Os homens criaram as religiões como forma de manter contato com o Divino, mas acabaram usando-as como instrumento principal de manutenção do poder sobre as massas.
Templos, igrejas, sinagogas e demais locais de oração são considerados sagrados quando contribuem positivamente para o crescimento espiritual e moral de seus frequentadores, mas não são os únicos lugares onde se pode encontrar Deus.
O primeiro e mais sagrado de todos os templos é o coração do homem, onde Deus deixou a sua semente para que germinasse e desse frutos. Essa semente levará o homem até o Pai, conduzindo-o pelos inúmeros caminhos e obstáculos que são impostos. Mas para germinar a semente precisa de solo fértil, de um coração que favoreça o seu desenvolvimento. Essa é a nossa contrapartida.
O Pai nos deu um presente que nos guiará pelo caminho do bem até Ele, que nos guiará para a evolução, no entanto nossos corações precisam se tornar o solo fértil. Lembre-se da parábola da semente de mostarda.¹
Os ingredientes para tornar o coração em um ambiente receptivo para esse crescimento são a fé, a caridade, a humildade, o trabalho devotado pelo bem e, principalmente, o amor.
O deboche, o escarnecimento, o orgulho e a arrogância são inimigos de um coração que deve fazer crescer a semente que Deus plantou em todos nós.Eliminar a maledicência do nosso íntimo é abrir portas para o Cristo entrar. Cabe a nós fazê-lo permanecer.
Muitos ainda não estão esclarecidos neste sentido, porque preferem fechar-se em dogmas religiosos e seguir cegamente o que lhes é dito sem questionar.
Não, não os pedimos que não questionem o que transmitimos. Antes preferimos pessoas de fé com senso crítico do que seguidores cegos. O bom questionamento, aquele que constrói, faz o homem crescer em todos os sentidos e evita enganos.
Acreditem, mas com critérios. Respeitem o irmão em Deus – independente de sua religião – e permitam que o coração seja a terra fértil para o crescimento do amor de Cristo.Estejam na paz do Senhor,
Amir Sahid
¹ Aqui o espírito se refere à parábola do grão de mostarda que pode ser encontrado em Lucas 13: 18-19, Marcos 4: 30-32 e Matheus 13: 31-32. Tal parábola também é encontrada no Evangelho apócrifo de Tomé com a seguinte narrativa: “Disseram os discípulos a Jesus: Dize-nos, a que se assemelha o Reino dos céus? Respondeu-lhes ele: Ele é semelhante a um grão de mostarda, que é menor que todas as sementes; mas, quando cai em terra, que o homem trabalha, produz um broto e se transforma num abrigo para as aves do céu.”
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