quarta-feira, 29 de junho de 2011

Reencarnação e Ressurreição

1.INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é mostrar que a alma é imortal e ao corpo físico retorna quantas vezes for necessário.
2. CONCEITO
Reencarnação significa a volta do Espírito à vida corpórea, mas num outro corpo, sem qualquer espécie de ligação com o antigo. Usa-se também o termo Palingenesia, proveniente de duas palavras gregas — Palin, de novo; genesis, nascimento.
Metempsicose - do grego metempsykhosis, embora empregada no mesmo sentido da reencarnação, tem um significado diferente, pois supõe ser possível a transmigração das almas, após a morte, de um corpo para outro, sem ser obrigatoriamente dentro da mesma espécie. Ou seja, a alma que atingiu a fase humana poderia reencarnar em um animal. Plotino (205-270 a. C.) sugeriu que se substituísse por metensomatose, uma vez que haveria na realidade, mudança de corpo (soma) e não de alma (psykhe) (Andrade, 1984, p. 194 e 195)
Ressurreição - do lat. ressurrectione - significa ato ou efeito de ressurgir, ressuscitar. Segundo o Catolicismo e o Protestantismo, retorno à vida num mesmo corpo.
3. REENCARNAÇÃO E RESSURREIÇÃO
A confusão entre o conceito de ressurreição e o de reencarnação é porque os judeus tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Por isso, a reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição. Eles acreditavam que um homem que viveu podia reviver, sem se inteirarem com precisão da maneira pela qual o fato podia ocorrer. Eles designavam por ressurreição o que o Espiritismo, mais judiciosamente chama reencarnação.
A ressurreição segundo a idéia vulgar é rejeitada pela Ciência. Se os despojos do corpo humano permanecessem homogêneos, embora dispersados e reduzidos a pó, ainda se conceberia a sua reunião em determinado tempo; mas as coisas não se passam assim, uma vez que os elementos desses corpos já estão dispersos e consumidos. Não se pode, portanto, racionalmente admitir a ressurreição, senão como figura simbolizando o fenômeno da reencarnação.
O princípio da reencarnação funda-se, a seu turno, sobre a justiça divina e a revelação. Dessa forma, a lei de reencarnação elucida todas as anomalias e faz-nos compreender que Deus deixa sempre uma porta aberta ao arrependimento. E para isso, Deus, na sua infinita bondade, permite-nos encarnar tantas vezes quantas forem necessárias ao nosso aperfeiçoamento espiritual, utilizando-se deste e de outros orbes disseminados no espaço. (Kardec, 1984, cap. IV, it. 4, p. 59)
4. FINALIDADE DA ENCARNAÇÃO
1) Expiação — Expiar significa remir, resgatar, pagar. A expiação, em sentido restrito consiste em o homem sofrer aquilo que fez os outros sofrerem, abrangendo sofrimentos físicos e morais, seja na vida corporal, seja na vida espiritual.
2) Prova — Em sentido amplo, cada nova existência corporal é uma prova para o Espírito. A prova, às vezes, confunde-se com a expiação, mas nem todo sofrimento é indício de uma determinada falta. Trata-se freqüentemente de simples provas escolhidas pelo espírito para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova mas a prova nem sempre é uma expiação.
3) Missão — A missão é uma tarefa a ser cumprida pelo Espírito encarnado. Em sentido particular, cada Espírito desempenha tarefas especiais numa ou noutra encarnação, neste ou naquele mundo. Há, assim, a missão dos pais, dos filhos, dos políticos etc.
4) Cooperação na Obra do Criador — Através do trabalho, os homens colaboram com os demais Espíritos na obra da criação.
5) Ajudar a Desenvolver a Inteligência — a necessidade de progresso impele o Espírito às pesquisas científicas. Com isso a sua inteligência se desenvolve, sua moral se depura. É assim que o homem passa da selvageria à civilização.
A encarnação ou reencarnação tem outras finalidades específicas para este ou aquele Espírito. Citam-se, por exemplo, o restabelecimento do equilíbrio mental e o refazimento do corpo espiritual. (FEESP, 1991, 7.ª Aula, p. 73 a 76)
6. JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO
A doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia da justiça de Deus com respeito aos homens de condição moral inferior; a única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas provas. A razão assim nos diz, e é o que os Espíritos ensinam. (Kardec, 1995, pergunta 171)
7. LIMITES DA ENCARNAÇÃO
A encarnação não tem, propriamente falando, limites nitidamente traçados, se entende por isso o envoltório que constitui o corpo do Espírito, já que a materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se purifica. Nesse sentido, o limite máximo seria a completa depuração do Espírito, quando o perispírito estaria totalmente diáfano. Mas mesmo assim, há trabalho a realizar, pois podem vir em missões para ajudar os outros a progredirem. (Kardec, 1984, cap. IV, it. 24, p. 67 e 68)
8. ENFOQUE CIENTÍFICO
O Dr. Ian Stevenson, Diretor do Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos da América, conseguiu catalogar cerca de 2000 casos, tendo publicado cinco livros versando sobre esses relatos. Em um de seus livros, o 20 Casos Sugestivos de Reencarnação, reúne 7 casos na Índia, 3 no Ceilão, 2 no Brasil, 7 no Alasca e 1 no Líbano.
O Método empregado pelo Dr. Ian Stevenson consiste em descobrir pessoas, principalmente crianças, que espontaneamente manifestem recordações. Na maioria dos casos espontâneos, os principais acontecimentos já ocorreram quando o investigador entra em cena.
Possíveis ocorrência erros:
1) tradução;
2) os registros no ato da transcrição das testemunhas;
3) as observações quanto ao comportamento do entrevistado;
4) falhas de memória por parte das testemunhas
5) Além disso, embora acreditem na reencarnação, as pessoas envolvidas adotam atitudes bem diferentes. Existe uma crença generalizada de que a lembrança de vidas pretéritas condena à morte prematura, e muitas vezes os pais usam de medidas enérgicas e mesmo cruéis, para evitar que uma criança fale sobre uma vida anterior.
Stevenson, em suas observações conclusivas, não opta com firmeza por nenhuma teoria como explanatória de todos os casos. Diz ele que alguns casos podem ser explicados melhor como sendo devido à fraude, à criptomnésia ou à percepção extra sensorial com personificação (talvez com misto de telepatia e retrocognição).
Complementando diz: "Na medida em que nos preocupamos com a evidência da sobrevivência, não nos sentimos obrigados a supor que todo caso sugestivo de renascimento deve ser explicado como um caso de reencarnação. Nosso problema é antes, saber se há algum caso (ou mesmo somente um) em que nenhuma outra explicação pareça melhor do que a reencarnação, na explanação de todos os fatos. (Stevenson, 1971, p. 506)
9. OUTROS TÓPICOS
O tema reencarnação, por ser amplo, comportaria vários outros tópicos, ou seja: planejamento da reencarnação, mapas cromossômicos, reencarnação na Bíblia, encarnação nos diferentes mundos etc.
10. CONCLUSÃO
A reencarnação fundamenta todo o nosso desenvolvimento moral e intelectual. Sem ela, a existência física perderia a perspectiva de uma vida futura, o que nos levaria ao materialismo; com ela, todo o sofrimento encontra a sua explicação lógica, reacendendo, assim, a esperança num futuro mais promissor.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Além da morte

O  reino da vida, além da morte, não é domicílio do milagre...
Passa o corpo, em trânsito pra a natureza inferior que lhe atrai os componentes, entretanto, a alma continua na posição evolutiva em que se encontra.
Cada inteligência apenas consegue alcançar a periferia do círculo de valores e imagens dos quais se faz o centro gerador.
Ninguém pode viver em situação que ainda não concebe.
Dentro da nossa capacidade de auto-projeção, erguem-se os nossos limites.
Em suma, cada ser apenas atinge a vida, até onde possa chegar a onda do pensamento que lhe é próprio.
A mente primitivista de um mono, transposto o limiar da morte, continua presa aos interesses da furna que lhe consolidou os hábitos instintivos.
O índio desencarnado dificilmente ultrapassa o âmbito da floresta que lhe acariciou a existência.
Assim também, na vastíssima fauna social das nações, cada criatura dita civilizada, além do sepulcro, circunscreve-se ao círculo das concepções que, mentalmente, pode abranger.
A residência da alma permanece situada no manancial de seu próprios pensamentos.
Estamos naturalmente ligados às nossas criações.
Demoramo-nos onde supomos o centro de nossos interesses.
Facilmente explicável, assim, a continuidade dos nossos hábitos e tendências, além da morte.
A escravidão ou a liberdade residem no imo de nosso próprio ser.
Corre a fonte, sob a emanação de vapores da sua própria corrente.
Vive a árvore rodeada pelos fluidos sutis que ela mesma exterioriza, através das folhas e das resinas que lhe pendem dos galhos e do tronco.
Permanece o charco debaixo da atmosfera pestilencial que ele mesmo alimenta, e brilha o jardim, sob as vagas do perfume que produz.
Assim também a Terra, com o seu corpo ciclópico, arrasta consigo, na infinita paisagem cósmica, o ambiente espiritual de seus filhos.
Atravessado o grande umbral do túmulo, o homem deseducado prossegue reclamando aprimoramento.
A criatura viciada continua exigindo satisfação aos apetites baixos.
O cérebro desvairado, entre indagações descabidas, não foge, de imediato, ao poço de obscuridades em que se submergiu.
E a alma de boa-vontade encontra mil recursos para adiantar-se na senda evolutiva, amparando o próximo e descobrindo na felicidade dos outros a própria felicidade.
Em razão das leis que nos governam a vida, nem sempre o mensageiro que regressa do país da morte procede de planos superiores e nem a mediunidade será sinônimo de sublimação.
Determinadas inteligências desencarnadas se comunicam com determinados instrumentos mediúnicos.
Os habitantes de outras esferas buscam no mundo aqueles com os quais simpatizam e a mente encarnada aceita a visita das entidades com as quais se afina.

A necessidade do Evangelho, portanto, como estatuto de edificação moral dos fenômenos espíritas, é impositivo inadiável. Com a Boa Nova, no mundo abençoado e fértil da nossa Doutrina de luz e amor, possuímos a estrada rela para a nossa romagem de elevação.
EMMANUEL
(Do livro “Roteiro”, Francisco Cândido Xavier)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Presente vivo

Cada um de nós no momento da concepção, ganha um presente, que é a própria vida.
Podemos pensar que ganhamos esse presente dos nossos pais,
de Deus, das enzimas que permitem a fecundação do óvulo.
Obviamente, a vida somente poderia ser um presente vivo.
Uma das conseqüências de ganhar um presente vivo é ter de cuidar dele.
Assim fazemos se ganhamos um bichinho ou uma planta...
temos de cuidar deles para que continuem vivos.
A maneira como cuidamos desse presente vivo tem muita relação
com as pessoas que nos deram o presente, com a nossa disposição para cuidar
e com o presente em si mesmo.
Sua vida é um presente vivo.
E, como tal, cabe a você cuidar dele...
Compreender que essa dádiva é algo em permanente evolução e, portanto,
algo para ser criado a cada momento.
Sim, nós somos recriados a cada momento.
É um presente completo, mas continuará sempre
se completando.

~ Roberto Shinyashiki ~

domingo, 26 de junho de 2011

Pernicioso Sentimento

Conta-se que um monge eremita viajava através das aldeias, ensinando o bem.
Chegando a noite e estando nas montanhas, sentiu muito frio. Buscou um lugar para se abrigar. Um discípulo jovem ofereceu-lhe a própria caverna. Cedeu-lhe a cama pobre, onde uma pele de animal estava estendida.
O monge aceitou e repousou. No dia seguinte, quando o sol estava radiante e ele deveria prosseguir a sua peregrinação, desejou agradecer ao jovem pela hospitalidade.
Então, apontou o seu indicador para uma pequena pedra que estava próxima e ela se transformou em uma pepita de ouro.
Sem palavras, o velho procurou fazer que o rapaz entendesse que aquela era a sua doação, um agradecimento a ele. Contudo, o rapaz se manteve triste.
Então, o religioso pensou um pouco. Depois, num gesto inesperado, apontou uma enorme montanha e ela se transformou inteiramente em ouro.
O mensageiro, num gesto significativo, fez o rapaz entender que ele estava lhe dando aquela montanha de ouro em gratidão.
Porém, o jovem continuava triste. O velho não pôde se conter e perguntou:
Meu filho, afinal, o que você quer de mim? Estou lhe dando uma montanha inteira de ouro.
O rapaz apressado respondeu: Eu quero o vosso dedo.

A inveja é um sentimento destruidor e que nos impede de crescer.
Invejamos a cultura de alguém, mas não nos dispomos a permanecer horas e horas estudando, pesquisando. Simplesmente invejamos.
Invejamos a capacidade que alguns têm de falar em público com desenvoltura e graça. Contudo, não nos dispomos a exercitar a voz e a postura, na tentativa de sermos semelhantes a eles.
Invejamos aqueles que produzem textos bem elaborados, que merecem destaque em publicações especializadas. No entanto, não nos dispomos ao estudo da gramática, muito menos a longas leituras que melhoram o vocabulário e ensinam construção de frases e imagens poéticas.
Enfim, somos tão afoitos quanto o jovem da história que desejava o dedo do monge para dispor de todo o ouro do mundo, sem se dar conta de que era a mente que fazia as transformações.
Pensar é construir. Pensar é semear. Pensar é produzir.
Vejamos bem o que semeamos, o que produzimos, nas construções de nossas vidas, com as nossas ondas mentais.

No lugar da inveja, manifestemos a nossa vontade de lutar para crescer, com a certeza de que cada um de nós é inigualável. O que equivale a dizer que somos únicos e que ninguém poderá ser igual ao outro.
Cada um tem seus tesouros íntimos a explorar, descobrir e mostrar ao mundo.
Quando pensamos, projetamos o que somos. Pensemos melhor. Pensamento é vida.

sábado, 25 de junho de 2011

O aprendiz desapontado

          Um menino que desejava ardentemente residir no Céu, numa bonita manhã, quando se encontrava no campo, em companhia de um burro, recebeu a visita de um anjo.
          Reconheceu, depressa, o emissário de Cima, pelo sorriso bondoso e pela veste resplandecente.
          Alucinado de júbilo, o rapazelho gritou: -Mensageiro de Jesus, quero o paraíso! Que fazer para chegar até lá?!
          O anjo respondeu com gentileza:
          -O primeiro caminho para o Céu é a obediência e, o segundo é o trabalho.
          O pequeno, que não parecia muito diligente, ficou pensativo.
          O enviado de Deus então disse:
          -Venho a este campo, a fim de auxiliar a Natureza que tanto nos dá.
          Fixou o olhar mais docemente na criança e rogou:
          -Queres ajudar-me a limpar o chão, carregando estas pedras para o vosso vizinho?
          O menino respondeu:
         -Não posso.
          Todavia, quando o emissário celeste se dirigiu ao burro, o animal prontificou-se a transportar os calhaus, pacientemente, deixando a terra livre e agradável.
          Em seguida, o anjo passou a dar ordens de serviço em voz alta, mas o menino recusava-se a contribuir, enquanto o burro ia obedecendo.
          No instante de mover o arado, o rapazinho desfez-se em palavras feias, fugindo à colaboração. O muar disciplinado, contudo, ajudou, quanto pôde, em silêncio.
          No momento de preparar a sementeira, verificou-se o mesmo quadro: o pequeno repousava e o burro trabalhava.
          Em todas as medidas iniciais da lavoura, o pesado animal agia cuidadoso, colaborando eficientemente com o lavrador celeste; entretanto, o jovem, cheio de saúde e leveza, permaneceu amuado, a um canto, choramingando sem saber por que e acusando não se sabe a quem.
          No fim do dia, o campo estava lindo.
          Canteiros bem desenhados surgiam ao centro, ladeados por fios de água benfeitora.
          As árvores, em derredor, pareciam orgulhosas em protegê-los. O vento deslizava tão manso que mais se assemelhava a um sopro divino cantando nas campânulas do matagal.
          A Lua apareceu espalhando intensa claridade.
          O anjo abraçou o obediente animal, agradecendo-lhe a contribuição. Vendo o menino que o mensageiro se punha de volta, gritou, ansioso:
          -Anjo querido, quero seguir contigo, quero ir para o Céu!...
          O Emissário divino respondeu, porém:
          -O paraíso não foi feito para gente preguiçosa. Se desejas encontrá-lo, aprende primeiramente a obedecer como o burro que soube receber a bênção da disciplina e o valor da educação.
          E assim esclarecendo subiu para as estrelas, deixando o rapazinho desapontado, mas disposto a mudar de vida.
                                             Emmanuel e Chico xavier

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Afinidades

 Você já percebeu a arrogância em alguma pessoa?
Aquilo que vemos nos outros são reflexos leais do que somos, ou pistas seguras de que temos algo similar dentro de nós.
Nossa tarefa de educação consiste em disciplinar nossos impulsos ególatras. Seguir a meta em direção aos mundos melhores nos quais "o homem não procura elevar-se acima do homem, mas acima de si mesmo , aperfeiçoando-se."

 Não se esqueça de que a pior atitude de arrogância é a de colecionar certezas sobre a vida, sem reciclá-las conforme o ritmo evolutivo de nossa humanização.
A solução vem da capacidade de servir.
Aquele que se fizer o servo de todos será o maior na obra do Cristo.

 Afinidade , assim como tudo que a vida nos brinda para celebrar o bem, são responsabilidades pelas quais devemos zelar com máxima prudência, para que jamais se transformem em pasto de arbitrariedade, ou espelho para projetar nossas carências.
Afinidade espiritual deve significar arrimo da ilusão .
Para muitos afinidade é estar com aquele que pensa da mesma maneira, ou que tem os mesmos gostos!...

 Os afins, à luz do espírito imortal, são aqueles que constroem juntos na fileira do tempo, a devoção espontânea, ainda mesmo que divirjam sobre os mais variados pontos de vista.
Na obra do Cristo, os afins são aqueles que decidem se amar, apesar das diferenças...


Ermance Dufaux

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Amigos e inimigos

O amigo é uma bênção.
O inimigo, entretanto, é também um auxílio, se nos dispomos a aproveitá-lo.
O companheiro enxerga os nossos acertos, estimulando-nos na construção do melhor de que sejamos capazes.
O adversário identifica os nossos erros, impelindo-nos a suprimir a parte menos desejável de nossa vida.
O amigo se rejubila conosco, diante de pequeninos trechos de tarefa executada.

O inimigo nos aponta a extensão da obra que nos compete realizar.
O companheiro nos dá força.
O adversário nos mede a resistência.
Quem nos estima, freqüentemente categoriza nossos sonhos por serviços feitos, tão-só para induzir-nos a trabalhar.
Quem nos hostiliza, porém, não nos nega valor, porquanto não nos ignora e sim nos combate, reconhecendo-nos a presença em ação.
Na fase deficitária da evolução que ainda nos caracteriza, precisamos do amigo que nos encoraja e do inimigo que nos observa.
Sem o companheiro, estaremos sem apoio e, sem o adversário, ser-nos-á indispensável enorme elevação para não tombar em desequilíbrio. Isso porque o amigo traz a cooperação e o inimigo forma o teste.
Qualquer servidor de consciência tranqüila se regozija com o amparo do companheiro, mas deve igualmente honrar-se com a crítica do adversário que o ajuda na solução dos problemas do reajuste.
Jesus foi peremptório em nos recomendando:
"Amai os vossos inimigos". Saibamos agradecer a quem nos corrige as falhas, guardando-nos o passo em caminho melhor.

 Emmanuel-Chico Xavier

terça-feira, 21 de junho de 2011

Espíritos protetores

Jehul, elevada entidade de uma das mais belas regiões da vida espiritual, foi chamado pelo caricioso apelo de um nobre mensageiro da Verdade e do Bem, que lhe falou nestes  termos:
- Uma das almas a que te vens devotando particularmente, de há muitos séculos, vai agora ressurgir nas tarefas da reencarnação sobre a Terra. Seus destinos foram agravados de muito em virtude das quedas a que se condenou pela ausência de qualquer vigilância, mas o Senhor da Vida concedeu-lhe nova oportunidade de resgate e elevação.
Jehul sorriu e exclamou, denunciando sublimes esperanças:
- É Laio?
- Sim - replicou o generoso mentor -, ele mesmo, que noutras eras te foi tão amado na Etrúria. Atendendo às tuas rogativas, permite Jesus que lhe sejas o guardião desvelado, através de seus futuros caminhos. Ouve, Jehul! - serás seu companheiro constante e invisível, poderás inspirar-lhe pensamentos retificadores, cooperar em suas realizações proveitosas, auxiliando-o em nome de Deus; mas, não esqueças que tua tarefa é de guardar e proteger, nunca de arrebatar o coração do teu tutelado das experiências próprias, dentro do livre-arbítrio espiritual, a fim de que construa suas estradas para o Altíssimo com as próprias mãos.
Jehul agradeceu a dádiva, derramando lágrimas de reconhecimento.
Com que enlevo pensou nas possibilidades de conchegar ao seio aquele ser amado que, havia tanto tempo, se lhe perdera do caminho!... Laio lhe fora filho idolatrado na paisagem longínqua. É certo que não lhe compreendera a afeição, na recuada experiência. Desviara-se das sendas retas, quando ele mais esperava de sua mocidade e inteligência; seu coração carinhoso, porém, preferira ver no fato um incidente que o tempo se encarregaria de eliminar. Agora, tomá-lo-ia de novo nos braços fortes e o reconduziria à Casa de Deus. Suportaria, corajosamente, por ele, a pesada atmosfera dos fluidos materiais. Toleraria, de bom grado, os contrastes da Terra. Todos os sofrimentos eventuais seriam poucos, pois acabava de alcançar a oportunidade de erguer, dentre as dores humanas, um irmão muito amado, que fora se\! filho inesquecível.
O generoso amigo espiritual atravessou as paisagens maravilhosas que o separavam do ambiente terrestre. Ficaram para trás de seus passos os jardins suspensos, repletos de flores e de luz. As melodias das regiões venturosas distanciavam-se-lhe dos ouvidos.
Esperançoso, desassombrado, o solícito emissário penetrou a atmosfera terrestre e achou-se diante de um leito confortável, onde se identificava um recém-nascido pelo seu brando choramingar. Os Espíritos amigos, encarregados de velar pela transição daquele nascimento, entregaram-lhe o pequenino, que Jehul beijou, tomado de profunda emoção, apertando-o de encontro ao peito afetuoso.
E era de observar-se, daí em diante, o devotamento com que o guardião se empenhou na tarefa de amparar a débil criança. Sustentou, de instante a instante, o espírito maternal, solucionando, de maneira indireta, difíceis problemas orgânicos, para que não faltassem os recursos da paz aos primeiros tempos do inocentinho humano. E Jehul ensinou-lhe a soletrar as primeiras palavras, reajustando-lhe as possibilidades de usar novamente a linguagem terrestre. Velou-lhe os sonos, colocou-o a salvo das vibrações perniciosas do invisível, guiou-lhe os primeiros movimentos dos pés. O generoso protetor nada esqueceu, e foi com lágrimas de emoção que inspirou ao coração materno as necessidades da prece para a idolatrada criancinha. Depois das mãos postas para pronunciar o nome de Deus, o amigo desvelado acompanhou-a a escola, a fim de restituir-lhe, sob as bênçãos do Cristo, a luz do raciocínio.
Jehul não cabia em si de contentamento e esperança, quando Laio se abeirou da mocidade.
Então, a perspectiva dos sentimentos transformou-se.
De alma aflita, observou que o tutelado regressava aos mesmos erros de outros tempos, na recapitulação das experiências necessárias. Subtraía-se, agora, à vigilância afetuosa dos pais, inventava pretextos desconcertantes e, por mais que ouvisse as advertências preciosas e doces do mentor espiritual, no santuário da consciência, entregava-se, vencido, aos conselheiros de rua, caindo miseravelmente nas estações do vício.
Se Jehul lhe apontava o trabalho como recurso de elevação, Laio queria facilidades criminosas; se alvitrava providências da virtude, o fraco rapaz desejava dinheiro com que se desvencilhasse dos esforços indispensáveis e justos. Entre sacrifícios e dores ásperas, o prestimoso guardião viu-o gastar, em prazeres condenáveis, todas as economias do suor paternal, assistindo aos derradeiros instantes de sua mãe, que partia, da Terra, ferida pela ingratidão filial. Laio relegara todos os deveres santos ao abandono, entregando-se à ociosidade destruidora. Não obstante os cuidados do mentor carinhoso, procurou o álcool, o jogo e a sífilis, que lhe sitiaram a existência consagrada por ele ao desperdício. O dedicado amigo, entretanto, não desanimava.
Após o esgotamento dos recursos paternos, Jehul cooperou junto de companheiros prestigiosos, para que o tutelado alcançasse trabalho. 
Embora contrafeito e subtraindo-se, quanto possível, ao cumprimento das obrigações, Laio tornou-se auxiliar de urna empresa honesta, que, às ocultas, era objeto de suas críticas escarnecedoras. Quem se habitua à ociosidade criminosa costuma caluniar os bens do espírito de serviço.
De nada valiam os conselhos do guardião, que lhe falava, solícito, nos quais profundos recessos do ser.
Daí a pouco tempo, menos por amor que por necessidade, Laio buscou uma companheira. Casou-se. Mas, no desregramento que se entregava de muito tempo, não encontrou matrimônio senão sensações efêmeras que terminavam em poucas semanas, como a potencialidade de um fósforo que se apaga em alguns segundos. Jehul, no entanto, alimentou a esperança de que talvez a união conjugal lhe proporcionasse oportunidade para ser convenientemente ou não. Isso, todavia, não aconteceu. O tutelado não sabia tratar a esposa senão entre desconfianças e atitudes violentas. Sua casa era uma seção do mundo inferior a que havia confiado seus ideais. Recebendo três filhinhos para o jardim do lar, muito cedo lhes inoculava no coração as sementes do vício, segregando-os num egoísmo cruel.
Quando viu o infeliz envenenando outras almas que chegavam pela bondade infinita de Deus para a santa oportunidade de serviços novos, Jehul sentiu-se desolado e, reconhecendo que não poderia prosseguir sozinho naquela tarefa, solicitou o socorro dos Anjos das Necessidades. Esses mensageiros de educação espiritual lhe atenderam atenciosamente aos rogos, começando por alijar o tutelado do emprego em que obtinha o pão cotidiano. Entretanto, em lugar de melhorar-se com a experiência buscando meditar como convinha, Laio internou-se por uma rede de mentiras, fazendo-se de vítima para recorrer às leis humanas e ferir as mãos de antigos benfeitores. Acusou pessoas inocentes, exigiu indenizações descabidas, tornou-se odioso aos amigos de outros tempos.
Jehul foi então mais longe, pedindo providências aos Anjos que se incumbem do Serviço das Moléstias úteis, os quais o auxiliaram de pronto, conduzindo Laio ao aposento da enfermidade reparadora, a fim de que o mísero pudesse refletir na indigência da condição humana e na generosa paternidade do Altíssimo; aquele homem rebelde, contudo, pareceu piorar cem por cento. Tornou-se irascível e insolente, abominava o nome de Deus, sujava a boca com inúmeras blasfêmias. Foram necessários verdadeiros prodígios de paciência para que Jehul lhe lavasse do cérebro esfogueado e caprichoso os propósitos de suicídio. Foi aí que, desalentado quanto aos recursos postos em prática, o bondoso guardião implorou os bons ofícios dos Anjos que se encarregam dos Trabalhos da Velhice Prematura. Os novos emissários rodearam Laio com atenção, amoleceram-lhe. as células orgânicas, subtraíram-lhe do rosto a expressão de firmeza e resistência, alvejaram-lhe os cabelos e enrugaram-lhe o semblante. No entanto, o infeliz não cedeu. Preferia ser criança ridícula nas aparências de um velho, a entrar em acordo com o programa da Sabedoria Divina, a favor de si mesmo.
Enquanto blasfemava, seu amigo orava e desdobrava esforços incessantes; enquanto praticava loucuras, o guardião duplicava sacrifícios e esperanças.
O tempo passava célere, mas, um dia, o Anjo da Morte veio espontaneamente ao grande duelo e falou com doçura:
- Jehul, chegou a ocasião da tua retirada!. . .
O generoso mentor abafou as lágrimas de angustiosa surpresa. Fixou o mensageiro com olhos doridos e súplices; o outro, no entanto, continuou:
- Não intercedas por mais tempo! Laio agora me pertence. Conduzi-lo-ei aos meus domínios, mas podes rogar a Deus que o teu tutelado recomece, mais tarde, outra vez...
Terminara a grande partida. A Morte decidira no feito, pelos seus poderes transformadores, enquanto o guardião recolhia, entre lágrimas, o tesouro de suas esperanças imortais. .
E, grafando esta história, lembro-me que quase todos os Espíritos encarnados têm algum traço do Laio, ao passo que todos os Espíritos protetores têm consigo os desvelos e os sacrifícios de Jehul.
Humberto de campos-Chico xavier

domingo, 19 de junho de 2011

Sublime estrela

Nasce o Salvador da Humanidade  (Mt. 4:23-24)
A cidade de Belém, quieta e silenciosa como de costume, dormia sob a neve prateada pelo luar.
Há 30 anos atrás, em uma noite em que os astros brilhavam expressivamente como testemunhas silenciosas embaladas em melodias jamais ouvidas, uma enorme estrela brilhante acendeu no firmamento!
Era a estrela de Belém que cintilava no céu, anunciando que o filho de Deus, o Salvador da Humanidade Jesus Cristo, havia nascido! ...
Iniciava-se o ano 30 da Era Cristã ...
Agora já em uma nova etapa, o dia amanhecia e a luz clareava as trevas. Jesus, o doce Profeta de Nazaré, ali estava. Ele viera à Terra para amar até morrer e, assim, nos salvar.
"Jesus percorria toda a Galiléia ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando, no povo, doenças e enfermidades. Sua fama estendia-se também por toda a Síria. Traziam-lhe os que padeciam de algum mal, atacados por diferentes doenças e dores, os endemoniados, lunáticos e paralíticos, e Ele os curava ...
A presença de Jesus eletrizava as multidões. Milhares de pessoas esqueciam de comer a fim de o seguirem, mesmo através das mais áridas regiões, para ouvi-Lo expor Sua doutrina e para que curasse doentes e endemoniados.
Seus olhos tinham tal poder de fascinação, que um só olhar bastava para ligar para sempre as almas ao Seu destino, para inspirar o mais ardente amor, ou deitar por terra e paralisar o maior de seus inimigos.

Com suas palavras trazia a paz e a saúde, cuidando de cada caso que d'Ele se acercava, procurando anular a dor dos aflitos e o sofrimento dos desesperados.
m dia, subindo Jesus a um dos montes próximo do Mar da Galiléia, mais tarde chamado Montanha das Bem-aventuranças, passou a ensinar o grandioso Sermão da Montanha para a multidão que o ouvia; por ter ocorrido em um monte, hoje se prefere dizer Sermão do Monte.
Essa foi, sem dúvida, Sua mensagem de maior profundidade, mostrando o Cristo em toda a Sua plenitude, pois vibra até hoje com tal nobreza, que todos os que a lêem sentem o eco da palavra Divina dentro de si ...

Procuremos pois, entender o Sermão da Montanha, que é a alma do Evangelho em toda a sua essência.
Para isso, fechemos nossos olhos materiais, abrindo os olhos da alma, tentando senti-Lo dentro de nossos corações, não apenas lendo, mas praticando Seus ensinamentos.
Assim, nesse doce enlevo, sintamos Jesus ... o Sublime Instrutor da Humanidade sentado, com os cabelos esvoaçantes ao vento, e Seus ternos e meigos olhos contemplando, com imensa doçura, aquela multidão que O escutava.
Ele via no coração daquelas criaturas suas misérias íntimas, a cegueira espiritual em que viviam, e em Sua infinita misericórdia e sabedoria, sentia a possibilidade de as salvar!
Jesus procurava despertá-las espiritualmente como botões de flores que se entreabriam, ao calor do Sol.
Porém, grande parte dos que O escutavam não compreendiam a Grande Mensagem do Cristo, assim como tantos ainda hoje não se esforçam por entendê-la em seu verdadeiro sentido, continuando cegos espiritualmente.
Por isso mesmo, vivem atormentados por sofrimentos, devido à sua maneira errada de viver.

Detendo-se diante daquela multidão que sofria, levantando Seus braços ao Céu infinito, Jesus murmura:
-Meu Pai!. .. buscam-Te em mim, porque padecem dores ... Fá-los pensar em Ti, Supremo Criador de todas as coisas, sem interesses materiais, mas compreendendo que somente de Ti pode vir o remédio, que buscam em vão entre os seres que os rodeiam.
Fá-los compreender que todo excesso que o homem comete no decurso de sua vida, manifesta-se mais cedo ou mais tarde em seu próprio organismo, sob a forma de terríveis purificações físicas, mentais e materiais.
Muitos são os nossos sofrimentos não por vontade Divina, mas cultivados através do tempo por nossas inferioridades.

Jesus inicia a explicação das bem-aventuranças mostrando a todos como deverão viver para alcançar a perfeição espiritual, através da prática do trabalho, da caridade e do amor.
Aquela gente ficava admirada com tais ensinamentos, com aquela doutrina tão estranha, tão diferente de tudo o que ouviam dos sacerdotes, fariseus e doutores da Lei.
Enquanto estes interpretavam as Escrituras Sagradas implantando medo, Jesus procurava mostrar que Deus é Pai, é amor, e não deseja amedrontar seus filhos.
Só alcançaremos a paz e a harmonia do Universo, quando elas forem baseadas no Sermão da Montanha, o qual encerra em si todo o patrimônio universal das várias religiões. Ele representa a parte mística, a parte consoladora do Evangelho, que traz esperança aos desesperados e desiludidos, e consolo aos que sofrem provações.

No Sermão da Montanha, Jesus nos convida a uma contemplação interior, a nos despirmos de nossas inferioridades e negativismos, a lutarmos sempre usando de sentimentos positivos, sem lamentação, mas confiantes na ajuda Divina.
É assim que cresceremos espiritualmente e seremos felizes. Aqueles que compreenderem as Suas palavras sentir-se-ão bem agasalhados pelo Pai, que lhes dará forças para tudo vencer, estarão demonstrando sua fé e confiança em Deus, em dias melhores que certamente virão.
Os que assim procedem alcançarão a felicidade eterna, e serão os bem-aventurados, aos quais Deus promete grandes consolações.



O Suicídio

Era manhã de sábado. Tocou o telefone e alguém atendeu.
Uma voz masculina, embargada pela emoção, a duras penas, começou o diálogo.
Desejava saber o que a Doutrina Espírita tinha a dizer sobre o suicídio. Qual seria, segundo o Espiritismo, a sorte daqueles que acabam com a própria vida.
Disse que estava com o firme propósito de pôr fim à vida miserável que estava levando há cerca de dois meses.
Salientou que sua falência fora decretada em cidade distante noutro Estado do Brasil. E, para fugir ao escândalo, mudou-se de cidade em busca de uma oportunidade, mas em vão.
Agora, segundo afirmava, desejava fugir definitivamente da vida, para resolver de vez por todas seus tormentos.

Ouviu, da pessoa que o atendeu, em rápidas palavras, a posição espírita sobre o suicídio.
Que é uma porta falsa e que aqueles que a buscam na tentativa de acabar com os problemas somente os agravam mais.
Que só se consegue sair do corpo, sem sair da vida, que continua pulsante no além túmulo. Que só quem nos colocou no mundo tem o direito de nos tirar dele. E que esse alguém é Deus, nosso Pai Criador.
Ouviu, ainda, que a sua falência só poderia ser decretada por ele mesmo, agora sim, através do suicídio. Que homem algum poderia fazê-lo.
Que a falência decretada fora a de sua empresa e que, seguramente, se continuasse a trabalhar com disposição conseguiria reverter a situação.
Que Deus jamais nos abandona, muito menos nas horas difíceis da nossa caminhada. Que todos nós, sem exceção, temos um anjo guardião interessado em nossa vitória. Na vitória do Espírito imortal sobre a matéria, sobre os vícios e equívocos.

O homem disse que havia perdido tudo, que estava na miséria, que nada mais lhe restava.
E a voz do outro lado da linha tornou à carga dizendo que a miséria verdadeira é a miséria moral. E que somente poderemos assegurar que nada mais nos resta quando perdermos a dignidade.
O mundo pode nos tirar tudo, tudo o que temos, mas jamais nos tirará o que somos, jamais logrará retirar conquistas verdadeiras como a dignidade. Somente se nós o permitirmos, aceitando o convite da indignidade.
O homem refletiu um pouco, falou que ainda lhe restavam os amigos e a sua casa, que estava em nome dos pais, já falecidos. Resolveu, por fim, voltar à sua cidade e recomeçar novamente.
Casos como esse que acabamos de narrar, são uma constante na face da Terra.
Se você está enfrentando problemas semelhantes, não deixe de levar em consideração as orientações dos Espíritos Superiores.
Fuja do convite ao suicídio como solução dos problemas.
O suicídio é um terrível engano, por ser uma porta falsa.
Assim que a pessoa realiza o ato do suicídio, percebe o precipício que se abre à sua frente.
De modo geral, são os suicidas que mais sofrem após a morte.
É que quando chegam no mundo espiritual se dão conta de que não lograram o intento, que era pôr fim à vida.
Seguem vivendo e percebem que aos problemas, dos quais desejavam fugir, outros se somam, pela falta de fé em Deus e pela rebeldia.
Na morte natural os laços que unem o Espírito ao corpo são desatados lentamente, enquanto que pelo suicídio são violentamente rompidos, sem, contudo, permitir que o Espírito se liberte.
Por esse motivo, não nos deixemos tentar pelo convite ao suicídio. Nunca valerá a pena. Antes, roguemos a Deus forças para suportar o fardo que carregamos.
 

Redação do Momento Espírita

sábado, 18 de junho de 2011

Pedaço do Céu

Às vezes você se sente deslocado no planeta que habita, como se o Criador o tivesse jogado a esmo, e você caiu em local inóspito e infeliz...
Olha ao redor e tem a sensação de que todos estão bem encaixados, como engrenagens vivas nessa imensa máquina chamada sociedade..., menos você.
Parece até que as pessoas não o vêem, não o ouvem, e sente-se como um fantasma que se move, sem rumo e sem alegria.
E pensa que seria tão bom se você pudesse fazer parte das alegrias de todos, das conquistas alheias, das belezas da natureza que o cerca.
Seria ainda melhor se todos percebessem seus talentos, seus esforços, suas pequenas vitórias, e o amparassem nos seus dias de tristezas...
Sente que pode estar no mundo errado, no momento errado, com as pessoas erradas, e talvez fosse mais feliz se alterasse a rota, trocasse de posição com outra pessoa, fosse outro ser qualquer...
Você olha o céu e analisa os pássaros, na sua trajetória maravilhosa, a planar ao vento com o sol a brilhar sobre suas penas...
É delicioso ser pássaro, pensa você.
Volve os olhos ao mar e analisa os peixes, com suas cores diversas, tamanhos variados e pensa na maravilha que é nadar no recife entre os corais, na água tépida...
Seria tão bom ser peixe..., pensa você.
Observa árvores gigantescas, arbustos, plantas, flores e frutos à disposição dos seres selvagens.
E pensa que não seria nada mau ser um tigre a desfrutar da liberdade, a correr leve e solto, sem peias, sem amarras...
Volta seu olhar para o seio da terra e vê seres que cavam tocas profundas, bem feitas e, embora ache escuro, observa os seres que lá habitam e medita que não seria nada ruim habitar as entranhas da terra...
Volve seu olhar a todos esses seres que habitam o planeta e analisa prós e contras, e percebe cada um com um pedacinho do céu.
E assim é a vida de cada um de nós: diferente, formando habilidades múltiplas, desenvolvendo aptidões diversas, com prós e contras.
Mas, assim como o pássaro não pode nadar, o peixe habitar a selva nem o tigre voar, cada um tem um pedacinho do céu em suas vidas.
Saiba verificar qual é o seu pedaço do céu. Não ambicione o céu alheio.
É possível que você não esteja preparado para vivenciar a realidade alheia.
Talvez lhe falte envergadura. Talvez lhe sobre possibilidades.
E não há nada pior do que estar no lugar errado, na hora errada.
Conscientize-se de que você tem o pedaço do céu que merece e que tem a capacidade de desfrutar.
De que adiantaria o pôr-do-sol mais esplendoroso para quem não pode enxergar?
Viva o seu momento, na certeza de que a vida futura lhe reserva experiências diferentes, mestres diferentes e, sobretudo, o pedaço do céu que lhe pertence...

Pense nisso, e seja feliz no seu pedacinho do céu, que é único e é seu!

Esferas Espirituais

:Quem não se questiona sobre o que é o mundo espiritual, onde fica, quem ali vive, como voem, o que sentem, como se organizam?
 As esferas espirituais são as diversas  subdivisões vibratórias do Mundo dos Espíritos, estão para a vida extrafísica  assim como os continentes e os países estão para o mundo físico.
Os antigos já aceitavam a ideia da  existência de muitos céus sobrepostos, de matéria sólida e transparente,  formando esferas concêntricas e tendo a Terra por centro. Essa ideia, que foi a  de todas as teogonias, faziam do céu os diversos degraus da bem-aventurança, o  último deles era abrigo da suprema felicidade.
Segundo a opinião mais comum, havia sete  céus e daí a expressão estar no sétimo céu para exprimir perfeita felicidade.  Os muçulmanos admitem nove céus, em cada um dos quais se aumenta a felicidade  dos crentes. A teologia cristã reconhece três céus, é conforme esta crença que  se diz que Paulo foi alçado ao terceiro céu.
A obra Kardequiana, pelo facto de ser muito  mais de síntese do que de análise, ocupou-se pouco com o exame do Mundo dos  Espíritos. Estudando as diversas obras do Codificador, notamos que os Espíritos  foram muito econômicos em informações à respeito de seu mundo.
Foi a partir de 1943, com o livro “Nosso  Lar”, de autoria mediúnica do Espírito André Luiz, pelas mãos de Chico Xavier,  que nós passamos a compreender, com maior profundidade, as regiões  extrafísicas.
Sabemos hoje, que o mundo dos Espíritos é  subdividido em várias faixas vibratórias concêntricas, tendo a Terra como  centro geométrico. A atmosfera espiritual das diversas esferas será tanto mais  pura e eterizada quanto mais afastadas da crosta elas estiverem. Os Espíritos  de maior luminosidade habitarão, naturalmente, as esferas mais afastadas,  embora tenham livre trânsito entre elas e com freqüência visitem as esferas  inferiores em tarefas regenerativas e esclarecedoras. Em cada esfera, o solo  tem consistência material, e acima se vê o céu e o sol. Diversas cidadelas  espirituais, postos de socorro, ou instituições hospitalares estão distribuídas  nas diversas esferas, abrigando Espíritos em condições evolutivas semelhantes.
André Luiz dá o nome de Umbral às três  primeiras esferas, contadas a partir da crosta, e segundo este autor, a região  umbralina é habitada por Espíritos que ainda necessitam reencarnarem no planeta  Terra, comprometido que estão com vida neste orbe.
Sobre o umbral, André Luiz [Nosso Lar] dá o  seguinte depoimento:
“É a zona obscura de quantos no  mundo não se resolveram atravessar as portas dos deveres sagrados, demorando-se  no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos. Funciona como região de  esgotamento de resíduos mentais. Pelo pensamento os homens encontram no Umbral  os companheiros que afinam com as tendências de cada um. Cada Espírito  permanece lá o tempo que se faça necessário.”
Informa também André Luiz que os  Espíritos que estão nas esferas superiores podem transitar pelas esferas que  lhes estão abaixo, mas os Espíritos que estão nas esferas inferiores não podem,  sozinhos, passar para as superiores
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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Seja forte

As etapas que atravessamos na vida nada mais são que degraus que subimos ou descemos, segundo os caminhos que nós escolhemos, os atalhos que preferimos e onde decidimos deitar nossa cabeça.
Padecemos? SIM... de vez em quando precisamos dessa parada que nos dá consciência que nada somos aqui, além de filhos em busca da terra prometida.
Porém sabemos que nosso maná nunca faltará, seja qual for o caminho percorrido e o quanto falta ainda pela frente.
Depositamos demais nossa confiança naquilo que somos e que nos cremos capazes e vez ou outra precisamos dessa ducha fria que nos faz acordar para que tenhamos a humildade de orar de cabeça baixa e a grandeza de abandonar nosso mais profundo eu aos pés da Cruz.
Damos importância demasiada a certas coisas como se a própria razão da vida dependesse delas.
É assim com um pequeno corte no dedo ou uma ferida na alma que fica doendo as vinte e quatro horas do dia.
Não importa se o sol brilha, se a chuva sacia, se a comida está boa ou a saúde perfeita. Isso prova a nossa insaciedade diante da vida.
Não há ninguém para quem dá tudo errado e ninguém para quem dá tudo certo. Tudo são fases que atravessamos, caminhos às vezes que parecem longos e intermináveis, principalmente quando é o lado dolorido da vida que se apresenta.
Mas... O importante é não se perder, nunca errar, nunca pecar, não tomar decisões erradas e ser alguém exemplar.
Essas coisas são objetivos que tentamos alcançar e, quanto mais degraus subimos, mais nos aproximamos da perfeição.
O importante mesmo é saber levantar, erguer a cabeça, olhar para frente; é ter coragem de admitir as falhas, a humildade de pedir perdão, calar na hora certa e falar quando o silêncio se tornar insustentável; o importante é deixar as lágrimas caírem e nem porisso se sentir diminuído.
Deus não conta os degraus que subimos ou descemos.
Nossa vida é que conta, sofre ou se alegra.
Deus é Aquele que está no mais alto grau estendendo a mão e é o mesmo que está na terra com os braços eternamente abertos e prontos.
Há e haverá sempre uma janela aberta nos céus para nos acolher e o caminho talvez não seja o mais fácil, mas é certamente aquele que vai ser feito nossa vida valer pena...


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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sonhos

O que fazemos quando dormimos? Pergunta muito comum, e para a qual muitos de nós ainda não temos resposta.
        Há tantas teorias a respeito do sono e dos sonhos que até confundem as criaturas.
        Perguntado aos benfeitores espirituais, em O livro dos Espíritos, sobre o assunto, esses responderam que o sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono.
        O sono liberta, parcialmente, a alma do corpo permitindo-lhe entrar em relação com o Mundo dos Espíritos.
        Através dos sonhos poderemos visitar entes queridos já falecidos, ir a países distantes, entrar em contato com pessoas vivas.
        A alma, independente durante o sono, procura sempre seus interesses. Procura Espíritos inferiores para atividades conjuntas ou vai em busca de conhecimento junto a Espíritos elevados.
       Quando dorme o corpo, a alma mantém seu livre-arbítrio, sua livre vontade.
        Mas, por que nem sempre nos lembramos dos sonhos? Será por que não sonhamos?
        Sendo o corpo físico constituído de matéria grosseira, dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu.
        Em outras palavras, as vibrações do Espírito parcialmente liberto pelo sono são distintas das vibrações do Espírito revestido do corpo físico.
        Isso explica porque, muitas vezes, o sonho é lúcido, repleto de cores, sons, imagens, e quando acordamos perdemos totalmente a lembrança. Ficamos apenas com as sensações no fundo da alma.
        O cérebro, que é o instrumento pelo qual a mente se expressa no corpo físico, é ainda muito grosseiro para registrar as impressões sutis que a mente liberta é capaz de registrar.
        É como se o cérebro não conseguisse decodificar as informações que o Espírito captura durante o desprendimento pelo sono.
        Por esse motivo é que alguns sonhos nos parecem truncados, sem nexo, ou com grandes lacunas.
        É por isso, também, que misturamos coisas e fatos do dia-a-dia com outras que não dizem respeito ao nosso mundo físico.
        Existem pessoas que sonham com determinada situação e essa situação se concretiza no decorrer dos dias. São os chamados sonhos premonitórios.
        O Espírito antevê, durante o sonho, o que irá ocorrer no dia seguinte, nos próximos dias, ou em futuro distante.
        Como disse alguém, nós morremos todas as noites através do sono.
        Quando, pelo processo da morte, se romperem em definitivo os laços que nos unem ao corpo, o Espírito estará liberto.
        No sonho muitos gênios vão buscar inspiração para suas invenções.
        Isso explica porque é que uma idéia, não raro, surgem diversos pontos do planeta.
        Dessa forma, antes de nos entregarmos ao sono, é conveniente que roguemos a Deus Sua proteção para que possamos ter sonhos instrutivos e saudáveis.


Redação do Momento Espírita,

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ensinos fundamentais do espiritismo

  Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
  O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.
  Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.
  No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.
  Toda as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais. O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.
  Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.
  Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.
  Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
  Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.
  Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.
  Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.
  Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.
  A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.
  O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.
  A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.
  A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.
A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. é este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Lágrimas: palavras da alma

Muitas vezes, na vida, vivenciamos situações em que a emoção é tamanha que nos faltam palavras para expressar nossos sentimentos.
Podemos considerar as lágrimas como as palavras de nossa alma.
Através delas, somos capazes de demonstrar incontáveis sentimentos.
As lágrimas, na maioria das situações, escorrem de nossos olhos sem que tenhamos controle sobre elas.
Em alguns momentos, elas contam histórias de dores, mas também têm na sua essência, algo de belo.
Quando elevamos o pensamento, sintonizando com a Espiritualidade maior, seja com nosso anjo protetor, com o amado amigo Jesus ou com Deus, sentimos os olhos marejados.
Observando a natureza, temos a oportunidade de presenciar alguns espetáculos que ela nos oferece. Emocionamo-nos percebendo a grandeza e a perfeição Divina na presença de um pôr-do-sol, de uma queda d’água ou de um arco-íris.
Diante do nascimento de uma criança, somente as lágrimas são capazes de traduzir e qualificar a magnitude desse instante Divino.
Quando estamos sensíveis, por vezes carentes de alguma manifestação de afeto, um simples aperto de mão ou um afago carregado de amor é suficiente para provocar nossas lágrimas.
Quando deixamos que o som de uma música elevada alcance nosso coração, somos capazes de chorar de emoção, pois sentimos a alma tocada e acariciada por aquela doce e vibrante melodia.
Tanto a dor emocional quanto a dor física nos chegam sem pedir licença, ocupando espaço considerável em nossa alma e em nosso corpo.
Lágrimas são derramadas pela dor da partida de um ente querido, pela dor da ausência e da saudade, pela dor do erro cometido e do arrependimento.
Ao constatarmos a dor do próximo, lágrimas jorram de nossos olhos. Deparamo-nos com tantas carências, tantas necessidades não atendidas, enfermidades, privações e abandono.
Cada lágrima derramada tem seu significado. Seja ela vertida pela dor ou pela alegria, nos diz que somos seres movidos pela emoção, capazes de exteriorizar os nossos sentimentos.
Demonstra que nos sensibilizamos em momentos simples e efêmeros, indicando que estamos sintonizados com o que há de belo na vida.
E, quando as lágrimas derramadas forem de dor, façamos com que o motivo que nos comove seja também o mesmo motivo que nos move.
Que o movimento seja no sentido da modificação íntima. Que seja impulso para olhar a vida sobre um novo ângulo, para trabalhar em nós mesmos a resignação, a paciência, a esperança, a fé e a confiança em Deus.
 
Redação do Momento Espírita.

Nossos preconceitos

Preconceito é o conceito formado com base em julgamento próprio, com tom depreciativo. Deriva de análise tendenciosa, discriminatória.
Trata-se de um pré-julgamento, em que se desconhecem os detalhes. Define-se algo ou alguém, de acordo com nossos olhos de ver.
Isso tem causado muitos dissabores, no mundo, e continua a causar. Porque quem julga previamente não tem o cuidado de ficar com o conceito para si, mas o transmite a outros.
E esses, em ouvindo, não indagam se aquilo é verdadeiro ou não. Simplesmente admitem que seja.
Quando sabemos de alguém que se consorcia com outrem em que a diferença de idade é grande, a primeira pergunta que nos vem à mente é: Por que se casaram?
Se uma das pessoas tem fama, ou dinheiro, ou poder, logo cogitamos que o motivo para o consórcio seja do outro se aproveitar de um desses itens.
Esquecemos que pessoas famosas, como todas as pessoas, têm carências afetivas. Que buscam o amor, que desejam ser amadas.
Quando o velho doutor Hahnemann, vivendo na Alemanha, salvou da morte a parisiense Mélanie Gohier, mal poderia imaginar que seria ela a ponte para que a Homeopatia ficasse conhecida no mundo.
Sim, porque aquela mulher, de apenas trinta e cinco anos, se casou com o mestre alemão de oitenta anos.
O novo matrimônio de Hahnemann parece quase um conto. Ela era poetisa e pintora e desfrutava da amizade de excelentes poetas e pintores de Paris.
Logo após o casamento, em 1835, mudaram-se para Paris, onde ele obteve autorização para clinicar, a despeito da vigorosa oposição dos colegas alopatas.
A Academia de Medicina encaminhou um documento ao Ministro Guizot para que lhe fosse proibido o exercício da Medicina na França.
Guizot, por influência da esposa de Hahnemann, além de sua digna posição, decidiu o caso com grandeza ímpar e respondeu:
Trata-se de um sábio de grande mérito. A ciência deve ser de todos! Se a Homeopatia é uma quimera ou um sistema sem valor, cairá por si mesma.
Se ela é, ao contrário, um progresso, expandir-se-á apesar de nossas medidas proibitivas, e a Academia deve se lembrar, antes de tudo, que tem a missão de fazer progredir a ciência, de encorajar as descobertas!
Assim, a Homeopatia se estabeleceu em França, onde Hahnemann encontrou vários discípulos e seguidores.
Prosseguiu ensinando, curando e escrevendo, a despeito da avançada idade.
Aos oitenta e oito anos, ele regressou ao mundo espiritual. Estava forte e lúcido, mas com certeza já chegara ao fim a sua missão.
Deixou a Homeopatia reconhecida como ciência, a expandir-se pelo mundo.
Quem poderá, em sã consciência, deixar de agradecer a Melanie sua atuação junto ao grande mestre homeopata?
Não o tivesse levado a Paris, a cidade luz, teria a Homeopatia sido reconhecida e divulgada pelo mundo?
Assim, pensemos, antes de externar conceitos de valor preconceituosos. Busquemos analisar com olhos de ver e aprendamos a respeitar opções alheias.
Aprendamos a ter olhos compassivos, olhos que descobrem o bem. Olhos que veem as coisas positivas, sem julgamentos equivocados e precipitados.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Esperança

Apesar de todos os obstáculos que encontro pela minha vida, apesar dos contratempos que me deparo, apesar das portas fechadas que vejo, apesar das dificuldades que enfrento, ainda assim, tenho a esperança.
A esperança vive em mim, amanhece comigo, percorre o dia todo e, quando anoitece, ela está ainda mais fortalecida.
Quando meus pensamentos estão confusos e minhas idéias não são decifráveis, não desisto.
Quando meu caminho está tortuoso, e minhas forças são diminuídas, lembro-me da esperança que devo ter sempre.
Esperança é a certeza de que algo de bom vai acontecer, é a confiança que tudo vai dar certo.
Todos devemos ter essa esperança, para que não nos sintamos caídos, para que nosso dia seja menos tumultuado, e para que nosso coração esteja menos pesado.

PRECE A BEZERRA DE MENEZES

Nós te rogamos, Pai de infinita bondade e justiça, as graças de JESUS CRISTO, através de BEZERRA DE MENEZES e suas legiões de companheiros. Que eles nos assistam, Senhor, consolando os aflitos, curando os que se tornem merecedores, confortando aqueles que tiverem suas provas e expiações a passar, esclarecendo aos que desejarem conhecer e assistindo a todos quantos apelem para teu infinito amor. Jesus, divino portador da graça e da verdade, estende tuas mãos dadivosas em socorro daqueles que te reconhecem como despenseiro fiel e prudente. Fazei-o divino modelo, através de tuas legiões consoladoras, de teus santos espíritos, a fim de que a fé se eleve, a esperança aumente, a bondade se expanda e o amor triunfe sobre todas as coisas.
BEZERRA DE MENEZES, apóstolo do bem e da paz, amigo dos humildes e dos enfermos, movimenta as tuas falanges amigas em benefício d’aqueles que sofrem, sejam males físicos ou espirituais.
Santos espíritos, dignos obreiros do Senhor, derramai as graças e as curas sobre a humanidade sofredora, a fim de que as criaturas se tornem amigas da paz e do conhecimento, da harmonia e do perdão, semeando pelo mundo os divinos exemplos de JESUS CRISTO.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Amar a Deus e ao Próximo

Faz-se necessário exercitar e praticar os ensinamentos do Mestre, mas parece que a humanidade se permitiu esquecê-los.
Um de seus mais belos ensinamentos diz-nos amar o teu próximo como a ti mesmo.
Mas como amar ao próximo se não nos amamos? e por que não nos amamos? percebemos isto através do abuso do corpo, se embriagando, se drogando, sexo em demasia, alimentação em exagero, esquecendo-se de que o corpo é o instrumento utilizado pelo espírito para se manifestar buscando o aprendizado e a evolução.
Com essas atitudes e comportamentos estamos nos distanciando cada vez mais do caminho de luz e da verdade que nos leva ao Reino dos Céus, pois nada nos pertence, inclusive o corpo.
Só podemos exercitar essa máxima de Jesus, amar o teu próximo como a ti mesmo, se primeiro lembrarmos de nós mesmos, respeitando nossos limites.
Amem-se para assim amarem ao seu irmão e a Deus.


Para ser feliz

"Cada manhã na face da Terra, é uma página em branco de que dispomos no livro da vida para fazer os melhores exercícios de elevação e bondade.
Não te esqueças de que cada pessoa a cruzar-te o passo na trilha das horas, é uma oportunidade de construção espiritual.
Seja qual seja o motivo para desafeto, cultiva compreensão e amizade, observando que todo favor que possas prestar a benefício de alguém é a chave que fabricas para a solução de teus problemas futuros.
Por mais claras as razões que justifiquem esse ou aquele comentário infeliz, procura encaixar uma frase edificante no círculo das palavras rudes que estejam sendo pronunciadas.
Por muito que um companheiro te haja ofendido, não lhe negues tolerância.
Abençoa-o com as tuas preces e gestos de auxílio, na convicção de que estás, com isso, levantando dispositivos de proteção a ti mesmo.
Na atividade em que te encontras, fazes mais do que o dever, porquanto o serviço extra, espontâneo e sem recompensa, em toda situação será sempre a tua mais alta pregação de virtude.
Repousa quando necessário, mas não transformes o descanso em ociosidade vazia.
Começa de casa a execução dos conselhos salutares que ofereces ao próximo, aprendendo que é impossível ajudar a humanidade quando não saibamos entender e amparar algumas poucas pessoas, entre os limites da parentela.
Alia a ação e oração, sustentando a felicidade dos outros, como queres que Deus concretize tua própria felicidade.
E quando o dia terminar, agradece ao Senhor a ventura de haver engastado mais uma pérola do tempo em teu colar de realização.
E, cerrando os olhos para o justo refazimento, guarda por teu maior prémio a consciência tranquila, com a invariável disposição de viver, cada dia, reconhecendo que tudo na vida depende inteiramente de Deus, mas na certeza de que o trabalho em tuas mãos, depende unicamente de ti."

sábado, 4 de junho de 2011

Convite ao perdão

 Francisco Cândido Xavier foi um homem que viveu semeando a palavra do Cristo. Através das suas atitudes, pregou a paz e ensinou a caridade. Sua vida foi um exemplo de conduta cristã.
Médium, viveu por noventa e dois anos, foi desprezado por muitos e durante sua vida sofreu ofensas e insultos, tendo passado imune a tudo.
Em uma de suas muitas frases que ficaram registradas, ele disse:
Graças a Deus, não me lembro de ter revidado a menor ofensa que sofri, certamente objetivando, todas elas, o meu aprendizado. E não me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse.
Esta frase nos faz refletir sobre a forma como agimos diante das ofensas que sofremos. No cotidiano, nos deparamos com situações que põem à prova a nossa conduta.
São os olhares de desprezo ou de inveja. As palavras que ferem, humilham, magoam. As indelicadezas e os gestos que perturbam e ofendem.
São também as atitudes contínuas de omissão, de abandono dos deveres, ou de opressão, que acontecem entre irmãos, casais, pais e filhos, que vão se somando e se transformando em imensas mágoas.
É comum vermos famílias desestruturadas pelo cultivo da raiva, do rancor e da indelicadeza. Enfim, vemos com frequência, relações se esvaindo pela ausência do perdão.
Seja qual for a gravidade do ato infeliz que nos atinja, enxerguemos o outro, que nos fere e magoa, como alguém que pode estar enfermo e precisando de ajuda.
E como escolhemos agir diante de quem nos ofende?
Quando procedemos da mesma forma que o outro, entrando na sua sintonia, revidando, seja com palavras ou com atitudes, estaremos deixando que o outro dite a nossa conduta.
Estaremos nos equiparando àquele que cometeu o gesto desequilibrado.
É certo que ficamos tristes quando alguém nos ofende, mas o que deveria mesmo nos entristecer, é quando somos nós os ofensores.
Trabalhar o perdão ao próximo, assim como o autoperdão, é um exercício diário que podemos nos propor. Todos nós somos capazes de perdoar.
Não nos esqueçamos de que, por diversas vezes, nós é que desejamos ser perdoados.
Temos que começar relevando e perdoando as leves ofensas, para que estejamos preparados, quando nos depararmos com situações mais delicadas que nos exijam essa virtude.
Perdoar também é doar. Ao perdoar estaremos doando   entendimento,  paciência, compreensão e o amor que purifica. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada.
Mas o perdão não é o esquecimento do fato. Por vezes, torna-se difícil eliminar da memória uma atitude que tenha nos ferido.
Perdoar é cessar de ter raiva, é deixar de nutrir em nós o ressentimento pela pessoa que nos causou a dor ou o gesto infeliz que nos atingiu.
Perdoar acalma, liberta, traz paz e harmonia às nossas vidas.
O verdadeiro perdão é aquele que vem do coração e não dos lábios.
Façamo-nos hoje o convite para que deixemos que o perdão triunfe sobre a mágoa e o ressentimento.
Redação do Momento Espírita.
Em 03.06.2011.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O que é ser feliz?

Quem conquista uma vida feliz? Será que são as pessoas mais ricas do mundo, os políticos mais poderosos e os intelectuais mais brilhantes?
Não! São os que alcançam qualidade de vida no palco da sua alma. Os que se libertam da prisão do medo. Os que superam a ansiedade, vencem o mau humor, transcendem os seus traumas. São os que aprendem a velejar nas águas da emoção. Tu sabes velejar nessas águas ou passas a vida a afundar-te?

Ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se autor da sua própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus em cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, ter parzer com os pais e ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para dizer “eu errei”. É ter ousadia para dizer “perdoa-me”. É ter sensibilidade para expressar “eu preciso de ti”. É ter capacidade de dizer “eu amo-te”.
Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.Ser feliz é ser sempre jovem, mesmo com os cabelos embranquecer. É contar histórias para os filhos, mesmo que o tempo seja escasso. É amar os pais, mesmo que eles não te compreendam. É agradecer muito, mesmo quando as coisas correm mal. É transformar os erros em lições de vida.
Ser feliz é sentir o sabor da água, a brisa no rosto, o cheiro da terra molhada. É extrair das pequenas coisas grandes emoções. É encontrar todos os dias motivos para sorrir, mesmo que não existam grandes acontecimentos. É rir das suas próprias tolices. É não desistir de quem se ama, mesmo que haja decepções. É ter amigos para partilhar as lágrimas e dividir as alegrias(...)É agradecer a Deus pelo espetáculo da vida...
                                                                    Augusto Cury