quarta-feira, 10 de julho de 2013

Controle de Natalidade

Sérgio Ribeiro
Em se tratando do “controle de natalidade”, consideramos que, negar-se o homem ao cumprimento das leis sagradas da natureza, obedecendo a fins puramente egoísticos, é um erro condenável, sem falarmos do aborto provocado que constitui um crime tão grave quanto o homicídio diante da justiça inelutável das determinações divinas.
É indubitável, todavia, que a humanidade caminha para a compreensão da maternidade consciente, porque se o homem tem o seu mapa de provações reparadoras, delineado antes de sua reencarnação no orbe terrestre, compete-lhe, na vida planetária, aproveitar todas as possibilidades do seu relativo livre-arbítrio, no sentido de aperfeiçoar o seu instituto de experiências expiatórias.
Consideramos, portanto, que, antes de quaisquer dispositivos sociais sobre esse assunto, tão delicado, seria conveniente ensinar à mulher a ser mãe e ao homem a ser pai, a fim de que os filhos sejam, primeiramente, filhos do seu espírito e não apenas rebentos de sua carne.
As discussões científicas e filosóficas acerca do problema, se repetem por toda parte. Alguns escritores, alarmados, falam de decrescimento dos indivíduos da raça branca, em virtude da observação do malthusianismo. Em alguns países, cogita-se de legislação para que se orientem os trabalhos de fecundação artificial entre os casais estéreis. Ainda aqui, notamos os extremismos dissolventes, assinalando, melancolicamente, as transições de uma época.
Mas, considerando-se que a direção do mundo não pertence ao homem e sim a Jesus, teriam nascido menos pessoas na França, com a observância à lei de Malthus, por parte de muitos casais, e teriam nascido mais na Itália, com o amparo do fascismo à expansão da natalidade? Cremos que não, para considerar com a voz do povo que “Deus escreve direito através de linhas tortuosas”. Para comprovar a nossa assertiva, reconhecemos que as experiências de fecundação artificial, iniciadas com o abade Spallanzani, nos fins do século XVIII, e continuadas até agora, bem como as aplicações da lei de Ogino-Knaus, sobre o assunto, são, até hoje, caracterizadas pelo empirismo e pela insegurança, ante as observações positivas da ciência.
Depreende-se, pois, que ainda neste problema, toda solução está adstrita à realização interior do homem.
A época é de excentricidades e de experimentos, muita vez lamentáveis, mas, nesse particular, nada se terá feito, sem que o homem conheça a excelsitude dos seus grandes e elevados deveres, dentro do sagrado instituto da família, compenetrando-se da sua missão da paternidade.
E não duvidemos de que, com a reforma interior das criaturas, à luz do espiritualismo, o futuro iluminará a Terra com os clarões da maternidade consciente, quando, então, os lares deixarão de ser, como na sua maioria o são na atualidade, os institutos de expiação e de dor, mas remansos de trabalho e de paz espiritual, integrados no mesmo abençoado labor da seara divina de Jesus.

EMMANUEL
(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, em 22-7-1937, transcrita do livro “Doutrina Inglória”, de Leopoldo Machado, p. 204, Rio, 1941.)

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