Uma das cunhadas do Chico Xavier teve um filho ‘anormal’. Braços e pernas atrofiados. Os olhos, cobertos por uma espessa névoa, mantinham-no mergulhado na mais completa escuridão. Inspirava medo às pessoas que o viam. Era tão deformado que a mãe ao vê-lo teve um choque e foi internada num hospital de doentes mentais.
O Chico ficou sozinho com o sobrinho.
Cuidar dele não era fácil. Medicá-lo, banhá-lo e aplicar-lhe um clister diariamente. O menino não deglutia e para alimentá-lo, Chico tinha que formar uma pequena bola com a comida, colocar em sua garganta e empurrar com o dedo.
Isto, durante onze anos aproximadamente.
Quando o sobrinho piorava, Chico rezava muito para que ele não desencarnasse. Já o amava como um filho.
Um dia o Espírito Emmanuel lhe disse:
— Ele só vai desencarnar quando o pulmão começar a desenvolver e não encontrar espaço. Aí, então, qualquer resfriado pode se transformar numa pneumonia e ele partirá.
Quando estava próximo dos doze anos, foi acometido de uma forte gripe e começou a definhar.
Na hora do desencarne, seus olhos voltaram a enxergar. Ele olhou para o Chico e procurou traduzir toda a sua gratidão naquele olhar.
Emmanuel, presente, explicou:
— Graças a Deus. É a primeira vez, depois de cento e cinqüenta anos, que seus olhos voltam para a Luz. As suas dívidas do passado foram aniquiladas. Louvado seja Jesus.
Chico xavier-Adelino Silveira
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