quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mortes Prematuras

Quando a morte acontece nas nossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumamos dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções;  e despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.
É nesse ponto que precisamos elevar-nos acima  da vida, para compreendermos que o bem, muitas vezes, está onde julgamos ver o mal, a sábia previdência onde pensamos divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela nossa?
Podemos supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a nos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser.

O que acontece com o Espírito na morte prematura? Normalmente, um retorno tranquilo. O que dificulta nossa readaptação à pátria espiritual é o apego à vida física, os comprometimentos com a ambição, as paixões, os vícios... O Espírito literalmente entranha-se na vida física, o que lhe impõe sérias dificuldades, até mesmo para perceber sua nova condição. Já o jovem nem sempre tem esses comprometimentos. É alguém que desperta para a vida, que ainda não se envolveu. Será logo acolhido e amparado pelos mentores espirituais, por familiares desencarnados.
O grande problema dos que partem nessa condição é a reação dos que ficam. Desespero, revolta, rebeldia são focos pestilentos de vibrações desajustadas, que atingem em cheio o passageiro da Eternidade, causando- lhe aflições e desajustes, já que nos primeiros tempos de vida espiritual tende a permanecer ligado psiquicamente à família. E o que é pior – na medida em que os familiares insistem nas lembranças, quando a desencarnação ocorreu em circunstâncias trágicas, induzem o Espírito a reviver, em tormento, todas  aquelas emoções.
Há uma mensagem famosa de uma jovem que desencarnou no incêndio do Edifício Joelma, psicografada por Francisco Cândido Xavier, dirigida à sua mãe.
Após dizer-lhe que fora muito bem amparada e que sua morte atendera a compromissos cármicos, pediu à mãe que não ficasse recordando do incêndio nem a contemplasse, na tela de sua mente, morrendo queimada. – Cada vez que a senhora me vê assim, é assim que me sinto.
Em vez de -se queixar,peça a Deus  para retirar deste vale de misérias um de seus filhos.
Não será egoísmo desejar que ele continue  sofrer connosco?  Nós, espíritas, porém, sabemos que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo.
Mães, saiba que nossos filhos amados estão perto de nós sim, nossos  pensamentos -lhes protegem, a lembrança que deles guardamos os transporta de alegria, e  também as nossas dores  os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus. Nós, que compreendemos a vida espiritual, escutamos as pulsações do nossos corações a chamar esses entes queridos pedimos a Deus que os abençoe, e eles serão consolados.

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