sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Como a obsessão se instala em nós?

Nem sempre a obsessão se instala de chofre. Quando tal ocorre, o processo de fixação tem procedência em larga faixa de tempo, conseguida imperceptivelmente.
Mentes comungam com mentes que se lhes assemelham.
Espíritos sintonizam com espíritos que lhes são afins.
Pessoas sincronizam com pessoas em que se comprazem
Quando se cultiva azedume e se dá guarida a suspeitas, ocorrem colheitas de desespero como de infelicidade.

Justo recorrer-se a terapêutica preventiva, quanto possível, e, percebendo-se instaladas as matrizes obsessivas, mister desdobrarem-se sérios esforços, pois o problema urge na sua gravidade, exigindo procedimento de largo porte e imediata decisão.
Enfermidade perigosa, a obsessão gera desgovernos lastimáveis e dores lancinantes, difíceis de ser catalogadas ou descritos...
Não dês guarida, desse modo, às impressões nefandas no recesso do teu espírito.

Reage com todas as forças à maledicência, à inveja, ao ciúme, à ambição, às paixões, em suma, perturbadoras.
Policia a língua nos momentos infelizes a fim de que não te arrependas tardiamente.

Joana de Ângelis(Celeiro de Bênçãos-Divaldo P.Franco
Fonte: Revista Auta de Souza

A Cilada das almas gêmeas

A Doutrina Espírita é clara no que diz respeito às almas gêmeas. Não existem metades que precisam se completar para desfrutar a eterna felicidade. Cada um de nós é uma individualidade que estabelece laços e afinidades com outras individualidades, através dos tempos e das vivencias sucessivas. Se substituirmos o termo “gêmeo” por “afim”, vamos perceber que são muitas as almas afins que encontramos e reencontramos por esse mundão de meu Deus, e que todas elas, cada uma seu modo, têm seu espaço e importância em nossa caminhada. Podemos dizer então que são várias as nossas “almas gêmeas”. Amigos, filhos, irmãos, pais, mães, maridos e esposas, entre outros, formam a imensa fileira das relações de afinidade construídas vidas afora.
Porém, apesar da clareza dos ensinamentos espíritas, ainda vemos muita gente boa, dentro do nosso movimento, cair nessa armadilha emocional, que está mais pra conto do vigário que pra conto de fadas, e pode gerar graves consequências, não só na vida pessoal, como também no núcleo espírita em que trabalham.
Temos presenciado histórias preocupantes. Aqui, são aqueles dois médiuns, ambos casados com outros parceiros, que se descobrem “almas gêmeas”; E aí, tentam se enganar que estão “renunciando”… Mantém-se em seus casamentos, mas tornam-se “irmãos siameses” na Casa Espírita. Sentam-se lado a lado nas reuniões, são vistos juntos em todos os lugares, dão sempre um jeitinho de fazer parte da mesma equipe (isso quando não arranjam uma missão que “a espiritualidade designou somente aos dois”) e se isolam pelos cantos em conversas particulares sem fim. Só tem olhos um para o outro e, em tal enlevo, não se dão conta que à sua volta todos sentem o que está acontecendo, sobretudo seus maridos e esposas, humilhados publicamente no melhor estilo adultério por pensamento e intenção, embora sob a máscara do amor fraternal. Sim, porque o fato de não partirem para o ato sexual não os exime do abandono afetivo e da traição emocional em relação aos cônjuges.
Acolá, é aquela irmã solitária e carente, que se depara com o eloquente e carismático orador. Que palestra!… Que palestrante!… Que homem! Ele só tem um defeito: É casado!… E logo com aquela senhorinha já envelhecida e meio sem graça… Que desperdício!… E eis que de repente ele também a vê na platéia… Bonitona, elegante, jovial e olhando-o com aquele olhar de admiração apaixonada que há muito ele não percebe na companheira… Afinal, o casamento – como todos após lá seus trinta anos – já entrou na rotina. Oh céus! Ali mesmo cupido dispara a flecha e zás!… Começam as justificativas íntimas: “Como não tinham se descoberto antes?!… Por certo eram almas gêmeas que há muito se procuravam… O casamento foi um equívoco; o reencontro uma programação para que pudessem trabalhar juntos para Jesus.” Resolvem então assumir o romance. A mulher dele, abandonada após anos de companheirismo e convivência, entra em profunda depressão, os filhos se revoltam, a família se desestrutura, os companheiros se retraem decepcionados e temerosos… “Ora, quem tem suas mulheres e maridos que se cuide, pois se aconteceu com o fulano, que era um exemplo, ninguém está livre”…
Instala-se então o tititi e a desconfiança. Daí para o escândalo é apenas um passo, e para o afastamento constrangido dos próprios envolvidos, sua família e outros tantos trabalhadores desencantados com a situação, é um pulo. Sofrimento, deserção e descredibilidade. Tudo pelo direito aos “felizes para sempre” junto à sua “metade da laranja”… Mas, onde é que está escrito, no Evangelho, que é possível construir felicidade sobre os escombros da felicidade alheia ou edificar relacionamentos duradouros em alicerces de leviandade e egoísmo?
Temos visto estrondosos equívocos de esse tipo mexer seriamente com estruturas de famílias e Casas Espíritas, fazendo ruir Instituições e relações que pareciam extremamente sólidas. Temos visto companheiros valorosos das nossas fileiras, que caminhando distraídos de que “muito se pedirá àquele que muito tiver recebido”, de repente resolvem jogar pro alto o patrimônio espiritual de uma vida inteira, em nome do “amor”. E assim, cônjuges dedicados e dignos são descartados como se não tivessem alma nem sentimentos, em detrimento de aventuras justificadas por argumentos inconsistentes, sem nenhum respaldo ético/moral ou espiritual. Isto quando ainda há um mínimo de honestidade e se pede a separação, porque alguns preferem continuar comodamente em seus relacionamentos “provacionais”, porém mantendo, na clandestinidade, um “afair” paralelo com a tal “metade eterna”, sob a desculpa esfarrapada de que a família deve ser poupada, pois “família é sagrada!!!”.
Logo se faz sentir o efeito dominó. Lá adiante, após vários corações feridos e muitas quedas morais, a convivência faz a alma gêmea virar “alma algemada”. As desilusões chegam inevitáveis, com todo o peso resultante das atitudes ditadas pelas paixões, mas na maioria das vezes, já é tarde pra retomar, ainda nesta existência, o percurso abandonado.
Continuação…
Reflitamos. Ninguém chega atrasado à vida de ninguém. Chegou-se depois é porque não era pra ser. E se não era pra ser há um bom motivo para isso, visto que as Leis Divinas são indiscutivelmente sábias, justas e providenciais. Não tem pra onde fugir: Quando o teste nos procura, ou somos aprovados ou forçosamente teremos que repetir a lição futuramente, e em condições bem mais adversas…
Podemos reencontrar, no grupo de trabalho espírita, grandes amores e paixões do passado que nos reacendem sentimentos e sensações maravilhosas? Sim. Podemos olhar para companheiros de ideal espírita com outros olhos que não sejam os do amor fraternal? Sim. Nada mais natural. Mas sabemos pelo Apóstolo Paulo, que poder nem sempre significa dever… Portanto, o bom-senso nos diz que investir ou não afetivamente nessas pessoas, vai depender de que ambos estejam livres para fazê-lo.
Alguém haverá de argumentar que casamento não é prisão e que aliança não é corrente; que ninguém está preso a ninguém “até que a morte os separe” e que o próprio Cristo admitiu a dissolução do casamento. Porém, o espírita não desconhece que, na maioria dos casos, muito além dos compromissos cartoriais existem profundos compromissos e dívidas emocionais entre aqueles que se escolheram como marido e mulher nesta vida. Compromissos muito sérios para serem dissolvidos porque o corpo requer sensações novas, porque a mulher envelheceu, perdeu o brilho ou porque o marido ficou rabugento… Como se o outro estivesse só quebrando um galho enquanto a “outra metade” não chegava…
Todos almejamos felicidade, e no estágio evolutivo em que nos encontramos isso ainda tem muito a ver com realização afetiva. Por isso mesmo, não devemos ignorar que só a quitação de antigos débitos emocionais é que nos facultarão essa conquista. Precisamos interiorizar, de uma vez por todas, que os casamentos por afinidade ainda são raros neste momento planetário, e que se ainda não conseguimos amar o parceiro que nos coloca em cheque ou aquele que não corresponde aos nossos anseios, o conhecimento das leis morais exige que ao menos nos conduzamos com um mínimo de retidão e tolerância diante deles. Tal consciência nos exige também, caso nos sintamos atraídos por companheiros já comprometidos, que nos recusemos terminantemente, sob qualquer pretexto, a desempenhar o deprimente e desrespeitoso papel da terceira pessoa numa relação, pois não há conversa fiada de alma gêmea que dê jeito no rombo emocional aberto pela desonestidade afetiva, nem justificativa de carência e solidão que nos permita desviar da rota do dever sem que tenhamos, forçosamente, que colher amargos frutos, porque “se o plantio é livre, a colheita é obrigatória”.
Não se colhe rosas plantando espinhos. Sejamos responsáveis diante daqueles que escolhemos e que nos escolheram para compartilhar a vida. Acautelemo-nos contra as ilusões. Se os nossos anseios são irrealizáveis por agora, respeitemos as limitações impostas pelo momento que passa; Por mais possa doer olhar de longe um dos muitos seres amados, que cruza o nosso caminho nesta vida, mas que já optou por outra pessoa, só a dignidade de nos manter à distância é que vai possibilitar, pelas justas leis da vida, que conquistemos por mérito, lá na frente, em outras circunstancias, a alegria do reencontro e a partilha do afeto junto àquele que nos é tão caro, porque estaremos redimidos dos ônus afetivos do ontem através das atitudes renovadas do hoje.
“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e tudo o mais vos será acrescentado” (Mateus 6.33).
Saibamos buscar… Saibamos esperar… Trabalhemos por merecer… Afinal, temos pela frente a eternidade!

REDE AMIGO ESPIRITA
Joana Abranches (Vitória/ES)
Por Sérgio Ribeiro

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ouro e Batatas

João Peres, prestimoso amigo do Plano Espiritual, estava de volta à esfera dos homens.
Tudo pronto para o renascimento. E porque desfrutasse merecidos afetos, era como bênçãos de luz a festa das despedidas.
- Tornarei, sim – dizia bem humorado -, e espero vencer agora.
Indagou alguém se estava informado quanto ao pretérito, ao que respondeu generoso:
- Conservo a memória voltada para certo período – e modificando a expressão fisionômica: Tinha eu trinta anos de idade, em Taubaté, quando foi promulgada a lei de 18 de abril de 1702, sob o nome de “Regimento dos Superintendentes, Guarda-Mores e Oficiais Deputados para as Minas de Ouro”, com que o cetro português procurava incentivar a mineração no Brasil. Cada minerador, com mais de 12 escravos poderia receber uma data com 900 braças quadradas, ou seja, 4.356 metros quadrados. Vendi a propriedade que herdara, sozinho, de meus avós, e rumei para Vila Rica. Instalado nas vizinhanças de São João Del Rei, consegui catorze cativos e comecei meu trabalho. Cobiçoso, não mentalizava senão ouro, ouro, ouro... Mas enquanto companheiros diversos prosperavam, felizes, não encontrava por mim senão cascalho e desilusão. Mourejando de sol a sol, a pouco e pouco me desencantei. Trinta anos vivi ali a loucura do ouro. Ouvi a fama das minas de Cuiabá. Entreguei o pedaço de terra ao meu primo Martinho Dantas e abalei-me, com dois escravos, para a viagem temível.Tudo começou às mil maravilhas, mas fomos desviados da rota e, a tempo breve, achávamo-nos sem caminho, em pleno deserto verde. A seca atacava tudo. E caí doente, fatigado, febril. Na segunda noite de maiores dificuldades, Juvenal e Sertório entraram em fuga, levando-me víveres e cavalos. No delírio que me assaltava, senti fome... Cambaleei por dois dias, como bêbado solitário, procurando comer... Mastigando folhas amargas que me impunham tremenda salivação, arrastei-me, arrastei-me, até que, ao pé de uma fonte, vejo pequena bolsa, recheada com algo... Tremo de esperança. Alguém teria deixado ali algum resto de refeição. Abro o saquitel e contemplo uma farinha dourada. Semi-enlouquecido, encho a boca, como quem encontra os remanescentes de uma farofa gorda. E bebo água, muita água, para morrer depois em pavoroso suplício, porque nada mais fizera que comer ouro em pó.
Peres interrompeu-se.
Todavia alguém pede mais. Encerra então a carreira?
- Não – disse ele, sorrindo -, ao pé da própria carcaça, invadida de pó valioso, demorei-me por tempo indeterminado. Se dormindo, não sei. Se acordado, ignoro. Mas sei que vivi pesadelo incessante em que via barras de ouro, pepitas de ouro, lâminas de ouro e caixas de ouro... Quando essa loucura encontrou alívio, pus-me, em espírito, no movimento da retaguarda. Muito tempo havia passado, porque o próprio Martinho não mais achei. Morrera, próspero, deixando larga fortuna aos filhos. A terra que eu lhe emprestara abrira-se, enfim, mostrando o seio aurífero. Reclamei meus direitos e bramei contra o mundo, sem que ninguém me ouvisse, até que, um dia, por bondade de Deus, dormi, tudo esquecendo... Renascera entre os bisnetos de meu primo e, desde de cedo, ansiando a pose de ouro, aprendi a comerciá-lo. Viajava entre Sabará e São João Del Rei sem medir sacrifícios. Entretanto aspirando à riqueza fácil, estimulei nos escravos o gosto do furto. Quanto me pudessem oferecer tinha preço. E aumentei meus negócios. Atravessava de novo a casa dos sessenta anos, quando a clandestinidade dos meus serviços escusos foi revelada. Dispunha, no entanto, de enorme fortuna em ouro e consegui escapar ao processo, subornando funcionários e consciências. Policiado, no entanto, resolvi retirar-me. Buscaria o território baiano e, por lá, tomaria medidas novas. Mudaria meu próprio nome. Depois, desceria por mar, rumo ao sul. Na Corte, poderia desfrutar vida farta. Tomei tropas. Viajei garantido. Servidores numerosos. Carga volumosa e pesada. Na travessia do S. Francisco, exigi que as minhas duas grandes malas de ouro me acompanhassem. “É muito peso” – disse o barqueiro, sensato. Mas exigi. Ele e eu, com a carga, ou nada feito. O homem aceitou, mas a pleno rio, surgem correntes mais fortes. O barco oscila. Vai-se a primeira mala. Tento retê-la e cai a segunda. Gritando, à feição de louco, mergulho nas profundas águas, perdendo de novo a vida...
Peres fitou-nos, pensativo, e ajuntou:
- Desde então, sofri merecidos horrores para aprender...
- E agora, Peres? – Perguntou, intrigado, um amigo que também se dispunha à reencarnação.
O ex-garimpeiro e comerciante levantou-se e atendeu:
- Agora será diferente. Volto ao meu torrão antigo em S. Paulo e vou plantar batatas.
E, sorrindo, concluiu:
- É muito melhor.

Hilário Silva, Do Livro- A Vida Escreve: Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sonhos com entes queridos

Podemos estar com nossos entes queridos em sonho e, ao acordar, não lembrarmos de nada?
O desprendimento da alma pelo sono constitui uma situação muito oportuna para entrarmos em relação com nossos entes queridos. Afirmam-nos os Espíritos da Codificação que “é tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas” (questão 414 de 'O Livro dos Espíritos'). Por outro lado, o sonho “é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono”. No entanto, nem sempre recordamos nossas experiências após despertar. Dizem os Benfeitores Espirituais que isso se dá porque ainda não temas “a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades” (questão 402 de 'O Livro dos Espíritos').

Creditam ainda este esquecimento às características da matéria grosseira e pesada que compõe nosso corpo físico. “O corpo dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais” (questão 403 de 'O Livro dos Espíritos'). É muito justa esta observação da Espiritualidade, pois em nossa condição de Espíritos encarnados, constituem-se memórias conscientes apenas aquelas reminiscências que irritam os centros nervosos correspondentes, localizados no Sistema Nervoso Central.

Em função disso, muitos questionam a utilidade destes encontros, alegando que as idéias e conselhos compartilhados durante o sono não possam ser aproveitados na vida de vigília. Neste ponto, esclarecem os Espíritos da Codificação que “pouco importa que comumente o Espírito as esqueça, quando unido ao corpo. Na ocasião oportuna, voltar-lhe-ão como inspiração de momento” (questão 410a de 'O Livro dos Espíritos'). Até porque a grande maioria destes diálogos diz respeito a temas que interessam mais à vida espiritual do que à corpórea.

Portanto, percebemos que a possibilidade de encontro com entes queridos durante o sono é real e frequente. Aliás, o sono é “a porta que Deus lhes abriu para que possam ir ter com seus amigos do céu” (questão 402 de 'O Livro dos Espíritos'). Mas, para que isso aconteça, mais do que o simples fato de querer, quando desperto, é preciso evitar que as paixões nos escravizem e nos conduzam, durante o sono, a campos menos felizes da experiência espiritual.

“Aquele que se acha compenetrado desta verdade eleve o seu pensamento, no momento em que sente aproximar-se o sono; solicite o conselho dos Bons Espíritos e daqueles cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham assisti-lo, no breve intervalo que lhe é concedido. Se assim fizer, ao acordar se sentirá fortalecido contra o mal, com mais coragem para enfrentar as adversidades” (item 38 do Capítulo XXVIII de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').

Retirado do site OSGEFIC
* * *
Muito cuidado ao tentar interpretar seus sonhos!
Por Luz da existência Kardecista

Amor a primeira vista

1 - Existe o amor à primeira vista?
Salvo em circunstâncias especiais, de almas afins, que se reencontram para gloriosas experiências em comum, o amor não é uma aquisição “à vista”. Melhor que seja uma realização “a prazo”, desenvolvido e sustentado em longos anos de experiência em comum.

2 - Mas não é freqüente as pessoas dizerem que logo no primeiro contato encontraram o homem ou a mulher de suas vidas?
É possível, mas também muitos viram o parceiro de sua vida transformar-se em tormento dela, culminando com a separação.

3 - Estavam equivocados?
Talvez existisse uma ligação efetiva, fruto de experiências em comum no pretérito. Vieram para consolidá-la, mas a relação deteriorou-se com o tempo.

4 -Por isso costuma-se dizer que com o amor passamos o tempo e com o tempo passa o amor?
O que passa é a paixão, o amor-desejo, o amor-deslumbramento. Alguns quilos de sal consumidos em comum e as pessoas começam a sentir que o parceiro não é tão desejável e nada deslumbrante.

5 - O que seria, então, o verdadeiro amor? Lembro-me da série famosa de publicações ilustradas, sob o titulo “Amar é...”, envolvendo manifestações de afeto recíprocas. Do homem para a mulher:
Amar é conversar com ela;  é entender seus momentos difíceis; lembrar de seu aniversário; é acompanhá-la ao médico;  é dar-lhe um descanso na cozinha... São incontáveis as situações em que se enfatiza algo que o amante faz pela amada ou vice-versa. Amar é isso - querer o bem de alguém.

6 - Mesmo esse amor não se desgasta com o tempo?
Depende das pessoas. O amor é como uma planta que se não for bem cuidada, morre. Muitos casais, unidos por legítimos laços de afetividade, acabam vendo o amor fenecer por falta de cuidado e atenção.

7 - Por que isso acontece?

Porque as pessoas se envolvem muito com seus negócios, seus interesses pessoais, suas paixões, e não deixam espaço para cultivar o amor.

8 - Não são as dificuldades de relacionamento que acabam por provocar as tormentas do amor? As pessoas se amam muito mas, de repente, descobrem que são muito diferentes.
O homem e a mulher se completam justamente porque são diferentes. Pretender que tenham identidade plena de interesses e aptidões seria contrariar a própria biologia. Se o amor for bem cultivado, com os defensivos da compreensão, do respeito e da tolerância, não haverá espaço para as ervas daninhas do desentendimento, que matam o amor.

RICHARD SIMONETTI

O Perispírito

A ENCARNAÇÃO DOS ESPÍRITOS

O Espiritismo ensina de que maneira se opera a união do Espírito com o corpo, na encarnação.

Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É semi material esse envoltório, isto é, pertence à matéria, pela sua origem, e à espiritualidade, pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal, que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial. Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um ser abstrato, o Espírito, um ser concreto, definido, apreensível pelo pensamento. Torna-o apto a atuar sobre a matéria tangível, conforme se dá com todos os fluidos imponderáveis, que são, como se sabe, os mais poderosos motores.

O fluido perispirítico constitui, pois, o traço de união entre o Espírito e a matéria. Enquanto aquele se acha unido ao corpo, serve-lhe ele de veículo ao pensamento, para transmitir o movimento às diversas partes do organismo, as quais atuam sob a impulsão da sua vontade e para fazer que repercutam no Espírito as sensações que os agentes exteriores produzam. Servem-lhe de fios condutores os nervos como, no telégrafo, ao fluido elétrico serve de condutor o fio metálico.

O Nascimento
Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vital-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.

Um fenômeno particular, que a observação igualmente assinala, acompanha sempre a encarnação do Espírito. Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.

Mas, ao mesmo tempo em que o Espírito recobra a consciência de si mesmo, perde a lembrança do seu passado, sem perder as faculdades, as qualidades e as aptidões anteriormente adquiridas, que haviam ficado temporariamente em estado de latência e que, voltando à atividade, vão ajudá-lo a fazer mais e melhor do que antes. Ele renasce qual se fizera pelo seu trabalho anterior; o seu renascimento lhe é um novo ponto de partida, um novo degrau a subir. Ainda aí a bondade do Criador se manifesta, porquanto, adicionada aos amargores de uma nova existência, a lembrança, muitas vezes aflitiva e humilhante, do passado, poderia turbá-lo e lhe criar embaraços. Ele apenas se lembra do que aprendeu, por lhe ser isso útil. Se às vezes lhe é dado ter uma intuição dos acontecimentos passados, essa intuição é como a lembrança de um sonho fugitivo. Ei-lo, pois, novo homem, por mais antigo que seja como Espírito. Adota novos processos, auxiliado pelas suas aquisições precedentes. Quando retorna à vida espiritual, seu passado se lhe desdobra diante dos olhos e ele julga como empregou o tempo, se bem ou mal.

Não há, portanto, solução de continuidade na vida espiritual, sem embargo do esquecimento do passado. Cada Espírito é sempre o mesmo eu, antes, durante e depois da encarnação, sendo esta, apenas, uma fase da sua existência. O próprio esquecimento se dá tão-só no curso da vida exterior de relação. Durante o sono, desprendido, em parte, dos liames carnais, restituído à liberdade e à vida espiritual, o Espírito se lembra, pois que, então, já não tem a visão tão obscurecida pela matéria.

A Morte
Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do princípio vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em consequência da desorganização do corpo. Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito.

O Espiritismo, pelos fatos cuja observação ele faculta, dá a conhecer os fenômenos que acompanham essa separação, que, às vezes, é rápida, fácil, suave e insensível, ao passo que doutras é lenta, laboriosa, horrivelmente penosa, conforme o estado moral do Espírito, e pode durar meses inteiros.

Considerações Gerais
Normalmente, a encarnação não é uma punição para o Espírito, conforme pensam alguns, mas uma condição inerente à inferioridade do Espírito e um meio de ele progredir. A obrigação que tem o Espírito encarnado de prover o alimento ao corpo, à sua segurança, ao seu bem-estar, o força a empregar suas faculdades em investigações, a exercitá-las e desenvolvê-las. Útil, portanto, ao seu adiantamento é a sua união com a matéria. Daí o constituir uma necessidade a encarnação. Além disso, pelo trabalho inteligente que ele executa em seu proveito, sobre a matéria, auxilia a transformação e o progresso material do globo que lhe serve de habitação. É assim que, progredindo, colabora na obra do Criador, da qual se torna fator inconsciente.

Todavia, a encarnação do Espírito não é constante, nem perpétua: é transitória. Deixando um corpo, ele não retoma imediatamente outro. Durante mais ou menos considerável lapso de tempo, vive da vida espiritual, que é a sua vida normal, de tal sorte que insignificante vem a ser o tempo que lhe duram as encarnações, se comparado ao que passa no estado de Espírito livre.

No intervalo de suas encarnações, o Espírito progride igualmente, no sentido de que aplica ao seu adiantamento os conhecimentos e a experiência que alcançou no decorrer da vida corporal; examina o que fez enquanto habitou a Terra, passa em revista o que aprendeu, reconhece suas faltas, traça planos e toma resoluções pelas quais conta guiar-se em nova existência, com a idéia de melhor se conduzir. Desse jeito, cada existência representa um passo para frente no caminho do progresso, uma espécie de escola de aplicação.

Do livro “A Gênese” – Allan Kardec
Por Luz da Existência Kardecista

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Antipatias

Não olvides que o passado revive no presente. Quando a aversão te visite o mundo íntimo, à maneira de nuvem, subtraindo-te a paz, lembra-te de que a Divina Misericórdia situou à frente de tua alma a bendita oportunidade da reconciliação, ainda hoje, com os desafetos de ontem. Qual acontece com o tesouro do carinho amealhado pelo amor, no escrínio do coração, de existência a existência, o espinheiro da antipatia é veneno acumulado pelo ódio no vaso de nossa mente, de século a século, conturbando-nos o caminho. Recorda que, se o amor nos eleva aos cimos estelares, o ódio nos impele aos vales da sombra e atende à própria libertação, procurando renovar a fonte de teus desejos, em benefício da própria felicidade. A aversão, quase sempre, destaca-se de improviso, no ambiente mais íntimo de nossa experiência em comum, por desafio à nossa capacidade de auxiliar e compreender. Assinalando-a no lar ou na vizinhança, em teu círculo de trabalho ou no santuário de tua fé, roga ao Senhor, através da oração, para que as tuas energias se refaçam, de modo que a treva te encontre o sentimento por bênção de luz, exemplificando a fraternidade e o entendimento, o sacrifício e o perdão. Aconselha-te com a piedade do Cristo, tanta vez revelada, em nosso favor, e compadece-te daqueles que te ensombram a alegria...Ei-los que surgem, a cada hora, na pessoa do familiar que se nos agregou à rede consangüínea, no companheiro de jornada justaposto ao nosso clima, no parente indireto que as circunstâncias nos ofertaram ao templo doméstico, no chefe humano chamado a orientar-nos o serviço, no subordinado trazido à cooperação na obra que o Senhor nos pede realizar...
Alça a própria fé nas asas da boa vontade e ajuda-os quanto possas, de vez que antipatia superada é anexação de mais amor ao campo de nossa vida e mais amor em nossa vida significa mais ampla ascensão de nosso próprio espírito, no rumo da Luz Eterna.

Francisco Cândido Xavier
Do livro: Inspiração

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Chico e o volks

Certa manhã fria de outubro de 1971, o médium Francisco Cândido Xavier surpreendeu-se ao ver estacionado em frente à porta de sua casa um possante caminhão.
Dentro da sua carroceira, um "fuscão", último modelo, de luxo, zero quilômetro.
E mais admirado ficou ainda quando o motorista começou a descarregá-lo! 
Fim da a operação, o homem perguntou- se conhecia e se sabia se Chico Xavier se encontrava em casa.
Sou eu mesmo, respondeu- timidamente.
Sem mais nada indagar, o interlocutor informou-lhe o motivo de sua presença:
- "Pois aqui estão os documentos e as chaves do carro. Uma empresa de transportes pagou-me para trazê-lo e entregá-lo ao senhor, foi um industrial de São Paulo quem mandou, mas não sei o seu nome. Não adianta me perguntar". E se foi.
O humilde porta-voz da Espiritualidade Superior por várias vezes balançou a cabeça.
Por fim sorriu e encaminhou-se para seu quarto, ia orar e meditar. O automóvel ficou na rua, abandonado ao sol. Horas depois, chegou o dono do estabelecimento comercial que fornecia gêneros e verduras para a "sopa dos pobres" do Chico.
O médium convidou-o para olhar o presente que recebera.
Visivelmente encabulado indagou-lhe: Que tal? Gostou?
- "Magnífico! Extraordinário! Que linda cor!" - exclamou o entusiasmado visitante.
Leve-o, falou mansamente o irmão de todos os sofredores e desvalidos. Você me paga em macarrão para as minhas sopas e sacolas.
O simples e puro Chico, ainda não contaminado pela ganância e pelo egoísmo dos seres humanos, assim acabava de efetuar um negócio altamente lucrativo: trocara um bem transitório, que as traças consomem e os ladrões roubam, pelo ouro inoxidável da caridade, que nem as traças roem e nem os ladrões roubam...

(Coronel Edynardo Weyne - Extraído do livro "Lições de Sabedoria - Marlene Rossi S. Nobre)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

As Paredes tem Memórias

O padrão vibratório de uma casa, tem relação direta com a energia e o estado de espírito de seus moradores. Tudo o que pensamentos, fazemos, as escolhas, os sentimentos, palavras emitidas, sejam boas ou ruins, são energias. O resultado é ambientes, pessoas e situações interferindo diretamente em nosso estado de espírito.

Por isso é muito importante fazermos a limpeza energética de uma casa que compramos, onde pessoas já moraram, elas deixaram carimbadas nas suas paredes suas energias...

O corpo é nossa primeira morada e nossa casa, sua extensão. É ela que nos acolhe, protege e guarda nossa história. Da mesma forma que limpamos, nutrimos e cuidamos da vibração de nosso corpo, devemos estender esses cuidados e carinhos ao lar. Mais que escolher o imóvel e enfeitá-lo com móveis e objetos --muitas vezes guiados apenas por modismos ou pura praticidade-- a elaboração da atmosfera de um ambiente é importante porque reflete a personalidade de seu dono, dando pistas sobre seus gostos, estilo de vida, história e sonhos.

Há quem acredite que colocando cristais, sinos de vento, fontes ou espelhos, instrumentos do Feng Shui, é possível atrair bons fluídos e equilíbrio para dentro de casa. Mas, é muito pouco, pois a personalidade de um ambiente vai além. Ela é conseguida dia após dia, não apenas com técnicas, mas com pequenos atos de carinho e com muita energia boa.

Mais do que atrair bons fluídos para nosso lar, temos todas ascondições de criá-los no interior do próprio ambiente antes de usar qualquer técnica, objeto ou ritual. O conjunto de pensamentos, sentimentos, estado de espírito, condições físicas, anseios e intenções dos moradores fica impregnado no ambiente, criando o que se chama de egrégora. Você, com certeza, já esteve em uma residência ou ambiente onde sentiu um profundo bem-estar e sensação de acolhimento, independentemente da beleza, luxo ou qualquer outro fator externo. Essa atmosfera gostosa, sem dúvida, era dada principalmente pelo estado de espírito positivo de seus moradores. Infelizmente, hoje em dia, é muito mais corriqueiro entrarmos em ambientes que nos oprimem ou nos dão a sensação de falta de paz e, às vezes, até de sujeira, mesmo que a casa esteja limpa. A vontade é ir embora rapidamente, mesmo que sejamos bem tratados.

O que poucos sabem é que as paredes, objetos e a atmosfera da casa têm memória e registram as energias de todos os acontecimentos e do estado de espírito de seus moradores. Por isso, quando pensar na saúde energética de sua casa, tome a iniciativa básica e vital de impregnar sua atmosfera apenas com bons pensamentos e muita fé. Evite brigas e discussões desnecessárias. Observe seu tom de voz: nada de gritos e formas agressivas de expressão. Não bata portas e tente assumir gestos harmoniosos, cuidando de seus objetos e entes queridos com carinho.

Não pense mal dos outros. Pragas, nem pensar! Selecione muito bem as pessoas que vão freqüentar sua casa. Festas, brindes e comemorações alegres são bem vindas porque trazem alegria e muita energia, mas cuidado com os excessos. Nada de bebedeiras e muito menos uso de drogas, que atraem más energias. Se você nutre uma mágoa profunda ou mesmo um ódio forte por alguém, corra e procure ajuda para limpar essas energias densas de seu coração. Lembre-se que sua casa também pode estar contaminada.
Aprenda a fazer escolhas e determine o que quer para sua vida e ambiente onde mora. Alegria, amor, paz, prosperidade, saúde, amizades, beleza já estão bons para começar, não é mesmo?!

Comece a refletir como você anda vivendo em sua casa, no que anda pensando, como anda seu humor e reclamações no seu dia-a-dia. Tudo isto reflete no astral da casa e de seus moradores, e não esqueça de montar a fonte no centro de sua casa, porque ela depura as energias nocivas...

Por Ivana Xavier

O Vento

Certa vez, uma senhora foi até Uberaba e lá, diante do Chico, começou a se queixar de que não conseguia nada do que precisava, mesmo trabalhando na Doutrina e orando dia e noite.
Ao ouvir suas queixas, Chico lhe disse:
- Quando a gente tem fé, quando confia, eles ajudam, minha filha!
Uma vez, em Pedro Leopoldo , eu ensinava catecismo às crianças, mas, um dia, me proibiram.
Eu ensinava catecismo para quarenta crianças… e fui proibido porque me tornara espírita. Fiquei em casa.
Mas as crianças queriam o tio Chico…
Então as famílias levaram as crianças lá em casa.
E eu fiquei com muita pena, porque na igreja elas tinham lanche. Já eram duas horas e eu só tinha água e uns pedacinhos de pão em casa.
Eram quarenta crianças… Como eu iria alimentar aquelas crianças?
Eu fiz uma prece e pedi a Deus que me ajudasse, porque elas não podiam ficar sem comer.
Como é que eu iria fazer?
Estávamos embaixo de uma árvore.
E, então, um vento muito estranho começou a balançar as folhas da árvore.
O vento uivava entre os galhos daquela árvore.
Uma vizinha saiu e perguntou:
— Chico, que é isso? Que barulho é esse?
— O vento…
— O vento?!… E essas crianças aí?
— Catecismo!…
— Você não deu nada para elas comerem?
— Não tenho!…
— Oh, Chico! Eu tenho, aqui, bolo e pão.
E a outra vizinha do lado também apareceu e perguntou:
— O que foi isso, Chico? Que vento foi esse?
— O vento…
— E essas crianças aí?
— O catecismo…
E assim, doze famílias se reuniram e passaram a oferecer o alimento, o lanche daquelas crianças, por causa do vento.

- José Antônio V. de Paula - do livro Um Minuto com Chico Xavier

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O tratamento e a Cura

Chico Xavier sempre conviveu com problemas nos olhos, particularmente um deles, que exigia permanente cuidado, não raro sangrando e dolorido. Certa feita, pediu a Emmanuel:
– O senhor poderia pedir ao doutor Bezerra de Menezes ou outro benfeitor um tratamento de cura?
A resposta do guia o deixou apreensivo:
– Continue o tratamento médico e tenha paciência e resignação, porque seu mal não tem cura e nada posso fazer.
– Se é assim, como vou continuar meu trabalho mediúnico?
E Emmanuel:
– Não tem cura, mas tem tratamento! Continue cuidando dos olhos.
A resposta de Emmanuel resume um tratado de resignação ativa. Estranhou a adjetivação, leitor amigo? É que considero a existência de dois tipos de resignação – ativa e passiva.
Embora ambas exprimam uma aceitação dos males da existência, dizem respeito a posturas diametralmente opostas.
Resignação passiva: aceitação acomodada que paralisa a iniciativa e nos situa na lamentável condição do coitadinho, a inspirar a comiseração alheia.
Certamente você já passou pela experiência de alguém que o procurou exprimindo silencioso apelo, a partir de um cartão com os seguintes dizeres: Sou surdo-mudo. Peço seu auxílio para sobreviver.
Por que, pelo fato de ter uma deficiência dessa natureza, deve alguém viver da caridade? Não seria mais razoável e produtivo, em benefício de sua autoafirmação e bem-estar, ligar-se a instituições que preparam deficientes para o desafio de garantir a própria subsistência? E não há falta de vagas no mercado de trabalho. Por lei, empresas com mais de cem funcionários são obrigadas a contratar deficientes físicos.
Resignação ativa: a capacidade de conviver com as limitações, sem sujeitar-se a elas, nem permitir que inibam nossas iniciativas. Casos de superação, em que o indivíduo dá a volta por cima, envolvem Espíritos nessa condição.
Há exemplos notáveis, como Helen Keller (1880-1968), a admirável mulher americana que, quando bebê, teve grave doença, que a deixou surda e cega. Consequentemente, muda também, já que para aprender a falar é preciso ouvir.
Surdez, mudez, cegueira, isoladamente, são duras provações. Imaginemos as três juntas! Contrariando qualquer expectativa, Helen Keller aprendeu a falar, tornou-se escritora e conferencista.
Diz ela, no livro Minha Vida de Mulher: Ninguém pode saber melhor do que eu o que são as amarguras dos defeitos físicos. Não é verdade que eu nunca esteja triste, mas há muito resolvi não me queixar. Mesmo o ferido de morte deve esforçar-se por viver seus dias com alegria, por amor dos outros. Eis para que serve a religião: inspirar-nos à luta até o fim, de ânimo forte e sorriso nos lábios.
São exemplos maravilhosos de superação. Pessoas que enfrentam suas provações sem rebeldia, sem se entregarem, sem se julgarem os coitadinhos. Valorizam a existência, resgatam débitos cármicos, habilitam-se a estágios mais altos de espiritualidade. Sobretudo nos deixam envergonhados, porquanto, enfrentando problemas muito menos complexos, nos deixamos abater, não raro com pena de nós mesmos.
A Medicina é bênção de Deus. Oferece-nos cura para os males curáveis e lenitivo aos incuráveis, a fim de que possamos conviver com eles, sem que impeçam nossa realização como seres humanos, filhos de Deus, dotados de suas potencialidades criadoras.
Assimilando muito bem as orientações de seu mentor, Chico foi exemplo marcante de resignação ativa, jamais permitindo que suas limitações físicas e enfermidades o impedissem de realizar seu abençoado trabalho.
Poderia fazer suas as palavras de Helen Keller: Uma ambição eu tenho: a de não me deixar abater. Para tanto conto com a bênção do trabalho, o conforto da amizade e a fé inabalável nos altos desígnios de Deus.

Richard Simonetti

Porque não lembramos de nossas vidas passadas?

O esquecimento das vidas passadas é uma
realidade no processo de reencarnação.
Realidade justa e necessária, diga-se de passagem,
como não poderia ser diferente, já que vem de Deus.
Mas então podemos inquirir: não seria melhor se lembrássemos de tudo para então saber o porquê de certas coisas que nos acontecem agora?
Para termos uma melhor visão geral das coisas e assim buscarmos nossa reforma íntima?
Certamente isso poderia ser útil para alguns, a saber:
a minoria composta por aqueles de moral elevada e sempre prontos para perdoar seus inimigos.
Como a maior parte da humanidade não se encontra -
nem nunca se encontrou - nesse estágio de evolução moral,
o esquecimento é mais uma bênção de Deus para conosco.
Todos temos erros passados a serem corrigidos, pessoas por nós derrubadas e humilhadas em outras encarnações que agora devemos ajudar a se erguerem do abismo em que a empurramos.
Tais pessoas podem ser agora nossos pais, irmãos, tios, primos, vizinhos, colegas de trabalho, não se sabe.
Mas como reagiríamos se, ao vermos um filho nosso nascer, reconhecêssemos nele a pessoa de um carrasco em uma vida passada?
Alguém que nos arruinou completamente aquela vida!
Iríamos dar a ele todo o nosso amor?
Iríamos estar sempre prontos a atender o seu choro
durante a noite depois de tudo o que ele nos fez?
O véu lançado sobre esses acontecimentos anteriores é
uma ajuda da misericórdia divina que nos coloca em uma
posição favorável à reconciliação com nosso próximo.
Criando aquela criança desde pequena aprenderemos
a amá-la, não mais importando o mal que ela nos causou em outras vidas.
E esse amor que lhe devotarmos fará com que também ela nos dedique seu amor e o passado sombrio seja finalmente deixado para trás. Sem esse esquecimento a vida poderia ser quase impraticável devido ao nosso baixo nível de
fraternidade uns para com os outros:
. Imagine os senhores de engenho reencarnando em
um local onde estejam alguns de seus antigos escravos.
. Imagine judeus - vítimas do holocausto -
encarnando junto a nazistas que foram seus algozes ou de seus familiares.
. Imaginemos, acima de tudo, tempos sombrios da
humanidade, como a idade média, onde tanta maldade
fora feita de forma totalmente gratuita e legalizada.

Sem o lançamento desse límpido véu sobre nossas
vidas anteriores o mundo correria um altíssimo risco
de se afundar em um círculo vicioso de ódio
recíproco entre os homens.

Temos que ter em mente que a existência espiritual
da alma é a sua existência normal.
As existências corpóreas não são senão intervalos, cuja soma iguala apenas uma parte mínima da existência normal.
Vale lembrar ainda que tal esquecimento não é definitivo.
O espírito desencarnado pode sim lembrar - desde que
julgue útil e de acordo com a sua evolução moral
adquirida - de acontecimentos de vidas passadas, sejam quais forem; isso o auxilia, inclusive, na sua preparação para uma nova encarnação.
Além disso, uma nova encarnação não faz de uma pessoa um novo ser. Apenas o corpo muda,sendo o espírito o mesmo, com o seu caráter moral e intelectualidade particulares, guardando assim todos os seus instintos e pré-disposições, sejam boas ou ruins.

By Momento Espírita

sábado, 15 de fevereiro de 2014

No Aprimoramento

No aperfeiçoamento do corpo espiritual, além do primitivismo de certas almas que jazem, longo tempo, entorpecidas após a morte física, observamos, ainda, o quadro das mentes evolvidas intelectualmente, mas submersas nas densas vibrações decorrentes de compromissos escuros.
Não permanecem no regime da inércia, em sono larval; entretanto, agitam-se nos desvarios da loucura.

Criam imagens que vivem e se movimentam na intimidade delas próprias, por tempo indeterminado, cuja duração varia com a força do impulso de suas paixões.

Carregam consigo os dramas intensos de que se fizeram autoras.

Encarnada na Terra, a inteligência vive entre as provocações da esfera carnal e as sugestões silenciosas da mente. Quanto mais intelectualizada a criatura, mais profundamente respira no plano das idéias, influenciando e sendo influenciada.

Geralmente, porém, o homem desequilibra os próprios sentimentos, inclinando-se, em maior ou menor percentagem, para o afastamento das leis com as quais se deve nortear. Atravessa os caminhos humanos, ganhando pouco e quase sempre perdendo muito, dentro de si mesmo, obscurecendo-se nas pesadas sombras dos pensamentos inquietantes que produz para o consumo de suas necessidades mentais.

Assim é que a desencarnação não lhes modifica o campo íntimo.

Encasulada no círculo vibratório das criações que lhe dizem respeito, a alma sofre naturais inibições, ante a paisagem da vida gloriosa. Não possui ainda órgão de percepção para sintonizar-se com os espetáculos deslumbrantes da imensidade, encarcerada, qual se encontra, entre as paredes estranhas das concepções obscuras e estreitas em que se agita.

Como a lâmpada vive no seio das próprias irradiações, imitindo luz que é também matéria sutil, a alma permanece no seio das criações que lhe são peculiares, prendendo-se à paisagem em que prevaleçam as forças e desejos que lhe são afins, porque o pensamento é também substância rarefeita, matéria dentro de expressões inabordáveis até agora pelas investigações terrestres.

Podendo alimentar-se, por tempo indefinível, das emanações dos próprios desejos, entidades existem que estacionam, durante muitos anos, dentro dos quadros emocionais em que se comprazem, atrasando a marcha evolutiva, até que reencarnam na recapitulação das experiências em que faliram, retomando o serviço de purificação interior para a sublimação de si mesmas.

Desse modo, somos defrontados por dolorosos fenômenos congeniais.

Suicidas recomeçam a luta física, no círculo de moléstias ingratas, e criminosos reaparecem no berço, com deploráveis mutilações e defeitos; alcoólatras regressam à existência, em companhia de pais que se sintonizam com eles e grandes delinqüentes reencetam a viagem do aprimoramento moral, na esfera de provas temíveis, quais sejam as de enfermidades indefiníveis e de aflições dificilmente remediáveis.

No extenso e abençoado viveiro de almas que é o mundo, pouco a pouco, de século a século e de milênio a milênio, usando variados corpos e diversas posições no campo das formas, nosso espírito constrói lentamente, para o próprio uso, o veículo acrisolado e divino, com que o Senhor nos reserva em plena imortalidade vitoriosa.

 Emmanuel, Do Livro: Roteiro- Francisco Cândido Xavier

Fonte:Ce Caminhos da Luz

ALEGRIA DE VIVER

Diante da vida que transcorre, procura encontrar alegria de viver, apesar de todos os percalços que venhas a enfrentar.
Nasceste no meio familiar adequado aos teus reajustes interiores, tens um corpo físico propício às exigências da tua alma, a posição social e financeira condizentes ao que tu mesmo escolheste para o teu aprimoramento interior. Não te revoltes, pois, se a vida com que sonhas não te satisfaz plenamente.
Contudo, embora as dificuldades e atritos a enfrentar, ama a vida ainda assim.
Aprende a estender o teu olhar mais além, abarcando a vida daqueles outros irmãos, que passam por duras e dolorosas provações. Sentirás os teus problemas pequeninos e amenizados, para não mais te entregares a nenhuma queixa.
Olha ao teu redor, vê aqueles que estão mais perto de ti e verifica as necessidades de cada um, as carências que podes suprir com a tua compreensão, com o teu carinho e o teu amor.
Observa a própria Natureza em seu esplendor e saberás encontrar alegria em cada raio de sol, em cada brisa que sentes afagar tua pele, em cada flor que oferece o seu delicado perfume. Apura os teus ouvidos e perceberás os sons que ela transmite pelo cantar dos passarinhos, pelo rumorejar das correntezas, pelo barulho das cachoeiras, pelo cricrilar dos grilos, pela sinfonia das cigarras... Tudo é beleza e alegria, a te encantar os sentidos!
Observa o movimento ensurdecedor das metrópoles: as buzinas, o apito das locomotivas, a sirene das fábricas, as vozes humanas, o riso alegre de crianças a brincar, a algazarra de estudantes ao finalizar das aulas, os sons estridentes a surgir por toda parte... e poderás compreender que tudo representa manifestação de progresso, pois tudo é vida.
Onde estiveres situado, na cidade ou no campo, no trabalho ou no aconchego do lar, eleva o teu pensamento a Deus e ora, por tudo agradecendo, pelo que tens e pelo que és. Conseguirás assim, filho querido, encontrar na própria vida que desfrutas, alegria de viver!

Irmã Maria do Rosário – Médium: Lucia Cominatto
http://www.cacef.info/news/alegria-de-viver/?

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A morte na visão Espírita

A Doutrina Espírita não apenas consola,
mas também alumia o raciocínio dos que
indagam e choram na grande separação.

Toda religião procura confortar os homens, ante a esfinge da morte. A Doutrina Espírita não apenas consola, mas também alumia o raciocínio dos que indagam e choram na grande separação. Toda religião admite a sobrevivência.
A Doutrina Espírita não apenas patenteia a imortalidade da vida, mas também demonstra o continuísmo da evolução do ser, em esferas diferentes da Terra. Toda religião afirma que o mal será punido, para lá do sepulcro. A Doutrina Espírita não apenas informa que todo delito exige resgate, mas também destaca que o inferno é o remorso, na consciência culpada, cujo sofrimento cessa com a necessária e justa reparação. Toda religião ensina que a alma será expurgada de todo o erro, em regiões inferiores. A Doutrina Espírita não apenas explica que a alma, depois da morte, se vê mergulhada nos resultados das próprias ações infelizes, mas também esclarece que, na maioria dos casos, a estação terminal do purgatório é mesmo a Terra, onde reencontramos as conseqüências de nossas faltas, a fim de extingui-las, através da reencarnação. Toda religião fala do céu, como sendo estância de alegria perene. A Doutrina Espírita não apenas mostra que o céu existe, por felicidade suprema no espírito que sublimou a si mesmo, mas também elucida que os heróis da virtude não se imobilizam em paraísos estanques, e que, por mais elevados, na hierarquia moral, volvem a socorrer os irmãos da Humanidade ainda situados na sombra. Toda religião encarece o amparo da Providência Divina às almas necessitadas. A Doutrina Espírita não apenas confirma que o amor infinito de Deus abraça todas as criaturas, mas também adverte que todos receberemos, individualmente, aqui ou além, de acordo com as nossas próprias obras. Os espíritas, pois, realmente não podem temer a morte que lhes sobrevém, na pauta dos desígnios superiores. Para todos eles, a desencarnação em atendimento às ordenações da Vida Maior é o termo de mais um dia de trabalho santificante, para que se ponham, de novo, a caminho do alvorecer.

Emmanuel- Chico Xavier

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Epelepsia na visão Espírita

A epilepsia é uma das enfermidades mais antigas da humanidade. Na antiga Babilônia, eram feitas restrições ao casamento de pessoas epilépticas, com o argumento de que eram possuídas pelo demônio. Já na Idade Média, a epilepsia era considerada uma doença mental e contagiosa, visão que persiste nos tempos atuais nas pessoas desinformadas.
Na Bíblia, encontramos a passagem do “menino epiléptico”, narrada por Mateus (17: 14 a 19), na qual Jesus, “tendo ameaçado o demônio, fez com que ele saísse da criança, que foi curada no mesmo instante”. No livro A Gênese, Allan Kardec explica que a “imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os espíritos imperfeitos, chamados então de demônios, que lhe bastava ordenar que se retirassem para que não pudessem resistir a essa injunção”.

Para nós, espíritos em aprendizado, fazer uma desobsessão é mais complexo. Precisamos ter uma ajuda espiritual e muito carinho com nossos semelhantes, pois o verdugo de hoje foi vítima ontem. Para sabermos se o problema é um processo obsessivo ou carma, devemos analisar os tipos de reencarnação: expiação, provação e missão. A expiação é o resgate, por meio da dor, de erros cometidos em outras existências. Pela provação, temos provas voluntariamente solicitadas pelo espírito, as quais, se bem suportadas, resultarão em seu progresso espiritual. A missão é a realização de qualquer tarefa, de pequena ou grande relevância. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas.
A medicina descreve uma crise epiléptica como uma desordem cerebral, causada por descarga elétrica anormal, excessiva e transitória das células nervosas, decorrente de correntes elétricas que são fruto da movimentação iônica através da membrana celular. Existem diversos tipos de crises, como parciais, parciais e completas, generalizadas e tônico-clônicas.

Causas da epilepsia
As causas da epilepsia podem ser desde uma lesão na cabeça como um parto à fórceps. O uso abusivo de álcool e drogas, além de outras doenças neurológicas, também podem gerar a doença. Na maioria dos casos, entretanto, desconhece-se as causas que lhe dão origem. Muitas vezes, o paciente tem as convulsões e os exames realizados dão resultados normais. Divaldo Pereira Franco, no livro Grilhões Partidos, afirma que “mesmo nesses casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem ao devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós”.

Vale ressaltar que a medicina terrestre evoluiu, não só porque conta com a cirurgia, que é usada quando o resultado da medicação não foi satisfatório e o médico avalia as possibilidades de sucesso cirúrgico, mas por que os médicos têm se preocupado em adaptar o paciente à vida social e familiar, além da reabilitação aos estudos. Muitas vezes, envolvem vários profissionais de diversas áreas, como psicólogos, terapeutas etc., elucidando o paciente e sua família sobre a importância do uso dos remédios e o apoio dos pais nesta caminhada. Estes, inclusive, com receio das crises epilépticas, acabam dando uma superproteção ao filho, temendo que ele se machuque. Essa proteção é normal, mas deixa o epiléptico dependente dos genitores, tornando-o uma criança isolada e fechada.

Algumas pessoas, sem o devido estudo, alegam que a epilepsia é uma mediunidade que deve se desenvolver. Porém, conforme afirma Divaldo Pereira Franco em Grilhões Partidos, vale ressaltar que “não desconhecemos que toda enfermidade procede do espírito endividado, sendo a terapêutica espiritista de relevante valia. Porém, convém considerar que, antes de qualquer esforço externo, há que se predispor o paciente à renovação íntima intransferível, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim de que se conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito, dando início ao tratamento que melhor lhe convém, partindo de dentro para fora. Posteriormente e só então, far-se-á lícito que participe dos labores significativos do ministério mediúnico, na qualidade de observador, cooperador e instrumento, se for o caso”.
Existem processos perniciosos de obsessão que fazem lembrar um ataque epiléptico devido à igualdade da manifestação. Também com uma gravidade séria, ainda conforme as palavras de Divaldo, “ocorrência mais comum se dá quando o epiléptico sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua antiga vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade, então com caráter misto”.
Independentemente do fato do epiléptico estar sob um processo obsessivo ou não, é importante a freqüência ao centro espírita para a reforma íntima e para receber aplicação de passes, que é uma transfusão de energias físio-psíquicas. Porém, mesmo com o tratamento espiritual, o epiléptico deve manter controle com a medicina terrestre, com a aplicação de anticonvulsivos, pois cada caso é um caso.

Reforma íntima
Pode-se fazer um tratamento de desobsessão e o inimigo do passado ser doutrinado, mas a dívida persistirá enquanto não for regularizada, como explica Divaldo no livro.“Considerando-se que o devedor se dispõe à renovação, com real propósito de reajustamento íntimo, modificando as paisagens mentais a esforço de leitura salutar, oração e reflexão com trabalho edificante em favor do próximo e de si mesmo, mudam-se-lhe os quadros provacionais e providências relevantes são tomadas pelos mensageiros encarregados de sua reencarnação, alterando-lhe a ficha cármica. Como vê, o homem é o que lhe compraz, o que cultiva”, descreve.
Gostaria de terminar dizendo para as pessoas que têm epilepsia e seus familiares que jamais desanimem, em momento algum, sobretudo nos momentos mais difíceis, onde a doença parece incontrolável. Os pais são o alicerce para o filho epiléptico e este só poderá obter a cura total ou parcial com o apoio dos familiares e muita fé em Deus.
Ao terminar de ler esta matéria, não se preocupe em ficar remoendo na mente sobre os atos que poderia ter feito no pretérito que lhe fizessem voltar com essa enfermidade. Cuide de sua reforma íntima e espiritual, para que, posteriormente, venha a trabalhar em prol dos mais necessitados. Dessa forma, além de se ajudar a evoluir espiritualmente, ajudará também muitas pessoas que virão ao seu socorro.

Marco Tulio Michalick

ALGUNS CASOS DE EPÍLEPSIA
Caso 1: Livro Grilhões Partidos, de Manoel P de Miranda

Caso Ester: moça, de 15 anos, previamente “normal”. Quadro súbito de contratura generalizada, palidez cutânea, sudorese abundante. Segue-se atitude agressiva do pai, a quem sempre tratou com carinho, seguida de palavras duras, gritos e agitação. Após a medicação injetável, ocorre sonolência intercalada por convulsões.
Diagnóstico espiritual: “Disritmia cerebral secundária a ligação obsessiva, com manifestação do obsessor através de psicofonia atormentada, após a convulsão. O Eletroencefalograma [ECG] era normal antes e após a convulsão. Se não forem evitados os ataques de subjugação, aparecerá lesão cerebral, que já existe no perispírito”.

Ester era espírito com grave débito no passado, com lesão perispiritual na região cerebral. Utilizou sua inteligência para causar prejuízo grave à vida de vários semelhantes.
Observar que após a convulsão seguia-se a fala do obsessor (fala lógica e inteligente), dirigida contra o pai de Ester.

O diagnóstico médico seria crise convulsiva generalizada tônico-clônica seguida de estado crepuscular como a ocorrência de confusão mental, inquietação motora, automatismos, distúrbios da fala, do conhecimento e da ação, após a crise convulsiva.
Esse caso mostra a ocorrência da convulsão são e ressalta a importância da terapia desobsessiva na prevenção de lesão do corpo físico.
Bezerra de Menezes indica o tratamento: “A terapia há de ser múltipla, acadêmica e espírita”, mostrando a importância de usar medicação apesar de ser processo de origem espiritual.

Caso 2: Livro: Nos Domínios da Mediunidade, cap 9.
Caso Pedro: Paciente com doença mental.
Visão espiritual: Observa-se o obsessor ligando-se a Pedro, seguindo-se convulsão generalizada tônico-clônica, com relaxamento de esfíncteres. O mentor Aulus afirma ser possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro está inconsciente, não terá lembrança do ocorrido, mas está atento em espírito, arquivando a ocorrência e enriquecendo-se. Passado espiritual semelhante aos demais pacientes analisados, com obsessão na espiritualidade antes da atual reencarnação.
Após a prece e o passe dos demais encarnados, ocorre o desligamento do desencarnado, termina a convulsão e Pedro entra em sono profundo.

O mentor Aulus o classifica como médium, mas desaconselha a procura de desenvolvimento mediúnico, até que Pedro desenvolva recursos pessoais no próprio reajuste, com o estudo e reforma íntima, e explica: “Com a terapia desobsessiva exitosa, será possível terminar com os ataques de “possessão”, mas Pedro sofrerá os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se expressarem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária que emergirão por algum tempo, ante recordações mais fortes da luta atual até o reajuste integral do perispírito (reflexo condicionado)”.

Esse caso mostra que, apesar de tratar-se de obsessão, não ocorreu a manifestação do obsessor (estado crepuscular) após a convulsão, provavelmente devido ao passe aplicado durante a convulsão, que produziu o desligamento do espírito desencarnado. Fato semelhante ocorreu no caso retirado do Evangelho, onde no texto de Marcos (9: 14-30) observa-se que o jovem apresenta a convulsão e após a interferência de Jesus ele fica “como morto”. Outro ensinamento desse caso é quanto ao prognóstico de cura após o tratamento desobsessivo, analisado pelo mentor Aulus, surgindo a epilepsia secundária a reflexo condicionado.

CONCLUSÃO

Os quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão, mas existem casos sem ação de desencarnados e casos mistos.
Independentemente do caso, com ou sem envolvimento obsessivo, há necessidade de uso de medicação da medicina acadêmica.
Segundo Bezerra de Menezes, a presença do estado crepuscular é diagnóstico de ação obsessiva.
A terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza a obra kardequiana.

O estudo dos casos clínicos sugere que a maioria dos quadros de epilepsia representa processo obsessivo atual ou passado, e que todo paciente epiléptico deve ser abordado com processo terapêutico nesse sentido. As exceções seriam os casos de lesão cerebral no passado ou na vida atual, como nos casos de suicídio.
O quadro secundário a processo obsessivo, se não socorrido em tempo hábil, pode levar à lesão física.
Existe uma seqüência evolutiva do processo de cura: obsessão com lesão física - obsessão sem lesão física - epilepsia por reflexo condicionado - estado convalesceste (com crises dependendo do comportamento do paciente) -cura.

“Estai de sobreaviso, vigiai e orai, porquanto, não sabeis quando será o tempo.” Jesus - Mc. 13 - 33.

(Extraído da revista Cristã de Espiritismo 23, páginas 12-14)

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Com menos ficou pior

Jonas e Susie identificavam-se num mesmo desejo: teriam seis filhos. Por que não cinco ou sete? Não saberiam responder... Era o que sentiam, desde os primeiros tempos de namoro, imaginando-se felizes, às voltas com meia dúzia de pirralhos...
Problemas financeiros não existiriam. Ele tinha um bom emprego, com futuro promissor. Casaram-se, eufóricos, unidos pelo afeto, empolgados pelas perspectivas de muitos filhos...
Os anos seguiram seu curso inexorável, o amor entre eles se manteve, embora os velhos problemas de relacionamento humano. Acima de tudo eram Espíritos amigos, mas o ideal acalentado começou a arrefecer, desde o nascimento do primeiro filho, portador de grave limitação mental. O segundo, saudável e inteligente, mas irrequieto ao extremo, dava trabalho por mil...
Por isso, quando Susie engravidou pela terceira vez, tomou a decisão inabalável: seria o último filho. Jonas não discutiu. Também ele desiludira-se da prole numerosa: muita preocupação, muita dor de cabeça...
Nascida a criança, uma linda menina, simultaneamente foi providenciada a cirurgia esterilizadora... Trompas seccionadas e amarradas, o anticoncepcional definitivo...
Ambos sentiram-se aliviados, mas benfeitores espirituais lamentaram a grave decisão, contra a qual tinham trabalhado muito junto ao casal, porquanto a intenção inicial não configurava mero capricho. Era o reflexo de compromisso assumido perante a Espiritualidade. Seis Espíritos reencarnariam como seus filhos, obedecendo a amplo programa de serviço redentor.
A cirurgia drástica prendera no Além os três últimos: um inimigo ferrenho, com o qual deveriam harmonizar-se, favorecidos pelos laços da consanguinidade e as bênçãos de esquecimento; uma vítima de seus caprichos, precipitada em tortuosos caminhos, para cuja reabilitação deveriam cooperar, e nobre entidade, detentora de vastos patrimônios de virtude, que os ajudaria como um anjo guardião, mais tarde, quando viessem a defrontar-se com as limitações da velhice.
Barrados irremediavelmente, os três Espíritos reagiram segundo sua posição evolutiva; o primeiro tornou-se obsessor dos futuros pais, complicando-lhes a existência; o segundo situou-se como alma penada no ambiente doméstico, impondo ao casal penosas impressões; o terceiro retornou às esferas mais altas, ante a impossibilidade de uma ajuda mais afetiva aos seus tutelados, na condição de filho...
E a existência de Susie e Jonas, que seria trabalhosa e sacrificial com seis filhos, tornou-se pior com três apenas...

***
Ocioso discutir sobre a legitimidade do planejamento familiar. Se os pais têm a responsabilidade de cuidar dos filhos, é elementar seu direito de decidir se desejam tê-los.
Ressalte-se, todavia, que esse planejamento geralmente remonta à Espiritualidade, com o concurso de generosos e sábios mentores, antes do retorno à carne, quando os casais têm uma visão mais objetiva de suas necessidades evolutivas que, não raro, envolvem prole numerosa.
O problema é que, chegados à Terra, distraem-se das finalidades da existência e, transitando pelas névoas da ilusão, decidem limitar a natalidade, contrariando a própria consciência, que lhes diz inarticuladamente, no imo d’alma, que ainda há nascimentos programados para seu lar. Com isso adiam para futuro incerto experiências necessárias à própria edificação.


Richard Simonetti

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Pobres de Espírito e Espíritos Pobres

"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus."
(Mateus, V, 3.)

Deus quer Espíritos ricos de amor e pobres de orgulho. Os "pobres de espírito" são os que acumulam tesouros nos Céus, onde a traça não os rói e os ladrões não os alcançam.
Os "pobres de Espírito" são os humildes, que nunca mostraram saber o que sabem, e nunca dizem ter o que têm; a modéstia é o seu distintivo, porque os verdadeiros sábios são os que sabem que não sabem!
É por isso que a humildade se tornou cartão de ingresso no Reino dos Céus.
Sem a humildade, nenhuma virtude se mantém. A humildade é o propulsor de todas as grandes ações e rasgos de generosidade, seja na Filosofia, na Arte, na Ciência, na Religião.

Bem-aventurados os humildes; deles é o Reino dos Céus!

Os humildes são simples no falar; sinceros e francos no agir; não fazem ostentação de saber nem de santidade; abominam os bajulados e servis e deles se compadecem.
A humildade é a virgem sem mácula que a todos discerne sem poder ser pelos homens discernida.
Tolerante em sua singeleza, compadece-se dos que pretendem afrontá-la com o seu orgulho; cala-se às palavras loucas dos papalvos; suporta a injustiça, mas folga com a verdade!
A humildade respeita o homem, não pelos seus haveres, mas por suas virtudes. A pobreza de paixões, de vícios, de baixas condições que prendem ao mundo, e o desapego de efêmeras glórias, de egoísmo, de orgulho, amparam os viajores terrenos que caminham para a perfeição.
Foi esta a pobreza que Jesus proclamou: pobreza de caráter deprimido. Quantos pobres de bens terrenos julgam ser dignos do reino dos Céus, e, entretanto, são almas obstinadas e endurecidas, são seres degradados que, sem coberta e sem pão, repudiam a Jesus e se fecham nos redutos de uma fé bastarda, que, em vez de esclarecer, obscurece, em vez de salvar, condena!
Não é a ignorância e a baixa condição que nos dão o Reino dos Céus, mas, sim, os atos nobres: a caridade, o amor, a aquisição de conhecimentos que nos permitam alargar o plano da vida em busca de mais vastos horizontes, além dos que avistamos!
Se da imbecilidade viesse a "pobreza de espírito" que dá o reino dos Céus, os néscios, os cretinos, os loucos não seriam fustigados na outra vida, como nos dizem que são, quando de suas relações conosco.
Pobres de espírito são os simples e retos, e não os orgulhosos e velhacos; pobres de espírito são os bons que sabem amar a Deus e ao próximo, tanto quanto amam a si próprios.
Pobres de espírito são os que estudam com humildade, são os que sabem que não sabem, são os que imploram de Deus o amparo indispensável às suas almas.

Para estes é que Jesus disse: "Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos Céus."

 Cairbar Schutel
Parábolas e Ensinos de Jesus
O Clarim.
Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Perispírito

Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
O perispírito é, ainda, corpo organização que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva ao santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.
Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.
A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos no demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.

Francisco Cândido Xavier- Emmanuel-Da obra: Roteiro.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Espiritismo e a Saudade

O espiritismo é uma doutrina consoladora, por nos demonstrar a continuidade da vida após a separação terrena. Mas devemos reconhecer que o fato de sabermos que a vida continua não ameniza a saudade, pois é difícil superar o silêncio. Esse silêncio que dói e que não é preenchido por nada.

Talvez se tivéssemos em mente, se nos lembrássemos com frequência, que todos aqueles que amamos um dia vão partir da matéria, muitos deles antes de nós, talvez então os valorizássemos mais, talvez então notássemos mais as suas virtudes e menos os seus defeitos.
Mas isso também vale para quem, por algum motivo, esteja afastado dos seus. É claro que então a saudade ainda dói, mas ao mesmo tempo alenta, porque o reencontro não depende de que todas as pessoas estejam novamente no mesmo plano… Sem contar que hoje temos o auxílio inestimável da tecnologia. Não é a mesma coisa? Claro que não, mas pouco tempo atrás não existia, não havia esse consolo. Algum tempo atrás, quem imaginaria ver suas pessoas queridas pelo webcam, estando em praticamente qualquer lugar do mundo?
Uma coisa a ser evitada nos momentos de saudade é justamente pensar nela. Antes de deprimir-se, é melhor se manter ocupado com coisas úteis. Não há um monte de coisas que deixamos pra fazer quando tivermos tempo? Pois que se aproveite o espaço vazio deixado pela saudade para ocupar-se com essas coisas.
A palavra saudade só existe na língua portuguesa, e sua etimologia é a mesma da palavra solidão. E são realmente sentimentos que se confundem. Pois a solidão também pode ser aproveitada para coisas que em outras ocasiões e circunstâncias não seriam possíveis. É na solidão que entramos em contato com nós mesmos, com nosso universo interior. Na solidão podemos encontrar respostas seguras para as incertezas que alimentamos, e esse contato com nosso íntimo é que nos dá coragem para enfrentar as dificuldades da passagem pela Terra.
Quando estiver de braços com a saudade, não permita que ela se transforme numa prisão emocional, impedindo que você saiba aproveitar os dias que de repente ficaram mais compridos, impedindo que você domine o seu pensamento, que você domine as lágrimas, que você domine o desânimo que bate à porta ameaçadoramente.

Não! Todos os períodos da vida são importantes, nenhum se repete, com toda a certeza um dia a oportunidade de aprendizado e vivência desse momento da sua vida lhe será cobrado, e é bom que você tenha aproveitado. Seja útil, seja útil aos outros, aos que ficaram, seja útil a você!
E quando puder estar novamente ao lado das pessoas que ama, aproveite ao máximo, viva cada detalhe, cada momento; sabe-se lá quando terá outro abraço como esse? É triste? Talvez. Seria pior se não houvesse o reencontro nesta vida; pior ainda se não houvesse amanhã. Mas a vida é um dia depois do outro, cada um deve ser aproveitado ao máximo, com saudade ou sem saudade. Quanta oportunidade um dia nos oferece! Que o vazio da ausência seja preenchido com bons pensamentos e atividades construtivas.

E que se aproveite essa oportunidade de aprendizado para, no decorrer dessa vida e pela eternidade, darmos o devido valor às coisas simples, que não exigem nada de extravagante para serem feitas, basta a presença daqueles que amamos.

Fonte: Espírito Imortal
Por Cepal André Luis

Lembranças úteis

Não viva pedindo orientação espiritual, indefinidamente. Se você já possui duas semanas de conhecimento cristão, sabe, à saciedade o que fazer.
Não gaste suas energias, tentando consertar os outros de qualquer modo. Quando consertamos a nós mesmos, reconhecemos que o mundo está administrado pela Sabedoria Divina e que a obrigação de cooperar invariavelmente para o bem é nosso dever primordial.
Não acuse os Espíritos desencarnados sofredores, pelos seus fracassos na luta. Repare o ritmo da própria vida, examine a receita e a despesa, suas ações e reações, seus modos e atitudes, seus compromissos e determinações, e reconhecerá que você tem a situação que procura e colhe exatamente o que semeia.
Não recorra sistematicamente aos amigos espirituais quanto a comezinhos deveres que lhe competem no caminho comum. Eles são igualmente ocupados, enfrentam problemas maiores que os seus, detêm responsabilidades mais graves e imediatas, e você, nas lutas vulgares da Terra, não teria coragem de pedir ao professor generoso e benevolente que desempenhasse funções de ama-seca.
Não espere a morte para solucionar as questões da vida, nem alegue enfermidade ou velhice para desistir de aprender, porque estamos excessivamente distantes do Céu. A sepultura não é uma cigana, cheia de promessas miraculosas, e sim uma porta mais larga de acesso à nossa própria consciência.
Do livro: AGENDA CRISTÃ
André Luis-Chico Xavier
Fonte: Cepal André Luiz

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Carta ao meu filho

Meu filho, dito esta carta para que você saiba que estou vivo.
Quando você me estendeu a taça envenenada que me liquidou a existência, não pensávamos nisso.
Nem você, nem eu.
A idéia da morte vagueava longe de mim, porque esperava de suas mãos apenas o remédio anestesiante para a minha enxaqueca.
Entendi tudo, porém, quando você, transtornado, cerrou subitamente a porta e exclamou com frieza:
- Morre, velho!
As convulsões que me tomavam de improviso, traumatizavam-me a cabeça...
Era como se afiada navalha me cortasse as vísceras num braseiro de dor. Pude ainda, no entanto, reunir minhas forças em suprema ansiedade e contemplar você, diante de meus olhos.
Suas palavras ressoavam-me aos ouvidos: “- morre, velho!”
Era tudo o que você, alterado e irreconhecível, tinha agora a dizer.
Entretanto, o amor em minha alma era o mesmo.
Tornei à noite recuada quando o afaguei pela primeira vez.
Sua mãezinha dormia, extenuada...
Pequenino e tenro de encontro ao meu peito, senti em você meu próprio coração a vagir nos braços...
E as recordações desfilaram, sucessivas.
Você, qual passarinho contente a abrigar-se em meu colo, o álbum de fotografias em que sua imagem apresentava desenvolvimento gradativo em todas as posições, as festas de aniversário e os bolos coloridos enfeitados de velas que seus lábios miúdos apagavam sempre numa explosão de alegria... Rememorei nossa velha casa, a princípio humilde e pobre, que o meu suor convertera em larga habitação, rica e farta... Agoniado, recordei incidentes, desde muito esquecidos, nos quais me observava expulsando crianças ternas e maltrapilhas do grande jardim de inverno para que nosso lar fosse apenas seu... Reencontrei-me, trabalhando, qual suarento animal, para que as facilidades do mundo nos atendessem as ilusões e os caprichos...
Em todos os quadros a se me reavivarem na lembrança, era você o grande soberano de nosso pequeno mundo...
O passado continuou a desdobrar-se, dentro de mim. Revisei nossa luta para que os livros lhe modificassem a mente, o baldado esforço para que a mocidade se lhe erigisse em alicerce nobre ao futuro... De volta às antigas preocupações que me assaltavam, anotei-lhe, de novo, as extravagâncias contínuas, os aperitivos, os bailes, os prazeres, as companhias desaconselháveis, a rebeldia constante e o carro de luxo com que o presenteei num momento infeliz...
Filho do meu coração, tudo isso revi...
Dera-lhe todo o dinheiro que conseguira ajuntar, mas você desejava o resto.
Nas vascas da morte, vi-o, ainda, mãos ansiosas, arrebatando-me o chaveiro para surripiar as últimas jóias de sua mãe...Vi perfeitamente quando você empalmou o dinheiro, que se mantinha fora de nossa conta bancária, e, porque não podia odiá-lo, orei – talvez com fervor e sinceridade pela primeira vez – rogando a Deus nos abençoasse e compreendendo, tardiamente, que a verdadeira felicidade de nossos filhos reside, antes de tudo, no trabalho e na educação com que lhes venhamos a honrar a vida.
Não dito esta carta para acusá-lo.
Nem de leve me passou pelo pensamento o propósito de anunciar-lhe o nome.
Você continua sangue de meu sangue, coração de meu coração.
Muitas vezes, ouvi dizer que há filhos criminosos, mas entendo hoje que, na maioria das circunstâncias, há, junto deles, pais delinqüentes por acreditarem muito mais na força do cofre que na riqueza do espírito, afogando-os, desde cedo, na sombra da preguiça e no vício da ingratidão.
Não venho falar, assim, unicamente a você, porque seu erro é o meu erro igualmente. Falo também a outros pais, companheiros meus de esperança, para que se precatem contra o demônio do ouro desnecessário, porque todo ouro desnecessário, quando não busca o conselho da caridade, é tentação à loucura.
Há quem diga que somente as mães sabem amar e, realmente, o regaço materno é uma bênção do paraíso. Entretanto, meu filho, os pais também amam e, por amar imensamente a você, dirijo-lhe a presente mensagem, afirmando-lhe estar em prece para que a nossa falta encontre socorro e tolerância nos tribunais da Divina Justiça, aos quais rogo me concedam, algum dia, a felicidade de tê-lo novamente ao meu lado, por retrato vivo de meu carinho... Então nós dois juntos, de passo acertado no trabalho e no bem, aprenderemos, enfim, como servir ao mundo, servindo a Deus.


pelo Espírito J., Do Livro: Luz no Lar-Francisco Cândido Xavier

Em torno de uma oração

Certamente você conhece a oração de Francisco de Assis, caro leitor. Oportuno que nos detenhamos em suas afirmações.
Senhor, fazei-me instrumento de Vossa paz. Somos instrumentos da paz? Em nossa presença as pessoas sentem-se animadas e felizes? Ou a paz se despede quando chegamos? Perguntei a uma senhora amiga sobre sua família. – No momento, muito bem! Estamos em paz! ¬– afirmou feliz. E, sorriso brejeiro, completou: – Meu marido está viajando…
Onde houver ódio que eu semeie o Amor. Há uma fórmula mágica para isso: A profilaxia dos contrários. O funcionário de empresa estava furioso com o gerente que frequentemente o transferia de setor. Certamente estava a pressioná-lo para que se demitisse. Cogitava disso quando um colega, um semeador da paz, disse-lhe. – Está enganado quanto ao nosso chefe, meu caro. Ele admira sua eficiência. Por isso o tem encaminhado para setores onde há problemas, consciente de que pode resolvê-los.
Sua intervenção pacificou o companheiro que passou a ver com simpatia as iniciativas do gerente a seu respeito.
Perdão, onde haja injúria. Diz a esposa sofredora: – Meu marido me abandonou por outra mulher. Não me conformo! A vida ficou complicada, não tem mais graça… Estou muito infeliz! Diz o semeador da paz: – A mágoa é como um espinho cravado no peito. Machuca dói, incomoda… Perdoar é sinônimo de desligar. Perdoe para libertar-se. Esqueça.
Fé, onde haja dúvida. No atendimento fraterno, num Centro Espírita, a voluntária consolava sofrida mulher, cujo filho falecera vitimado por mal súbito. – Confie em Deus, minha irmã. Considere que nada ocorre sem Seu consentimento. Quando manifestamos submissão à Sua Vontade tudo fica mais fácil.
Você fala assim porque não sabe o que é perder um filho na flor da idade, estudante de medicina, futuro brilhante!
– Sei sim, minha amiga. Meus dois filhos faleceram num acidente. A certeza de que apenas transferiram residência para além-túmulo é o meu alento. Sei, também, que nossos amados sofrem com nossa inconformação e que ficam felizes quando cultuamos sua memória exercitando coragem e o bom ânimo. O consolo maior é saber que estão por perto.
– Quando sente que estão por perto?
– Quando me disponho a servir.
Esperança, onde haja desespero. Reclama o favelado. – Não há por que viver! Minha vida é um tormento. Minha mulher está doente. Eu, desempregado. Os filhos passam fome…Afirma o semeador de esperança. – Trouxe alimentos para seus filhos e remédio para sua esposa. Ajudarei você a conseguir emprego. Coragem! Com a ajuda de Deus e o nosso empenho tudo há de melhorar!
Luz, onde haja escuridão. Diz o doente: – Oh! Meu Deus, como é triste a solidão do leito, sem amigos, sem familiares… Apenas as dores, a tristeza… É tudo tão sombrio, tão triste! Diz o semeador de luz: – Vim lhe fazer companhia e dizer que você não está só. Busquemos juntos as claridades do Evangelho, o consolo das lições de Jesus, a luz da oração…
Alegria, onde haja tristeza. Jerônimo Mendonça passou trinta anos imobilizado num leito, como estátua viva, e ainda cego nos últimos dez anos de vida. Não obstante, tinha dois dons maravilhosos: Jamais se melindrava e sabia rir das próprias limitações. Enquanto detinha a visão, nos primeiros tempos da doença, o levavam ao cinema. O leito ficava num dos corredores. Certa feita, após o início da sessão, entrou uma jovem. Apressada, em plena escuridão tropeçou na improvisada poltrona.
Irritada, bradou: – Diabo de aleijado! Se vou à praça ele está lá! Vou a uma festa e ele está lá! No campo de futebol, está o aleijado! Até no cinema esse enxerido me persegue!
E Jerônimo: – Também, pudera! Você não para em casa!
Os que se doam incessantemente, amando e servindo o semelhante, aprenderam com Francisco de Assis que: É dando que recebemos, perdoando que somos perdoados e é morrendo que nascemos para a Vida Eterna.
A afirmação final merece atenção. É preciso “matar” o homem velho, eivado de paixões, para que nasça o homem novo a que se referia o apóstolo Paulo. Um ser especial que tem no Evangelho o seu guia, o seu alento, a sua felicidade. É assim que nasceremos para a vida eterna, isto é, nos livraremos das reencarnações expiatórias, habilitando-nos aos planos mais altos do infinito, onde há vida em plenitude, sem acesso para a morte.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Amigos Espirituais

A Providência Divina manifesta-se, incessantemente, em todas as situações e lugares, proporcionando vasta gama de recursos, com vistas à proteção, ao futuro e ao progresso das criaturas.
Esse amparo acontece de infinitos modos...
Um deles dá-se por intermédio de tutores espirituais, conhecidos no meio espírita, pelo nome de guias ou amigos espirituais.
É grandiosa e sublime a doutrina dos guias espirituais, pois revela a providência, a bondade e a justiça do criador para com seus filhos, provendo-os de meios para o aperfeiçoamento.
Para efeitos didáticos, Kardec classificou os guias espirituais em três categorias:
*Espíritos protetores
*Espíritos familiares
*Espíritos simpáticos

ESPÍRITOS PROTETORES
O Espírito protetor, ou anjo guardião, é sempre um bom espírito, mais evoluído...
... Trata-se de um orientador principal e superior.
Sua missão assemelha-se à de um pai com relação aos filhos: a de orientar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo em suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.
Os Espíritos protetores não constituem seres privilegiados, criados puros e perfeitos, mas sim Espíritos que chegaram à meta, depois de terem percorrido a estrada do progresso.
... São almas que já trilharam as experiências de diferentes reencarnações - as mesmas pelas quais estamos passando -, e conquistaram, pelo próprio esforço, uma ordem elevada.
... A missão dos Espíritos protetores tem duração mais prolongada, pois estes acompanham o protegido desde o renascimento até a desencarnação, e muitas vezes durante várias existências corpóreas.
A atuação do protetor espiritual não é de intervenção absoluta, pois apesar de influir em nossa vontade, evita tomar decisões por nós e contra nosso livre-arbítrio...
... Sofre quando erramos, embora esse sofrimento não seja revestido das mesmas paixões humanas, porque ele sabe que, mais cedo ou mais tarde, o seu tutelado voltará ao bom caminho.
Espíritos protetores dedicam-se mais à orientação de uma pessoa, em particular, não deixando, entretanto, de velar por outros indivíduos, embora o façam com menos exclusividade.
Exercem supervisão geral sobre nossas existências, tanto no aspecto intelectual, incluindo as questões de ordem material, quanto, moral, emprestando ênfase a esta última, por ser a que tem preponderância em nosso futuro de seres imortais.
Os Espíritos protetores, em realidade, jamais abandonam os seus protegidos, apenas se afastam ou “dão um tempo”, quando estes não ouvem seus conselhos.
Desde, porém, que chamados, voltam para os seus pupilos, a fim de auxiliá-los no recomeço...
Por isso, atentemos aos conselhos de Joanna de Angelis:
Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.
Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.
Momento chega, porém, em que o aprendiz deixa de ser tutelado.
Isso acontece quando o Espírito atinge o ponto de guiar-se a si mesmo, estágio que, por enquanto, não se dá na Terra, planeta de expiações e provas...

ESPÍRITOS FAMILIARES
Os Espíritos familiares são orientadores secundários... Embora menos evoluídos, igualmente querem o nosso bem.
Podem ser os Espíritos de nossos parentes, familiares ou amigos.
Seu poder é limitado e sua missão é mais ou menos temporária junto ao protegido.
Ocupam-se com particularidades da vida íntima do protegido e só atuam por ordem ou permissão dos Espíritos protetores, como, por exemplo, quando o socorrido está recalcitrante e não ouve os conselhos superiores, ou apresentam comportamento enigmático.
Nessas hipóteses, o Espírito familiar, por ter mais intimidade e vínculos sentimentais com o protegido, é aceito como colaborador, de modo a auxiliar na solução de problemas específicos.
Podem, por exemplo, influenciar na decisão de um casamento, nas atividades profissionais, ou mesmo na tomada de decisões importantes que envolvam o cumprimento da Lei de Causa e Efeito, conforme a necessidade do atendido....

ESPÍRITOS SIMPÁTICOS
Podem ser bons ou maus, conforme a natureza das nossas disposições íntimas.
Ligam-se a nós por uma certa semelhança de gostos, de acordo com nossas inclinações pessoais.
A duração de suas relações, que também são temporárias, se acha subordinada a determinadas circunstâncias, vinculadas à persistência dos desejos e do comportamento de cada um.
Se simpatizam com nossos ideais, com nossos projetos, procuram nos ajudar e, muitas vezes, tomam nossas dores contra nossos adversários, situação em que não contam com o beneplácito dos Espíritos protetores.

O AMIGO ESPIRITUAL...
Para ele, não há distância, lugar, tempo ou barreiras que o impeçam de atender a um apelo sincero, seja onde for: no lar, nos hospitais, nas ruas, no trabalho, nos cárceres e mesmo nas furnas da devassidão.
A ação dos orientadores espirituais é oculta, porque se fosse permitido contar sempre com eles, seríamos tolhidos em nossa livre iniciativa e não progrediríamos.
Nisso também está a sabedoria divina, porque assim desenvolvemos melhor a nossa inteligência e ganhamos mais experiência.
Do contrário, permaneceríamos estacionados, como no caso de certos pais que sempre fazem tudo para os filhos, poupando-os de aborrecimentos e dificuldades, e, com isso, tirando deles a oportunidade de aprendizado e da experiência, com graves prejuízos para a sua formação moral.
Os espíritos infelizes, ainda presos nas malhas da ignorância, que se empenham em nos desviar do bom caminho, por meio dos maus pensamentos e de outras estratégias que encontram motivações em nossas próprias fraquezas, não têm a missão de fazer mal.
Praticam esses atos por sua própria conta e responsabilidade e um dia terão que resgatar seus erros.
São espíritos ainda atrasados moralmente, qual fomos um dia - de cujas mazelas também não nos libertamos integralmente -, e que, por sua vez, igualmente despertarão para o bem.
Sua presença entre nós, é útil, porque permite o adestramento de nossas faculdades, constituindo mesmo um campo de provas ou expiações, cujos obstáculos nos compete superar, na busca de caminhos alternativos para a libertação de nossas imperfeições que, na realidade, são o chamariz desses supostos adversários.
Como visto, o Pai não nos cria a esmo, sem proteção, planejamento e finalidade.
Dá-nos, em plenitude, todos os suprimentos necessários ao nosso desenvolvimento, tendo nos Espíritos protetores " (...) os mensageiros de Deus, encarregados de velar pela execução de seus desígnios em todo universo, que se sentem ditosos com o desempenho dessas missões gloriosas (...)", (Allan Kardec . O Livro dos Médiuns) protetores estes que se utilizam do auxílio ou assessoramento dos guias espirituais das classes menos elevadas.
Os anjos ou protetores espirituais de hoje são os homens de ontem, que evoluiram, deixando para trás a animalidade.
Essa ligação e interdependência entre os Espíritos das diversas faixa evolutivas, em permanente contato com o plano físico, formam o caleidoscópio da grande família universal, evidenciando as leis da unidade da Criação e da solidariedade entre os seres.
Deus, nosso Pai, não nos quer como autômatos, mas sim como parceiros, cocriadores, copartícipes, que temos a ventura de alcaçar a perfeição pelas próprias forças, desfrutando o mérito da vitória sobre nós mesmos.
Lembremo-nos, finalmente, de que cada um de nós, encarnados, também pode e deve amparar o próximo, de acordo com a nossa capacidade e independente de nosso estágio evolutivo.
Assim procedendo, estaremos, por nossa vez, atuando como auxiliares dos guias espirituais, para o cumprimento dos desígnios divinos, na infinita escala que dá acesso aos cumes evolutivos.

Em síntese...

Deus não nos atende pessoalmente, conforme nossos caprichos, mas por intermédio das suas leis imutáveis, e de seus mensageiros, isto é, Deus auxilia as criaturas, por intermédio das criaturas.
O amigo espiritual comparece quando é invocado, por meio de uma simples prece.
Ninguém está desamparado!
Não existe parcialidade nem privilégio nas leis divinas, ou seja, cada um recebe de acordo com o seu merecimento, de conformidade com seus esforços...
A mensagem de Joanna de Angelis resume bem... “resolve-te por avançar...”
O processo no qual te encontras engajado, é de evolução; resolve-te por avançar, sem as contramarchas temerosas.
Ascendendo psiquicamente e harmonizando-te emocionalmente, farte-ás respeitado pelos Espíritos perturbadores que, mesmo intentando molestar-te, não encontrarão receptividade da tua parte.
Recorda-te por fim, de Jesus.
Quem O encontrou, descobriu um tesouro luminoso, e, enriquecendo-se com Ele, jamais tropeçará em sombra e aflição.
Impregna-te dele, e sê feliz, sem mais controvérsia.

Joanna de Angelis - Vigilância - Divaldo Franco

Por ADM
http://www.veg11.com.br/site/amigos-espirituais