sábado, 22 de fevereiro de 2014

Chico e o volks

Certa manhã fria de outubro de 1971, o médium Francisco Cândido Xavier surpreendeu-se ao ver estacionado em frente à porta de sua casa um possante caminhão.
Dentro da sua carroceira, um "fuscão", último modelo, de luxo, zero quilômetro.
E mais admirado ficou ainda quando o motorista começou a descarregá-lo! 
Fim da a operação, o homem perguntou- se conhecia e se sabia se Chico Xavier se encontrava em casa.
Sou eu mesmo, respondeu- timidamente.
Sem mais nada indagar, o interlocutor informou-lhe o motivo de sua presença:
- "Pois aqui estão os documentos e as chaves do carro. Uma empresa de transportes pagou-me para trazê-lo e entregá-lo ao senhor, foi um industrial de São Paulo quem mandou, mas não sei o seu nome. Não adianta me perguntar". E se foi.
O humilde porta-voz da Espiritualidade Superior por várias vezes balançou a cabeça.
Por fim sorriu e encaminhou-se para seu quarto, ia orar e meditar. O automóvel ficou na rua, abandonado ao sol. Horas depois, chegou o dono do estabelecimento comercial que fornecia gêneros e verduras para a "sopa dos pobres" do Chico.
O médium convidou-o para olhar o presente que recebera.
Visivelmente encabulado indagou-lhe: Que tal? Gostou?
- "Magnífico! Extraordinário! Que linda cor!" - exclamou o entusiasmado visitante.
Leve-o, falou mansamente o irmão de todos os sofredores e desvalidos. Você me paga em macarrão para as minhas sopas e sacolas.
O simples e puro Chico, ainda não contaminado pela ganância e pelo egoísmo dos seres humanos, assim acabava de efetuar um negócio altamente lucrativo: trocara um bem transitório, que as traças consomem e os ladrões roubam, pelo ouro inoxidável da caridade, que nem as traças roem e nem os ladrões roubam...

(Coronel Edynardo Weyne - Extraído do livro "Lições de Sabedoria - Marlene Rossi S. Nobre)

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