segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Um Alerta aos Espíritas

Semana passada conversei com uma amiga que está ficando descrente do Espiritismo por causa dos muitos médiuns mentirosos que tem encontrado, dos espíritas que mesmo com muitos anos de doutrina continuam sem melhorar em nada no aspecto moral e pela fantasia com que muitos espíritas encaram a doutrina. Ela se diz desestimulada para prosseguir e pensa em abandonar de vez a frequência ao centro.
Embora pareça um caso isolado, isso ocorre com mais frequência do que se pode imaginar. Conheço inúmeras pessoas que deixaram a doutrina espírita pelos mesmos motivos.
É realmente lastimável a postura de muitos espíritas no dia a dia. Muitos permanecem arrogantes, orgulhosos, personalistas, elitistas, materialistas, de coração duro, déspotas no lar, disputando o posto de donos da verdade e alguns profundamente intolerantes.
Você irá dizer: ninguém é perfeito! O que é uma grande verdade. Contudo, cabe ao espírita a transformação moral no grau máximo que ele possa fazer, muito mais do que os membros de outras religiões, porque o Espiritismo é uma doutrina sem dogmas, sem alegorias, figuras de linguagem ou ensinamentos dúbios. Tudo é muito claro. As comunicações que os espíritos superiores nos dão não são apenas belas, mas também práticas, sem rodeios, tudo muito fácil de se entender. Assim sendo o espírita tem o dever moral de ser melhor a cada dia muito mais do que qualquer outra pessoa. Não é pra ser melhor que os outros, mas ser melhor dentro de si, transformando-se em uma pessoa simples, verdadeiramente humilde, centrada, pé no chão, auxiliando a quem precisa dentro dos seus limites, sendo um homem de bem, deixando as coisas materiais em segundo plano e buscando mais a vida espiritual.
Não adianta a pessoa pregar a humildade numa palestra e na rua ser arrogante, no trabalho ser esnobe, no dia a dia querer passar por cima dos outros.
Allan Kardec dizia que o espírita que não se transforma moralmente está prejudicando a doutrina muito mais que ajudando e seria melhor que dela se afastasse. Isso porque o exemplo tem o poder de arrastar multidões muito mais que as palavras por mais bonitas que elas sejam.
Quanto aos médiuns mentirosos e trapaceiros esse é um problema que o espírita terá que lidar usando o bom senso. Como se faz isso?
A única forma de saber se um médium está sendo verdadeiro ou mistificando é estudando profundamente sobre o assunto. É preciso saber como funciona o intercâmbio mediúnico, em que condições ele se dá, e como a moral do médium interfere nesse processo.
Como saber se um médium está mentindo ou falando a verdade? É preciso analisar sua postura moral, seu desinteresse material, seu desprendimento das coisas do mundo e seu grau de vaidade, porque há muitos médiuns que não se interessam em dinheiro, mas se interessam em receber elogios e brilhar por causa de sua mediunidade. Para um bom observador, isso não é difícil.
Contudo, saber se um médium mente ou não, não é tão importante. O mais importante é a sua transformação moral, o seu estudo, a sua postura perante a doutrina. O que importa se ele mente? O que importa é você não mentir nem enganar jamais. Cada dará conta apenas de si mesmo no tribunal da própria consciência.
Fica a reflexão.

Por Mauricio de Castro-escritor e médium

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