Estávamos trabalhando uma família, cuja mãe estava com alguma doença, aparentemente degenerativa, já não se levantava da cama.
Uma
trabalhadora do grupo fazia habitualmente, com ela, um trabalho de
energias chamado de “freqüência de brilho”, como medicina alternativa,
embora estivesse, a paciente, em tratamento medico convencional. Via-se
que, pouco a pouco, sua melhora se acentuava, chegando ao ponto de
caminhar razoavelmente bem.
Também
trabalhávamos sua parte espiritual, pois é habitual que os irmãos
desencarnados venham nos cobrar, com suas agressões, o nossos
comprometimentos com eles, seja nos campos físicos e ou emocionais,
cujas mazelas do passado persistem.
Aproveitam
nossas fraquezas para cobrar a vingança planejada, às vezes por dezenas
de anos. Em lamentável vingança, cultivam o ódio que os sustentam,
acentuando a deformação do físico e do caráter, estabelecendo a loucura.
Nessa
noite de trabalho mediúnico, começamos, todos os trabalhadores,
mentalizando e sondando a psicosfera da família em questão. Varias
vidências desconexas dos participantes foram abrindo as portas do
labirinto psíquico das criaturas agressoras e dos locais onde se
estabeleceram como base de ataque.
A
vidência denunciava um lugar trevoso, sob um piso de cerâmica
desgastada pelo tempo. Havia vermes escuros, em quantidade espantosa,
que, como é habitual, seriam usados nas pessoas para destruir,
provocando-lhes doenças que a medicina não saberia tratar.
Era
uma quadrilha liderada por um agredido em outra vida, onde a doente de
hoje deixou a marca da destruição e morte da família do violento
personagem.
Já
havíamos, em semanas anteriores, tratado e reconduzido alguns
subalternos para o refazimento em paragem da espiritualidade
trabalhadora do CRISTO, mas este subalterno que recebíamos naquele dia
era extremamente recalcitrante, não abria sua mente para o diálogo, era
totalmente magnetizado por seu chefe que, de longe, comandava e
manipulava sua mente.
Fomos
ambientando-o em energias benfazejas, que ele desconhecia e para as
quais não tinha antídoto. Achava-se dominado para, segundo ele, ser
derrotado. Lutava com todas as forças, mas o amor, que ele desconhecia,
era irresistível.
Afrontou
o índio que chegava para ajudá-lo, pois não tinha medo, mas, pouco a
pouco, lhe foi mostrado paragens do passado, que ele reconhecia
familiares. Teve vontade de ir para um lugar assim, onde já fora feliz. O
amigo espiritual acolheu-o em seus braços e ele se rendeu em placidez
impressionante.
Não
se fez esperar a presença violenta do algoz-mor. A médium, equilibrada,
não se submeteu às tentativas de agressão física que ele pretendia,
todos os músculos retesados, falava guturalmente: que bandidos éramos
que estávamos dando apoio a assassinos? que bruxaria que conseguia
dominar seus asseclas? com que direito adentrávamos suas paragens
virtualmente impenetráveis?
O
ódio e a violência eram o alimento deste ser desesperado, deixamos que
falasse, que derramasse sua fúria verbal, limpando assim, em parte, seu
coração infestado de ódio. Ainda assim, não queria ouvir. Sua pantalha
mental de vingança parecia intransponível, delirava repetindo seus
objetivos, bloqueado para o esclarecimento, para o amor ou qualquer
debate que pudesse reabilitá-lo a racionalizar.
Nesse
meio tempo, outro médium recebe uma figura singular! Achegou-se
mansamente, ajoelhou-se aos pés da criatura e começou a falar de amor,
de saudades, dos tempos em que eram felizes juntos: era uma das três
criaturas assassinadas pela, agora, vitima das agressões espirituais.
Este ser, antes machucado, já havia compreendido e perdoado, tomando o
rumo da regeneração.
Na
conversa com a família perdida e reencontrada, o mentor obsessivo ainda
resistia, pois não conseguia sair da dor. Ainda que sua violência
tivesse suavizado, não conseguia perdoar. Reclamava que fora abandonado,
que só ele se dispusera à vingança justa.
A
abundancia do amor, na sala mediúnica, e os pedidos para que o
acompanhasse, foram permitindo a mudança. Foi-lhe relatado o fato de
que, apesar de perdidos uns dos outros, jamais o havia esquecido e, na
primeira oportunidade em que fora possível conversar, se fizera presente
para tentar demovê-lo de sua vingança.
O
ente amigo mostrou, apenas pelo sentimento, que fizera a parte mais
importante, a parte da rendição do ódio ao amor incondicional. Parte que
começou a se operar no amigo atendido.
ACA 08/02/06
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