segunda-feira, 28 de abril de 2014

Mensagem do cantor Chorão

Voltei aos quintos dos infernos
Enlouquecido pelas drogas
Com padecimentos internos
Que nem a morte derroga

Hoje de mil tormentos padeço
Deles não me livrou a morte
Por isso aqui e agora peço
Que orem para que eu seja forte

Durmo hoje como um mineral
Sonhando me sinto vegetal
Desperto pareço um animal
Deixei de ser um Ser hominal

Regredi no tempo e no espaço
Meu ser a droga desfigurou
Só o que ela quer eu faço
Já não sei quem de fato sou

Assim é que aqui e agora
Comigo combate eu travo
Pedindo em prece a toda hora
Que eu não seja mais escravo

E liberto desse vício demoníaco
Mais pesado que qualquer cruz
Que me faz sentir um maníaco
Desprovido de paz e luz

Sem pátria, família, nem Deus
Imploro mesmo sem devoção
Que Jesus amenize os sofrimentos meus
E tenha compaixão desse CHORÃO

Mensagem recebida pelo médium Eduardo Fructuoso em Lar de Frei Luiz no Santuário Luiz da Rocha em 17 de abril de 2014

Reencarnação da mãe de Chico Xavier

“O ano era 1997, numa terça-feira à noite. Quando chegamos para visitá-lo, ele contou-nos o seguinte caso:

- Hoje minha mãe me apareceu e disse-me:
- “Meu filho, após tantos anos de estudo no mundo espiritual estou-me formando assistente social. Venho me despedir e dizer que não mais vou aparecer a você”.
- Mas a senhora vai me abandonar?
- Não meu filho. Imagine você que seu pai precisa renascer e disse que só reencarna se eu vier como esposa dele. Fui falar com a Cidália, sua segunda mãe, que criou vocês com tanto carinho e jamais fez diferença entre os meus filhos e os dela. Ela contou-me que também precisa voltar à Terra. Então eu lhe disse:
- Cidália, você foi tão boa para meus filhos, fez tantos sacrifícios por eles, suportou tantas humilhações… Nunca me esqueci quando você disse ao João Cândido que só se casaria com ele se ele fosse buscar meus filhos que estavam espalhados por várias casas para que você os criasse. Desde minha decisão de voltar ao corpo, tenho refletido muito sobre tudo isso e venho perguntar-lhe se você aceitaria nascer como nossa primeira filha? Abraçamo-nos e choramos muito. Quando me despedi dela, perguntei-lhe:
- Cidália há alguma coisa que eu possa fazer por você quando for sua mãe?
Ela me disse:
- Dona Maria, eu sempre tive muita inclinação para a música e não pude me aproximar de um instrumento. Sempre amei o piano.
- Pois bem, minha filha. Vou imprimir no meu coração um desejo para que minha primeira filha venha com inclinação para a música. Jesus há de nos proporcionar a alegria de possuir um piano.
A essa altura da narrativa o Chico estava banhado em lágrimas e nós também. Mas continuou a falar de Dona Maria:
- Seu pai vai reencarnar em 1997. Vou ficar junto dele por aproximadamente três anos e renascerei nos primeiros meses do ano 2000.
- Mas a senhora já sofreu tanto e vai renascer para ser esposa e mãe novamente?
- São os sacrifícios do amor… Até um dia meu filho…
Neste momento, concluiu o Chico, também ela começou a chorar”.

Extraído do livro MOMENTOS COM CHICO XAVIER, de Adelino Silveira, ed. GEP

quinta-feira, 24 de abril de 2014

No Lar

Bondade no campo doméstico é a caridade começando de casa.
Nunca fale aos gritos, abusando da intimidade com os entes queridos.
Utilize os pertences caseiros sem barulho, poupando o lar a desequilíbrio e perturbação.
Aprenda a servir-se, tanto quanto possível, de modo a não agravar as preocupações da família.
Colabore na solução do problema que surja, sem alterar-se na queixa.
A sós ou em grupo, tome a sua refeição sem alarme.
É sempre possível achar a porta do entendimento mútuo, quando nos dispomos a ceder, de nós mesmos, em pequeninas demonstrações de renúncia a pontos de vista.
Quantas vezes um problema aparentemente insolúvel pede tão somente uma palavra calmante para ser absorvido?
Abstenha-se de comentar assuntos escandalosos ou inconvenientes.
Em matéria de doenças, fale o estritamente necessário.
Procure algum detalhe caseiro para louvar o trabalho e o carinho daqueles que lhe compartilham a existência.
Não se aproveite da conversação para entretecer apontamentos de crítica ou censura, seja a quem seja.
Se você tem pressa de sair, atenda ao seu regime de urgência com serenidade e respeito, sem estragar a tranquilidade dos outros.

André Luiz e Chico Xavier
 Do Livro-Sinal Verde

Cepal André Luiz

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Vícios

1 -O que você acha do cigarro?
Como dizia velho confrade, o cigarro é esse enroladinho de fumo que tem uma brasa de um lado e um bobo do outro.

2 -São milhões de bobos no Mundo?
Em relação aos vícios existem em quantidade bem maior do que você imagina. Vastíssima parcela da população insiste em ouvir o canto da sereia, que representa o apelo às delícias da vida, mergulhando em tormentosos abismos. Procuram prazer no cigarro, no álcool, nas drogas, colhendo em breve doenças e sofrimentos.

3 -Por que os coroas ficam cutucando a gente em relação ao assunto? Afinal, também não cultivaram ou cultivam viciações?
Justamente por isso devem ser ouvidos. Sentem na própria pele as conseqüências do vicio.

4 - E dai, não temos o direito de colher nossas próprias experiências?
Sem dúvida. Afinal, um câncer no pulmão, uma cirrose hepática, um distúrbio nervoso e tantos outros males provocados por cigarros, bebidas e drogas talvez não lhe pareçam um preço muito alto a ser pago em futuro próximo pela satisfação efêmera do presente.

5 - Admitindo que você tem razão, como
vencer essa dependência? Parece algo obsessivo, quase uma segunda natureza...

Toda pessoa que se inicia no vicio é um obsidiado em potencial. Há viciados do Além que transformam os da Terra em instrumentos para satisfação do vício, numa associação psíquica que é uma espécie de transe mediúnico às avessas. Na função normal, o médium capta as impressões do Espírito. Na comunhão obsessiva
o Espírito colhe as sensações do viciado.

6 - Tenho, então, parceiros invisíveis, como
aproveitadores de uma bituca?

Isso mesmo. Dai falharem freqüentemente os tratamentos de desintoxicação do viciado. A pressão espiritual é muito forte.

7 -Os parceiros invisíveis não deixam?
Os Espíritos não têm o poder irresistível de nos induzir ao vicio ou alimentá-lo. Ë que dificilmente o viciado se convence de que é imperioso deixar o vício, em favor de sua saúde. No fundo sempre imagina que não é tão mal assim.

8 -O que deve fazer o indivíduo que quer vencer o cigarro, as drogas, o álcool?
Há vários métodos, mas o que realmente funciona começa a partir de uma firme determinação nesse sentido. Ë preciso orar muito, ligando-se aos benfeitores espirituais que trabalham por sua recuperação. Freqüentar reuniões de assistência espiritual, no Centro Espírita. Submeter-se ao passe magnético. Confiar em si mesmo e valorizar suas potencialidades como filho de Deus. Repetir sempre: “Com a proteção divina hei de conseguir”. Como está em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, ajuda-te que o Céu te ajudará.


RICHARD SIMONETTI
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Divaldo Franco e as vítimas do Holocausto

Terça-feira, 12 de julho de 2011. Reunião de desobsessão na Sociedade Espírita Joanna de Ângelis, sob a direção de Vitor Silvestre.

O pequeno grupo reunido, nos minutos que antecedem ao início dos trabalhos, comenta a memorável visita de Divaldo Franco, à nossa SEJA, no domingo, dia 10/07, dois dias antes, portanto. Na conversação que se estabeleceu os participantes da reunião fizeram várias observações sobre o tema que Divaldo abordou, ao relatar sua experiência quando esteve no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.
Feita a leitura de O Evangelho segundo o Espiritismo, a prece inicial foi proferida pelo dirigente.
Algumas comunicações foram acontecendo.
Aproximando-se a parte final dos trabalhos, comunica-se um Espírito, por meu intermédio, que relata o que aconteceu, no plano espiritual, enquanto Divaldo citava os horrores do holocausto.
“- Naquela manhã – começou o Espírito comunicante - eu participei de uma assembléia das vítimas do holocausto, de diversas nacionalidades, que fomos trazidos para esta Casa a fim de assistir o relato que ele iria apresentar. Éramos um grande grupo.
- A finalidade de nossa presença relacionava-se com a necessidade que cada um sentia, intimamente, de compreender os motivos pelos quais tivemos que passar por tantos sofrimentos. Evidentemente que já havíamos sido informados a respeito, no meu caso, sendo judeu, as Leis do Torá foram diversas vezes citadas, não só para mim, mas igualmente aos meus irmãos de raça. Entretanto, isso não aclarava suficientemente as nossas mentes, ávidas de explicações que nos acalmassem a ânsia de saber mais profundamente.
- Ele (Divaldo) seguia relatando os detalhes do campo de concentração e a maneira como era efetuada a seleção dos que iam ser exterminados imediatamente à chegada e outros que seriam poupados para diferentes ocasiões. Não necessitamos de intérpretes para entendermos o que ele dizia, pois era como se houvesse tradução imediata. Neste momento em que transmito esta mensagem tenho alguma dificuldade com o idioma, mas estou conseguindo, com a ajuda superior.
- Grande número de prisioneiros, como no meu próprio caso, ia sendo levado às câmaras de gás, sem saber o porque daquele terrível destino. Na verdade, a maioria seguia como gado indo para o matadouro sem ter noção do que viria depois. Quando nos demos conta da realidade o horror que a todos invadiu foi enlouquecedor.
- Mas ali estávamos, naquela manhã, ouvindo o orador, de alguma forma refeitos das dores superlativas, do medo, da revolta, buscando respostas mais claras e tentando conceber como a Misericórdia de Deus atuou sobre nossas vidas mesmo em tão dramáticas circunstâncias.
- Fomos cientificados que nem todos, porém, vivenciaram reações semelhantes às nossas. Soubemos que algumas vítimas das atrocidades tiveram outra compreensão do que padeceram, libertando-se das injunções sofridas e logo alçando voos para regiões mais altas. Entretanto, por outro lado, tivemos notícias de que muitos daqueles ali exterminados se transformaram em vingadores, dominados pelo ódio contra os algozes, que o sofrimento acarretou.
- A explanação, todavia, não terminou quando ele encerrou a reunião (prossegue o comunicante). A partir daquele instante fomos sendo esclarecidos quanto aos pormenores para que tivéssemos um entendimento maior.
- 70 anos transcorridos até hoje é pouco tempo. Agora sabemos que séculos e séculos se passaram quando nos comprometemos perante a Contabilidade Divina. Fizemos parte de hordas cruéis de antigos povos bárbaros, devastando lares, destruindo famílias, incendiando cidades e vilas, pilhando e matando sem piedade para com adultos, crianças, velhos. Muitos de nós em outras épocas nos erigimos em seguidores de líderes considerados hediondos pela Humanidade. Foi assim que soubemos que cada um escreve sua própria história, somos, pois, herdeiros de nós mesmos. Este entendimento abriu-nos perspectivas inteiramente novas, acalmando-nos as emoções e os sentimentos.
- Nosso grupo, do qual sou representante, foi informado, que a presença de Divaldo ao campo de concentração de Auschwitz, hoje transformado em museu, para que os seres humanos jamais se esqueçam das terríveis ocorrências vividas naquele local por outros seres humanos, algozes e vítimas-, desencadeou uma série de providências, articuladas pelos Espíritos de Luz, para esclarecimento de grande parte dos que ali foram exterminados, apegados que estávamos a ideias de revolta, rebeldia e ceticismo quanto à justiça de Deus. Portanto, os relatos que ele tem apresentado proporciona benefícios notáveis a inúmeros grupos, que são encaminhados, constituindo um nobre programa de aclaramento da verdade.
-(Emocionado, o Espírito agradece) Foi assim que um horizonte novo se abriu para nós, graças às explicações profundas que o Espiritismo apresenta. Fomos envolvidos por um ambiente de amor e paz, que nos engrandeceu, porque até aquele dia cultivávamos a ideia negativa de nossa pequenez irremediável, como se nada mais restasse para cada um de nós. Igualmente passamos a sentir que Deus é Pai de todas as criaturas humanas, sem distinção de raça, sem rótulos religiosos ou qualquer separação. Portanto, agradecemos a esta Casa que nos acolheu. Prossigam nesse caminho, tendo Jesus como guia, O qual também nos é grato seguir.”
A Entidade se despediu, deixando-nos profundamente comovidos . Um profundo silêncio seguiu-se à comunicação do nosso querido irmão.
Mais alguns minutos e o Mentor da sessão, Dr. Almada Horta, trouxe-nos alguns esclarecimentos adicionais quanto ao trabalho realizado decorrente da visita do querido amigo Divaldo Franco.
Na prece final Vitor externou toda a gratidão do grupo mediúnico e, também de nossa SEJA por esse significativo ensejo de trabalho, reconhecendo que de nossa parte pouco fizemos e que tudo devemos a mentora da SEJA, Joanna de Ângelis.

Suely Caldas Schubert
Fonte: Espiritualidade e Ciência
Pensamentos de André Luiz

domingo, 20 de abril de 2014

Sonhos com entes queridos

Podemos estar com nossos entes queridos em sonho e, ao acordar, não lembrarmos de nada?
O desprendimento da alma pelo sono constitui uma situação muito oportuna para entrarmos em relação com nossos entes queridos. Afirmam-nos os Espíritos da Codificação que “é tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas” (questão 414 de 'O Livro dos Espíritos'). Por outro lado, o sonho “é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono”. No entanto, nem sempre recordamos nossas experiências após despertar. Dizem os Benfeitores Espirituais que isso se dá porque ainda não tendes “a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades” (questão 402 de 'O Livro dos Espíritos').

Creditam ainda este esquecimento às características da matéria grosseira e pesada que compõe nosso corpo físico. “O corpo dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais” (questão 403 de 'O Livro dos Espíritos'). É muito justa esta observação da Espiritualidade, pois em nossa condição de Espíritos encarnados, constituem-se memórias conscientes apenas aquelas reminiscências que irritam os centros nervosos correspondentes, localizados no Sistema Nervoso Central.
Em função disso, muitos questionam a utilidade destes encontros, alegando que as idéias e conselhos compartilhados durante o sono não possam ser aproveitados na vida de vigília. Neste ponto, esclarecem os Espíritos da Codificação que “pouco importa que comumente o Espírito as esqueça, quando unido ao corpo. Na ocasião oportuna, voltar-lhe-ão como inspiração de momento” (questão 410a de 'O Livro dos Espíritos'). Até porque a grande maioria destes diálogos diz respeito a temas que interessam mais à vida espiritual do que à corpórea.
Portanto, percebemos que a possibilidade de encontro com entes queridos durante o sono é real e freqüente. Aliás, o sono é “a porta que Deus lhes abriu para que possam ir ter com seus amigos do céu” (questão 402 de 'O Livro dos Espíritos'). Mas, para que isso aconteça, mais do que o simples fato de querer, quando desperto, é preciso evitar que as paixões nos escravizem e nos conduzam, durante o sono, a campos menos felizes da experiência espiritual.

“Aquele que se acha compenetrado desta verdade eleve o seu pensamento, no momento em que sente aproximar-se o sono; solicite o conselho dos Bons Espíritos e daqueles cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham assisti-lo, no breve intervalo que lhe é concedido. Se assim fizer, ao acordar se sentirá fortalecido contra o mal, com mais coragem para enfrentar as adversidades” (item 38 do Capítulo XXVIII de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').

Retirado do site OSGEFIC
Fonte: Espírita na Net

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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Meimei sentiu ciúmes?

- história contada por Chico Xavier

Era uma agradável tarde de sábado e estávamos na ecumênica área da casa do Chico, quando alguém lhe disse:
- Chico, fale-nos sobre Meimei.
Sua fala mansa e agradável começou a penetrar-nos ouvidos.
- É um espírito que tem trabalhado muito. Lembro-me quando ela precisou encaminhar seu ex-esposo, que andava muito triste, para o segundo matrimônio. Quando a data do casamento estava próxima, ela começou a sentir um pouco de ciúmes e desejou voltar para junto dele. “Como esposa, não dá mais tempo. Mas, como filha, ainda posso”, pensou ela.
Fez a solicitação, mas seu requerimento foi parar nas mãos de nosso caro Emmanuel. Ele a chamou e disse:
- A senhora tem méritos suficientes para nascer como filha de seu ex-esposo, mas por que, então a senhora sensibilizou tantos corações com suas mensagens, levantando creches e lares para crianças? Deseja deixar o trabalho sobre os ombros dos companheiros e voltar à Terra por uma simples questão de ciúmes? Posso encaminhar seu requerimento às Autoridades Superiores, mas quero que a senhora fique bem certa que ele vai sair daqui com o primeiro “não”, que é o meu.
Desde então, Meimei desistiu da idéia e continua no mundo Espiritual graças a Deus.
Os dois tipos de sofrimentos, físico e moral, são de exclusiva culpa do próprio homem, que ao se desviar das leis divinas e humanas, atraem para si as dores e sofrimentos que experimentam, aqui e do outro lado da vida. O sofrimento material algumas vezes independe da vontade do homem, mas o sofrimento moral como: o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, numa palavra, são torturas da alma, ou seja, são fraquezas da alma. (O Livro dos Espíritos, questão 933)

183 –Como se interpreta o ciúme no plano espiritual?

-O ciúme, propriamente considerado nas suas expressões de escândalo e de violência, é um indício de atraso moral ou de estacionamento no egoísmo, dolorosa situação que o homem somente vencerá a golpes de muito esforço, na oração e na vigilância, de modo a enriquecer o seu íntimo com a luz do amor universal, começando pela piedade para com todos os que sofrem e erram, guardando também a disposição sadia para cooperar na elevação de cada um.
Só a compreensão da vida, colocando-nos na situação de quem errou ou de quem sofre, a fim de iluminarmos o raciocínio para a análise serena dos acontecimentos, poderá aniquilar o ciúme no coração, de modo a cerrar-se a porta ao perigo, pela qual toda alma pode atirar-se a terríveis tentações, com largos reflexos nos dias do futuro. 
(O Consolador - Emmanuel)
Por trabalhadores do Bem

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Visão Espírita da Páscoa

O Espiritismo não celebra a Páscoa, mas respeita as manifestações de religiosidade das diversas igrejas cristãs, e também não proíbe que seus adeptos manifestem sua religiosidade.
Páscoa, ou Passagem, simboliza a libertação do povo hebreu da escravidão sofrida durante séculos no Egito, mas no Cristianismo comemora a ressurreição do Cristo, que se deu na Páscoa judaica do ano 33 da nossa era, e celebra a continuidade da vida.
O Espiritismo, embora sendo uma Doutrina Cristã, entende de forma diferente alguns dos ensinamentos das Igrejas Cristãs. Na questão da ressurreição, para nós, espíritas, Jesus apareceu à Maria de Magdala e aos discípulos, com seu corpo espiritual, que chamamos de perispírito. Entendemos que não houve uma ressurreição corporal, física. Jesus de Nazaré não precisou derrogar as leis naturais do nosso mundo para firmar o seu conceito de missionário. A sua doutrina de amor e perdão é muito maior que qualquer milagre, até mesmo a ressurreição.
Isto não invalida a Festa da Páscoa se a encararmos no seu simbolismo. A Páscoa Judaica pode ser interpretada como a nossa libertação da ignorância, das mazelas humanas, para o conhecimento, o comportamento ético-moral. A travessia do Mar Vermelho representa as dificuldades para a transformação. A Páscoa Cristã, representa a vitória da vida sobre a morte, do sacrifício pela verdade e pelo amor. Jesus de Nazaré demonstrou que pode-se Executar homens, mas não se consegue matar as grandes ideias renovadoras, os grandes exemplos de amor ao próximo e de valorização da vida.
Como a Páscoa Cristã representa a vitória da vida sobre a morte, queremos deixar firmado o conceito que aprendemos no Espiritismo, que a vida só pode ser definida pelo amor, e o amor pela vida. Foi por isso que Jesus de Nazaré afirmou que veio ao mundo para que tivéssemos vida em abundância, isto é, plena de amor.

Por: Amilcar Del Chiaro Filho

Fonte: Luz da Existência

terça-feira, 15 de abril de 2014

A Mensagem do Ancião

Aqueles que são médiuns da Luz são trabalhadores do Céu, que criou a Terra; são como alto-falantes do Eterno, por onde as vozes dos espíritos alertam os homens.

Muitas vezes, o Alto envia seus emissários, que trazem boas novas do Céu entre os homens. Em determinadas épocas, eles se manifestam no plano físico; em outras, operam invisivelmente, sem que a humanidade note a sua presença.

E, hoje, eu quero contar uma história sobre Jesus. E era o meu avô, o Ancião, que me contava essa história. E ele me contou isto muitas vezes; e eu, que era criança, não entendia direito, mas guardei as palavras dele no meu coração.
O meu avô era um sábio, tranquilo e humilde. Homem de poucas posses, nunca teve status e trabalhou a vida inteira. Nunca ouvi qualquer reclamação dele para com qualquer outra pessoa. Nunca o vi irritado. Para todos, sempre tinha um palavra de conforto e de apoio; e ele sempre rezava quietinho no seu canto. Ele ligava o seu coração ao Coração de Jesus...
Ele curou muitas pessoas e também libertou muitos espíritos presos, em muitas ocasiões. E me contou as histórias de Jesus, e me disse que quem as contava para ele, por sua vez, eram os anjos, que desciam numa coluna de luz em sua morada.
E esses anjos projetavam imagens da época de Jesus na Terra, e diziam para ele que essas imagens estavam gravadas na aura do planeta, disponíveis para todos que tivessem o coração aberto.
E nessas imagens, o meu avô via Jesus conversando com seus discípulos e com as pessoas da população simples. Ele viu a decida de Jesus à Terra, que foi como um raio cortando os diversos planos e descendo no orbe.
Desde o momento de sua descida, havia uma Coluna de Luz sobre Ele, que entrava sobre sua cabeça e ia até os seus pés. Uma proteção divina constante. Mesmo encarnado num corpo da Terra, Ele estava ligado ao Céu, e sua encarnação não era uma descida comum. Assim como outros instrutores espirituais ao longo da história, Ele também desceu numa missão especial.
E Ele foi crescendo em Glória e Luz e, desde pequeno, manifestava diversos poderes incompreensíveis até para os seus pais. E Ele descobriu que teria que manter esses poderes sob controle, para não assustar as pessoas.
E Ele foi crescendo... E a Coluna de Luz sobre Ele, todo o tempo.
E, sim, Ele levitou sobre as águas. Não é um mito. Porque Ele podia flutuar, e sabia como fazer para vencer as leis da gravitação. Mas Ele não costumava fazer isso, porque jamais ficaria acima de seus semelhantes. Por isso, ele mantinha suas capacidades sob um certo controle, pois Ele não queria manifestações externas desse poder. Ele queria a transformação das consciências e a transmutação dos corações.
E o meu avô me contou que também O viu conversando com as pessoas simples e com os discípulos, e que eles não entendiam metade do que Ele falava, porque eles cometiam o erro de tentar escutá-Lo com a mente. Mas Ele usava da linguagem do Espírito, que só é compreendida pelos corações.
E os poucos que compreenderam sua mensagem, dentro do coração, tiveram o Amor como a aurora que surgiu em meio às trevas de suas limitações. Suas palavras calaram fundo, porque falavam diretamente ao Espírito.
E Ele caminhou pela Terra até o momento final de seu trabalho... E Ele sabia que os fracos do caminho não eram aqueles que caíam sobre o poder da espada ou do governo do mundo. Os fracos eram aqueles que, supostamente, detinham o poder do mundo - os arrogantes, os que se achavam muito fortes.
Ele sabia que sempre haverá um amanhã e que, aquele que planta, com certeza colherá...
Ao ver alguém caído sob o peso da violência, Ele não se abalava; mas Ele tinha grande compaixão por quem praticava a violência, porque ali Ele via o verdadeiro doente.
Ele via dentro dos corações aquilo que ninguém via. E Ele se admirava muito da aurora e do crepúsculo, momentos mágicos.
E, então, Ele se foi... Para o Céu de onde veio, deixando a sua mensagem e, ao mesmo tempo, arrebatando muitos espíritos em sua ascensão.
E o meu avô me contou tudo isso, que ele via, espiritualmente, mostrado pelos anjos. E ele sempre reafirmava que, apesar de todo seu poder, Jesus jamais pairaria acima dos seus semelhantes, porque Ele os considerava como irmãos, como iguais diante de Deus.
E o meu avô, no devido tempo, também se foi... E eu cresci, formei a minha família e também me tornei avô, no tempo certo das coisas.
Pois, assim como as estações passam, e a fruta verde finalmente amadurece, as folhas verdinhas também caem, em seu tempo. E também é assim na vida do homem da Terra... E eu também tive o meu tempo, onde as folhas verdes de minha vida física foram secando com a idade.
E eu tentei contar para os meus netos a mesma história que o meu avô me contava, mas o tempo era outro e eles não ouviam. E, no momento certo, eu também fui... E encontrei o meu avô, rejuvenescido - e eu, também, rejuvenescido.
E nós contamos muitas histórias, um para o outro, e o meu avô me disse que estava na hora dele ir para outro lugar e que ele me deixaria no posto dele. Então, os anjos que se comunicavam com ele, passaram a se comunicar comigo, e eu comecei a ver as mesmas imagens de Jesus. E eles me orientaram a descer entre os homens de boa vontade, para recontar a mesma história. E pela graça de Deus, isto agora é possível.
Porque Deus coloca mensageiros e médiuns na Terra, que são alto-falantes do Eterno, para que as vozes dos antigos não se percam em sua sabedoria. Para que elas possam ser veiculadas no mundo moderno, tão carente de histórias que falem ao coração.
E, hoje, nós podemos estar juntos numa comunhão de corações que intercambiam luzes e sentimentos, que viajam para outros corações, de todos os planos...
E, se vocês me permitem dizer, embora os anos passem, todos vocês são crianças diante da sabedoria do Eterno. E criança faz muita birra- tem muita teimosia -, mas, sempre haverá um amanhã... E nenhuma birra, nenhuma teimosia, nenhuma espécie de arrogância irão dominar o amanhã de vocês.
Numa outra ocasião especial, eu virei aqui novamente. Se for possível a vocês guardarem um lugar para mim, eu me sentarei junto. Se vocês reservarem um banquinho de madeira, para que eu me sente como fazia, outrora, eu lhes contarei outras histórias, porque o meu avô também falava do Buda. Dizia que Ele era capaz de acalmar as tempestades e as ventanias, e poucos sabem disso. E falava também de Sócrates, Pitágoras, Krishna e outros instrutores.
Há muitas histórias, e mesmo aquelas que o meu avô não me contou, hoje os anjos me contam e me mostram, nas telas do passado, esses acontecimentos maravilhosos, que servem de referência para novas inspirações nos dias de hoje.
Numa próxima ocasião, se Deus assim permitir e vocês guardarem o meu lugar, eu retornarei. Ah, hoje eu também sou conhecido como o meu avô era conhecido: eu sou apenas mais um Ancião.

(Recebido espiritualmente por Wagner Borges - Jundiaí, 22 de junho de 2010.)

- Nota de Wagner Borges:
 Esses escritos são a transcrição de um lance psicofônico ocorrido durante uma reunião com o grupo de estudos do Espaço Origens, em Jundiaí. Enquanto eu conduzia uma prática espiritual com a turma, o Ancião acoplou mediunicamente comigo e projetou essas palavras aqui transcritas. Por sorte, alguém estava com um pequeno gravador e registrou o lance. E, agora, a mensagem dele está sendo disponibilizada em aberto para todos.
Espero que ele apareça novamente, pois deixou a todos os presentes com uma energia maravilhosa. E a sabedoria dele, então, nem se fala... E eu só tenho a agradecer a honra de um sábio assim me permitir ser seu canal interplanos e veicular os seus toques conscienciais tão legais e amigos.

Paz e Luz.

Wagner Borges é pesquisador, conferencista e instrutor de cursos de Projeciologia e autor dos livros Viagem Espiritual 1, 2 e 3 entre outros.

Leia mais: http://www.cacef.info/news/a-mensagem-do-anci%c3%a3o/?

Deus aguarda

Nunca se creias inútil.
O Caminho para a Vida Superior começa na prestação de serviço aos outros. E as Leis de Deus não te conservariam onde te encontras, se ai não tivessem necessidade de ti.
Reflete e reconheceras que todos os seres, ao redor de teus passos, algo esperam que os mantenha e auxilie.
Erguendo-te, cada manhã, observa e perceberás que todos aqueles que se te associam ao grupo doméstico, aguardam o teu sorriso ou a tua frase encorajadora, nos quais se nutram de equilíbrio para mais um dia de trabalho e de esperança.
Nas tarefas em que te vejas, os companheiros te rogam cooperação.
Na rua, os transeuntes te pedem paciência em que se te expressem o entendimento e a bondade.
E a lista das requisições prossegue aumentando...
O Irmão da experiência comunitária te reclama simpatia, os necessitados aguardam pelo socorro que se te faça possível; o animal te esmola proteção, a planta te requisita respeito, a fonte espera lhe faças a preservação e a defesa, o ambiente em que vives conta contigo, na execução dos próprios deveres, a fim de que a paz felicite a vida de todos... E se estiveres de pensamento acordado, ante os princípios do Bem Eterno, compreenderas, em todas as situações e em todos os lugares, que Deus necessite de tua colaboração e espera por ti.

pelo Espírito Meimei - Do livro: Deus Aguarda, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Leia mais: http://www.cacef.info/news/deus-aguarda/?

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A vontade de Deus

A chuva caiu forte. Todo o povoado comentava que era vontade de Deus.
E, como de outras vezes já ocorrera, o enorme tronco de uma figueira se atravessou na estrada, despencando do morro, e deixou totalmente isolada aquela comunidade.
Pedras se deslocaram, rolando morro abaixo. A enxurrada varria as ruas, com violência.
Enquanto cada um lamentava e entrava em sua casa para racionar a comida para os próximos dias, o menino da casa de flores amarelas saiu em disparada para o meio do mato.
Não lhe importava a chuva que continuava caindo, embora menos intensa. Habitualmente, era ali, debaixo da copa das árvores, que ele dialogava com seu anjo, da mesma forma que o fazia, à noite, em suas orações, antes de dormir.
Meio sem jeito, Pedro perguntou o motivo daquela chuva, daquele tronco, tudo de novo, como de outras vezes passadas. Seus pais estavam cansados daquilo, seus amigos também.
Mas o anjo confirmou: Foi Deus mesmo quem mandou a chuva.
Aquilo incomodou o garoto. Ele saiu dali e foi em direção ao tronco. Atirou-se na lama e se pôs a empurrar a enorme figueira tombada.
Os mais velhos esbravejavam, cada um em sua porta. E diziam da inutilidade daquilo. O anjo ficou à frente do seu pupilo e o incentivou: Você consegue. Não pare. Continue.
Com os braços tremendo e as mãos arranhadas, alguns minutos depois, Pedro olhou para o lado. Todas as crianças da vila haviam se juntado a ele e empurravam.
Enquanto faziam força, riam dos seus escorregões, da lama em seus corpos, da cara suja. E brincavam, deixando que a chuva lhes lavasse as manchas da roupa. Empenhavam-se como irmãos.
Com o insucesso de retirar os filhos do tronco deitado, as mães e as avós resolveram participar da fantasia dos meninos. Logo, os homens se mobilizaram.
Largaram seus copos de café, que esquentavam seus corpos, e se colocaram à disposição do que consideravam uma causa perdida, uns em respeito às suas esposas, outros pelos seus filhos.
Depois de muito esforço, conseguiram deslocar a figueira para o lado. O caminho estava livre.
A seguir, providenciaram a retirada das grandes pedras do meio das ruas.
Aqueles momentos conectaram para sempre aquela gente. As faltas foram perdoadas, as desculpas foram aceitas.
Eram todos companheiros, empenhados num único propósito.
A discórdia deu lugar à união, o desespero à esperança, a tristeza à alegria, as trevas à luz e a dúvida à fé.
Finalmente, a comunidade havia entendido a vontade de Deus. Ele mandara a chuva, que desencadeara o episódio da derrubada da figueira e o deslocamento das grandes pedras.
Contudo, a união de todos, o esforço conjugado, resolvera a dificuldade.
Pedro descansava na lama, agora, enquanto sentia o afago de seus pais.
E todos haviam aprendido que o êxito é uma bênção de forças conjugadas da natureza, enquanto a força é ato, que significa compromisso no bem ou no mal, é a palavra que edifica ou destrói.
A oportunidade é a nossa porta de luz, no sagrado momento que passa.


Redação do Momento Espírita, com base no artigo A vontade de Deus e A figueira do caminho, da Revista Cultura Espírita, de janeiro.2014, do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, Rio de Janeiro; nos verbetes Êxito, Força e Oportunidade, do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Do site: http://www.momento.com.br

Prece aos desencarnados

Pai!... Ao longo da vida fui devolvendo à Ti muitos daqueles que amei...
Um a um, às vezes os mais idosos, as vezes os mais jovens, foram retornando para casa, deixando para trás saudades que até hoje me é difícil suportar; flores que trocastes de jardim, deixando em seu lugar o silêncio e a solidão...
Hoje quero pedir por eles, a todos que de uma forma ou outra estiveram ligados à mim nesta encarnação, para que os abençoe e guarde, a fim de que encontrem paz e serenidade no mundo espiritual.
Muitos deles, Senhor, não obstante o coração generoso, afastaram-se do corpo através de enfermidades dolorosas e incuráveis que lhes minaram as forças até o final, deixando na memória de todos o exemplo da coragem e da fé em Teus desígnios, sem esmorecimento...
Outros, Senhor, desiludidos com as provas que lhes cabiam na derradeira existência, não suportaram e sucumbiram, afastando-se da carne pelo suicídio ou pelas drogas, arcando assim com o agravamento dos débitos que lhes diziam respeito e por isso mesmo infinitamente mais infelizes que antes...
Outros, Pai, deixaram para trás os mais belos e santos laços desencarnando em pleno vigor juvenil, desfazendo-se assim de pesados grilhões passados e retornando com a leveza das aves para os ninhos Superiores, para descansar e prosseguir...
Outros ainda, Senhor, deixaram o corpo como quem abandona fardo inútil após cumprida a tarefa, enveredando-se pelos caminhos da felicidade engalanados de luzes e valores, conquistados pelo trabalho santo a que se dedicaram na Terra, em favor de todos os seus semelhantes...
Representaram muito para mim... Para alguns eu pude dizer "te amo", para outros não... No entanto, pela importância que tiveram em minha vida, o meu amor há de lhes ser carinho constante no além, porque acredito que nada se desfaz com a morte do corpo, pelo contrário, se fortalece...
Que hoje, eu possa levar a todos eles o meu pensamento de ternura e gratidão, para que saibam, estejam onde estiverem, que não estão esquecidos na Terra, habitando em minha lembrança e em meu coração com a mesma força e a mesma sinceridade de antes!

Assim seja!

André Luiz- Chico Xavier

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Chico e Meimei

"Chico Xavier contou-nos que Meimei, com sua avozinha, habitava, juntamente com 80 crianças, um pequeno castelo no mundo espiritual..." Seu nome de batismo, aqui na Terra, foi Irma de Castro Rocha. Nasceu a 22 de outubro de 1922, em Mateus Leme (Minas Gerais).
Aos dois anos de idade sua família transferiu-se para Itauna (Minas Gerais). Constava de pai, mãe e 4 irmãos: Ruth, Carmen, Alaíde e Danilo. Os pais eram Adolfo Castro e Mariana Castro. Com cinco anos ficou órfã de pai.
Meimei foi, desde criança, diferente de todos pela sua beleza física e inteligência invulgar. Era alegre, comunicativa, espirituosa, espontânea. O convívio com ela, em família, foi para todos uma dádiva do Céu.
Cursou com facilidade o curso primário, matriculando-se, depois, na Escola Normal de Itaúna; porém a moléstia que sempre a perseguia desde pequena (nefrite) manifestou-se mais uma vez quando cursava com brilhantismo o 2º Ano Normal. Sendo a primeira aluna da classe, teve que abandonar os estudos. Mas, muito inteligente e ávida de conhecimentos, foi apurando sua cultura através de boa leitura, fonte de burilamento do seu espirito.
Onde quer que aparecesse era alvo de admiração de todos. Irradiava beleza e encantamento, atraindo a atenção de quem a conhecesse.
Ela, no entanto, modesta, não se orgulhava dos dotes que Deus lhe dera. Profundamente caridosa, aproximava-se dos humildes com a esmola que podia oferecer ou uma palavra de carinho e estímulo. Pura, no seu modo simples de ser e proceder, não era dada a conquistas próprias da sua idade, apesar de ser extremamente bela. Pertencia a digna sociedade de Itaúna.
Algum tempo depois se transferiu para Belo Horizonte, em companhia de uma das irmãs, Alaíde, a fim de arranjar colocação. Estava num período bom de saúde, pois a moléstia de que era portadora ia e vinha, dando-lhe até, às vezes, a esperança de que havia se curado.
Foi nessa época que conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 janeiros de idade. Viviam um lindo sonho de amor que durou dois anos apenas, quando adoeceu novamente. Esteve acamada três meses, vítima da pertinaz doença "nefrite crônica". Apesar de todos os esforços e desvelos do esposo, cercada de médicos, vindo a ficar cega próximo ao seu desligamento, o processo desencarnatório foi através de edema agudo do pulmão.

Veio a falecer no dia 12 de outubro de 1946, em Belo Horizonte.

Logo depois, seu espirito já esclarecido, começou a manifestar-se através de mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier, e prossegue nessa linda missão de esclarecimento e consolo, em páginas organizadas em várias obras mediúnicas, que tem se espalhado por todo o Brasil e até além das nossas fronteiras.

Seu nome "Meimei"(*), agora tão venerado como um "Espírito de Luz", foi lhe dado em vida, carinhosamente, pelo seu esposo Arnaldo Rocha.

RUTH DE CASTRO MATTOS, professora, Belo Horizonte, 10 de maio de 1981.

(*) Meimei - expressão chinesa que significa "amor puro".

(Dados biográficos retirados do livro "Palavras do Coração")

Fonte: Panorama Espírita

Chico e os cachos de banana

O Chico foi instado para entrar em certa residência nos arredores de Pedro Leopoldo. Os donos da casa, vivendo vida descuidada, sem oração e vigilância,desejavam conversar com o Médium.
O Chico atendeu-os. Ao entrar, viu sobre a mesa um lindo cacho de bananas -maçãs, justamente as de que mais gosta... Desejou, pelo pensamento, que lhe oferecessem uma, pelo menos. Mas a conversa veio sobre um assunto sério e o desejo foi esquecido.
Quando conseguiu atender às consultas dos irmãos visitados, olhou para a porta da rua e viu dois espíritos galhofeiros, e, um deles, dizia:
— Vamos entrar e comer estas bananas. O outro atendeu e ambos
entraram. Comeram as bananas e saíram.
Surpreso pelo acontecido, o Chico pede a Emmanuel uma explicação. E seu querido Guia explica-lhe:
— Isso acontece com as casas cujos moradores não oram nem vigiam.
Agora, essas bananas, desvitaminadas, apenas farão mal aos que as comerem, em virtude de se acharem impregnadas de fluidos pesados...
Tem razão os nossos Irmãos protestantes, quando oram às refeições,
porque sabem, por intuição, que, no ato simples da alimentação, no lar, reside a nossa defesa. A nossa oração aí, além do mais, é um ato de agradecimento ao Pai por tudo que nos concede: atrairemos, com ela, as Suas Bênçãos para o que comemos e para o nosso domicílio.
E vieram-nos à lembrança as belas páginas que André Luiz escreveu num de seus instrutivos livros com relação à oração e aos bons assuntos de conversa e leitura, nos atos de dormir e das refeições como, medidas felizes para comermos bem, dormirmos bem, e acordarmos bem.

Fonte: Lindos Casos de Chico Xavier

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O Móvel da Obsessão

Achava-se Batuíra, o inolvidável apóstolo da Doutrina Espírita, em sua residência, na Rua do Lavapés, em São Paulo, quando um enfermo melhorado varou a porta.

Tratava-se de um obsidiado em recuperação.
Homem próspero, que o dono da casa conhecia de muito tempo.
- Graças a Deus, Batuíra, estou muito mais forte – disse o recém-chegado -; já consigo dominar-me e governar meus próprios pensamentos. Venho, assim, hoje, com mais confiança, à nossa prece.
Transbordando satisfação, Batuíra abraço-o e lembrou:
- Convém, então, louvar a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, formulando renovação.
- Sim, meu amigo, faça a petição que deseje e acompanharei as suas palavras.
O apóstolo cofiou a barba respeitável, elevou olhos ao Alto e, colocando as mãos sobre a cabeça do doente sentado, ia dizendo a oração:
- Senhor, eu te agradeço a infinita misericórdia...
E o amigo repetia:
- Senhor, eu te agradeço a infinita misericórdia...
- E prometo...
- E prometo...
- Que serei paciente e humilde...
- Que serei paciente e humilde...
- Que procurarei o caminho do bem...
- Que procurarei o caminho do bem...
- Que executarei o trabalho que a tua vontade determinar...
- Que executarei o trabalho que a tua vontade determinar...
- Que abrirei minha bolsa todos os dias, em favor dos necessitados...
Mas, nesse ponto, sentindo talvez que o compromisso enunciado era para ele excessivamente pesado, o doente começou a gritar e piorou outra vez...

Hilário Silva -Fr
ancisco Cândido Xavier

terça-feira, 1 de abril de 2014

Credores no lar

No devotamento dos pais, todos os filhos são jóias de luz; entretanto, para que compreendas certos antagonismos que te afligem no lar, é preciso saibas que, entre os filhos-companheiros que te apóiam a alma, surgem os filhos-credores, alcançando-te a vida, por instrutores de feição diferente.
Subtraindo-te aos choques de caráter negativo, no reencontro, preceitua a eterna bondade da Justiça Divina que a reencarnação funcione, reconduzindo-os à tua presença, através do berço. É por isso que, a princípio, não ombreiam contigo, em casa, como de igual para igual, porquanto reaparecem humildes e pequeninos.
Chegam frágeis e emudecidos, para que lhes ensines a palavra de apaziguamento e brandura.
Não te rogam a liquidação de débitos, na intimidade do gabinete, e, sim, procuram-te o colo para nova fase de entendimento.
Respiram-te o hálito e escoram-se em tuas mãos, instalando-se em teus passos, para a transfiguração do próprio destino.
Embora desarmados, controlam-te os sentimentos.
Não obstante dependerem de ti, alteram-te as decisões com simples olhar.
De doces numes do carinho, passam, com o tempo, à condição de examinadores constantes de tua estrada.
Governam-te os impulsos, fiscalizam-te os gestos, observam-te as companhias e exigem-te as horas.
Reaprendem na escola do mundo com o teu amparo; todavia, à medida que se desenvolvem no conhecimento superior, transformam-se em inspetores intransigentes do teu grau de instrução.
Muitas vezes choras e sofres, tentando adivinhar-lhes os pensamentos para que te percebam os testemunhos de amor.
Calas os próprios sonhos, para que os sonhos deles se realizem.
Apagas-te, a pouco e pouco, para que julguem em teu lugar.
Recebes todas as dores que te impõem à alma, com sorrisos nos lábios, conquanto te amarfanhem o coração.
E nunca possuis o bastante para abrilhantar-lhes a existência, de vez que tudo lhes dás de ti mesmo, sem faturas de serviço e sem notas de pagamento.
Quando te vejas, diante de filhos crescidos e lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do espírito, recorda que são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas.
Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no junto instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade e alegria, terás conquistado, em silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação.

Emmanuel - Francisco Cândido Xavier