Comumente inventamos toda a espécie de pretextos para recusar os deveres que nos constrangem ao exercício do Bem.
Amolentados no reconforto e instalados egoisticamente em vantagens pessoais, no imediatismo do mundo, ignoramos que é preciso agir e servir na solidariedade humana; todavia, derramamos desculpas a rodo, escondendo teimosia e mascarando deserção.
Confessamo-nos incompetentes.
Alegamos cansaço.
Afirmamo-nos sem tempo.
Declaramo-nos enfermos.
Destacamos a necessidade de vigilância na contenção do vicio.
Reclamamos cooperação.
Aqui e ali, empregamos expressões cronificadas que nos justifiquem a fuga, como sejam “muito difícil”, “impossível”, “melhor esperar”, “vamos ver” e ponderamos vagamente quanto aos arrependimentos que nos amarguram o coração e complicam a vida, em face de sentimentos, idéias, palavras e atos infelizes a que, em outras ocasiões, nos precipitamos de maneira impensada.
Na maioria das vezes, para o Bem, exigimos o atendimento a preceitos e cálculos, enquanto que, para o mal, apenas de raro em raro, imaginamos conseqüências.
Entretanto, o conhecimento do Bem para que o Bem se realize é de tamanha importância que o apostolo Tiago afirma no versículo 17 do capitulo 4 de sua carta no Evangelho:
“Todo aquele que sabe fazer o Bem e não o faz comete falta.”
E dezenove séculos depois dele, os Instrutores desencarnados que supervisionaram a Obra de Allan Kardec desenvolveram o ensinamento ainda mais, explicando na Questão 642 de “O Livro dos Espíritos”:
“Cumpre ao homem fazer o Bem, no limite de suas forças, porquanto responderá pelo mal que resulte de não haver praticado o Bem.”
O Espiritismo, dessa forma, definindo-se não apenas como sendo religião da Verdade e do Amor, mas também da Justiça e Responsabilidade, vem esclarecer-nos que responderemos, não só pelo mal que decorra do nosso comodismo, não praticando o Bem que nos cabe fazer.
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