. Se um Espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam ambos incompletos.”
300. Se dois Espíritos perfeitamente simpáticos se reunirem, estarão unidos para todo o sempre, ou poderão separar-se e unir-se a outros Espíritos?
R- “Todos os Espíritos estão reciprocamente unidos. Falo dos que atingiram a perfeição. Nas esferas inferiores, desde que um Espírito se eleva, já não simpatiza, como antes, com os que lhe ficaram abaixo.”
301. Dois Espíritos simpáticos são complemento um do outro, ou a simpatia entre eles existente é resultado de identidade perfeita?
R- “A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade.”
302. A identidade necessária à existência da simpatia perfeita apenas consiste na analogia dos pensamentos e sentimentos, ou também na uniformidade dos conhecimentos adquiridos?
R- “Na igualdade dos graus da elevação.”
303. Podem tornar-se de futuro simpáticos, Espíritos que presentemente não o são?
R- “Todos o serão. Um Espírito, que hoje está numa esfera inferior, ascenderá, aperfeiçoando-se, à em que se acha tal outro Espírito. E ainda mais depressa se dará o encontro dos dois, se o mais elevado, por suportar mal as provas a que esteja submetido, permanecer estacionário.”
303 a. Podem deixar de ser simpáticos um ao outro dois Espíritos que já o sejam?
R- “Certamente, se um deles for preguiçoso.”
Nota de Kardec:
“A teoria das metades eternas encerra uma simples figura, representativa da união de dois Espíritos simpáticos. Trata-se de uma expressão usada até na linguagem vulgar e que se não deve tomar ao pé da letra. Não pertencem decerto a uma ordem elevada os Espíritos que a empregaram (no sentido de metades eternas - grifo nosso).
Necessariamente, limitado sendo o campo de suas idéias, exprimiram seus pensamentos com os termos de que se teriam utilizado na vida corporal. Não se deve, pois, aceitar a idéia de que, criados um para o outro, dois Espíritos tenham, fatalmente, que se reunir um dia na eternidade, depois de haverem estado separados por tempo mais ou menos longo.”

Fonte: Espiritismo.net