quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Perseverança

Quem quer que tenha parado para observar uma criança tentando descobrir como funciona alguma coisa, ou na tentativa de execução de algo que queira, já deve saber o que é perseverança.
Perseverança é essa virtude que leva à perfeição. Uma virtude que parece inata nos bebês e nos primeiros anos, desaparecendo depois, quando os homens começam a crescer e passam a acreditar que o mais importante, no mundo, é fazer muitas coisas, não importa de que forma.
Alguns pais incutem essa forma de pensar nos seus pequenos, quando os colocam em múltiplas atividades e eles precisam correr de uma aula para outra, e fazer tudo às pressas, para darem conta do recado.
Possivelmente, seja este um dos motivos pelo qual muitos desistem, a meio caminho, quando desejam fazer alguma coisa. É comum ouvir-se as pessoas falarem de seus projetos abandonados porque dificuldades apareceram.
Abandona-se aquele e se opta por algo mais fácil, menos trabalhoso e cujo resultado seja quase imediato.
Isso nos recorda de uma experiência comovente de um artista japonês. Ele se chamava Hokusai e suas pinturas eram muito cobiçadas pela realeza.
Um dia, um nobre o visitou e encomendou uma pintura de seu precioso pássaro. Ele deixou o pássaro com Hokusai, e o artista disse ao nobre para que retornasse uma semana depois.
Porque gostasse muito do pássaro, o nobre ficou ansioso e, ao final de semana, retornou ao estúdio do artista. Contudo, o quadro não fora feito.
O artista pediu humildemente que ele retornasse depois de duas semanas. As duas semanas se transformaram em dois meses, em seis meses.
Um ano mais tarde, o nobre chegou no estúdio de Hokusai, exigindo a pintura de imediato e o seu pássaro de volta. Conforme o costume japonês, Hokusai se curvou ante o nobre e retornou à sua mesa de trabalho. Pegou um pincel, uma grande folha de papel de palha de arroz e, em poucos instantes, desenhou o pássaro, sem nenhum esforço, exatamente como ele era.
O proprietário da ave ficou maravilhado diante da pintura para, logo em seguida, descarregar sua raiva:
Por que você me fez esperar um ano se podia ter aprontado a pintura em tão pouco tempo?
O senhor não entendeu, disse com voz macia o artista.
E convidou o nobre a entrar em um cômodo, onde as paredes estavam cobertas de pinturas do mesmo pássaro. Nenhuma delas, no entanto, expressava a graça e a beleza do último trabalho.
Ele treinara durante um ano e o seu esforço estava recompensado: ele criara uma obra de arte.
Quando você estiver a ponto de desistir de um sonho, de um plano, de uma atividade, lembre do artista japonês e de sua perseverança até atingir a perfeição.
Recorde da criança que tenta girar uma chave na fechadura do armário pela primeira vez e, sentada no chão, ou de joelhos, tenta, tenta e tenta. E, se hoje não consegue, ele vai embora, para retornar depois e tentar outra vez, e outra mais.

Recorde, finalmente, que você está no mundo para realizar uma obra de arte: a sua vida. E não meça esforços, nem se importe com as repetições. São os rascunhos que conferem perfeição à obra final.

 Redação do Momento Espírita
http://www.momento.com.br/pt/ler

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Locais onde são levados os desencarnados

Cada espírito que desencarna é levado para um lugar diferente, que está em sintonia com o seu grau de evolução e com a sua conduta durante a vida.
Para os espíritos medianos o processo é de encaminhamento aos Postos de Socorro e depois eles são levados para o ambiente que se vinculam por afinidades familiares ou de trabalho.
Para os que tiveram uma vida desregrada, prejudicando outras pessoas e a si próprio, é necessário um período mais ou menos curto em zonas inferiores do Astral,que André Luiz chama no livro nosso lar de Umbral. Nesses ambientes, habitados por espíritos que se entregaram as energias animais, o tempo se responsabiliza por trazer à tona os erros cometidos, fazendo-o refletir, revoltando-se ou se culpando ele vai aos poucos drenando as energias e se preparando para habitar esferas de vibração superior ou reencarnar.
Retiramos o trecho abaixo do livro Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, onde o nosso querido amigo espiritual fala de forma clara e objetiva sobre o Astral Inferior, seus objetivos e sua necessidade, com vista a recuperação do espírito.
"As vítimas do remorso padecem, assim, por tempo correspondente às necessidades de reajuste, larga internação em zonas compatíveis com o estado espiritual que demonstram.
Além-túmulo, no entanto, o estabelecimento depurativo como que reúne em si os Órgãos de repressão e de cura, porqüanto as consciências empedernidas aí se congregam às consciências enfermas, na comunhão dolorosa, mas necessária, em que o mal é defrontado pelo próprio mal, a fim de que, em se examinando nos semelhantes, esmoreça por si na faina destruidora em que se desmanda.
É assim que as Inteligências ainda perversas se transformam em instrumentos reeducativos daquelas que começam a despertar, pela dor do arrependimento, para a imprescindível restauração.
O inferno, dessa maneira, no clima espiritual das várias nações do Globo, pode ser tido na conta de imenso cárcere-hospital..".

Fonte:Grupo PAS

Por que é tão difícil Superar um Vício?

O vício é uma das coisas mais difíceis de vencer. O psiquiatra José Ângelo Gaiarsa disse certa vez que é mais fácil dominar um grupo de guerreiros numa batalha do que dominar um vício.
Mas por quê o vício é tão difícil de ser superado?
Quem o supera conta o quanto foi difícil a batalha, numa história tão dramática que desanima quem ouve.
O vício é difícil de ser vencido porque, além da própria pessoa já o ter vivenciado em outras encarnações, há, ao seu redor, muitos espíritos que se alimentam desse vício também, o que torna extremamente penosa essa luta.
Me refiro aqui não só aos vícios materiais como o do álcool, do cigarro, das drogas em geral, do sexo, mas também e talvez principalmente, dos vícios morais. Falar mal da vida dos outros, gostar de ouvir fofocas, julgar, criticar, praticar o mal em qualquer forma e sob qualquer aspecto também são vícios, alimentados por espíritos doentes e inferiores, difíceis de serem vencidos. Talvez os vícios morais sejam ainda mais difíceis de serem superados do que os materiais.
Quase todo viciado nesta encarnação, não começou agora seu vício, mas sim em vidas passadas. Nesta vida, ao se deparar novamente com essa prova, geralmente recai no erro e, por ser reincidente, fica mais difícil a superação.
Aqueles que vencem o vício em definitivo nesta vida podem ser considerados os verdadeiros heróis.
Se você é viciado em algo ou em alguém (porque também existe o vício em pessoas), se admitir como doente que precisa de ajuda é o primeiro passo. Lembre-se que, você só vai vencer o seu vício se você realmente quiser. Sem a força de vontade não é possível.
Depois é preciso unir-se a Deus e à espiritualidade maior procurando ajuda. Quem quer vencer um vício e procura ajuda nas forças espirituais do universo, o vencerá com maior facilidade.

Por Maurício de Castro-escritor e médium

sábado, 16 de agosto de 2014

Reecarnar Pra Quê

Assim como as pessoas têm muito medo de morrer porque não sabem o que irão encontrar na outra dimensão, os espíritos que estão vivendo no astral têm medo de reencarnar.
Esquecer o passado e mergulhar no mar escalpelado do mundo, enfrentar seus próprios limites e os desafios de seu crescimento é assustador. Controlar as emoções, ordenar a mente, experimentar as próprias idéias e enfrentar os resultados requer coragem, persistência. Ficar entregue ao próprio discernimento, tomar decisões, ser responsável pelo próprio destino atemoriza.
Para o espírito, reencarnar é como vestir um escafandro e mergulhar nas profundezas do oceano. O corpo de carne tem um metabolismo lento, muito diferente da vida astral, onde tudo é mais dinâmico e rápido. Lá, a força do pensamento materializa rapidamente os objetivos, de acordo com a capacidade de cada um, criando e movimentando os elementos.
Aqui, na Terra, nossos projetos levam muito mais tempo para se tornar realidade. Para construirmos um edifício levamos muitos meses, enquanto lá eles o fazem em algumas horas..
- Como?! Há prédios no astral? – alguns vão perguntar.
Há prédios, ruas , cidades, tudo. O que chamamos de astral são os mundos das outras dimensões do universo.
Cada um deles gravita em determinada faixa de ondas, possui um magnetismo próprio e, para os que vivem lá, tudo é tão sólido quanto para nós é nosso mundo.
Não os podemos ver porque nossos olhos enxergam apenas em limitada faixa de percepção, o que não os impede de continuar existindo. A limitação é nossa. Os micróbios existem, mas só os podemos ver se tivermos um microscópio.
- Se eles têm medo, porque reencarnam?
Para reeducar o emocional. No astral as emoções são muito mais fortes e profundas. A tristeza, o remorso, o arrependimento, a frustração, a mágoa tornam-se insuportáveis e chega um momento em que, cansado de suporta-las, o espírito aceita nascer na Terra. Para ele, o esquecimento será uma bênção. O magnetismo lento permitirá que ele medite mais, experimente, reflita, conheça-se melhor e amadureça.
Reencarnar na Terra é começar de novo. Todas as lembranças do passado são guardadas no inconsciente temporariamente e, embora possam influenciar intuitivamente o espírito reencarnado, ele estará em sintonia com o cérebro do novo corpo, que como um filme virgem vai registrar as novas experiências. Não é genial?
A vida, mágica e divina, vai tecer os acontecimentos, juntar pessoas, de acordo com as necessidades daquele espírito, e criar estímulos a que ele se torne mais consciente, liberte-se dos antigos padrões de crença que o levaram ao sofrimento. Se ele aproveitar, voltará ao astral mais lúcido e feliz.
A vida é um eterno agora, e nós continuaremos sendo o que fizermos de nós, seja onde for que passemos a viver. Enfrentar nossas dificuldades desde já, fazer nosso melhor, é construir nossa paz.
Fonte:Crystal EspaçoTerapêutico

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Estado de Coma na visão Espírita

O que se passa com os espíritos cujos corpos ficam
meses e até anos, em estado vegetativo (coma)?

Seu estado será de acordo com sua situação mental. Há casos em que o espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores espirituais. São Pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação.

Em outros casos, os espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do perispírito, dispõem de uma relativa liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver avida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos.
Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e médicos)

Emmanuel
Fonte: Luz da Existência

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Pistoleiros do Além

Em bairro distante, na confluência de duas ruas, moram quatro famílias, uma em cada esquina. O morador de uma das casas sai certa manhã e depara com vela acesa e uma garrafa de aguardente.

– Ah! Esse povo não tem mais o que inventar em suas práticas religiosas. É coisa de brasileiro mesmo! – comenta com seus botões.
Despreocupado, toma seu automóvel e segue para o trabalho.
Sai o segundo morador. Vê os objetos e arrepia-
se: – Meu Deus! Um despacho! Alguém querendo prejudicar-me!
Afasta-se rapidamente a benzer-se, sem afastar de seu coração a angústia e o medo, que o perseguirão pelo resto do dia, culminando com palpitações e incômodas dores no peito.
O terceiro morador olha desconfiado para o “despacho”. Retorna à residência. Vai ao quarto dos fundos, põe a queimar incenso e repete várias vezes uma reza. Depois, mais tranquilo, parte para a atividade profissional.
O quarto morador, tão apavorado quanto o segundo, decide ausentar-se para evitar problemas. Ante a es¬posa surpresa, proclama que anteciparão o fim de sema¬na, efetuando protelado passeio. Em poucos minutos improvisam a saída rápida.
À noite, longe dali, um devoto agradece ao seu protetor espiritual a dádiva recebida. Conseguira o emprego desejado, após cumprir fielmente a instrução de deixar uma garrafa de pinga com vela acesa numa encruzilha¬da.
O despacho não fazia parte de nenhum sortilégio para prejudicar os moradores, mas cada um reagiu segundo suas concepções:
O primeiro, racionalmente, considerou que não significava nada para ele, permanecendo impassível. O segundo desequilibrou-se pelo medo. Ficou até doente e ninguém lhe tiraria da cabeça a ideia de que fora vítima de um mal encomendado. O terceiro, por segurança, preveniu-se com práticas ritualísticas. O quarto, apavorado, assumiu uma postura de fuga.
A história demonstra que nossa maneira de ser, de encarar os acontecimentos, de reagir em face das circunstâncias, tem uma influência decisiva em nossa estabilidade física e psíquica.
Somos o que pensamos. Pessoas que cultivam superstições, medos, fobias, que se apavoram pela perspectiva de sofrerem influências espirituais, fatalmente envolvem-se em desajustes e perturbações. Com muita facilidade julgam-se vítimas de perseguições e males inexistentes.
Se desejamos estabilidade íntima, equilíbrio interior, é preciso que nos habituemos a encarar os acontecimentos de forma objetiva e racional, sem nos deixarmos imbuir de fantasias.
Naturalmente há algumas indagações a respeito:
– E se a vela e a pinga representassem uma espécie de indução para atrair Espíritos com a tarefa de perseguir um dos moradores da casa? Existe essa possibilidade? O que aconteceria?
Poderíamos responder com outra pergunta:
– É possível contratar um pistoleiro para atirar em alguém?
A resposta, evidentemente, é afirmativa. Principalmente nas regiões agrestes há pessoas que têm o hábito infeliz de resolver suas pendências dessa forma. Ora, se há aqueles que se dispõem a ser instrumentos do mal na Terra, o mesmo ocorre na Espiritualidade. E nem é preciso procurar um intermediário, um médium para a contratação. Basta que tenhamos ódio de alguém, que lhe desejemos alguma desgraça e não será difícil atrair Espíritos dispostos a colaborar conosco, autênticos pistoleiros do Além, que usarão as balas da discórdia, do desentendimento, do vício, da aflição, do desajuste, para ferir nossos desafetos.
O problema é que se nos envolvermos com eles não poderemos dispensá-los depois, porquanto o preço que cobram é muito alto: o domínio sobre nossa vida, explorando-nos as mazelas. É como se vendêssemos a alma ao diabo.
Naturalmente trata-se de uma imagem mitológica, porquanto o diabo, como força que se contrapõe eternamente a Deus, não existe. Diabos somos todos nós, quando nos transviamos do Bem, quando cultivamos o mal, habilitando-nos a sofrimentos mil, porque é assim que o Criador transforma os diabos em anjos.
Ainda que existam os pistoleiros do Além, tacitamente contratados por alguém que gostaria de nos ver sofrendo, é preciso lembrar um sugestivo ditado popular: Praga de urubu não mata cavalo gordo.
As influências nocivas nos atingem apenas na medida em que não tenhamos defesas espirituais formadas por um comportamento equilibrado e virtuoso.
Há um detalhe fundamental: os Espíritos inferiores não produzem o mal em nós. Apenas fermentam o mal que existe.
Os sortilégios das sombras não geram o adultério. Simplesmente exploram, num dos cônjuges, a tendência à infidelidade.
Nenhum perseguidor espiritual precipitará na angústia um coração sintonizado com o otimismo e a alegria de viver.
Ninguém nos incompatibilizará com o semelhante se cultivarmos a compreensão e a tolerância.
Muitos desejam o chamado corpo fechado, tentando sobrepor-se a atentados à sua integridade física e espiritual com práticas ritualísticas, como quem pretende trancar-se numa fortaleza. Pode até funcionar, embora precariamente, na medida em que o interessado acredite nisso, apoiando-se em sua convicção.
Ressalte-se, todavia, que tais recursos configuram mero escoramento para uma casa mal construída, mal conservada, erguida em solo instável.
A melhor maneira de nos sobrepormos à influência do mal será sempre o empenho por eliminá-lo de nós mesmos, como se nos abrigássemos numa construção nova, mais sólida, resistente às intempéries - aquela casa a que se referia Jesus, edificada na rocha inabalável de seus ensinamentos.

Richard Simonetti
Contato: richardsimonetti@uol.com.br

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Semeando

"Um dia, perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual. Ele respondeu-me: — A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava dormindo, e, tocando-me, falou, suavemente: — Bezerra, acorde, Bezerra! Abri os olhos e vi-a, bela e radiosa. — Minha filha, é você, Celina?! — Sim, sou eu, meu amigo. A Mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz. Chegaram os meus familiares, os companheiros que­ridos das hostes espíritas que me vinham saudar. Mas, eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então, Celina, me disse: — Venha ver, Bezerra. Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos. — Quem são, Celina? — perguntei-lhe — não conheço a ninguém. Quem são? — São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome. São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou. São eles, que o vêm saudar no pórtico da eternidade… E o Dr. Bezerra concluiu: — A felicidade sem lindes existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxuga­mos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos.

Extraído do Livro “O Semeador de Estrelas” de Suely Caldas Schubert

O Argumento Justo

À noite, em casa de Simão, transparecia um véu de tristeza na maioria dos semblantes.
Tadeu e André, atacados horas antes, nas margens do lago, por alguns malfeitores, viram-se constrangidos à reação apressada.
Não surgira conseqüência grave, mas sentiam-se ambos atormentados e irritadiços.
Quando Jesus começou a falar acerca da glória reservada aos bons, os dois discípulos deixaram transparecer, através do pranto discreto, a amargura que lhes dominava a alma e, não podendo conter-se, Tadeu clamou, aflito:
— Senhor, aspiro sinceramente a servir à Boa Nova; contudo, sou portador de um coração indisciplinado e ingrato. Ouço, contrito, as explanações do Evangelho; lá fora, porém, no trato com o mundo, não passo de um espírito renitente no mal. Lamento... lamento... mas como trabalhar em favor da Humanidade nestas condições?
Embargando-se-lhe a voz, adiantou-se André, alegando, choroso:
— Mestre, que será de mim? Ao seu lado, sou a ovelha obediente; entretanto, ao distanciar-me... basta uma palavra insignificante de incompreensão para desarmar-me. Reconheço-me incapaz de tolerar o insulto ou a pedrada. Será justo prosseguir, ensinando aos outros a prática do bem, imperfeito e mau qual me vejo?!...
Calando-se André, interferiu Pedro, considerando:
— Por minha vez, observo que não passo de mísero espírito endividado e inferior. Sou o pior de todos. Cada noite, ao me retirar para as orações habituais, espanto-me diante da coragem louca dentro da qual venho abraçando os atuais compromissos. Minha fragilidade é grande, meus débitos enormes. Como servir aos princípios sublimes do Novo Reino, se me encontro assim insuficiente e incompleto?
À palavra de Pedro, juntou-se a de Tiago, filho de Alfeu, que asseverou, abatido:
— Na intimidade de minha própria consciência, reparo quão longe me encontro da Boa Nova, verdadeiramente aplicada. Muita vez, depois de reconfortar-me ante as dissertações do Mestre, recolho-me ao quarto solitário, para sondar o abismo de minhas faltas. Há momentos em que pavorosas desilusões me tomam de improviso. Serei na realidade um discípulo sincero? Não estarei enganando o próximo? Tortura-me a incerteza... Quem sabe se não passo de reles mistificador? Outras vozes se fizeram ouvir no cenáculo, desalentadas e cheias de amargura.
Jesus, porém, após assinalar as opiniões ali enunciadas, entre o desânimo e o desapontamento, sorriu, tocado de bom-humor, e esclareceu:
— Em verdade, o paraíso que sonhamos ainda vem muito longe e não vejo aqui nenhum companheiro alado. A meu parecer, os anjos, na indumentária celeste, ainda não encontram domicílio no chão áspero e escuro em que pisamos. Somos aprendizes do bem, a caminho do Pai, e não devemos menoscabar a bendita oportunidade de crescer para Ele, no mesmo impulso da videira que se eleva para o céu, depois de nascer no obscuro seio da terra, alastrando-se compassiva, para transformar-se em vinho reconfortante, destinado à alegria de todos. Mas, se vocês se declaram fracos, devedores, endurecidos e maus e não são os primeiros a trabalhar para se fazerem fortes, redimidos, dedicados e bons em favor da obra geral de salvação, não me parece que os anjos devam descer da glória dos Cimos para substituir-nos no campo de lições da Terra.
O Remédio, antes de tudo, se dirige ao doente, o ensino ao ignorante...
De outro modo, penso, a Boa Nova de Salvação se perderia por inadequada e inútil...
As lágrimas dos discípulos transformaram-se em intenso rubor, a irradiar-se da fisionomia de todos, e uma oração sentida do Amigo Divino imprimiu ponto final ao assunto.

 Neio Lúcio - Do Livro: Jesus no Lar- Francisco Cândido Xavier.

Leia mais: http://www.cacef.info/news/o-argumento-justo

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Podemos chorar no desencarne de alguém?

OS DESENCARNADOS PRECISAM DE PRECE

Podemos chorar, é claro. Mas saibamos chorar. Que seja um choro de saudade e não de inconformação e revolta. O choro, a lamentação exagerada dos que ficaram causam sofrimento para quem partiu, porque eles precisam da nossa prece, da nossa ajuda para terem fé no futuro e confiança em Deus. Tal comportamento pode atrapalhar o reencontro com os que foram antes de nós. Porque se eles nos visitar ou se nós os visitarmos (através do sono) nosso desequilíbrio os perturbará. Se soubermos sofrer, ao chegar a nossa vez, nos reuniremos a eles, não há dúvida nenhuma.

COMO PODEMOS AJUDAR OS QUE PARTIRAM ANTES DE NÓS?

Envolvendo o ser querido em vibrações de carinho, evocando as lembranças felizes, nunca as infelizes; enviando clichês mentais otimistas; fazendo o bem em memória dele, porque nos vinculamos com os Espíritos através do pensamento. Além disso, orando por ele, realizando caridade em sua homenagem, tudo isso lhe chegará como sendo a nossa contribuição para a sua felicidade; a prece dá-lhe paz, diminui-lhe a dor e anima-o para o reencontro futuro que nos aguarda. Porque o momento da morte do corpo físico é diferente para cada um. Morrer é diferente de desencarnar.

Grupo de Estudos Allan kardec

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O Burro Manco

Antes da reunião mediúnica, o problema de Espíritos e médiuns era o tema na conversação dos companheiros.

- Não compreendo – dizia a irmã Fortunata – porque os benfeitores da Vida Maior haveriam de tomar criaturas de má vida para instrumentos de suas manifestações, se a própria Doutrina Espírita é tão clara em maioria de afinidades...

- Meus amigos – atalhava Sidônio Pires, advogado e diretor do grupo -, se o trabalho fôsse confiado pelos Céus apenas aos fortes e aos sábios, que restaria aos fracos e aos ignorantes? A mediunidade não será comparável a uma riqueza de espírito que Deus distribui entre os bons e os menos bons, tendo em conta o progresso e o aperfeiçoamento de todos? Nesse sentido, é claramente compreensível que, em mediunidade, como em qualquer ramo da experiência humana, cada qual receberá pelo que faça...
- De acordo – objetou o irmão Luís de Souza -, mas o problema é muito complexo. Para ilustrar, pergunto: como acreditar que um Espírito culto venha trazer determinada mensagem por medianeiro que se expressa em língua exótica?
A irmã Leopoldina fitou o opositor, de frente, e contradisse:
- E se você fôsse, por exemplo, um médico, longe de casa e incapaz de viajar, com necessidade de transmitir um recado à família, com relação a determinado enfermo? Vamos que você não encontrasse uma pessoa com os seus conhecimentos e modos e tão-só dispusesse de um índio domesticado, que falasse imperfeitamente o idioma? que faria?
- Instruiria o índio, até que ele pudesse reproduzir corretamente as minhas palavras.
- E se o caso estivesse revestido de urgência extrema? – insistiu Dona Leopoldina – um problema de vida ou morte em criatura profundamente ligada ao seu coração?
- Escreveria um bilhete.
- Mas se não houvesse uma folha de papel ao seu dispor?
Observando que Luís de Souza começava a irritar-se, Dona Catarina interferiu, conselheiral:
- Efetivamente, a questão não é simples. Que há muita coisa esquisita, em mediunidade, há mesmo. Por mais se pense no assunto, em toda parte existem problemas sem solução. Devemos estudar cada vez mais. Cá por mim, não estendo gente má, falando por Espíritos bons...
O relógio, porém, marcava o início das tarefas e a palestra foi abandonada.
No transcurso da sessão, os encargos diversos foram atendidos e, no encerramento das atividades gerais, porque o Irmão Gustavo, mentor espiritual da casa, se preparasse para as despedidas, o Dr. Sidônio, diretor da equipe, indagou se ele registrara o entrechoque de opiniões sobre médiuns e Espíritos, ali havido momentos antes, ao que o paciente orientador respondeu:
- Ouvi tudo, meus filhos.
- E pode, por favor, dar-nos o seu ponto de vista?
O guia sorriu pelo rosto do médium e considerou:
- Antes de tudo, todos estamos na escola da vida e cada qual, no setor de aprendizado em que se encontre, deve doar o máximo pelo autoburilamento. Vocês não podem perder a vocação do melhor e precisam intensificar lições e purificar ensinamentos. Aperfeiçoar tudo e elevar sempre. Quanto à prática do bem, honorifiquemos cada trabalhador na sinceridade e no proveito que demonstrem. Vocês falam em instrumentos mediúnicos deficitários, mas não ignoram que os talentos psíquicos são comuns a todos. Não seria justo que vocês, meus filhos, cada qual na pauta dos próprios recursos, tentassem oferecer alguma colaboração aos desencarnados amigos? Que pusessem de lado escrúpulos tolos e diligenciassem servir como intermediários, entre o Socorro Divino e a necessidade humana?
E ante o grupo atento, o Irmão Gustavo narrou, com graça:
- Com respeito a Espíritos e médiuns, quero contar a vocês um episódio simples de minha própria experiência. Eu era médico em São Joaquim da Barra, no interior de S. Paulo, quando fui chamado para assistir um doente, num sítio a vinte e seis quilômetros. Nesse tempo, as viagens de carro eram muito raras e o animal de sela era o nosso melhor veículo. Acontece que, no terceiro dia de minha vigília profissional no referido sítio, o meu cavalo adoeceu, justamente quando recebi por mensageiro que seguia de São Joaquim para Ribeirão Preto o recado de um amigo, solicitando minha presença à cabeceira da esposa, prestes a dar à luz. Conhecia o caso e sabia que minha cliente arrostaria com embaraços que lhe poderiam ser fatais. O enfermo a que prestava concurso acusava melhoras e, por isso, afobei-me. Dei-me pressa e procurei o Coronel Cândido, proprietário de excelentes animais; entretanto, o estimado amigo informou-me que só possuía cavalos árabes, de imenso valor, garanhões de fama, e não podia concordar em colocá-los na estrada com a obrigação de suar para cavaleiros. Busquei o sitiante João Pedro, mas João Pedro alegou que apenas dispunha de Manga-largas puros, de alto preço, e não estava inclinado a prejudicá-los. Corri até à vivenda de Amaro Silva, dono de grande haras; no entanto, ainda aí, somente existiam animais nobres e selecionados, que não me podiam ajudar em coisa alguma. Fui, então, à tapera de Tonico Jenipapo, um pobre cliente nosso, expondo-lhe o meu problema. Tonico não teve dúvida. Desceu ao quintal e trouxe de lá um asno arrepiado, e apresentou: “Doutor, este burro é manso e lerdo, mas, se serve...” Não houve mais conversa. Arreamos o animal e, agüentando espora e taça, tropeçando e manquitolando, o burro me colocou nas ruas de São Joaquim, para o desempenho de meu dever, a que atendi com absoluto êxito.
Depois de expressiva pausa, o guia rematou:
- Vocês estudem sempre. Passem a limpo quaisquer fenômenos e exercícios de mediunidade nos cadernos de lições da nossa Renovadora Doutrina; no entanto, em matéria de serviço aos outros, respeitemos cada obreiro no lugar que lhe é próprio. Pensem nisso, porquanto, apesar da era do automóvel e do avião, em que vocês se acham, é possível surja um dia em que venham a precisar de um burro manso, capaz de ser a solução de muita necessidade e amparo de muita gente.
O mentor afastou-se e, terminada a tarefa, a equipe dispersou-se com a promessa de examinar a comunicação e debatê-la na sessão seguinte.

Irmão X - Do livro: Estante da Vida- Francisco Cândido Xavier

Fonte: Caminhos de Luz.com.br

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Amigos Espirituais



"Os amigos espirituais auxiliam aos companheiros encarnados na Terra, em toda parte e sempre. Sobretudo, com alicerces na inspiração e no concurso indireto. Serviço no bem do próximo, todavia, será para todos eles o veículo essencial. Contato fraterno por tomada de ligação."
(Emmanuel, por Chico Xavier).
Josué vivia uma vida muito estressada e aos domingos gostava de fazer alguma coisa diferente para aliviar o estresse. E nada melhor do que fazer uma pescaria. Todos seus problemas eram descarregados na água do Mar e no final do dia, pegando peixe ou não, voltava para casa mais leve e pronto para outra semana de trabalho. Na maioria das vezes incluía sua família nessas pescarias, quando o lugar não oferecia riscos à integridade física de sua esposa e de seus filhos.
Assim, nosso amigo ia levando a vida. Sempre voltando para casa
com segurança e muito feliz. Mas, em nossa caminhada aqui na Terra não estamos livres de encontrar algum obstáculo pelo caminho e, assim, aconteceu. Num domingo, por volta de dezenove horas ele estava voltando para casa, na penumbra da boca da noite, tendo observado que o reflexo dos faróis dos carros em sentido contrário deixava-o sem ver nada, devido ao acúmulo de poeira no vidro dianteiro do carro.
Josué não tinha ideia de como aconteceu, mas ouviu perfeitamente uma voz falar-lhe aos ouvidos para encostar o carro e limpar o vidro, para continuar a viagem com segurança. Como havia um acostamento para ônibus logo adiante ele deu uma reduzida e encostou com a intenção de parar, mas logo desistiu e voltou ao asfalto, não dando ouvidos à voz do seu Anjo, quando veio a tragédia a uns duzentos metros a frente. Um homem alcoolizado, fugindo de uma briga num bar, correu diretamente para cima do carro não dando chance de Josué frear, nem desviar, morrendo instantaneamente com o impacto. Josué conseguiu dominar o carro, conduzindo-o para o acostamento, livrando-se de morrer esmagado com sua família por um caminhão pesado que vinha colado na traseira.
A conclusão que chegamos sobre essa pequena narrativa é de que nunca estamos sozinhos.
Precisamos ouvir a voz do nosso Anjo Guardião. Deus, em sua bondade de Pai Eterno está sempre cuidando de suas criações. Ao nascermos, Ele coloca do nosso lado para caminhar conosco um Anjo, Espírito de alta elevação, que já cuidou de nós em outras existências corporais e espirituais e continua fazendo isso nessa vida.
Os bons pensamentos e as atitudes nobres é que mantêm nosso Anjo Guardião perto de nós. Quando fazemos coisas ruins, que desagradam ao Pai ou infringimos suas Leis, nosso Anjo Guardião se afasta temporariamente e ficamos desprotegidos. Vamos manter esse amigo espiritual sempre próximo de nós. Pensem nisso!

Fonte: Romeu Leonilo Wagner, Belém- Pará.
Luz da Existência 

O Julgamento

Um malfeitor da humanidade foi abatido, a justiça se fez, e o mundo se regozija! Este é o julgamento do mundo, mas não será o teu! O mundo já está cheio de juízes e carrascos. Lembra-te da doçura de Jesus, que mesmo condenado ao holocausto infamante, não julgou e ainda pediu ao Pai Celestial para perdoar os seus carrascos.
Aquele que julga cria um leito de lama. A veste esfarrapada do teu irmão pode ter sido a tua de ontem ou pode ser a tua de amanhã. Mesmo que o crime do teu irmão seja infamante e inafiançável não seja tu o juiz nem o carrasco. Que beneficio advirá para o mundo se julgares? Ao contrário dê ao infeliz malfeitor um pensamento de amor, e estarás aliviando a dor do mundo. Deixa o mundo julgar, nem se importe com os propagadores de catástrofes ou os profetas do medo. Tu falarás da misericórdia da divindade, da imensidão do amor de Deus, da ternura do Pai. Falarás de bondades e compaixão, da imensurável misericórdia do Criador, que ama e vela pelo bem estar dos seus filhos!
Amar e servir! Este é teu lema, e ele é fonte benigna do eterno amor de Deus! O pensamento tem força e poder, para o bem ou para o mal. Um simples julgamento que pode te parecer inofensivo cria uma egrégora que levará ao mundo a força irradiante que pode ser luz ou trevas. NÃO JULGUES NUNCA! Tu não és propulsor da JUSTIÇA, tu és servidor do amor de Deus!
Quando tiveres conhecimento de um desviado irmão que trilhou o caminho largo da perdição, e estiver condenado pela opinião pública, não acrescente poder ao mal com teu julgamento, que nada trará de bom para o mundo, mas envie um pensamento de amor, para o desditoso irmão que caiu ceifado pelas armadilhas das forças trevosas, e tem pela frente um calvário de dor! Sejas piedoso e indulgente com o pecador, quem pode assegurar que num passado distante tu também não agasalhaste o mal em teu coração e talvez tenha sido julgado e punido pelos teus crimes perpetuados num longínquo pretérito!
Tu deves sempre AMAR E SERVIR! Falar da bondade de Deus, do amor de Jesus, da Paternidade do Criador e da irmandade dos homens! Deixa o mundo falar de catástrofes, de punições, de medo e terror. Tu falarás da ternura do Pai Celestial de compaixão e misericórdia. Deus é amor, paz e alegria. O que tu ganhas falando de medo? Nada! E nada construirás criando desordens na atmosfera psíquica do planeta com tantas nuvens de escuridão!
O mundo precisa urgentemente de BONDADES por isso seja tu um propagador de ternura! Não deves nunca ser o mensageiro de aves de rapina, mas o SOL de compaixão sempre irradiando paz para um mundo já tão conturbado.
Nunca permitas que a chama do AMOR, se apague em teu coração. Mesmo que a dor venha tirar o brilho dos teus olhos, e teu sorriso possa esmaecer pela tristeza do infortúnio que te visite, abasteça com azeite de compaixão a lamparina que te conduzirá na trilha escura deste vale de lágrimas que é educandário de almas delinqüentes, que aqui vieram conduzidas pela MISERICORDIA divina para aprender a lição do AMOR!
Que tua linguagem seja sempre de amor, que tua fala seja construtiva e benéfica, e que nenhum pensamento de condenação venha macular a pureza do santuário da tua alma!

Ismael de Almeida.

Leia mais: http://www.cacef.info/news/o-julgamento

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Regressão de Memória

Se Deus considerou conveniente lançar um véu sobre o passado, é que isso deve ser útil. Com efeito, a lembrança do passado traria inconvenientes muito graves. Em certos casos, poderia humilhar-nos estranhamente, ou então exaltar o nosso orgulho, e por isso mesmo dificultar o exercício do nosso livre arbítrio. De qualquer maneira, traria perturbações inevitáveis às relações sociais.
O homem traz, ao nascer, aquilo que adquiriu. Ele nasce exatamente como se fez. Cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi: se estiver sendo punido, é porque fez o mal, e suas más tendências atuais indicam o que lhe resta corrigir em si mesmo. É sobre isso que ele deve concentrar toda a sua atenção, pois daquilo que foi completamente corrigido já não restam sinais. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, que o adverte do bem e do mal e lhe dá a força de resistir às más tentações.
De resto, esse esquecimento só existe durante a vida corpórea. Voltando à vida espiritual, o Espírito reencontra a lembrança do passado.

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V, item 11

GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC - GRUPO EU SOU ESPÍRITA

Sessões Espíritas

Muitas instituições espíritas têm o costume de fazer o mais importante de suas atividades as reuniões mediúnicas, não dando tanta importância aos estudos, ao atendimento fraterno, à educação espírita ou educação espírita infantil, às palestras públicas e à ação social.
Não podemos negar a importância do intercâmbio com o plano espiritual, mas priorizá-lo é negar que a melhor coisa que podemos fazer pelo Espiritismo e pela instituição a qual frequentamos é nossa educação, pois essa é a principal proposta da Doutrina.
Reuniões mediúnicas sérias não podem ser tomadas a guisa de agrupar curiosos em falar com os Espíritos. Muito menos desvendar o passado ou o presente dos participantes ou ainda descobrir a vida pretérita dos mesmos.
Quem quiser saber seu passado que comece a se auto-descobrir e veja quais as tendências de que é portador.
Só podem ser admitidos às reuniões mediúnicas quem realmente já conheça um pouco o Espiritismo e que frequente grupo de estudos doutrinários.
Médiuns não esclarecidos podem interferir de modo não construtivo com a Doutrina.
Embora muitos “médiuns” digam-se poderosos e que não precisam mais estudar. Evidentemente se estudassem, não diriam isso.
Também digno de menção é aquele fato conhecido e pitoresco de ir convidando as pessoas as quais é seu primeiro dia de casa espírita ou que chegaram ao centro na “semana passada”, para frequentarem as reuniões mediúnicas, como se o grupo mediúnico fosse uma sala de espetáculos.
Grupos mediúnicos sérios fazem reuniões periódicas de avaliação das atividades, oportunizando o retorno de impressões e que todos os integrantes da equipe possam se entrosar e conversar, eliminando as “distâncias” entre si.
Lembrando que é uma equipe e que todos estamos em um patamar muito próximo de compreensão e entendimento, devemos todos estar abertos à contínua e incessante necessidade de aprendizagem e aperfeiçoamento.
Por isso, estudar é fundamental, assim como o trabalho voluntário também é.

Militão
Núcleo Espírita Paulo de Tarso
Pensamentos de André luiz