sexta-feira, 29 de junho de 2012

Aborto

PERGUNTA: Reconhecendo-se que os crimes do aborto provocado criminosamente surgem, em esmagadora maioria, nas classes mais responsáveis da comunidade terrestre, como identificar o trabalho expiatório que lhes diz respeito, se passam quase totalmente despercebidos da justiça humana?RESPOSTA DE ANDRÉ LUIZ:
Temos no Plano Terrestre cada povo com seu código penal apropriado à evolução em que se encontra, mas, considerando o universo em sua totalidade como o Reino Divino, vamos encontrar o Bem do Criador para todas as criaturas, como Lei Básica, cujas transgressões deliberadas são corrigidas no próprio infrator, com o objetivo natural de conseguir-se, em cada círculo de trabalho no Campo Cósmico, o máximo de equilíbrio com o respeito máximo aos direitos alheios, dentro da mínima quota de pena.
Atendendo-se, no entanto, a que a Justiça Perfeita se eleva, indefectível, sobre o Perfeito Amor, no hausto de Deus "em que nos movemos e existimos", toda reparação, perante a Lei Básica a que nos reportamos, se realiza em termos de vida eterna e não segundo a vida fragmentária que conhecemos na encarnação humana, porquanto, uma existência pode estar repleta de acertos e desacertos, méritos e deméritos e a Misericórdia do Senhor preceitua, não que o delinqüente seja flagelado, com extensão indiscriminada de dor expiatória, o que seria volúpia de castigar nos tribunais do destino, invariavelmente regidos pela Equidade Soberana, mas sim que o mal seja suprimido de suas vítimas, com a possível redução de sofrimento.
Desse modo, segundo o princípio universal do Direito Cósmico e expressar-se, claro, nos ensinamentos de Jesus que manda conferir "a cada um de acordo com as próprias obras", arquivamos em nós as raízes do mal que acalentamos para extirpá-las à custa do esforço próprio, em companhia daqueles que se nos afinem à faixa de culpa, com os quais, perante a Justiça Eterna, os nossos débitos jazem associados.
À face de semelhante fundamentos, certa romagem na carne, entremeada de créditos e dívidas, pode terminar com aparências de regularidade irrepreensível para a alma que desencarna, sob o apreço dos que lhe comungam a experiência, seguindo-se de outra em que essa mesma criatura assuma a empreitada do resgate próprio, suportando nos ombros as conseqüências das culpas contraídas diante de Deus e de si mesma, afim de reabilitar-se ante a Harmonia Divina, caminhando, assim, transitoriamente, ao lado de espíritos incursos em regeneração da mesma espécie.
É dessa forma que a mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo.
Isso ocorre não somente porque o remorso se lhes entranhe no ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino.
No homem, o resultado dessas ações aparece, quase sempre, em existência imediata àquela na qual se envolveu em compromissos desse jaez, na forma de moléstias testiculares, disendocrinias diversas, distúrbios mentais, com evidente obsessão por parte de forças invisíveis emanadas de entidades retardatárias que ainda encontram dificuldade para exculpar-lhes a deserção.
Nas mulheres, as derivações surgem extremamente mais graves. O aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o delito de lesa-maternidade, mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhe façam as gratificações e os obséquios do Espíritos Amigos e Benfeitores que lhe recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente admitido num festim brilhante, carregando uma chaga que a todo instante se denuncia.
Dessarte, ressurgem na vida física, externando gradativamente, na tessitura celular de que se revestem, a disfunção que podemos nomear como sendo a miopraxia do centro genésico atonizado, padecendo, logo que reconduzidas ao curso da maternidade terrestre, as toxemias da gestação.
Dilapidado o equilíbrio do centro referido, as células ciliadas, mucíparas e intercalares não dispõe da força precisa na mucosa tubária para a condução do óvulo na trajetória endossalpingeana, nem para alimentá-lo no impulso da migração por deficiência hormonal do ovário, determinando não apenas os fenômenos da prenhez ectópica ou localização heterotópica do ovo, mas também certos síndromes hemorrágicos de suma importância, decorrentes da nidação do ovo fora do endométrio ortotópico, ainda mesmo quando este já esteja acomodado na concha uterina, trazendo habitualmente os embaraços da placentação baixa ou a placenta prévia hemorragía para que constituem, na parturição, verdadeiro suplício para as mulheres portadoras do órgão germinal em desajuste.
Enquadradas na arritmia do centro genésico, outras alterações orgânicas aparecem, flagelando a vida feminina, , como sejam o descolamento da placenta eutópica, por hiperatividade histolítica da vilosidade corial; a hipocinesia uterina, favorecendo a germicultura do estreptococo ou do genococo, depois das crises endometríticas puerperais, a salpingite tuberculosa, a degeneração cística do cório; a salpigooforite, em que o edema e o exsudato fibrinosos provocam a aderência das pregas da mucosa tubária, preparando campo propício às grandes inflamações anexiais, em que o ovário e a trompa experimentam a formação de tumores purulentos que os identificam no mesmo processo de desagregação; os síndromes circulatórios da gravidez aparentemente normal, quando a mulher, no pretérito, viciou também o centro cardíaco, em conseqüência do aborto calculado e seguido por disritmia das forças psicossomáticas que regulam o eixo elétrico do coração, ressentindo-se, como resultado, na nova encarnação e em pleno surto de gravidez, da miopraxia do aparelho cardiovascular, com aumento da carga plasmática na corrente sanguínea, por deficiência no orçamento hormonal, daí resultando graves problemas da cardiopatia conseqüente.
Temos ainda a considerar que a mulher sintonizada com os deveres da maternidade na primeira ou, às vezes, até na segunda gestação, quando descamba para o aborto criminoso, na geração dos filhos posteriores, inocula, automaticamente no centro genésico e no centro esplênico do corpo espiritual as causas sutis de desequilíbrio recôndito, a se lhe evidenciarem na existência próxima pela vasta acumulação do antígeno que lhe imporá as divergências sanguíneas com que asfixia, gradativamente, através da hemólise, o rebento de amor que alberga carinhosamente no próprio seio, a partir da segunda ou terceira gestação, porque as enfermidades do corpo humano, como reflexos das depressões profundas da alma, ocorrem dentro de justos períodos etários.
Além dos sintomas que abordamos em sintética digressão na etiopatogenia das moléstias do órgão genital da mulher, surpreenderemos largo capítulo a ponderar no campo nervoso, à face da hiperexitação do centro cerebral, com inquietantes modificações da personalidade, a raiarem, muitas vezes, no martirológico da obsessão, devendo-se ainda salientar o caráter doloroso dos efeitos espirituais do aborto criminoso, para os ginecologistas e obstetras delinqüentes.
Para melhorar a própria situação, que deve fazer a mulher que se reconhece, na atualidade, com dívidas no aborto provocado, antecipando-se, desde agora, no trabalho de sua própria melhoria moral, antes que a próxima existência lhe imponha as aflições regenerativas?
ANDRÉ LUIZ:
Sabemos que é possível renovar o destino todos os dias. Quem ontem abandonou os próprios filhos pode hoje afeiçoar-se aos filhos alheios, necessitados de carinho e abnegação.
O próprio Evangelho do Senhor, na palavra do Apóstolo Pedro (I Pedro, 4:8), adverte-nos quanto à necessidade de cultivarmos ardente carinho uns para com os outros, porque a caridade cobre a multidão de nossos males.

Evolução em Dois Mundos, Parte II, caps. X e XI, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Pastor Divino

Um dos mais famosos salmos, declamado e cantado pelo mundo, por religiosos ou não, cremos deva ser o de número vinte e três, cuja autoria é atribuída a David.
David nasceu pastor e foi ungido rei pelo profeta Samuel, após uma revelação em sonho que, segundo ele, lhe teria sido dada pelo próprio Yaweh, o Espírito protetor da nação israelita.
Jovem, David guardava o rebanho de seu pai. Acostumado, portanto, como ele mesmo narra, a defender-se e às ovelhas das garras de leões e ursos.
Também a contemplar, durante horas, a paisagem que se estendia, entre vales e montanhas, o céu azul. Era um artista. Célebre é seu desempenho com que deliciava o rei hebreu Saul com sua harpa.
Revelou-se igualmente exímio poeta e cantor, considerando que os salmos eram hinos sagrados por meio dos quais o povo de Israel costumava louvar o Altíssimo, implorar a Sua misericórdia, recordar e agradecer as bênçãos recebidas.
Os hebreus denominavam esses cantos de hinos, cantados ao som de um instrumento. E David assim cantou:
O Senhor é o meu pastor. Nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos. Guia-me mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma. Guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo. A Tua vara e o Teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias.
David captou muito bem o papel que teria o Espírito Excelso que viria ter conosco, séculos após.
Jesus veio para o seio dos homens, a fim de com eles conviver e lhes ensinar o exercício do amor.
O amor veio para os amados. Chamou de amigos os Apóstolos, exaltando as qualidades do amigo que dá a sua pela vida do seu amigo.
Mas, Seu canto mais doce foi captado pelo Apóstolo João, que assim o traduziu em seu Evangelho: Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a própria vida pelas suas ovelhas.
O mercenário, porém, e o que não é pastor e a quem não pertencem as ovelhas, vê chegar o lobo e foge.
Mas, eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem, assim como meu pai me conhece e como eu conheço meu pai.
Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que as conduza também.
E escutarão a minha voz, e haverá um só aprisco e um só pastor.
Jesus é o Divino Pastor. Todos os que nos encontramos neste planeta, estamos sob Seus cuidados.
Não importa se cremos ou não. Ele é quem por nós vela. Ele derrama por sobre o mundo o Seu amor.
E, embora possamos, em rápida observação, imaginar que o caos e a confusão reinam na Terra, Ele a tudo preside, atento.
Não esqueçamos disso: o Pastor está no leme.

Redação do Momento Espírita, com versos do Salmo 23, do livro bíblico
Salmos e do Evangelho de João, cap. 10, versículos 11 a 16.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Emmanuel

Em nosso presente estágio de evolução,será preciso renascer,na Terra ou noutros mundos que lhe assemelhem,tantas vezes quantas necessárias,não somente no resgate dos erros e culpas do pretérito,em louvor da justiça,mas também no aperfeiçoamento de nós mesmos,em obediência ao amor.
O mundo é,assim,nossa escola.
A família consanguínea é o grupo estudantil a que pertencemos.
O lar é a banca da experiência.
Amigos representam explicadores.
Adversários desempenham o papel de fiscais.
Os parentes difíceis são cadernos de prova.
O trabalho espontâneo no bem é o curso da iluminação interior que podemos aproveitar segundo a nossa vontade.
E sendo Jesus o nosso Divino Mestre,a cada instante da vida a dificuldade ser-nos-á como bênção portadora de preciosas lições."'Do Livro Religião dos Espíritos,FCX-EMMANUEL

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Encosto



  • É bom esclarecer que o que vulgarmente chamado de encosto é a suposta presença de um Espírito junto a um encarnado, ou seja, um morto que se liga a um vivo a fim de perturbá-lo.
    Convém que tenhamos em mente que o mundo espiritual não fica em região distante do mundo dos vivos, ao contrário, ambos se interpenetram.
    Assim, os Espíritos nos percebem, assim como alguns encarnados os percebem através da faculdade mediúnica.
    A reger esses dois mundos, há a Lei de afinidade ou de sintonia.
    Dessa forma, é pelos pensamentos que atraímos os desencarnados e somos atraídos por eles.
    Se for um familiar, um ente caro que está do lado de lá e nós o chamamos constantemente pelo pensamento, ele sente as nossas vibrações. Se forem vibrações equilibradas de carinho, afeto, saudade, ele se sentirá bem.
    Todavia, se nos lembramos dele com revolta, mágoa, nós é que nos constituiremos em encosto, isto é, não lhe damos sossego no além-túmulo.
    Se por outra, o chamamos para que nos auxilie e ele não se acha em condições para tanto, sentirá nosso assédio mental e sofrerá com isso.
    Considerando-se, ainda, que raras são as pessoas que têm um retorno tranquilo à vida espiritual, por lhes faltar conhecimento e, sobretudo, preparo, essas são como náufragos do além, que precisam de socorro.
    Isso ocorre por terem se ligado tão intensamente aos interesses materiais que, ao desencarnar não apresentam a mínima condição para reconhecer onde estão e o que lhes compete fazer, como atordoado sobrevivente de um naufrágio em ilha desconhecida.
    Espíritos assim podem permanecer no próprio lar, ao lado dos familiares. Ignorando sua nova condição, solicitam ajuda e se desesperam ao sentir que não são atendidos.
    Se na casa há alguém com razoável sensibilidade psíquica, passa a colher algo das angústias e inquietações do desencarnado e, não raro, sensações relacionadas com os sintomas da doença que motivou seu falecimento.
    Nesse, como nos demais casos, cabe-nos o dever de ajudar. Seja fazendo uma prece, rogando a Jesus que encaminhe esse Espírito, seja vibrando com carinho em seu favor, ou simplesmente endereçando-lhe um bom pensamento.
    O importante é que tenhamos sempre em mente que os ditos encostos nada mais são do que os homens e mulheres que viveram na Terra e que agora habitam o mundo dos Espíritos. E que vale lembra que um dia todos nos tambem seremos um.
    Não há razão para temê-los, nem para expulsá-los com indiferença. São nossos irmãos, rogando auxílio e compreensão.
    Muitos Espíritos ficam presos no lar algemados pelas vibrações desajustadas de familiares que não aceitam a separação.
    Evitando o desespero e a inconformação estaremos ajudando os seres que amamos, na viagem de retorno à pátria espiritual.
             Reike da alma por:Marcos Arthur de Gregório

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O aluno agressivo e o professor paciente

Havia um aluno muito agressivo e inquieto naquela escola.
Ele perturbava a classe e arrumava freqüentes confusões com os colegas.
Era insolente e desacatava a todos.
Repetia os mesmos erros com freqüência.
Parecia incorrigível.
Os professores não mais o suportavam.
Cogitaram até mesmo de expulsá-lo do colégio.
Antes disso, porém, entrou em cena um professor que resolveu investir naquele aluno.
Todos achavam que era perda de tempo, afinal, o jovem era um caso perdido.
Mesmo não tendo apoio de seus colegas, o professor começou a conversar com aquele jovem nos intervalos das aulas.
No início era apenas um monólogo, só o professor falava.
Aos poucos, ele começou a envolver o aluno com suas próprias histórias de vida e com suas brincadeiras.
De modo gradativo, professor e aluno construíram uma ponte entre seus mundos.
O professor descobriu que o pai do rapaz era alcoólatra e espancava o garoto e sua mãe.
Compreendeu que o jovem, aparentemente insensível, já tinha chorado muito e, agora, suas lágrimas pareciam ter secado.
Entendeu que sua agressividade era uma reação desesperada de quem pedia ajuda.
Só que ninguém, até então, havia decifrado sua linguagem.
Era mais fácil julgá-lo do que entendê-lo.
O sofrimento da mãe e a violência do pai produziram zonas de conflito na memória do rapaz.
Sua agressividade era um eco da violência que recebia.
Ele não era réu, era vítima.
Seu mundo emocional não tinha cores.
Não lhe haviam dado o direito de brincar, de sorrir e de ver a vida com confiança.
Agora estava perdendo também o direito de estudar, de ter a única chance de progredir.
Estava para ser expulso do Colégio.
Ao tomar consciência da real situação, o professor começou a conquistá-lo.
O jovem sentiu-se querido, apoiado e valorizado, pela primeira vez na vida.
O professor passou a educar-lhe as emoções.
Ele percebeu, logo nos primeiros dias, que por trás de cada aluno arredio, de cada jovem agressivo, há uma criança que precisa de afeto.
Em poucas semanas todos estavam espantados com a mudança ocorrida.
O rapaz revoltado começou a demonstrar respeito pelos outros.
Abandonou sua agressividade e passou a ser afetivo.
Cresceu e tornou-se um aluno extraordinário.

Tudo isso porque alguém não desistiu dele.

Professores ou pais, todos queremos educar jovens dóceis e receptivos.
Queremos ver brotar diante de nossos olhos as sementes que semeamos.
No entanto, são os jovens que nos desapontam, que testam nossa qualidade de educadores.
São filhos complicados que testam a grandeza do amor dos pais.
São os alunos insuportáveis que testam a capacidade de humanismo dos mestres.
Pais brilhantes e professores fascinantes não desistem dos jovens, mesmo que eles causem frustração e não lhes dêem o retorno imediatamente esperado.
Paciência é o segredo.
A educação do afeto é a meta.
Os alunos que mais decepcionam hoje poderão ser aqueles que mais alegrias nos trarão no futuro.
Basta investir tempo e dedicação a eles.
Pense nisso.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5 do
livro Pais brilhantes – professores fascinantes, de
Augusto Cury, ed. Sextante.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Capacidade de perdoar

Ele era apenas um garoto de dez anos que sonhava com o Natal, que chegaria em cinco dias. Desceu do ônibus que o trouxe da escola e caminhou em direção à sua casa.
Hugh era seu segundo nome e era assim que o pai o chamava. Tinha cabelos castanhos, olhos ingênuos e sorriso fácil.
Oi, falou um homem se aproximando. Sou amigo de seu pai. Vamos dar uma festa para ele e preciso lhe fazer algumas perguntas a fim de saber que presentes comprar para ele. Você pode me ajudar?
Hugh acompanhou o homem até um trailer estacionado a duas quadras e viajaram para fora da cidade. As ruas foram desaparecendo.
Acho que entrei na rua errada, falou o homem. E entregou um mapa ao menino para que procurasse localizar a rodovia principal.
O garoto se debruçou sobre o mapa e então sentiu uma dor aguda nas costas, como uma picada de abelha. Depois outra picada e começou a se contorcer.
O homem estava com um furador de gelo na mão e o foi espetando. Não eram espetadas profundas mas doíam muito e Hugh ficou apavorado.
Depois, ele largou a arma e voltou a dirigir. Chegaram em uma estrada de terra.
Vamos saltar, falou o motorista. Aliviado por sair do trailer, o menino caminhou um pouco e se sentou frente a um matagal. Os ferimentos não eram graves mas ele sentia a dor do medo.
Ele não viu seu agressor vir em sua direção, apontar a arma. Tampouco sentiu a bala entrar por sua têmpora esquerda.
Seis dias depois, Hugh foi encontrado. Depois de passar quase uma semana inconsciente, o menino despertou e se arrastou até a estrada, onde um motorista o apanhou.
Havia perdido o olho esquerdo mas estava vivo.
Pelos três anos seguintes, ele dormia quase todas as noites ao pé da cama dos pais e qualquer barulho o assustava.
Acreditou que jamais teria uma vida normal. Então, ele descobriu um templo religioso perto de sua casa. Sentiu-se tocado pela mensagem cristã de esperança e perdão, que parecia lhe falar direto ao coração.
Pela primeira vez ele percebeu que sua sobrevivência não deveria ser fonte de medo e de ódio, mas de inspiração para viver.
Dezenove anos depois, Hugh encontrou face a face o seu agressor. Era um homem que estava morrendo em uma cama. Idoso, pesava trinta quilos.
Hugh sempre pensava em como reagiria se um dia encontrasse aquele monstro frente a frente. E agora, só podia lhe estender a mão e ajudá-lo a viver de forma razoável os últimos dias. Passou a visitá-lo.
Três semanas depois, o agressor morreu enquanto dormia. Naquela tarde, Hugh lhe falara da sua própria fé e da esperança de que ele também pudesse crer em Deus, na Imortalidade.
Nesse dia, Hugh se deu conta que conseguira perdoar o seu agressor.
Perdoa sempre. Passada a ocorrência que te feriu, retorna para a tua vida, com entusiasmo e renovação.
O agressor é sempre alguém em desequilíbrio, necessitando da medicação da bondade para se recuperar.
Perdoa e ilumina-te ainda hoje.

Redação do Momento Espírita,
Joanna de Ângelis, Divaldo Pereira

quinta-feira, 14 de junho de 2012

FÉ NO HOMEM

 Surgiu abruptamente, sem que ninguém pudesse perceber quando se aproximara. Trazia nas mãos lenha. Uma quantidade suficiente para incendiar uma pequena casa. Como podia carregar tanto peso? Foi uma surpresa, um susto, aquele homem a quem todos respeitavam e temiam, agora, de repente, naquela situação... O que poderia ter acontecido?
Assim inicio nossa história de hoje, cheia de suspense e emoção.
A vida na vila seguia normalmente, sem grandes acontecimentos. Após a construção da Casa do Cristo, a comunidade se dividia entre o trabalho, a residência e a convivência com o grupo. Ora em oração, ora em ação. Cuidavam uns dos outros, contribuindo nos afazeres domésticos e comunitários.
 A horta, cada vez mais, ganhava espaço e novos voluntários e retribuía o cuidado, fornecendo mais e mais alimentos. Era possível vê-los, no final da tarde, em frente a um grande fogão de lenha, construído bem perto da Casa do Cristo, protegido por uma estrutura simples de madeira e folhas de sisal, a cozinhar o que foi retirado da plantação.  
Quem podia chegava mais cedo e recebia os que iam chegando com uma deliciosa refeição. Sentavam juntos, acomodando-se como podiam, e compartilhavam, enquanto comiam, das alegrias e dificuldades que enfrentaram naquele dia. Revelavam desejos, medos, angustias e buscavam, juntos, conforto e soluções para os problemas. Aprenderam a ouvir e se deixar ouvir, a respeitar e confiar uns nos outros.
Por isso, naquela tarde, não acreditavam no que viam. João trabalhando em prol da comunidade? Era o morador mais antigo da vila e se considerava autossuficiente. Nunca antes havia se envolvido com as atividades coletivas, nem mesmo com as reuniões festivas que ocorriam. Dizia que não era homem de se misturar. Que não precisava de intermediários para se relacionar com Deus, pois possuíam uma relação intima e forte.
Considerava a Casa do Cristo uma grande bobagem. Um monte de pirralho ousado, achando que podia se referir ao poderoso, conversando e refletindo sobre suas palavras. O que Deus disse e fez tá feito. É dever e obrigação seguir. Não tem nada que tentar entender. Onde já se viu questionar as coisas de Deus.
Ao se aproximar do grupo com lenha nas mãos e sorriso nos lábios, foi recebido com surpresa e desconfiança. Colocou o grande fardo que trazia perto dos outros empilhados no chão. Abaixou a cabeça em sinal de cumprimento e ia deixando o local quando foi chamado por Maria.
A pequena o puxou pela mão e o fez sentar no banquinho de madeira perto dos mais velhos. Joana lhe preparou um prato e o entregou. Ele agradeceu com um novo abaixar de cabeça e iniciou a refeição. Comeu calado, sem dar atenção aos olhares que inicialmente o penetravam e as conversas que se seguiram. Ao termino da refeição, levantou-se lentamente, devolveu o prato e se retirou depois do mesmo gesto que já havia usado.
Após sua partida alguns comentaram o que havia ocorrido. Houve opiniões diversas, porém, o que importava era aproximação do ancião. Seu afastamento incomodava a todos. Pensavam como era possível ser tão indiferente e procuravam meios de conquistá-lo. Muitas foram as tentativas, mas jamais, até aquele dia, ele havia aceitado reunir-se com o grupo.
Foi motivo de agradecimento na reunião que seguiu à refeição. Foi difícil conter o entusiasmo dos mais jovens que antes receavam sua presença e, agora, sentiam-se seguros. Os mais velhos e experientes preferiam observar melhor o comportamento do antigo conhecido e concentraram-se na oração, pedindo ao pai que lhe tocasse, verdadeiramente, o coração.
Ao fim do encontro daquela noite, despediram-se e retornaram ao lar. Entregues ao sono, não perceberam o movimento de ida e vinda que acontecia na rua deserta.
No raiar da madrugada, Rute acordou em sobressalto e gritou o marido. Os dois saíram apresados rumo a Casa do Cristo. Desesperados pediam por socorro. Os moradores foram despertando, e sem noção do que ocorria, correram ao encontro deles.
Diante do que viam, ficaram atordoados e foi preciso seu José orientá-los quanto ao que fazer.
Depressa peguem os vasilhames.
E assim o fizeram, voltaram as casa e trouxeram tudo o que podia carregar água. José e outros homens já se encontravam em frente ao posso a bombear agua. Era preciso correr.
Chamas cresciam a partir das lenhas e buscavam alcançar as paredes da Casa do Cristo. Rodeavam toda a casa como uma grande fogueira. Aflitos, homens, mulheres e crianças recolhiam água e lançavam sobre o fogo ardente que teimava resistir.
Por um instante puderam ouvir um grito de horror que os direcionou ao interior da casa. E ao ocorrer novamente, acompanhado de tosse que indicava sufocamento, reconheceram a voz de João. Serafim cobriu-se com lençol molhado e entrou em busca da vítima. Com dificuldade e com ajuda dos outros conseguiu retirá-lo ainda com vida.
No despertar da manhã, exaustos comemoravam a vitória sob o fogo. Chamuscadas as paredes permaneciam em pé, simplesmente desejando reparos. O ancião tratado pelas ervas da horta e água fluidificada nos momentos de oração foi se recuperando aos poucos.
Como por milagre, levantou-se do leito após cinco dias e, envergonhado, só conseguia chorar. Deixou o orgulho de lado e preenchido pela compaixão dos que cuidavam dele conseguiu, com esforço, pedir perdão. Abraçou-se ao grupo e, entre lágrimas, repetiu a fala por muitas vezes, pela primeira vez em sua existência. Foi perdoado e aceito pelo os que ele havia magoado.
Certa manhã, meses depois do ocorrido, a comunidade acordou com barulhos vindos da Casa do Cristo. Assustados, esperando o pior, correram para ver o que acontecia. Porém, encontraram o velho João a fazer reparos. Então se juntaram a ele, com a certeza que, agora, o Cristo o tinha, finalmente, conquistado. 
fonte:Cacef-casa de caridade esperança e fé

O equilíbrio

Observe-se o pensamento, o seu teor preferencial,
afim de que irradie energias positivas.
A atitude imediata é desejar-se a saúde com fervor, não porque se queira libertar da doença, pura e simplesmente.
A libertação de uma enfermidade, se não produz o engajamento paciente em atividades psíquicas e físicas positivas, faculta a presença de outras doenças.
O anseio por adquirir a saúde deve estar acompanhado de objetivos edificantes, que podem ser alcançados, e não do interesse imediato pelos prazeres que se deseja fruir, descarregando ondas de energia negativa nos intrincados mecanismos perispirituais responsáveis pela ação posterior.
Esse desejo de saúde é firmado na crença e na certeza de que o “Pai não quer a destruição do pecador, mas, a do pecado”, e quem defrauda a lei deve recompor-se diante dela.
A firmeza do desejo, sem ansiedade nem tormento, a fim de que não se torne imposição, mas sim, uma solicitação, concede tranquilidade ao enfermo, constituindo um primeiro resultado precedente à cura.
De imediato, deve-se concentrar na saúde, considerar-lhe a validade, a abundância de possibilidades edificantes que propicia, de realizações produtivas, de efeitos benéficos para si e para a coletividade.
Ao concentrar-se nela, que se entregue de corpo e alma aos resultados que advirão, deixando-se impregnar pelo otimismo com irrestrita confiança em Deus, trabalhando mentalmente pela restauração das forças combalidas em contínuo esforço a favor do bem-estar.
A irritação, a ansiedade, o inconformismo, o ciúme, a rebeldia devem ser rejeitados, sempre que se insinuem nas paisagens mentais, por serem portadores de raios destruidores que atingem os fulcros celulares e os desarranjam, alterando-lhes o ritmo e a multiplicação.
As ideias enobrecedoras, os planos de futura ação benéfica são portadores de energia equilibrante, que estimula os complexos campos celulares, propiciando-lhes harmonia e produtividade.
Nesse esforço, é de bom alvitre visualizar a saúde e incorporá-la.
O indivíduo deve concentrar-se numa visão saudável, projetando-se no tempo em condições de equilíbrio; ver-se recuperado, assumindo responsabilidades e desenvolvendo as atividades que pretende encetar.
Essa projeção mental reestrutura os mecanismos do períspirito afetado, recompondo-lhe o campo, de que resultam os efeito sem forma de saúde, de harmonia e entusiasmo.
Os pacientes, em geral, com as exceções naturais, sempre visualizam o estado de agravamento do mal que os aflige, atirando no organismo projéteis mentais destrutivos.
Não poucas vezes, Jesus afirmou àqueles doentes que O buscavam: Se quiseres, já que queres, concluído: levanta-te e anda, vê, sê limpo, conforme a enfermidade de que se faziam objeto.
Naquele momento o enfermo saía do campo vibratório de sombras, no qual se homiziava, e abria-se à energia rigorosa do Benfeitor Divino, que lhe alterava a área em desordem, restaurando-lhe a saúde.
Assim, visualizar-se com saúde no futuro e programar-se em ação constituem fatores fundamentais para a autocura.
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco
Livro: Plenitude

quarta-feira, 13 de junho de 2012

OS VERMES DA DEGRADAÇÃO

  Estávamos trabalhando uma família, cuja mãe estava com alguma doença, aparentemente degenerativa, já não se levantava da cama.
  Uma trabalhadora do grupo fazia habitualmente, com ela, um trabalho de energias chamado de  “freqüência de brilho”, como medicina alternativa, embora estivesse, a paciente, em tratamento medico convencional. Via-se que, pouco a pouco, sua melhora se acentuava, chegando ao ponto de caminhar razoavelmente bem.
  Também trabalhávamos sua parte espiritual, pois é habitual que os irmãos desencarnados venham nos cobrar, com suas agressões, o nossos comprometimentos com eles, seja nos campos físicos e ou emocionais, cujas mazelas do passado persistem.
  Aproveitam nossas fraquezas para cobrar a vingança planejada, às vezes por dezenas de anos. Em lamentável vingança, cultivam o ódio que os sustentam, acentuando a deformação do físico e do caráter, estabelecendo a loucura.
  Nessa noite de trabalho mediúnico, começamos, todos os trabalhadores, mentalizando e sondando a psicosfera da família em questão. Varias vidências desconexas dos participantes foram abrindo as portas do labirinto psíquico das criaturas agressoras e dos locais onde se estabeleceram como base de ataque.
  A vidência denunciava um lugar trevoso, sob um piso de cerâmica desgastada pelo tempo. Havia vermes escuros, em quantidade espantosa, que, como é habitual, seriam usados nas pessoas para destruir, provocando-lhes doenças que a medicina não saberia tratar.   
  Era uma quadrilha liderada por um agredido em outra vida, onde a doente de hoje deixou a marca da destruição e morte da família do violento personagem.
  Já havíamos, em semanas anteriores, tratado e reconduzido alguns subalternos para o refazimento em paragem da espiritualidade trabalhadora do CRISTO, mas este subalterno que recebíamos naquele dia era extremamente recalcitrante, não abria sua mente para o diálogo, era totalmente magnetizado por seu chefe que, de longe, comandava e manipulava sua mente.
  Fomos ambientando-o em energias benfazejas, que ele desconhecia e para as quais não tinha antídoto. Achava-se dominado para, segundo ele, ser derrotado. Lutava com todas as forças, mas o amor, que ele desconhecia, era irresistível.
  Afrontou o índio que chegava para ajudá-lo, pois não tinha medo, mas, pouco a pouco, lhe foi mostrado paragens do passado, que ele reconhecia familiares. Teve vontade de ir para um lugar assim, onde já fora feliz. O amigo espiritual acolheu-o em seus braços e ele se rendeu em placidez impressionante.
  Não se fez esperar a presença violenta do algoz-mor. A médium, equilibrada, não se submeteu às tentativas de agressão física que ele pretendia, todos os músculos retesados, falava guturalmente: que bandidos éramos que estávamos dando apoio a assassinos? que bruxaria que conseguia dominar seus asseclas? com que direito adentrávamos suas paragens virtualmente impenetráveis? 
  O ódio e a violência eram o alimento deste ser desesperado, deixamos que falasse, que derramasse sua fúria verbal, limpando assim, em parte, seu coração infestado de ódio. Ainda assim, não queria ouvir. Sua pantalha mental de vingança parecia intransponível, delirava repetindo seus objetivos, bloqueado para o esclarecimento, para o amor ou qualquer debate que pudesse reabilitá-lo a racionalizar.
  Nesse meio tempo, outro médium recebe uma figura singular! Achegou-se mansamente, ajoelhou-se aos pés da criatura e começou a falar de amor, de saudades, dos tempos em que eram felizes juntos: era uma das três criaturas assassinadas pela, agora, vitima das agressões espirituais. Este ser, antes machucado, já havia compreendido e perdoado, tomando o rumo da regeneração.
  Na conversa com a família perdida e reencontrada, o mentor obsessivo ainda resistia, pois não conseguia sair da dor. Ainda que sua violência tivesse suavizado, não conseguia perdoar. Reclamava que fora abandonado, que só ele se dispusera à vingança justa.
  A abundancia do amor, na sala mediúnica, e os pedidos para que o acompanhasse, foram permitindo a mudança. Foi-lhe relatado o fato de que, apesar de perdidos uns dos outros, jamais o havia esquecido e, na primeira oportunidade em que fora possível conversar, se fizera presente para tentar demovê-lo de sua vingança.
  O ente amigo mostrou, apenas pelo sentimento, que fizera a parte mais importante, a parte da rendição do ódio ao amor incondicional. Parte que começou a se operar no amigo atendido.
  ACA 08/02/06
Fonte:CACEF-casa de caridade esperança e fé

terça-feira, 12 de junho de 2012

Tudo que pensamos cria forma e se projeta ao redor

O Espiritismo ensina que tudo o que pensamos cria forma e se projeta de algum modo, tornando-se perceptível a Espíritos que se afinizam com o gênero de ideias dos quais sejamos emissores. Como um filme que se estende ao nosso redor através de nossa emissão fluídica, exibimos as cenas de nossas ideias e estas se tornam visíveis, atraindo ao nosso redor Espíritos simpáticos a nossa forma de pensar. Como ondas de rádio que sintonizam as estações desejadas, atraindo músicas e notícias derivadas desta ou daquela rádio, nosso pensamento emite ondas que afetam regiões equivalentes ao gênero de nossas frequências mentais e de imediato nos vemos rodeados de inúmeros Espíritos que são atraídos por nós, simpatizando-se com nossa forma de ser.
É por princípio que muitas vezes nos tornamos alvo de nuvens de Espíritos que encontram em nós, por vezes, uma fonte de gozos e prazeres variados e é por esse motivo que aprendemos, em Espiritismo, a equilibrar os nossos pensamentos, esforçando-nos por tê-los com qualidade, para que entremos em sintonias mais adequadas aos propósitos que desejamos conquistar, seja no estudo ou hábito espírita, seja em nossa rotina pessoal, no envolvimento com nossos semelhantes.
Se desejarmos nos envolver com os bons Espíritos, é imprescindível que nos empenhemos em melhorar as nossas ideias e também os nossos comportamentos, pois é assim que poderemos atrair energias renovadas e em melhor sintonia com as regiões felizes.
Os fluidos ao nosso redor se impregnam das nossas energias e se nos habituamos com pensamentos desarmoniosos, inferiorizados, imprimimos, por assim dizer, em nosso ambiente fluídico, essas más energias, energias deletérias, negativas, que aderem não só às energias imponderáveis nas quais estamos mergulhados, mas também nas palpáveis, como objetos, utensílios, vestimentas e mesmo nas paredes que formam a estrutura de nosso lar.
Não sabem, pois, que aquele dotado da psicometria, faculdade anímica, ao tocar em objetos, pode ler neste cenas ocorridas em outras épocas relacionadas àquele que fora seu dono? É o fluido deixado por este, gravado no objeto, fluido pessoal que conserva as cenas ocorridas como se gravada em fita magnética e que pode ser percebida, esta energia, por aquele dotado desta bela faculdade.
Assim, o resultado de nossa vida, nosso bom humor, nossa saúde, nosso bom desempenho, muitas vezes se ligam a essas energias confusas, criadas por pensamentos ruins, por conversas desagradáveis, deixadas pela presença de Espíritos desorganizados e que acabam por afetar o resultado de nossa existência.
Esforça-te pelos bons pensamentos, pelas boas ações. Renova tua forma de ver e entender a vida e por certo terás momentos mais felizes no decorrer de teus dias por sobre a Terra.
Abraço a todos.
Lionel.


Mensagem recebida em 11 de Junho de 2012 – C.E. Batuíra
André Ariovaldo  –  Espírito Lionel

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O mundo e o mal

Em certo trecho do Evangelho, Jesus faz uma longa oração pelos Seus discípulos.
Nessa oração, Ele pede a Deus que não os tire do mundo, mas que os livre do mal.
Esse trecho da prece do Cristo suscita as mais interessantes reflexões.
Nos centros religiosos, há sempre grande número de pessoas preocupadas com a ideia da morte.
Muitas não creem na paz, nem no amor, senão em planos diferentes da Terra.
A maioria aguarda situações imaginárias e injustificáveis em seu futuro espiritual.
Nessa expectativa de um amanhã rosado e glorioso, esquecem o esforço próprio.
Não fazem o possível para tornar melhor o mundo em que vivem.
Olvidam a bênção do trabalho, da disciplina e da perseverança.
Envolvem-se o mínimo possível com o sofrimento alheio.
Parecem achar que a vida na Terra é simplesmente algo a ser suportado.
Quanto antes passar, da forma mais automática possível, mais rapidamente entrarão na posse de uma felicidade perfeita.
Contudo, o anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do Espírito.
Afinal, orando ao Pai por Seus discípulos, Jesus não rogou para que fossem retirados do mundo.
Pediu apenas que fossem libertos do mal.
Trata-se de um eloquente sinal de que o importante para as criaturas não consiste em trocar de domicílio.
Na Terra ou no Plano Espiritual, continuam as mesmas.
O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam.
A Terra, em si, sempre foi boa.
De sua lama, brotam lírios de delicado aroma.
Sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias.
De nada adianta alguém partir do planeta, quando seus males não foram exterminados convenientemente.
Em tais circunstâncias, a imensa maioria dos homens se assemelha aos portadores das chamadas moléstias incuráveis.
Podem trocar de residência.
Mas a mudança é quase nada, se as feridas os acompanham.
O relevante é embelezar o mundo e aprimorá-lo.
E isso se realiza mediante a transformação moral dos homens.
Nessa linha, cada ser humano é colocado no melhor contexto para que se aperfeiçoe.
Então, você não precisa morrer e nem mesmo trocar de vizinhança, de emprego, de família ou de país para ser feliz.
Necessita, sim, ser digno e generoso onde quer que a vida o tenha colocado.
Precisa aprender a perdoar e a dar de si, em vez de reclamar auxílio dos outros.
Quando se tornar trabalhador, desprendido, leal e bondoso, viverá em paz em qualquer ambiente.
Ainda que desafiado por fatores externos, possuirá um pedaço do céu em seu coração.
Pense nisso.
 Redação do Momento Espírita, com base no cap. 30 do livro Caminho,
Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido
Xavier,

O Aborto

1 – Todas as religiões condenam o aborto. E a Doutrina Espírita?
O Espiritismo também o situa como crime. Vai mais longe: demonstra as conseqüências do aborto, sempre funestas, envolvendo compromissos cármicos para a gestante. E também para aqueles que o estimulam ou favorecem – seus pais, o pai da criança, amigos inconseqüentes… Comprometem-se, igualmente, médicos e parteiras que o executam.
2 – O movimento feminista, que se bate pelo direito ao aborto, proclama que a mulher é dona de seu corpo e deve ter o direito de decidir se quer asilar um filho em seu seio…
Se levarmos esse raciocínio às últimas conseqüências deveremos admitir o infanticídio, racionalizando que a mulher tem o direito de decidir sobre um ser que gerou e pôs no mundo. Ninguém contesta que isso seria um absurdo, um crime inominável. E por que haveria de ser diferente, enquanto o filho ainda mora em seu ventre? 
3 – Em nenhuma circunstância pode-se admitir o aborto?
Como já comentamos, na questão 359, de O Livro dos Espíritos, os mentores que orientavam Kardec advertem que só é admissível o aborto induzido quando há grave risco de vida para a gestante. Oportuno acrescentar: com a evolução da Medicina, dificilmente se configura, hoje, uma situação dessa natureza. 
4 - O que acontece com o espírito reecarnante?
Como não se completou a reencarnação, tenderá a reassumir sua personalidade, o que era antes de iniciar o mergulho na carne. O Espírito menos desenvolvido mentalmente pode situar-se, transitoriamente, como um recém-nascido no mundo espiritual, entregue aos cuidados de familiares desencarnados ou instituições especializadas.
5 – Há mulheres que caem em depressão, após praticarem o aborto. Tem algo a ver com a influência do reencarnante?
 Tratando-se de um ato que contraria as leis divinas, a gestante que praticou o aborto experimentará conflitos íntimos indesejáveis, nas sanções da própria consciência. Pode, também, sofrer represálias por parte do reencarnante, quando este venha a se revoltar com o fato de ter sido rejeitado e expulso.
6 – Quando ocorre o aborto espontâneo, podemos debitá-lo a um problema cármico, envolvendo o filho e a mãe?
Nada acontece por acaso. Pode ser a conseqüência de uma recusa à maternidade no pretérito, envolvendo, não raro, o aborto criminoso. Quanto ao filho, ele pode estar comprometido com o mesmo crime ou com o desvario do suicídio, colhendo agora a frustração do anseio de reencarnar, com o que aprenderá a valorizar a vida.
7 – E quando a mulher pratica o aborto, por recusar-se à maternidade? Sendo algo de sua iniciativa e não um problema cármico, como situar a ocorrência para o Espírito que reencarnaria como seu filho?
Se tiver um mínimo de esclarecimento, a encarará como um acidente de percurso, determinado pela imprudência daquela que deveria recebê-lo. Será uma experiência a mais, envolvendo frustrações próprias da Terra. Elas nos ajudam a amadurecer. Ao longo de múltiplas existências, conscientizam-nos de nossas responsabilidades e deveres.
8 – Se o Espírito tem compromissos com seus futuros pais e a necessidade de reencarnar, continuará tentando?
Provavelmente, com a colaboração de mentores espirituais que buscarão ajudá-lo a superar a resistência do casal. Não é difícil, por isso, que em sucessivos abortos criminosos encontremos o mesmo Espírito intentando retornar à carne e sendo rejeitado.

Do livro: Reencarnação: Tudo o que você precisa Saber
 Richard Simonetti

sábado, 2 de junho de 2012

Todos podem ser generosos

 Quando tinha treze anos, Severino saiu de Olho D’água Seco, no sertão de Pernambuco, para morar com um tio na capital, Recife.
Certo dia perdeu-se na cidade grande. Sem saber ler, não conseguia encontrar o caminho de volta olhando as placas e o nome das ruas. Era como se fosse cego, diz.
Quando, afinal, achou o endereço, pediu ao tio para lhe comprar uma cartilha de alfabetização. Sozinho, aprendeu a ler e a escrever. Um ano depois, voltou ao sertão e tratou de ensinar o que sabia à irmã.
Não era muito, mas era o bastante. Depois, improvisou uma escolinha para alfabetizar outros moradores. Já tinha ensinadoduzentas e trinta e uma pessoas a ler quando deixou Pernambuco, há vinte e quatro anos, por uma vida melhor em São Paulo.
Durante a viagem, ensinou mais doze conterrâneos a assinar o próprio nome.
Gosto de passar adiante tudo o que aprendo. Não vou levar nada para o caixão. Então tenho de compartilhar o que sei com quem precisa, senão esse conhecimento morre comigo, conta ele.
Estamos acostumados a reconhecer a generosidade em gestos grandiosos como o de Bill Gates, fundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do planeta, que doouvinte e nove bilhões de dólares à instituição de combate à pobreza que fundou com a mulher, Melinda.
Mas a história de Severino não deixa dúvida de que a generosidade pode ser praticada mesmo por quem tem pouco ou quase nada – e de várias formas, muito além de dar bens que sobram.
Alguns exemplos são:Antônio, um desembargador de justiça, que conta histórias para crianças num hospital. Élcio, que incentiva a solidariedade na empresa que lidera, e ajudou a fazer dela um dos melhores lugares do mundo para trabalhar.
Juliana e Marina, quefazem as pessoas rir sem pedir nada em troca.
Danielle, que aos sessenta e três anos, ajuda milhares de deficientes visuais a ter acesso a livros.
Todos podemos ser generosos, e se desejamos realmente um mundo melhor, começar pela benevolência nas pequenas coisas, nos gestos singelos, é fundamental.
Em O Livro dos Espíritos, encontramos a Espiritualidade respondendo que o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus é:
Benevolência para com todos, indulgência com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.
Assim, percebemos que, no coração generoso, benevolente, está a essência da caridade como nos ensinou o Mestre.
Você já foi generoso hoje?
Proponha a você mesmo este desafio. Faça este convite. Pratique um ato, pequeno que seja, de generosidade, no dia de hoje e veja os resultados.
Não o resultado do reconhecimento – pois ele quase sempre não vem, e não deve ser nosso foco – mas o resultado em sua alma, em sua alegria interior.
Não há quem resista ao poder sedutor da benevolência. Sempre saímosdiferentes, mais leves, mais felizes.
Dê do pouco que tem, mas dê. Não é necessário ter muito para dar. Dar-se é, certamente, muito mais valioso do que dar coisas.
Doe-se ao outro. Doe-se ao mundo. Doe sua vida ao amor e ganhe a felicidade tão sonhada!
 Redação do Momento Espírita

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Vida Renovada

Você já ouviu aquela história da mulher que reuniu a família para dar a notícia de que logo morreria?
Disse ela que fora a dezenas de consultas, realizara muitos exames, conforme solicitações médicas e, por fim, recebera o diagnóstico.
Era portadora de uma moléstia incurável e seu tempo máximo de vida seria de quatro meses.
A família reagiu mal, espantando-se de que ela desse aquela notícia terrível, com tamanha tranquilidade.
Mas, a senhora disse que teria cento e vinte dias para fazer tudo o que desejava.
Arrumaria seus armários, doando tudo que pudesse a alguém servir e jogaria fora o que era imprestável. Ficaria com o estritamente necessário para seu uso.
Trocaria as cortinas das janelas. Elas a impediriam de ficar bisbilhotando a vida alheia.
Tiraria o pó da casa, diariamente e ficaria pensando que devia se libertar de todas as sujeiras que guardara do passado.
Alimentaria sua alma com leituras saudáveis e conversas amenas. Evitaria criticar as pessoas e o mundo.
Perdoaria todas as pessoas que a haviam magoado.
Agradeceria a Deus por sua vida, toda manhã e faria, pelo menos, uma boa ação a cada dia.
Assim, quando partisse para a outra vida, teria, ao menos, cento e vinte boas ações realizadas.
A morte é, com certeza, o que de mais certo há na vida. Ninguém dela foge. Pode demorar, mas dia chegará em que a pessoa abandonará o corpo físico.
Podemos temê-la ou agir como a senhora da nossa história: propor-se a fazer algo de útil e bom.
E é bem possível que nos surpreendamos com a melhoria da qualidade de vida pessoal.
É verdade: quando passamos a pensar e agir no bem, modificamos nossa estrutura psíquica e, consequentemente, a alegria, o bem-estar passam a fazer parte das nossas horas.
E se você deseja saber o que aconteceu com a senhora da história, acredite: ela viveu mais vinte e três anos.
Erro de diagnóstico?
Não! É que ela pensou que estava condenada à morte em pouco tempo e resolveu mudar esse restante de vida que lhe restava.
Ao transformar o seu mundo interior, ao se transformar em uma pessoa totalmente diferente do que fora, curou sua alma.
Consequentemente, curou-se da doença física.
Por isso, se a enfermidade nos visita, aproveitemos para reflexões valiosas em torno do comportamento e da reprogramação das atividades.
Pensemos na saúde e a desejemos ardentemente, sem imposição, sem pressão, mas com nobre intenção.
Libertemo-nos de todo entulho mental, que nos pode intoxicar: mágoas, ódios, ciúmes, vinganças, invejas, amarguras.
Vinculemo-nos a Deus de onde emanam todas as forças e aspiremos os recursos necessários ao reequilíbrio.
Reabasteçamos a mente com pensamentos de paz, de compaixão, de solidariedade, de perdão e de ternura, envolvendo-nos, emocionalmente com a vida, de forma a nos sentirmos nela integrados, conscientes e felizes.
Confiantes, avancemos, vitalizados pelo hálito da fonte geradora de vida, nosso Pai Criador.

Redação do Momento Espírita-Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco