sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Obra de André Luís na visão dos Espíritos

OS PRIMEIROS TRÊS LIVROS
Francisco Cândido Xavier, não obstante as inúmeras responsabilidades familiares, profissionais, doutrinárias e caritativas, comparecia entre os anos de 1934 e 1952 ao Culto do Evangelho no Grupo Doméstico Arthur Joviano, na sede da Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo, realizado semanalmente pela família do Dr. Rômulo Joviano, sempre às terças-feiras.
Nessas ocasiões inesquecíveis, um verdadeiro tesouro de bênçãos espirituais vertia dos planos da espiritualidade maior através da mediunidade de Chico Xavier, não somente para confortar os presentes, mas, e principalmente, para legar à posteridade um testemunho inequívoco do próprio trabalho da psicografia que se materializava na Terra sob a forma dos livros que vinham surgindo para o esclarecimento de todos.
Durante aqueles 18 anos de convívio íntimo, o reduto do lar da família Joviano foi o pouso abençoado na face do mundo, onde os Espíritos Superiores, e notadamente Emmanuel e Neio Lúcio, vinham dar notícias da obra espiritual em andamento, opinando e deixando para nós a sua própria visão sobre os vários livros escritos naquela época.
Este valioso material, após a desencarnação de Chico Xavier, foi entregue por Wanda Amorim Joviano aos nossos cuidados para que pudéssemos publicá-lo, possibilitando à comunidade espírita cristã tomar ciência das luminosas assertivas de Emmanuel e Neio Lúcio acerca dos livros mediúnicos da lavra de Chico Xavier. Dentro deste escopo, muito relevante é a opinião dos dois mensageiros do Além sobre a obra que o Espírito André Luiz escrevia.
Assim é que vamos ter conhecimento de que em 31 de março de 1943 Emmanuel faz a primeira menção a um novo amigo (André Luiz), escrevendo que “ele viria trazer-nos pequena série de impressões da vida além-túmulo, vendo no empreendimento uma realização muito interessante e proveitosa”.
Sobre “Nosso Lar”, escreve Emmanuel, encarecendo “o valor da experiência que nos é trazida, e a excelência de semelhante serviço”, dizendo que “o autor pretendia oferecer todos os detalhes possíveis de sua permanência numa colônia de transição, apenas uma dentre as milhares de colônias dessa natureza, e tão diversas entre si, quanto aos pormenores de organização, quanto são as cidades que rodeiam a face da Terra”.
Neio Lúcio já alertava que “os melhores trabalhos são os que proporcionam os valores educativos para o espírito imortal que vai vencer a morte e transpor os séculos”. Escreveu o benfeitor que “as sugestões deste livro são imensas e valem como programas valiosos para todos os departamentos de atividades na Terra”.
Sem que nós sintamos, diante de sua leitura, nossa mente se desloca para as esferas mais altas.”
Ao término da psicografia de “Nosso Lar”, Emmanuel comparece em 8 de setembro daquele mesmo ano expressando sua satisfação, “desejando que André Luiz continue desfazendo certos enganos e colocando a responsabilidade do homem no lugar devido”. Reconhece que “não é fácil atender aos esforços dessa natureza no serviço de amor às construções espirituais.”
Em 8 de dezembro de 1943 é Neio Lúcio quem escreve satisfeito pelo início da grafia de “Os Mensageiros”, “pedindo a Jesus permita a André Luiz a edificação de mais um detalhe da construção espiritual já mentalizada pelos que nos orientam das esferas mais altas, uma vez que o trabalho educativo é muito grande nessas páginas iniciadas com ‘Nosso Lar’”. Elas preparam de modo mais eficiente, gravam noções mais reais dos esforços dos desencarnados.
O espírito de compreensão se fará mais produtivo, mais espontâneo, face a essas revelações curtas, mas singularmente expressivas!”
E continua Neio Lúcio:
“Sobre ‘Os Mensageiros’, as teses são as mais complexas, os assuntos mais palpitantes”.
É um mundo novo para a responsabilidade individual. Diz ainda que este esforço fora muito estudado pelos planos mais altos antes da organização que se alcançou. São observações de caráter universalista.
Para a educação espiritual do indivíduo encarnado, ‘Os Mensageiros’ apresenta ilações muito graves pela exatidão dos conceitos a que chegou André Luiz, aproveitando todas as possibilidades de simplificação ao seu alcance. Concluindo o benfeitor que vivemos uma época de grandes revelações interiores. “O livro é serviço valioso pelos detalhes técnicos que oferece, relativamente ao trabalho de intercâmbio e cooperação entre o plano espiritual e o plano da carne.”
Emmanuel, em 1o de novembro de 1944, escreve que “cada página de André Luiz tem de ser muito estudada para observarmos até que ponto podemos ser úteis nesses adiantamentos da verdade. Daí a necessidade de vagar e maturação de cada raciocínio. Há que obedecer outros que no mais além nos dirigem e que desejam com justiça saber o que estamos fazendo com os ensinamentos que nos dão. Estabelecer a média do que deve ser dito com as possibilidades gerais de todos aqueles aos quais o trabalho se destina é serviço que se efetua depois de muitos exames, sugestões, retoques do assunto e várias discussões. É um relatório quase da vida dos homens encarnados na esfera dos que se encontram fora dos círculos carnais e vice-versa, e as afirmações requerem muita medida. Somos trabalhadores entre maiores espirituais e crianças do entendimento. É indispensável atender a todos, sem ferir a nenhum.” E completa, antecipando a chegada de “Missionários da Luz”: “Estamos discutindo a melhor maneira de sua tese relativa à oração.”
Em 31 de janeiro de 1945, Emmanuel escreve que “Missionários da Luz” não está distante do término e completa: “Urge simplificar para não complicar e reduzir o alimento com proveito para que não haja distúrbios na assimilação.”
Mais adiante, em 11 de abril de 1945, escreve Emmanuel: “‘Missionários da Luz’ é trabalho novo que reputamos de muita importância para despertar consciências adormecidas. Urge arrebatar as concepções gerais ao campo menos digno do menor esforço. Impossível a preponderância de tais ilusões. É por isto que desejamos fazer soar o sino da realidade. Nem céu, nem mundos felizes imediatos, mas ‘nós mesmos’, com as nossas virtudes e defeitos, edificações e deficiências, bracejando nas águas da luta universal por nos fazermos dignos do Pai que nos deu a vida. Semelhante serviço é roteiro para as consciências mais avisadas, que estejam efetivamente interessadas em espiritualização.”
Em 18 de abril do mesmo ano, Chico Xavier termina a psicografia de “Missionários da Luz” e o Espírito Neio Lúcio, expressando a sua satisfação, escreve: “Essas páginas são toques de alarme espiritual, despertando corações e consciências”. Muitos amigos espirituais prestaram a ele o concurso de que podiam dispor, a fim de que o seu livro fosse terminado e entregue à circulação das ideias renovadoras. Com o tempo, observarão as vivas claridades que jorram dessa fonte. As narrativas de ‘Nosso Lar’ e os esclarecimentos de ‘Os Mensageiros’ constituem como que um curso de introdução ao entendimento das atividades do homem além do túmulo, que, em ‘Missionários da Luz’ foram destacadas com muito critério e observações legítimas.
“Vocês observarão que extraordinários caminhos se desenham para o pensamento, abrindo-lhe esferas novas de serviço salvador.”

Fonte: livros “Sementeira de Luz”, de Chico Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio, e “Deus Conosco”, também de Chico, pelo Espírito Emmanuel.
Por Sérgio Ribeiro

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