domingo, 29 de abril de 2012

Como praticar o perdão

O que fazer quando a vida coloca à nossa frente pessoas que se tornam difíceis para uma convivência harmoniosa?
Quantos encontram essas pessoas dentro de casa! Muitas vezes na figura de um irmão ou irmã, cunhado ou cunhada, sogra ou sogro, até mesmo mãe ou pai, vizinhos, patrão, colega de trabalho, professores, colega de escola e até mesmo entre aqueles que nos são subalternos.
Uma das formas mais inteligente e eficaz para se lidar com esse problema foi comprovada pela prática:
Meu filho começou a trabalhar quando tinha apenas um pouco mais de quatorze anos. Na empresa onde trabalhava, sua chefe o tratava de forma rude. Não perdia uma única oportunidade de humilhá-lo. Depois de quase um ano de convivência difícil, um dia, eu o surpreendi chorando no seu quarto. Preocupado, perguntei o que estava acontecendo. Foi quando tomei conhecimento do seu problema. Juntos fizemos uma prece e, inspirado, passei-lhe a seguinte orientação:
- Meu filho, todas as noites ao deitar-se, imagine que está vendo essa moça na sua frente. Depois, converse mentalmente com ela, diga-lhe que você a ama muito. Peça para ela perdoar-lhe por algum mal que você possa ter feito a ela em outras vidas. Procure, através do pensamento, abraçá-la carinhosamente. Faça isso todos os dias e você verá que essa moça vai transformar-se na sua melhor amiga dentro da empresa.
Depois de alguns meses desses exercícios, realmente, a moça transformou-se na sua melhor amiga; graças a ela, hoje, depois de quinze anos, ele ocupa um cargo muito importante dentro da empresa.
Nada resiste à força do amor!
Muitas vezes, o bem que precisamos surge a nossa frente com a aparência de um mal.
Se meu filho fugisse à convivência difícil, não teria alcançado o bem que hoje desfruta na empresa.
A partir dessa experiência bem sucedida, passei a prescrever essa receita para as pessoas que estavam vivenciando situações semelhantes.
Certa vez, uma senhora procurou-me demonstrando muita amargura em seu coração. Ouvi o seu desabafo:
- Estou sofrendo muito. Moro no mesmo quintal da minha sogra e o ambiente vai de mal a pior. Ela me olha com mágoa e eu nunca fiz mal a ela.
Quando ela passa no corredor e olha para dentro da minha casa, eu tremo de cima em baixo.
Não sei mais o que fazer...
- Calma minha filha, para tudo existe solução. Você tem condições de mudar para uma outra casa?
Ela respondeu-me taxativa:
- Infelizmente não.
- Bem. Se as circunstâncias a impedem de mudar, é sinal de que você ainda precisa conviver com ela por algum tempo.
Acredito que essa convivência é importante para que possam, juntas, viverem uma lição necessária ao crescimento espiritual de ambas.
Não se desespere. Vou passar a você uma receita que dificilmente vai falhar:
Todas as noites, ao se deitar, faça uma prece e mentalize a sua sogra como se estivesse na sua frente...
Repeti a mesma receita que havia dado ao meu filho.
Passaram-se alguns meses, essa senhora procurou-me novamente. Emocionada, com lágrimas nos olhos, narrou-me os acontecimentos após os exercícios da mentalização:
- O senhor não imagina! Mudou tudo na minha casa! Não sei o que fazer com a minha sogra! Agora ela não sai do meu lado, quase todos os dias me ajuda a enxugar a louça e, quando faz uma comida diferente, chama-me para almoçar com ela. Antes eu não aguentava a sua presença, agora, sinto alegria por estar ao seu lado.
 Graças a Deus, estamos vivendo em paz!

Não fuja às provações!
Bem aventurados aqueles que edificam apesar das adversidades! Lograrão a liberdade e a paz que desejam!

Nelson Moraes
Orientado pelo espírito Aulus

Verdadeira compaixão

 Quando resolveu contar histórias para crianças em hospitais, como voluntário da associação Viva e deixe viver, aquele desembargador teve de superar a si mesmo.
No dia escolhido para seu turno, na ala de queimados de um grande hospital de São Paulo, ele colocou seu nariz de palhaço, ajeitou seu avental colorido e enfrentou a forte visão das crianças com queimaduras.
Foi um grande choque. Porém, em poucos minutos, ele já estava solto.
Sabia que sua maneira de exercitar a compaixão ali era dar alegria a quem estava mergulhado no sofrimento.
O que ele não podia, naquele momento, era sentir dó, piedade, peninha. Por isso riu e arrancou muitos sorrisos, com as histórias que contou.
Foi um verdadeiro sucesso. Quando estava quase saindo, sentiu um puxão no seu avental. Era um menino de uns cinco anos, com o rosto quase totalmente envolto por bandagens e esparadrapos.
O garoto fez um sinal para o desembargador se inclinar e disse bem baixinho no seu ouvido: Tio, pode não parecer, mas eu estou rindo...
Aí não teve jeito, algo se desmanchouem seu coração. Percebeu que ele se tornou mais terno, mais terno, e perdeu um pouco sua carapaça habitual de dureza.
Como não preenchê-lo de amor por aquela criança vivendo condições tão difíceis?
O sentimento da compaixão é mesmo um transbordamento amoroso. Como as lágrimas, que rolam dos olhos por causa da emoção, ela transborda diretamente do coração, só que em direção ao mundo.
Quando sentimos pena, olhamos de cima para baixo, evitando o envolvimento com a situação ou com o outro.
Quando vivemos a compaixão, olhamos de lado, de dentro e nos sentimos responsáveis, comprometidos com o outro.
A verdadeira compaixão tem por base o raciocínio de que todo ser humano tem o desejo inato de ser feliz e de superar o sofrimento, exatamente como nós.                    
E, exatamente como nós, o outro tem o direito de realizar essa aspiração fundamental.
O filósofo André Comte Sponville esclarece que compartilhar o sofrimento do outro não é aprová-lo nem compartilhar suas razões, boas ou más, para sofrer.
É recusar-se a considerar um sofrimento, qualquer que seja, como um fato indiferente. E um ser vivo, qualquer que seja, como coisa.
Os grandes missionários da Terra, aqueles que se dedicaram ao próximo de forma intensa, foram grandes exemplos dessa compaixão, pois não cederam à indiferença.
Não suportaram ver o sofrimento alheio sem fazer nada a respeito e se atiraram a tarefas grandiosas de abnegação e coragem pelo mundo.
A compaixão é dinâmica, atuante e vibrante.
Eis mais uma virtude que podemos aprender. Mais um tesouro escondido na alma que precisa ser descoberto.
Deixai que o vosso coração se enterneça ante o espetáculo das misérias e dos sofrimentos dos vossos semelhantes.
Vossas lágrimas são um bálsamo que lhes derramais nas feridas e, quando, por bondosa simpatia, chegais a lhes proporcionar a esperança e a resignação, que encanto não experimentais!
     Redação do Momento Espírita, com base em matéria de autoria de Liane Alves, da revista Vida simples, de novembro de 2007

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Morremos antes da hora?

Muitas vezes nos referimos a morte de uma pessoa como "tendo chegado a hora", ou ainda "ninguém morre antes da hora".
Daí a pergunta que muitos fazem: temos pré-determinada a hora de nossa morte?
Ninguém morre antes da hora determinada?
Dentro da visão espírita, temos que analisar dois aspectos importantes quando do nascimento (reencarnação) de um ser humano.
O primeiro aspecto é o potencial genético do corpo formado, resultante da fusão de óvulo e espermatozóide, que determinam a formação de um corpo com determinados potenciais e determinadas limitações.
O segundo aspecto é o potencial energético do perispírito, pois este último promove a ligação do espírito com o corpo físico, arrastando para esse corpo energias positivas e/ou negativas, de acordo com as suas características evolutivas específicas. Essas energias provocam alterações nos potenciais genéticos e de funcionamento do corpo físico.
Da interação entre esses dois aspectos no complexo humano (corpo+perispírito+espírito), temos, teoricamente, estabelecido um potencial de vitalidade ou de energia vital que, em tese, determina um potencial máximo de vida para aquele organismo, ou se quiser simplificar, um tempo máximo de vida orgânica.
Colocamos e destacamos "em tese", pois o exercício do livre arbítrio leva ao perispírito possibilidades de alterar suas características energéticas, com energias positivas ou negativas, o que, por sua vez, altera o potencial de energia vital do complexo humano. Essa alteração pode melhorar ou piorar o potencial de energias vitais.
Da mesma forma, o nosso livre arbítrio também nos leva a utilizar o nosso patrimônio físico, com maior ou menor cuidado com suas necessidades específicas, o que pode gerar um "gasto correto" (econômico) ou um "gasto excessivo" de nossa vitalidade orgânica ou energia vital.
Para melhor explicar isso, vamos exemplificar com o tabagismo (vício de fumar). Estudos e pesquisas internacionais, já muito conhecidas (e reconhecidas), provaram que o consumo de um único cigarro "custa" ao organismo físico o desgaste orgânico equivalente a cerca de 12 a 14 minutos de vida. Isso significa que cada 5 cigarros fumados equivalem a "diminuição" de 1 (uma) hora de vida. O que falar então do uso de drogas (tóxicos) e do alcoolismo? Ou ainda da alimentação inadequada, excessiva? Quanto desgaste isso tudo gera ao potencial orgânico?
Fica fácil de entender que a pessoa pode "danificar" seu corpo físico, encurtando seu tempo de vida orgânica em relação ao seu "potencial de vitalidade". Só isso já poria por terra a teoria de que "ninguém morre antes da hora". Quem não cuidar das suas energias no perispírito ( o que está ligado ao equilíbrio espiritual) e do seu corpo físico, diminui seu tempo de vida orgânica, ou seja, "morre antes da hora". Com isso, adquire débito energético, ou seja, necessidade de "resgate" desse "débito" em outra(s) encanação(ões).
Analisando de um ângulo externo ao próprio complexo humano, temos que nos lembrar de que todos estamos numa vida de relação, com outros indivíduos e com a natureza. E sofremos as conseqüências disso.
Vamos exemplificar de forma bem direta: uma determinada pessoa resolve ir a uma festa, ingere muita bebida alcoólica, embriaga-se. De forma imprudente, vai voltar para casa dirigindo seu veículo. Em excesso de velocidade, perde o controle do carro, atingindo um ponto de ônibus, onde atropela e mata três pessoas, sendo uma criança, um jovem e um adulto.
Essas três pessoas atropeladas estavam na "sua hora de morrer"? Suas mortes estavam "programadas"? Estava escrito? Estava "previsto" na reencarnação de cada um?
É evidente que não, pois em caso contrário não existiria o livre arbítrio, e tudo no mundo seria determinístico, nos tornando meros "robôs" na passagem terrena.
Aquele motorista embriagado ceifou a vida de pessoas que tinham diferentes potenciais de vida, de alguns anos (o adulto) a várias décadas (criança e jovem), e que ainda poderiam viver muito com seu corpo orgânico. As três pessoas "morreram antes da hora".
Não existe uma "programação de morte". Existe um potencial de vida, que pode mesmo ser "estendido" pelo equilíbrio espiritual e respeito e cuidado com o corpo físico, ou ainda, encurtado pelo próprio indivíduo ou por terceiros, que responderão por isso nesta e em outras vidas.
Se as mortes estivessem programadas, cada movimento em todo o mundo estaria programado. Se uma pessoa morre atropelada numa rua, na hora do "pico" do movimento, em São Paulo, por exemplo, e isso estivesse "programado", o atropelador já nasceria com essa "missão", e para ajustar a sincronia entre atropelador e atropelado, todo o trânsito de São Paulo deveria estar "programado", para que todos os envolvidos se encontrassem naquele exato instante.
Cremos que com esses argumentos, evidencia-se que não existe "hora de morte programada".
O que os espíritas devem cuidar é para não se tornarem crentes do determinismo, acreditando numa "programação absoluta da reencarnação", pois isso fere uma verdade basilar – a do livre arbítrio - , sob a qual reside grande parte da filosofia e doutrina espírita.
É preciso estudar um pouco mais a Lei de Causa e Efeito, relacionando isso com o estudo do registro energético do perispírito, de modo a entendermos o correto mecanismo do "resgate e expiação”.
Centro Espírita Luz Eterna - CELE

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Hereditariedade

Realmente, não podemos negar os princípios da hereditariedade em formação do corpo físico.
O fruto é a síntese da árvore.
A casa construída revela a qualidade do operário que lhe assegurou o levantamento.
Nossos pais, na Terra, por isso mesmo, são os artífices da genética, plasmando o instrumento adequado à nossa materialização, a longo prazo, entre os homens.
Urge, porém, considerar que a moradia material nada tem a ver, substancialmente, com o seu inquilino provisório, como o leito nada possui de comum com o enfermo que o ocupa, excetuando-se naturalmente o valor do serviço prestado a um e outro, porquanto, sem o domicílio, o homem estaria relegado à intempérie e, sem o catre acolhedor, o doente pereceria por deficiência de proteção.
Na consangüinidade terrestre, reunimo-nos uns aos outros, de modo geral, pelos princípios da afinidade.
Pais delinqüentes atraem espíritos viciosos que, se lhes filiando à carne transitória, lhes impõem duro trabalho regenerativo, ao passo que lares dignos invocam a presença de almas enobrecidas e belas que elegem na sensibilidade e no amor, na ciência e na virtude o seu clima ideal.
Semelhante regra, contudo, tem as suas exceções porque no ambiente sombrio da viciação e do crime podem aparecer criaturas aformoseadas pelo mais alto nível de evolução, aí cumprido difíceis tarefas de renunciação e soerguimento para que a luz se faça entre os que se refocilam nas trevas, enquanto que nos círculos felizes podem surgir almas torvas, emissárias de sofrimentos e sombras, trazendo agoniado reajuste à assembleia familiar em que temporariamente estagiam.
Desse modo, a família terrena é a forja de laço purificadores, em que cada espírito renascente, embora recolhendo da ascendência doméstica o corpo que mereceu, é, no fundo, o herdeiro de si próprio, de vez que cada qual de nós traz consigo do passado remoto e próximo as bênçãos e as chagas, as aflições e as alegrias que semeou para si mesmo nos caminhos imensuráveis do tempo.
Sejamos cultores da sabedoria e do amor, da bondade e da educação, ainda agora, porquanto, se somos hoje os escravos da espinhosa plantação do pretérito, seremos amanhã venturosos senhores de nossos próprios destinos, se esposarmos o bem por norma inalterável de nossa paz, desde hoje.
  Emmanuel - Francisco Cândido Xavier.

O sono e os sonhos.

Livro dos espíritos - Capítulo VIII - Emancipação da alma 
401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo? Não, o Espírito jamais fica inativo. Durante o sono, os liames que o unem ao corpo se afrouxam e o corpo não necessita do Espírito. Então ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.
402. Como podemos avaliar a liberdade do Espírito durante o sono? Pelos sonhos. Sabeis que, quando o corpo repousa, o Espírito dispõe de mais faculdades que no estado de vigília. Tem a lembrança do passado e às vezes a previsão do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com os outros Espíritos, seja deste mundo, seja de outro. Freqüentemente dizes: "Tive um sonho bizarro, um sonho horrível, mas que não tem nenhuma verossimilhança". Enganas-te. É quase sempre uma lembrança de lugares e de coisas que viste ou que verás numa outra existência ou em outra ocasião. O corpo estando adormecido, o Espírito trata de quebrar as suas cadeias para investigar no passado ou no futuro.
Pobres homens, que conheceis tão pouco dos mais ordinários fenômenos da vida! Acreditais ser muito sábios, e as coisas mais vulgares vos embaraçam. A esta pergunta de todas as crianças: "O que é que fazemos quando dormimos; o que são os sonhos?" ficais sem resposta.
O sono liberta parcialmente a alma do corpo. Quando o homem dorme, momentaneamente se encontra no estado em que estará de maneira permanente após a morte. Os Espíritos que logo se desprendem da matéria, ao morrerem, tiveram sonhos inteligentes. Esses Espíritos, quando dormem, procuram a sociedade dos que lhes são superiores: viajam, conversam e se instruem com eles; trabalham mesmo em obras que encontram concluídas, ao morrer. Destes fatos deveis aprender, uma vez mais, a não ter medo da morte, pois morreis todos os dias, segundo a expressão de um santo.
Isto, para os Espíritos elevados; pois a massa dos homens que, com a morte, devem permanecer longas horas nessa perturbação, nessa incerteza de que vos têm falado, vão, seja a mundos inferiores à Terra, onde antigas afeições os chamam, seja à procura de prazeres talvez ainda mais baixos do que possuíam aqui; vão beber doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais nocivas do que as que professavam entre vós. E o que engendra a simpatia na Terra não é outra coisa senão o fato de nos sentirmos, ao acordar, ligados pelo coração àqueles com quem acabamos de passar oito ou nove horas de felicidade ou de prazer. O que explica também as antipatias invencíveis é que sentimos, no fundo do coração, que essas pessoas têm uma consciência diversa da nossa, porque as conhecemos sem jamais as ter visto. É ainda o que explica a indiferença, pois não procuramos fazer novos amigos quando sabemos ter os que nos amam e nos querem. Numa palavra: o sono influi mais do que pensais, sobre a vossa vida.
Por efeito do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos, e é isso o que faz que os Espíritos superiores consintam, sem muita repulsa, em encarnar-se entre vós. Deus quis que, durante o seu contato com o vício, pudessem eles retemperar-se na fonte do bem, para não falirem, eles que vinham instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu para o contato com os seus amigos do céu; é o recreio após o trabalho, enquanto esperam o grande livramento, a libertação final, que deve restituí-los ao seu verdadeiro meio.
O sonho é a lembrança do que o vosso Espírito viu durante o sono; mas observai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais daquilo que vistes, ou de tudo o que vistes. Isso porque não tendes a vossa alma em todo o seu desenvolvimento; freqüentemente não vos resta mais do que a lembrança da perturbação que acompanha a vossa partida e a vossa volta, a que se junta a lembrança do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília. Sem isto, como explicaríeis esses sonhos absurdos, a que estão sujeitos tanto os mais sábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos também se servem dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.
De resto, vereis dentro em pouco desenvolver-se uma outra espécie de sonhos; uma espécie tão antiga como a que conheceis, mas que ignorais. O sonho de Joana, o sonho de Jacó, o sonho dos profetas judeus e de alguns adivinhos indianos: esse sonho é a lembrança da alma inteiramente liberta do corpo, a recordação dessa segunda vida de que há pouco eu vos falava.
Procurai distinguir bem essas duas espécies de sonhos, entre aqueles de que vos lembrardes; sem isso, cairíeis em contradições e em erros que seriam funestos para a vossa fé.
Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida, que se estende aos lugares, os mais distantes ou que jamais se viu, e algumas vezes mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que retraça na memória os acontecimentos verificados na existência presente ou nas existências anteriores. A extravagância das imagens referentes ao que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeadas de coisas do mundo atual, formam esses conjuntos bizarros e confusos que parecem não ter nem senso, nem nexo.
A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas decorrentes da lembrança incompleta do que nos apareceu no sonho. Tal como um relato ao qual se tivessem truncado frases ou partes de frases ao acaso: os fragmentos restantes, sendo reunidos, perderiam toda significação racional.
403. Por que não nos recordamos sempre dos sonhos?
Nisso que chamas sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito está sempre em movimento. No sono, ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros, seja neste ou em outros mundos. Mas, como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo.
404. Que pensar da significação atribuída aos sonhos? Os sonhos não são verdadeiros, como entendem os ledores da sorte, pelo que é absurdo admitir que sonhar com uma coisa anuncia outra. Eles são verdadeiros no sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito mas que, freqüentemente, não têm relação com o que se passa na vida corpórea. Muitas vezes ainda, como já dissemos, são uma recordação. Podem ser, enfim, algumas vezes, um pressentimento do futuro, se Deus o permite, ou a visão do que se passa no momento em outro lugar, a que a alma se transporta. Não tendes numerosos exemplos de pessoas que aparecem em sonhos para advertir parentes e amigos do que lhes está acontecendo? O que são essas aparições, senão a alma ou o Espírito dessas pessoas que se comunicam com a vossa? Quando adquiris a certeza de que aquilo que vistes realmente aconteceu, não é isso uma prova de que a imaginação nada tem com o fato, sobretudo se o ocorrido absolutamente não estava no vosso pensamento durante a vigília?
405. Freqüentemente se vêem em sonhos coisas que parecem pressentimentos e que não se cumprem; de onde vêm elas? Podem cumprir-se para o Espírito, se não se cumprem para o corpo. Quer dizer que o Espírito vê aquilo que deseja, porque vai procurá-lo. Não se deve esquecer que, durante o sono, a alma está sempre mais ou menos sob a influência da matéria, e por conseguinte não se afasta jamais completamente das idéias. Disso resulta que as preocupações da vigília podem dar, àquilo que se vê, a aparência do que se deseja ou do que se teme. A isso é que realmente se pode chamar um efeito da imaginação. Quando se está fortemente preocupado com uma idéia, liga-se a ela tudo o que se vê.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Abra seu coração

A sala estava repleta de convidados, todos curiosos para ver a obra de arte, ainda oculta sob o pano branco.
Falava-se que o quadro era lindo.
As autoridades do local estavam presentes, entre fotógrafos, jornalistas e outros convidados porque o pintor era, de fato, muito famoso.
Na hora marcada, o pano que cobria a pintura foi retirado e houve caloroso aplauso.
O quadro era realmente impressionante.
Tratava-se de uma figura exuberante de Jesus, batendo suavemente na porta de uma casa.
O Cristo parecia vivo. Com o ouvido junto à porta, Ele desejava ouvir se lá dentro alguém respondia.
Houve discursos e elogios.
Todos admiravam aquela obra de arte perfeita.
Contudo, um observador curioso achou uma falha grave no quadro: a porta não tinha fechadura.
Dirigiu-se ao artista e lhe falou com interesse: A porta que o senhor pintou não tem fechadura. Como é que o Visitante poderá abri-la?
É assim mesmo, respondeu o pintor calmamente.
A porta representa o coração humano, que só abre pelo lado de dentro.
Muitas vezes mal interpretado, outras tantas, desprezado, grandemente ignorado pelos homens, o Cristo vem tentando entrar em nossa casa íntima há mais de dois milênios.
Conhecedor do caminho que conduz à felicidade suprema, Jesus continua sendo a Visita que permanece do lado de fora dos corações, na tentativa de ouvir se lá dentro alguém responde ao Seu chamado.
Todavia, muitos O chamamos de Mestre mas não permitimos que Ele nos ensine as verdades da vida.
Grande quantidade de cristãos fala que Ele é o médico das almas, mas não segue as prescrições d'Ele.
Tantos dizem que Ele é o irmão maior, mas não permitem que coloque a mão nos seus ombros e os conduza por caminhos de luz...
Talvez seja por esse motivo que a Humanidade se debate em busca de caminhos que conduzem a lugar nenhum.
Enquanto o Cristo espera que abramos a porta do nosso coração, nós saímos pelas janelas da ilusão e desperdiçamos as melhores oportunidades de receber esse Visitante ilustre, que possui a chave que abre as portas da felicidade que tanto desejamos.
E se você não sabe como fazer para abrir a porta do seu coração, comece por fazer pequenos exercícios físicos, estendendo os braços na direção daqueles que necessitam da sua ajuda.
Depois, faça uma pequena limpeza em sua casa íntima, jogando fora os detritos da mágoa, da incompreensão, do orgulho, do ódio...
Em seguida, busque conhecer a proposta de renovação moral do Homem de Nazaré.
Assim, quando você menos esperar, Ele já estará dentro do seu coração como convidado de honra, para guiar seus passos na direção da luz, da felicidade sem mescla que você tanto deseja.
O olhar de Jesus dulcificava as multidões.
Seus ouvidos atentos descobriam o pranto oculto e identificavam a aflição onde se encontrasse.
Sua boca, plena de misericórdia, somente consolou, cantando a eterna sinfonia da Boa Nova em apelo insuperável junto aos ouvidos dos tempos, convocando o homem de todas as épocas à conquista da felicidade.
Redação do Momento Espírita
"A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier - Emmanuel

Horas difíceis

Provável estejas atravessando as horas difíceis que não aguardavas.
Querias o empréstimo de recursos amoedados, para acertar os próprios negócios e os amigos falharam.
Perdeste todos os haveres num investimento que te parecia importante e que resultou em fracasso.
Colocaste todas as esperanças num filho querido que te trocou por aventuras inferiores.
Pessoas amadas deixaram-te a sós, afastando-se junto daqueles mesmos que te recebiam com apreço e confiança.
Companheiros de ontem surrupiaram-te hoje as vantagens e os bens.
Apoiavas-te no afeto e na dedicação de alguém que a morte transferiu de plano, impondo-te desajuste e solidão.
Se essas horas de crise te surgiram na existência, não te desanimes e nem te desesperes.
Ergue a fronte para o alto e conta com Deus.

Chico xavier-Emmanuel

terça-feira, 17 de abril de 2012

Súplica à Mãe Santíssima

Senhora:
 Eis-nos de retorno aos caminhos luminosos apresentados pelo vosso Filho Jesus há quase dois mil anos: fé e irrestrita confiança em Deus, amor ao próximo como a si mesmo e entrega total à caridade, sem, a qual, não há salvação.
Há muito tempo planejamos seguir a trilha libertadora, mas distraídos pelas ilusões seguimos rumos diferentes e angustiantes.
Hoje, porém, depois de vivenciadas inomináveis angústias, estamos de volta ao rebanho daquele que é o Caminho da Verdade e da Vida.
Sabemos que, enquanto o mundo moderno estertora sob os camartelos do ódio e da insensatez que o ser humano criou para si mesmo, velais, Senhora, por esses filhos aturdidos que vos foram confiados na cruz…
O pranto, na Terra, se avoluma assustadoramente nos olhos aflitos que perdem lentamente a faculdade de ver com claridade, ao tempo em que a revolta domina a orgulhosa cultura que a civilização elaborou ao largo dos milênios, ante as ameaças de extinção que se vem impondo alucinadamente…
Os horrores da violência, do crime e das guerras individuais, coletivas e internacionais, tomam conta das sociedades, demonstrando a quase nulidade das gloriosas conquistas da ciência, do pensamento, da tecnologia…
As mulheres e os homens encontram-se assinalados pelo desencanto, fugindo na direção dos prazeres, a que se entregam insensatamente, porque se perderam no báratro das próprias necessidades, que não têm sabido discernir, quais as que são relevantes em relação às secundárias e sem importância.
O orgulho impera e a indiferença pelo destino das demais criaturas caracteriza estes dias de ansiedade, de medo e de solidão.
É certo que existem doações de amor e de sacrifício, lutas de redenção e trabalhos dignificadores em quase toda parte, não porém, o suficiente para a construção do reino de Deus nos corações.
Em razão dos sofrimentos que campeiam, rogamos, Senhora, que derrameis a luz do discernimento e a paz dos sentimentos nas existências desarvoradas, informando que, enquanto o amor de Jesus permanecer no mundo, não se apagará das mentes nem dos corações a presença da esperança.
Intercedei por todos aqueles que se deixaram enregelar pelo ódio, endurecer-se pelos desencantos e frustrações, a fim de que a sociedade descubra o seu rumo de segurança.
Ontem, aqui semeastes o amor, a caridade e o perdão, enquanto Roma perseguia e assassinava os discípulos do vosso Filho.
As perseguições, no entanto, ainda prosseguem, temerárias e perversas. Não mais praticadas pelo império dos Césares, dominado pela volúpia do poder mentiroso que ruiu, como tudo quanto é transitório no mundo, substituídas pelo materialismo e pela crueldade.
Naqueles dias já passados, eram os de fora da grei que crucificavam, martirizavam e matavam os seguidores do vosso Filho.
Hoje são os próprios discípulos que se disputam primazias e infelicitam os que são fiéis aos postulados de amor, com os quais eles não concordam…
Tende compaixão, Mãe Amantíssima de todos nós, e ajudai-nos a ser fiéis até o fim, sem reclamações nem desânimo, servindo incansavelmente, certos de que, na etapa final, poderemos ver e ouvir o vosso Filho, informando-nos:
 
joanna de Ângellis e Divaldo franco

domingo, 15 de abril de 2012

Fazendo as malas

Quando uma longa viagem surge na vida de alguém, várias são as providências a tomar.
O indivíduo começa um planejamento de longo prazo, com calma e tranquilidade, para tudo poder executar a tempo.
Aos poucos vai se inteirando das informações do país em que irá morar.
Busca conhecer seus aspectos culturais, o clima, a alimentação, os hábitos locais.
E, antes de partir, aos poucos vai se desfazendo das coisas de menor importância, doando alguns pertences, passando a frente outros objetos, descartando as coisas inúteis que no tempo foi guardando.
Pondera o que efetivamente lhe é de grande valia para poder carregar consigo. Repensa em como irá conduzir a vida, a partir de uma nova morada. E aquilata as novas experiências que lhe serão possibilitadas com a viagem.
Como sabe que os anos no exílio lhe serão longos, despede-se dos amigos, não desesperadamente, mas com lágrimas de até breve.
Dá à família as instruções necessárias para sua ausência, para que tudo corra de maneira adequada e para que sua falta não lhes seja um grande fardo.
E assim se vai preparando, para que o dia da viagem não lhe chegue de forma súbita e inesperada, encontrando-o com a mala por fazer e com os preparativos ainda por se concluírem.
Assim se dá com nosso regresso ao mundo espiritual. É a viagem inevitável que todos faremos de retorno à nossa pátria, deixando a Terra que nos é escola bendita e redentora.
Como a viagem está marcada para todos e apenas desconhecemos a data da partida, que possamos aos poucos avaliar como estamos, caso logo mais sejamos convidados a voltar para casa.
Será que nos despediremos de nossos entes queridos com a tranquilidade de quem sabe que irá reencontrá-los um dia?
Será que já nos desfizemos do peso desnecessário e improdutivo que carregamos em nosso coração? Afinal, ele será a única mala que carregaremos.
Será que já nos desapegamos das coisas daqui, que hoje, por mais importantes que sejam, logo mais não terão serventia, quando partirmos?
Não poucos a morte do corpo físico arrebata de maneira despreparada e surpreendente.
Vivem como se a vida física fosse a de eternidade, sem refletir em momento algum sobre a fragilidade da existência humana, esquecendo-se que imortal é a alma, porém jamais o corpo.
Dessa forma, útil será que todos possamos, vez ou outra, refletir sobre a vida e seus valores.
Saber que ela vai muito além dos limites do corpo físico faz com que cada um de nós, aos poucos, vá arrumando as malas para a inexorável viagem de volta a casa.

Redação do Momento Espírita

sábado, 14 de abril de 2012

O que acontece com um suicida...

O que acontece com um suicida logo após a morte??
Não são boas as notícias. O suicida é sem dúvida nenhuma o ser que mais sofre após a morte.
 Primeiro é preciso saber que nada se perde neste universo. Ao morrer o corpo volta para a Terra e a mente, a consciência, o EU, que chamamos de espírito não desaparece. Ele continua vivo. O que da vida ao corpo é justamente a existência de um espírito que anima a matéria.
 Então tentar se matar achando que será apagado do universo, apagado para sempre é uma tolice. O corpo realmente vai se decompor e vai desaparecer na Terra, mas o espírito continua existindo.
 A morte não é um processo automático. É necessário um determinado tempo para que o espírito se desconecte do corpo e deixe de sentir as impressões.
 Quando a pessoa esta doente este desligamento é gradual e segue um processo natural. Por isso que dizemos que a melhor forma de morrer é através da velhice quando ocorre o falecimento gradativo dos órgãos e o desligamento gradativo do espírito.
 No caso do suicídio não existe um desligamento do espírito do corpo. Se o suicida dá um tiro na cabeça sente a dor terrível do tiro e continua sentindo a dor e os efeitos do tiro depois de morto. Uma pessoa que pula de um determinado local para se suicidar continua sentindo as dores do corpo quebrado depois do impacto.
 Logo depois do ato suicida vem o momento de loucura. O suicida não é uma pessoa emocionalmente e mentalmente equilibrada. Ao perceber que não existe a morte da sua consciência, e que continua vivo, pensando, sentindo, enxergando, bate um desespero e a loucura.
 Muitos suicidas têm o desprazer de sentir seus corpos se decompondo. Apos um longo e sofrido desprendimento da matéria em decomposição, normalmente o suicida é levado para um local referenciado em muitos livros psicografados como “Vale dos Suicidas”.
 Do outro lado as pessoas com personalidade parecida se unem em determinados locais. Aqui na Terra também funciona assim. As pessoas de personalidade parecida costumam se reunir. Na Internet onde não temos limites geográficos temos grupos de pessoas que tem afinidades e se reúnem em grupos virtuais.
 Desta forma os suicidas são atraídos para locais repletos de pessoas que também cometeram suicídio pois ali existe uma compatibilidade de pensamentos e sentimentos.
 Não é preciso fazer muita força para imaginar como seria um local com centenas de milhares de suicidas com o coração cheio de remorso, vingança, raiva, medo e dor. Não é um lugar bonito, cheiroso e organizado. É um verdadeiro caos, ou o que podemos imaginar como um verdadeiro inferno.
 Mas porque o suicida não recebe ajuda?
Da mesma forma que aqui no nosso mundo, lá do outro lado às pessoas só podem ser ajudadas quando realmente desejam ser ajudadas...
 Você só pode recuperar um drogado se ele deseja sair da droga. Você só pode ajudar uma pessoa afundada pela vingança se ela está verdadeiramente disposta a perdoar. Como curar o fumante a força?
 Sentimentos negativos como a raiva, remorso, vingança prende o espírito do suicida a uma camada de nível vibracional muito baixo por ser esta camada compatível com seus sentimentos negativos.
 Tirar um suicida deste lugar só é possível quando ele por conta própria consegue eliminar todos os sentimentos negativos que o fazem ficar em sintonia com este lugar. Se possuir o sentimento de vingança por alguém o espírito precisa perdoar e se livrar deste sentimento.
 Se tem auto piedade, ou seja, pena de si mesmo precisa eliminar este sentimento. Se é arrogante, invejoso, se é alimentado por raiva, precisa “queimar” estes sentimentos. E infelizmente isso costuma acontecer diante do sofrimento.
  Quantas coisas na vida só aprendemos depois que sofremos as conseqüências dos nossos atos? Lá do outro lado é a mesma coisa...
 Legiões de bons espíritos estão sempre vasculhando o lodo do Vale dos Suicidas em busca de espíritos que estejam prontos para receberem ajuda. Infelizmente o suicida não gosta de pedir ajuda.
 Se não fosse assim não teria cometido o suicídio, teria procurado ajuda em vida. Ele está tão mergulhado em seus sentimentos negativos e egoísmo que não consegue ver e aceitar qualquer tipo de auxílio.
 Se você tem um amigo ou parente que cometeu o suicídio saiba que é possível ajudá-lo. E isso pode ser feito através de orações. Orando para que ele se perdoe. Normalmente o suicida se arrepende muito e fica se culpando pelo ocorrido. Então precisa primeiro se perdoar. Precisa também perdoar as pessoas envolvidas.
  Precisa retirar do coração a raiva que sente, ou qualquer sentimento de vingança. O Suicida precisa ter a humildade para pedir ajuda. Você também pode orar para que espíritos amigos possam ajudar neste resgate. A oração e o pensamento positivo podem ajudar muito.
Harmonia Espiritual

terça-feira, 10 de abril de 2012

Pai Nosso

Pai Nosso que estais no céu, na terra, em todos os mundos espirituais.  Santificado e Bendito seja sempre o Vosso Nome, mesmo quando a dor e a desilusão ferirem nosso coração.
Bendito Sejas. 
O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje. Pai, dai-nos o pão que revigora as forças físicas, mas dai-nos também o pão para o espírito. 
Perdoai as nossas ofensas, mas ensinai-nos antes a merecer o Vosso perdão, perdoando aqueles que tripudiam sobre nossas dores, espezinham nossos corações e destroem nossas ilusões. Que possamos perdoá-los, não com os lábios e sim com o coração.Afastai de nosso caminho todosentimento contrário a caridade. 
Que este Pai Nosso seja dadivosopara todos aqueles que sofrem como espíritos encarnados ou desencarnados. 
Que uma partícula deste Pai Nosso vá até os cárceres onde alguns sofrem merecidamente,mas outros pelo erro judiciário.Que vá até os hospícios iluminando os cérebros conturbados que ali se encontram.Que vá até os hospitais, onde muitos choram e sofrem sem o consolo da palavra amiga.Que vá a todos aqueles que neste momento transpõem o pórtico da vida terrena para a espiritual, para que tenham um guia e o Vosso perdão.Que este Pai Nosso vá até os lupanaranes e erga as pobres e infelizes criaturas que para ali foram tangidas pela fome, dando-lhes apoio e fé.Que vá até o seio da Terra onde o mineiroestá exposto ao fogo do grizu e que ele, findo o dia, possa voltar ao seio de sua família.Que este Pai Nosso vá até os dirigentes das nações para que evitem a guerra e cultivem a paz. 
Tende piedade dos órfãos e viúvas.Daqueles que até esta hora não tiveram uma côdea de pão. 
Tende compaixão dos navegadores dos ares.Dos que lutam com os vendavais no meio do mar bravio.
Tende piedade da mulher que abre os olhos do ser à vida. 
E que a Paz e a Harmonia do Bem fiquem entre nós e estejam com todos. 
Assim seja
Fraternidade de Cáritas -Deus Condus

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A pluralidade das existências - Reencarnação

Carlos Alexandre Fett
Allan Kardec foi bastante racional nas considerações que teceu sobre a pluralidade das existências. A certa altura ele diz:
"Se não há reencarnação, não há mais do que uma existência corporal, isso é evidente. Se nossa existência corporal é a única, a alma de cada criatura foi criada por ocasião do nascimento, a menos que admitamos a anterioridade da alma. Mas nesse caso perguntaríamos o que era a alma ANTES do nascimento, e se o seu estado não constituiria uma existência sob qualquer forma. Não há, pois, meio-termo: ou a alma existia ou não existia antes do corpo.
Se ela existia, qual era a sua situação ? Tinha ou não tinha consciência de si mesma ? Se não a tinha era mais ou menos como se não existisse; se tinha, sua individualidade era progressiva ou estacionaria ? Num e noutro caso, qual a sua situação ao tomar o corpo? Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo, ou o que dá no mesmo, que antes da reencarnação só tinha faculdades negativas, formulemos as seguintes questões:
Por que a alma revela aptidões tão diversas e independentemente das idéias adquiridas pela educação ?
De onde vem a aptidão extranormal de algumas crianças de pouca idade para esta ou aquela ciência, enquanto outras permanecem inferiores ou medíocres por toda a vida ?
De onde vêm, para uns as idéias inatas ou intuitivas, que não existem para outros ?
De onde vêm, para certas crianças, os impulsos precoces de vícios ou virtudes, esses sentimentos inatos de dignidade ou de baixeza, que contrastam com o meio em que nasceram ?
Por que alguns homens, independentemente da educação, são mais adiantados que outros ?
Por que há selvagens e homens civilizados ? Se tomarmos uma criança,e a educarmos, enviando-a depois aos mais renomados liceus, faremos dela um Laplace ou um Newton ?
Por que umas nascem na mais extrema miséria e outras na opulência. Umas têm berço de ouro e outras não têm um mísero bercinho para acomodar seu corpinho ?
Por que algumas pessoas nascem portando doenças incuráveis (sem ser caso de hereditariedade) e sofrem a vida toda, e outras nascem cheias de saúde  e  vigor ? Por que morrem crianças em tenra idade e outras vivem muitos anos ?
Por que algumas pessoas nascem sem alguns de seus membros, na cegueira, portando numerosas deficiências físicas ?
Por que uns nascem no seio de povos primitivos e em países inóspitos, e outros nascem no seio dos povos mais civilizados ?
Por que nascem crianças precoces, no campo da música, da matemática e de outros conhecimentos, e outras, apesar de estudarem e se esforçarem a vida toda, não conseguem alcançar um nível razoável de conhecimento ?
Por que criaturas más desfrutam de grande prosperidade na vida, e outras, bondosas e moralizadas, vivem uma vida cheia de tropeços e de amargores ?
Qual a Filosofia ou a Religião que pode equacionar esses problemas sem valer-se da lei das vidas sucessivas ou da Reencarnação ?
O Espiritismo tem explicação para todos esses problemas, demonstrando que essas discrepâncias ocorrem devido, a maior parte das vezes, aos desvios que a criatura comete, e que exige reajuste perante a justiça do Criador.
Deve-se, pois, reconhecer que a doutrina da pluralidade das existências é a única a explicar aquilo que, sem ela, é inexplicável; que é altamente consoladora em conformidade com a justiça mais rigorosa, sendo para o homem a tábua de salvação que Deus lhe concedeu na sua misericórdia infinita.

Mensagens Espíritas e Afins

Chico Xavier

Nascido em 2 de abril de 1910 na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Chico Xavier iniciou-se no estudo do Espiritismo aos 17 anos, por orientação de um amigo, e nunca mais o abandonou. Responsável por mais de 400 obras psicografadas, o médium desencarnou aos 92 anos de idade e deixou um legado de amor e consolo ao próximo.
Federação Espírita