sexta-feira, 24 de abril de 2015

A mãe de mil filhos

Maria Inês não teve filhos.
Maria Inês é enfermeira de uma UTI neonatal há vinte e quatro anos.
Ela é mãe de uma forma toda especial pois, por suas mãos, por seus cuidados, já passou mais de um milhar de crianças.
O vídeo preparado por uma agência de publicidade para homenageá-la ultrapassou cinco milhões de visualizações e o número continua subindo.
Nele, a técnica de enfermagem narra, com detalhes, o trabalho delicado e gratificante que faz, cuidando dos bebês como se fossem seus filhos.
O bebê prematuro é um bebê que fica muito tempo internado no hospital, e a gente acaba criando um vínculo muito grande com o bebê e com a família. – Diz ela.
Eu me lembro, um por um daqueles bebês. - Afirma com segurança, folhando um álbum recheado de fotografias dela junto com seus filhos temporários, e dizendo o nome de cada um.
Alguns deles, ela chegou a acompanhar durante as cirurgias delicadíssimas às quais se submeteram, permanecendo ao seu lado nesses momentos críticos do início de suas existências.
Folhando a coleção de fotos e memórias ela se pergunta:
 Como foi a primeira noite deles em casa? 
Como foi a infância deles?
 Será que é médico, engenheiro, professor? 
A gente sente saudade deles...
A agência fez uma grande surpresa para Maria Inês: na cobertura de um prédio, projetou diversas fotos em tamanho gigante. Fotos dela com seus inúmeros filhos. Algumas fotos de seu álbum.
E quando ela menos esperava, através de um portão começaram a entrar diversas pessoas, vindo em sua direção.
Vinham para abraçá-la.
E cada uma foi se apresentando. Ela foi reconhecendo, um a um, muitos daqueles que cuidou com tanto amor em seus primeiros segundos de vida, na UTI neonatal do hospital.
Um momento de extrema beleza e emoção. Um momento que simboliza o mundo novo, o mundo que irá celebrar muito mais o nascimento do que a morte, a criação do que a destruição.
Quando aprendermos a dar mais valor a enfermeiras do que a pop stars ou falsas celebridades que, muitas vezes, sem mérito algum, ganham a atenção e o respeito de muitos, demonstraremos que estamos começando a amadurecer como humanidade.
Por enquanto, ainda estamos na infância, ou numa pré-adolescência sofrida, de conflitos, de revoltas, de guerras tolas e sem sentido.
Por enquanto, buscamos sair deste lamaçal que nós mesmos criamos, através de tantos séculos de comportamentos individualistas e materialistas.
Histórias como a dessa enfermeira nos emocionam, nos envolvem, pois mostram uma nova relação da profissão com o ganho material.
Exemplos como esse são muitos. São os que já estão crescidos e vêm estender as mãos à maioria cambaleante, oferecendo mais uma oportunidade.
Aproveitemos as chances que a vida nos dá. Aprendamos com as almas nobres. Não desperdicemos uma existência em buscas inúteis e estéreis como fizemos de outras vezes.
O amor é o convite mais suave e mais poderoso que recebemos diariamente. Aceitemo-lo. Entreguemo-nos a ele.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Escolhas

O que sua vida é hoje é o resultado de suas escolhas no passado, e o futuro será aquilo que você fizer e escolher agora. Por isso, o momento mais importante de sua vida é o momento presente. Você não pode voltar atrás e fazer diferente, nem pode ir ao futuro viver o que deseja, mas pode construir agora a vida que você vai ter. Basta agir no bem, acreditar em si mesma, sentir-se merecedora e nunca fazer o mal a ninguém.

 Mauricio de Castro

Culpa

Não guarde culpas em seu coração. Você pode ter agido muito mal, ter errado muito, mas nada podia ter sido diferente do que foi simplesmente porque você não sabia fazer melhor. Você fez o que pôde, agiu como achou que devia, dentro do que você podia compreender. Então, para quê se culpar? A culpa não resolve e só traz mais sofrimento. O que importa é o agora, o que você pode fazer no momento presente e aprender com seus erros sem se culpar, nem se julgar. Todos nós erramos muito e ainda vamos errar outras vezes para aprender. O erro faz parte de quem quer aprender. Ninguém aprende a andar sem dar tropeços. Por isso liberte-se da culpa e seja feliz.

Por Mauricio de Castro

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Folhas ao vento

A situação da família era terrível...

Seis filhos, o mais velho, 12 anos; o menor, nos braços de sua mãe, apenas alguns meses.
Pais e filhos cansados, famintos, sem casa, sem dinheiro, sem esperança...
Pouca bagagem, em malas surradas, muita amargura no coração.
– Que é isso, minha gente? Vieram da Guerra? – pergunta, penalizado, o atendente do albergue onde procuram pousada.
– Pois é, seu moço – responde o chefe da família – viemos de Minas. Eu tinha emprego, casa para morar, filharada na escola. Até que não estava mal... Mas um dia o patrão ficou bravo, gritou comigo e eu mandei ele pro inferno. Quase bati, porque homem nenhum fala assim comigo, não!

***
Que tristeza!
Toda uma família em penúria, porque o “machão” não levou desaforo para casa...
Muitos casamentos são desfeitos, muita gente vai parar na prisão, pelo mesmo motivo.
Um momento de cólera, uma reação de ódio, uma agressão, e temos a existência complicada.
Não há nenhum mérito em responder ao mal com o mal, à ofensa com a violência, à má palavra com o palavrão.
Qualquer animal faz isso.
Se dermos um pontapé num cachorro, ele nos responderá com uma dentada.
O cavalo aprontará um coice...
Só os homens de verdade estão dispostos a compreender, mantendo a calma.
Enquanto não treinarmos esse tipo de coragem, jamais seremos donos de nós mesmos.
Estaremos sempre influenciados pelo comportamento das pessoas próximas, como folhas ao vento.

Richard Simonetti

Salva pelo Filho

Joseana estava gravemente enferma, problema nos rins. Os médicos davam-lhe poucos meses. Espírita convicta, participava ativamente de um Centro Espírita, dedicando-se particularmente aos trabalhos de evangelização infantil. Adorava crianças.

A doença impusera-lhe o afastamento da tarefa. Sentia-se deprimida, desanimada, quase aceitando o fato de que, em breve, partiria para o Além, não obstante sua ânsia por viver. Afinal, tinha três filhos para criar e um abençoado compromisso de orientação à alma infantil.
Então, começaram os sonhos. Via-se em hospitais onde a submetiam a cuidadoso tratamento, com a utilização de aparelhagem desconhecida, que funcionava, aparentemente, em bases de magnetismo. Eram lembranças fragmentárias. Pouco registrava. Um detalhe, porém, fixou-se em sua memória: diziam-lhe que seria curada por seu filho Mauro.
Os resultados não demoraram. Joseana animou-se com aqueles sonhos. A fraqueza diminuiu sensivelmente. Voltou o apetite, favorecendo nova disposição. Retomou a tarefa no Centro. Em alguns meses, recuperou-se totalmente.
Ficaram apenas as recordações de uma experiência difícil e da curiosa revelação onírica: o filho fora o agente da recuperação. Por quê? Mauro não era nenhum médico ou taumaturgo. Apenas um filho muito querido de seis anos, assim como Júnior, da mesma idade, e Magali, de cinco. Os meninos não eram gêmeos, nem chegavam a ter a mesma idade. Havia uma diferença de três meses entre ambos, prodígio facilmente explicável: Mauro fora adotado. Criança abandonada, viera ter em seu lar quando Joseana estava no sexto mês de uma gestação complicada, marcada por dores e constantes ameaças de aborto. Não obstante, tomara-se de amores pelo bebê. O marido, homem generoso e sensível, também se emocionou com o enjeitadinho. Assim, em poucos meses, o lar fora enriquecido com dois garotões.
Desejando definir o que tinha Mauro a ver com sua cura, Joseana aproveitou o ensejo de uma conversa com Juvêncio, mentor espiritual do grupo de trabalhos mediúnicos que frequentava, e perguntou-lhe a respeito do assunto. Ele a ouviu atentamente e respondeu, carinhoso:
– Realmente, minha filha, foi graças ao menino que você curou-se. Fazia parte de suas provações um retorno mais cedo à Espiritualidade, com a frustração de seus sonhos e ideais relacionados com a jornada terrestre. Ocorre que, ao acolhê-lo com carinho, embora enfrentando gravidez difícil, nossa irmã "queimou" parte de seu carma, beneficiando-se com a dilação de algumas décadas no seu programa reencarnatório. Terá, portanto, a ventura de ver seus filhos criados e encaminhados na Vida, além de muito serviço pela frente, no abençoado ideal da evangelização infantil. Ante a emoção da jovem senhora, que chorava discretamente, Juvêncio concluiu, sorrindo:
– Rejubile-se! Muita gente retorna ao Plano Espiritual antes do tempo, após comprometer irremediavelmente a vestimenta carnal com indisciplinas mentais e intemperanças físicas. Você é dessas raras criaturas cuja permanência na Terra situa-se por investimento promissor de Deus.
Então, Joseana compreendeu que, amparando uma criança, na verdade ajudara a si mesma.
As experiências cármicas não obedecem a cego determinismo, nem é o sofrimento o único recurso de resgate de nossas dívidas do pretérito. Podemos melhorar consideravelmente nossas chances de felicidade no Mundo, amenizando os rigores da Lei de Causa e Efeito com o exercício do Bem, até mesmo em favor de uma existência mais longa e produtiva.
Isso não é novidade. Simão Pedro, interpretando o pensamento de Jesus, proclama, na sua primeira epístola à comunidade cristã, que o Amor cobre uma multidão dos pecados.


Por Richard Simonetti

Uma mãe em dúvida

"No quarto mês de gestação descobri que meu bebê tem uma má formação no cérebro que fará com que ele tenha uma vida limitada, praticamente vegetativa. Tomei um susto, mas hoje estou mais conformada. Só queria saber porque isso acontece". (K B - Rio Verde)
Assim que acontece a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, um espírito se liga àquele corpo que vai se formar e acompanha todo o processo de gestação.
É o espírito reencarnante quem comanda o processo de multiplicação das células, ajudado naturalmente pelas leis da genética de nosso mundo.
Se esse espírito tiver algum problema grave na consciência devido a erros cometidos na última encarnação ele vai imprimir os efeitos desses erros no novo corpo que está em formação. Dessa forma surgem os problemas que desafiam a própria ciência genética que, na maioria das vezes, é impotente para explicar e solucionar.
Por que um espírito imprime uma deficiência tão grave em seu novo cérebro do corpo físico?
Uma das possibilidades é dar uma pausa na consciência culpada e esquecer temporariamente os problemas que machucam sua alma.
Você pode achar meio difícil que alguém escolha isso para sua própria vida, porém é preciso lembrar que não existe nada pior no mundo do que uma consciência pesada.
Há muitas pessoas que se demoram a se arrepender de seus erros, dando-nos a impressão que não se arrependerão nunca, mas isso não é verdade. O arrependimento pode não vir enquanto encarnados, mas sempre vem depois da morte e aí é extremamente difícil lidar com o remorso.
No mundo espiritual, fora da matéria densa da Terra, todos os nossos sentimentos são ampliados e tomam uma dimensão gigantesca. Dessa forma o remorso se transforma num verdadeiro monstro perseguidor que não dá trégua alguma ao espírito culpado. A culpa é tão grande que, para não enlouquecerem ou perderem totalmente a consciência transformando-se em ovóides, esses espíritos preferem mergulhar novamente na matéria para que, com sua densidade, possam dar uma pausa e esquecer, a fim de se fortificarem para, no futuro, assumirem a responsabilidade pelos seus erros.
Seu filho veio para dar essa pausa e esquecer e você aceitou ajudá-lo. Toda mãe, antes de receber um espírito em seu ventre é chamada a uma reunião no astral onde ela diz se vai aceitá-lo ou não. Só com o consentimento da mãe é que a gravidez irá adiante.
Em alguns casos, se a mulher também estiver comprometida com o passado, mesmo que ela não queria aceitar, a Vida impõe, pois, diante da situação será o melhor para todos.
Sua facilidade em se conformar, mostra que, além de aceitar esse espírito, será uma mãe amorosa, dedicada que transformará essa experiência em muita luz para todos.
Aproveite a oportunidade para meditar na vida e escolher sempre o caminho do bem, esquecendo o mal, pois ele pode nos levar a sofrimentos terríveis e inadiáveis que só a prática do bem pode evitar.

Por Maurício de Castro-escritor e médium

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Recomeçar Sempre

Na vida não existe FIM nem ponto final, o que existe sempre é o recomeço. Quando você pensa que tudo chegou ao fim, logo vai descobrir que a Vida vai lhe abrir um novo caminho cheio de oportunidades boas de progresso e felicidade. Contudo, se você ficar agarrada ao passado e a lamentação as portas não vão se abrir e você ficará estagnada, amargando a dor de ser infeliz. Mas tudo isso é escolha sua. Diante de um PONTO FINAL, escreva uma nova história. A vida é maravilhosa e se renova sempre, nada fica parado. O fim é, na verdade, o começo de um novo ciclo, melhor e mais proveitoso. Tudo depende de você. Escolha recomeçar sempre e perceberá que viver é estar aberto a mudanças que renovam e trazem felicidade. 

Por Maurício de Castro

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Teatrinho

ATO I – No hospital.
– Doutor, pelo amor de Deus! Não deixe meu marido morrer! Temos três filhos! Será impossível viver sem ele!
– Sinto muito, dona Carla. Fizemos o possível. Lúcio não resistiu aos ferimentos sofridos no acidente. Acaba de falecer...

ATO II – Em casa.
– Vamos, mamãe, é preciso reagir! Papai faleceu há três meses e a senhora continua prostrada, sem ânimo. Até parece que foi acidentada também! A vida continua! Precisamos da senhora!...
– Sei disso, minha filha. Deus sabe como tenho me esforçado por retornar à normalidade! Não consigo! Sinto-me muito mal, angustiada, pensamento turvo, corpo dolorido, seu pai em minha cabeça…

ATO III — No consultório médico.
– Dona Carla, como já lhe expliquei várias vezes, a senhora está bem fisicamente. Seus males não são reais. O trauma com a morte do esposo está repercutindo em seu psiquismo, levando-a a experimentar esses problemas todos.
– Mas doutor, minhas dores não me pare¬cem meras impressões subjetivas...
– São reflexos da tensão emocional. Procure descansar. Tente uma distração. Espaireça numa viagem...

ATO IV – No Centro Espírita.
– Pelo que a senhora informa, parece tratar-se de um problema de influência espiritual. O trauma pela morte do marido debilitou-a, facilitando o envolvimento.
– E que devo fazer?
– Compareça às reuniões de tratamento espiritual. Esteja atenta às orientações dos expositores. Receba o passe magnético. Em casa, leia O Evangelho segundo o Espiritismo, ore e confie.

ATO V – Na reunião mediúnica.
– Meus amigos, venho agradecer-lhes o carinho que me dispensaram há algumas semanas. Desde meu falecimento, em desastre automobilístico, sentia-me totalmente desequilibrado. Sem saber o que estava acontecendo, vi-me em meu lar, conversando com os familiares, a implorar ajuda. Ninguém me dava atenção. Em desespero, ignorando a condição de "morto", procurei Carla, minha esposa. Centralizei nela minhas súplicas, mas a pobre parecia igualmente destrambelhada. Sofri muito, até que me trouxeram aqui, onde recebi a bênção do esclarecimento. Agora estou bem. Entretanto, peço-lhes em favor de minha companheira. Por misericórdia! Ela precisa de ajuda! Está à beira de um esgotamento nervoso!
– Acalme-se, meu amigo. Ela em breve ficará boa. Ligada a você pelos laços do coração, colhia algo dos desajustes que o atormentavam. Com seu despertar para as realidades além-túmulo, desaparecerão os males que a afligem.

ATO VI – No Centro Espírita
– Então, dona Carla, como está?
– Otimamente bem, graças a Deus! Que fi¬zeram comigo? Que poder prodigioso foi mobiliza¬do em meu benefício?
– De nós mesmos, nada fizemos. Usamos apenas um pouco de boa vontade, favorecendo a ação de nossos amigos espirituais. A senhora ajudou muito, dispondo-se a seguir as instruções recebidas.

Conclusão:
A falta de preparo para a morte transforma muitos Espíritos desencarnados em obsessores inconscientes dos próprios familiares.
O "poder prodigioso" usado no Centro Espírita nada mais é que simples exercício de caridade em grupos que se reúnem para dialogar com os "mortos", oferecendo-lhes abençoada oportunidade de esclarecimento, com o que eles despertam para as realidades espirituais.
Assim, desfazem-se, sem maiores dificuldades, processos obsessivos dessa natureza, que exprimem angustiantes pedidos de socorro de viajantes desprevenidos embarcados para o Além.

Por Richard Simonetti

A Força do Exemplo

José do Espírito Santo, modesto espírita de Nilópolis, Estado do Rio, falava à porta do Centro, a pequeno grupo de amigos:
— Sim, meus irmãos, a caridade é a maior bênção.
Nisso, passam dois estudantes, ouvem breves trechos da palestra e avançam conversando:
— Você ouviu? 
Todo espírita é só “fachada”!
— Realmente. Fazem as coisas “para inglês ver”.
Logo depois, os rapazes deparam com infeliz mendigo. Pálido e doente. Sem paletó.
Camisa em frangalhos. Pele à mostra.
A tiritar de frio, estende-lhes a mão magra.
Um dos estudantes dá-lhe alguns centavos.
Notam, então, que José do Espírito Santo vem vindo sozinho, pela rua. E um deles diz:
— Olhe! Lá vem o “tal”! Aposto que não dará nada a esse homem.
— Sim. Vamos ver. Afastemos um pouco, senão ele vai querer “fazer cartaz”.
Os dois jovens ficaram escondidos na esquina, um pouco adiante.
O pedinte roga auxílio.
José chega junto dele e o abraça, fraterno.
Em seguida, apalpa os bolsos e exclama:
— Infelizmente, meu amigo, estou sem um níquel...
Os jovens entreolharam-se, rindo... Um deles recorda:
— Não lhe disse?...
O espírita condoeu-se, vendo a nudez do homem que tremia de frio. Deitou um olhar em torno para ver se estava sendo observado. Sentiu a rua deserta.
Num gesto espontâneo, tirou o paletó. Dependurou a peça num portão de residência próxima, arrancou a camisa felpuda e, seminu, vestiu-a no companheiro boquiaberto, mas encantado.
A seguir, após recobrir, à pressa, o busto nu com o paletó, disse com simplicidade:
— Meu amigo, é só isso que tenho hoje. Volte aqui mesmo amanhã.
E estugou o passo para a frente, enquanto o necessitado sorria, feliz.
No outro dia, os dois estudantes estavam no templo espírita, ouvindo a pregação.

Hilário Silva - Do livro: Almas em Desfile: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira