quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Pra quem vai passar o natal cheio de problemas

Para muitos a noite de Natal não será feliz.
Problemas financeiros inquietam...
Doenças trazem tristeza e falta de esperança...
Desavenças familiares provocam angústia...
Perdas de entes queridos trazem a dor do desespero e do desconsolo...
A solidão traz a sensação de abandono e vazio interior...
A falta de trabalho e emprego dignos trazem ansiedade e medo do futuro...
A situação do mundo atual assusta...
O desamor e a frieza das pessoas evocam o desânimo e a sensação de derrota...
A falta de amor faz parecer que a felicidade está longe...
Porém, mesmo diante de tudo isso, convido você a buscar a solução no aniversariante desta noite: Jesus!
Ele veio dizer que tudo tem solução.
Veio mostrar que todo sofrimento sempre tem um fim.
Trouxe a consolação mostrando que a morte não existe, pois o espírito é eterno.
Mostrou que o reino de Deus mora dentro de nós.
Garantiu que não coloca fardos pesados em ombros leves.
Provou que nada é impossível para aquele que crê.
Ensinou que a fé remove montanhas.
Diante de seu sofrimento, deixe Jesus entrar em sua vida.
Vista as verdades que Ele ensinou com atitudes diárias.
Jogue fora o peso de seus problemas.
Confie.
Ele quer mudar sua vida e tornar seu Natal feliz com a renovação de sua esperança.
E então?
A escolha é sua!
Um Feliz Natal a todos os meus leitores e aos leitores das mensagens do médium.
Estou deste outro lado, mas bem perto de vocês pelo pensamento, torcendo para que sigam nossas dicas e tornem suas vidas mais felizes.

Um grande abraço do amigo
Hermes

24 de dezembro de 2015
Por Maurício de Castro

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Uma mulher que fez Abortos

"Mauricio, fiz alguns abortos e tenho uma dúvida. Ouço dizer que Deus perdoa, mas será preciso que eu pague pelo que fiz. Será que vou sofrer muito para resgatar esses erros?" (D R)
Deus não perdoa, porque Deus não se ofende. Para que aja perdão é necessário que exista um ofendido, e nada que o ser humano faça, por pior que seja, ofenderá a Deus, que está acima de todas as coisas e não tem sentimentos mesquinhos, só amor e compreensão.
O aborto é um ato ruim, inadequado e não funcional que provoca muito sofrimento no espírito que vai reencarnar e o impede de nascer de novo para cumprir seu programa de evolução e crescimento interior. Mesmo assim ninguém pode lhe chamar de criminosa, porque para que exista crime, é preciso que aja intenção de fazer o mal.
Por que você abortou?
O que fez você tomar essa atitude?
Quais sentimentos você tinha no coração quando fez isso?
Ninguém pode julgar. Ninguém, por mais evoluído que seja, pode emitir um juízo de valor, que só está na sua consciência, no íntimo de seu ser.
As pessoas gostam de julgar e dizer que quem fez aborto irá sofrer muito, mas não é bem assim.
É claro que o aborto é uma má ação, e como toda má ação ela projeta seu retorno para o futuro. Esse retorno visa seu crescimento, evolução e aprendizagem, nunca é para você pagar ou expiar. Esses conceitos são do mundo. Deus não cobra, não pune, apenas educa.
As leis de Deus estão na sua consciência, dentre elas a Lei de Amor.
Só você é quem sabe como irá harmonizar o que fez.
Contudo, se cultivar a culpa e o remorso, vai atrair a pior forma de reparação, que é por meio da dor.
Se você deixar a culpa de lado, entender que o que fez não foi bom, mas que foi o que você pôde fazer no momento, se aprender que não deve mais repetir esse ato e entender que não precisa sofrer, você vai reparar através do amor.
Um dia você terá outros filhos, ou poderá adotar órfãos carentes de amor e carinho. Poderá se dedicar a causas em favor da infância, pode trabalhar em favor da conscientização de que o aborto é um mal e deve ser evitado. Enfim, existem inúmeras formas de reparar erros pelo amor e sempre é possível.
Não se culpe, nem fique achando que você irá "pagar débitos". Isso só vai acontecer se você continuar se culpando, se agredindo e não se perdoando. Você irá pagar não porque Deus cobra, mas porque você mesmo se cobra.
Não faça isso.
Saia da culpa.
Jogue fora o medo.
Trabalhe sua mente para harmonizar suas ações por meio do bem. Essa é a melhor maneira, pois Jesus nos ensinou que "o amor cobre a multidão dos pecados".

Por Mauricio de Castro-escritor e médium

domingo, 6 de dezembro de 2015

Carolina e Agenor

– Não posso mais! Estou resolvida!
– Não diga isso. Fique mais calma. Somos espíritas e...
– Não, Agenor! Não quero mais filhos. Nem esse e nem a possibilidade de outros. Estou decidida.
– Se houvesse realmente necessidade... Mas você está forte, robusta... Isso é meiamorte.
Pense bem. Olhe o “deixai vir a mim os pequeninos!...”
– Não. É muita gente que faz isso, por que não posso fazer? Vou agora ao hospital tratar de meu caso... Estou resolvida.
Assim falando, Carolina ralhou com os três filhos pequenos e deixou a casa, nervosa, acompanhada de Agenor.
– Quero falar com o doutor. Ele está?
– Minha senhora, ele está operando agora.
Não deve demorar muito, nisso, um senhor ao lado pergunta:
– Quem está ele operando? É uma senhora loura?
E o porteiro, respeitoso, respondeu em voz baixa :
– Não, meu senhor. É uma senhora que acaba de chegar perdendo muito sangue. É alguma coisa de aborto. Está passando muito mal.
Agenor olhou significativamente para Carolina...
– A senhora loura é sua parenta? – pergunta Carolina, ao vizinho da poltrona.
– Sim. É minha tia.
– De que se vai operar?
– Ela, minha senhora, desde que perdeu o último filho, está perturbada. Vão fazer uma operação na cabeça dela, para ver se melhora o gênio.
Agenor voltou a olhar expressivamente para Carolina...
Eis que passam dois homens em avental branco, e Carolina, atenta ao movimento em torno, na expectativa de falar ao facultativo, ouviu, de relance:
– As cifras estatísticas de câncer uterino são avultadas – disse um.
E aqui, na região, a incidência é grande": –pergunta o outro.
- Muitíssimo. Basta ver que a enfermaria feminina, sempre está com três a quatro casos...
Agenor, ainda uma vez, olhou incisivamente para Carolina...
Carolina levanta-se, resoluta.
Agenor segue.
Vão transpondo a porta principal da casa de saúde, quando o solicito porteiro inquire:
– Não vai esperar, minha senhora?
– Não, meu amigo. O doutor está demorando.
Preciso cuidar das crianças. Obrigada. Até logo.
– Então, Calu, em que ficamos? – pergunta Agenor, ao descer a rampa do hospital.
E Carolina responde:
– Não, Agenor, dos males o menor. Fico assim mesmo...

Hilário Silva - Do livro: Almas em Desfile- Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Encontros e Desencontros

Simone chegou com alguns minutos de antecedência. Sentada em rústico banco, à sombra de frondosa árvore, recordou que ali tecera com Armando idílico sonho. O marido representara o seu encontro com a felicidade. A seu lado vivera quinze anos de ternura, enriquecidos por quatro filhos adoráveis. No entanto, há dois anos o sonho convertera-se em pesadelo. Armando apaixonou-se por inconsequente jovem, iniciando perturbadora relação extraconjugal. Após meses de tensão, alegando incapacidade para superar a atração irresistível, decidiu unir-se à sua amada.
Indignada, vivera dias tormentosos. Não fora o conhecimento espírita e o teria odiado com todas as suas forças! Abençoada Doutrina, que a ajudara a compreender que o marido não agira com maldade. Apenas fora fraco, cedendo a impulsos desajustados.
A compreensão preservara-lhe a estabilidade emo¬cional e a capacidade de amar. Sim, continuava amando o marido, um afeto diferente, um pouco maternal, de mãe preocupada com o filho rebelde que deixou o lar. E tudo o que fazia era orar por ele.
Agora ele queria conversar. O fato de ter escolhido o mesmo banco, na velha praça dos encontros primaveris, evidenciava que ele estava cogitando de uma reconciliação. Conhecia-o, entendia-lhe as mínimas iniciativas, com a precisão nascida de longa convivência, com a secreta intuição dos que amam de verdade.
Despertando de suas reminiscências, avistou Armando. O coração a bater acelerado no peito, dizia-lhe que o marido continuava a ser o homem de sua vida. O tempo não lhe fora generoso. Estava abatido, magro, envelhecido como se houvessem passado dez anos e não apenas dois. Ele sorriu timidamente:
– Oi, Simone, como está?
– Tudo bem, graças a Deus. E você?
– Não posso dizer o mesmo. Estou mal, mal mesmo! Arrependido até os fios de meus cabelos, afogando-me em remorsos. Será que você me perdoará um dia?
– Você sabe que não sou de guardar rancores. Não se preocupe.
Tomando-lhe as mãos Armando começou a chorar. Em princípio lágrimas furtivas, depois borbulhantes, como imensa dor represada que explodisse em torrente de mágoas.
– Que loucura! Destruí nosso lar por uma aventura!...
Simone acariciou suas mãos.
– Calma, Armando. Não se entregue ao desalento. Ninguém é perfeito. Todos somos passíveis de erro... Conte-me. Como vai sua vida ao lado da nova companheira?
– Não há mais nada. Foi um equívoco, um desencontro infeliz... Separamo-nos há uma semana e tudo o que quero é regressar ao nosso lar, ainda que tenha de passar o resto de meus dias pedindo-lhe perdão. Você me aceitaria de volta?
Simone fitou-o enternecida. Não havia nenhuma dúvida quanto a isso. Desde que se despira de ressentimentos, sentia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, na Terra ou no Além.
– Claro, meu querido. É o que mais desejo.
– Há apenas um problema... Mais exatamente... outro filho... Da união infeliz resultou uma criança de dez meses. A mãe não o quer. Sei que é pedir demais, mas você me permitiria retornar com ele?
Um filho com a outra, sob seus cuidados, no mes¬mo lar, em contato com seus próprios filhos?! A proposta soava absurda. Como reter a lembrança perene da defecção do marido? Era pedir demais!... Imaginou, em turbilhão de ideias, uma forma de contornar o problema. Um orfanato, talvez... Um casal disposto à adoção... Sabia, entretanto, que uma solução dessa natureza seria desumana, uma flagrante injustiça contra o peque¬no inocente.
Sem que conseguisse exprimir com exatidão o que estava acontecendo, sentiu imensa compaixão daquele ser que chegava ao Mundo em circunstâncias tão tristes, rejeitado pela mãe, um entrave na vida do pai... Pobre criança! Então, o instinto materno, a sensibilidade de um coração generoso, a vocação para o Evangelho, triunfaram sobre a mulher traída que, tomada por uma onda de ternura, levantou-se, resoluta, arrastando o marido perplexo, ao mesmo tempo em que dizia, eufórica:
– Onde está nosso filho? Vamos buscá-lo imediatamente! Sinto que ele precisa muito de mim!
E partiram os dois, retomando a existência em comum, enriquecida pela presença de mais um filho.

Por Richard Simonetti
richardsimonetti@uol.com.br