É perfeitamente compreensível a sua descrença na Vida e em Deus. O que lhe aconteceu foi um golpe muito duro e praticamente todas as pessoas passariam a questionar a Justiça Divina e entrar na revolta, assim como você está agora. É muito fácil falar em compreensão, perdão e amor, quando estamos longe de situações dramáticas que desafiam nossa fé. Só experimentando é que vamos saber.
O fato de você ter me escrito, contudo, mostra que deseja voltar a acreditar em Deus e recuperar sua fé. Para isso você quer respostas.
Eu não sei dizer exatamente porque seu filho foi assassinado. O que posso afirmar com toda certeza é que as leis de Deus são sábias, justas, eternas e imutáveis. É por meio dessas leis que o Criador mantém a harmonia do universo, onde nada acontece por acaso ou de forma injusta. Para as leis da Vida tudo sempre está certo como está.
Você tem todo direito de duvidar, se revoltar e até deixar de acreditar em Deus, mas isso não mudará nada, não vai impedir que as leis continuem agindo, nem vai poder modificar a Vida que é mais forte e vence sempre, independente de suas crenças, de suas vontades e até da sua revolta e dor de mãe.
Os espíritos superiores nos ensinam que, em todo assassinato, há uma sintonia entre o criminoso e sua vítima. Como assim?
Essa sintonia pode, muitas vezes, estar em problemas mal resolvidos de vidas passadas, onde um não perdoou e o outro prosseguiu se culpando pelo que fez.
Você diz que seu filho era um homem de bem, o que eu não duvido, mas como era o seu mundo íntimo? Como ele enxergava a vida? Como lidava com seus problemas e frustrações? Será que ele não sofria de violência íntima?
A violência íntima acontece quando a pessoa teme o mal, se culpa pelo que fez ou pelo que deixou de fazer, quando não sabe dizer não na hora exata, quando se sacrifica demais pelas pessoas esquecendo de si mesmo ou quando carrega forte angústia emocional que não sabe de onde vem, mas que é fruto de uma culpa guardada no inconsciente, cujo fato não conseguiu superar nem se perdoar.
Uma pessoa que age assim entra em sintonia com aqueles que, no mundo, praticam a violência e se torna um ímã que atrai os violentos e a violência, que pode acontecer a qualquer momento.
Há casos em que as pessoas se entregam a um tipo de vida desregrada, envolve-se com pessoas de má índole, provoca confusão, é agressiva, desrespeitosa e invasiva. Isso também poderá atrair uma violência corretiva.
Mas quando a pessoa é do bem e ainda assim é assassinada, é preciso averiguar as causas que estão por trás, em acontecimentos de outras vidas e na personalidade íntima da pessoa.
É claro que quem mata, mesmo sendo atraído pela vítima, irá responder pelo que fez e criará uma dívida enorme com as leis divinas, dívida esta que terá que pagar mais cedo ou mais tarde pelo sofrimento, afim de aprender o sagrado direito de viver que cada um possui.
Depois, o espírito de uma pessoa assassinada sempre tem uma enorme lição a aprender. Se aceitar com mais passividade o que lhe aconteceu, poderá ser socorrido pelos amigos espirituais e levado para uma colônia de recuperação, onde aprenderá porque atraiu esse fato e mudará sua concepção de vida. Porém se não aceitar e se rebelar, poderá ir para o umbral ou voltar para a Terra em busca de justiça, colando-se a seu assassino, fazendo com que ele tenha sérios problemas.
Pense em seu filho e, em vez de perder a fé, comece a orar por ele. Você pode não saber porque Deus permitiu isso, mas pode entender que Deus é mais poderoso que qualquer assassino e se Ele não impediu o crime, foi porque era assim que precisava acontecer.
Qualquer um pode pegar uma arma e sair dizendo que vai matar, mas se Deus não permitir, se não estiver na Lei que essa pessoa morra pela violência, o assassino não conseguirá fazer nada. Temos muitos exemplos disso.
Acredite que Deus só faz o melhor e ore pelo seu filho para que, esteja onde estiver, possa encontrar entendimento e paz.
A revolta e a descrença só pioram as coisas.
Deus está no leme de tudo e nada acontece sem sua permissão. Entender isso é entrar a paz, recuperar a alegria de viver e ajudar àqueles que foram vítimas da violência.
Pense nisso com carinho.
Mauricio de Castro-escritor mediúnico
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