segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Rogativa Reajustada

Ildefonso, o filho de Dona Malvina Chaves, dama profundamente virtuosa e devotada à causa do bem, há quatro longos anos jazia semi-acamado; entretanto, preso à situação difícil, assemelhava-se a um cordeiro. Parecia estimar as preces maternas, consagrava-se à leitura edificante e sabia conversar, respeitoso e gentil, encorajando quem o visitasse.
Contemplando-o, comovidamente, a desvelada mãe inquiria o Médico Divino, ansiosa:
– Senhor, que motivo trouxe meu filho à invalidez? Não te parece doloroso imobilizar a juventude aos dezoito anos? Traze-o, de novo, aos movimentos da vida! Restaura-lhe o equilíbrio, por piedade!
Levanta-o e consagrar-me-ei inteiramente ao teu divino serviço!...
As lágrimas do sublime coração materno sufocavam as palavras na garganta, emocionando os amigos espirituais que a assistiam em silêncio.
No propósito de obter a concessão celeste, a prestativa senhora sacrificava-se através de todas as atividades socorristas.
Visitava moribundos, amparava sofredoras, protegia crianças abandonadas e arriscava a própria saúde e os recursos na caridade operante, conquistando prestigiosos colaboradores no plano invisível.
Em virtude dos inúmeros laços de simpatia e reconhecimento, as súplicas da estimada matrona eram agora secundadas por imenso grupo de entidades espirituais, que imploravam diariamente a renovação do destino de Ildefonso. Reclamava-se para ele plena liberdade de movimentação. Esclarecia-se que na hipótese de o enfermo não merecer a graça, o benefício não deveria tardar, mesmo assim, considerando-se os méritos da genitora, mulher admirável na fé e no devotamento.
Tantos rogos se multiplicaram e tantas simpatias se entrelaçaram, que, um dia, a ordem chegou de mais alto, determinado que o jovem fosse reajustado cem por cento.
Os trabalhadores invisíveis, jubilosos, aguardaram ensejo adequado; e quando surgiu um médium notável, no setor da tarefa curativa, a Senhora Chaves foi inspirada a conduzir o filho até ele.
O missionário recebeu-a solícito e declarou-se pronto a contribuir no socorro ao doente, em obediência aos desígnios superiores.
A mãezinha fervorosa observou, no entanto, que aguardava a cura completa, era face da confiança que a orientara até ali.
O servo da saúde humana, cercado de espíritos amorosos e agradecidos, orou, impôs as mãos sobre o hemiplégico e transmitiu, vigorosamente, os fluidos regenerativos dos benfeitores desencarnados.
Em breves dias, o prodígio estava realizado.
Ildefonso recuperou o equilíbrio orgânico, integralmente.
E a genitora, feliz, celebrou a bênção, multiplicando serviços de compaixão fraterna e gestos de elevada renovação espiritual.
Um mês desdobrara os dias consuma, quando Dona Malvina começou a desiludir-se.
Ildefonso, curado, era outro homem. Perdera o amor pelas coisas sagradas. Pronunciava palavrões de minuto a minuto. Convidado à prece, informava, irreverente, que a religião era material de enfermarias e asilos e que não era doente nem velho para ocupar-se de semelhante mister. Inadaptado ao trabalho, fugia à disciplina benéfica. Trocava o dia pela noite, tal a pressa de esfalfar-se em noitadas ruidosas. Parecia vigilante do clube noturno e suas despesas desordenadas não chegavam a termo. Se a mãezinha pedia reconsideração e atitudes, sorria, escarninho, asseverando a intenção de recuperar o tempo que perdera através de espreguiçadeiras, drogas e injeções.

Com dez meses, era um transviado autêntico.

Embriagava-se todas as noites, tornando ao lar nos braços de amigos, e, quando a genitora, impondo-lhe repreensões educativas, se negou a pagar-lhe a centésima conta mais exagerada, Ildefonso falsificou a assinatura de um tio em escandaloso saque de grandes proporções.
A generosa mãe não sabia como solver o enigma do filho rebelde e ingrato.
Queixas surgiam de toda parte. Autoridades e parentes, amigos e desconhecidos traziam reclamações infindáveis.
A abnegada senhora via-se aflita e estonteada, ignorando como reajustar a situação, quando, certa noite, pedindo ao filho ébrio lhe respeitasse os cabelos brancos, foi por ele agredida a pauladas que lhe provocaram angustiosas feridas no coração. Sem palavras de revolta, Dona Malvina, a abençoada intercessora, procurou a câmara íntima, em silêncio, e rogou:
– Médico Divino, compreendo-te agora, os desígnios sábios e justos. Meu filho é também uma ovelha de teu infinito rebanho!... Não permitas, Divino Amigo, que ele se converta num mostro!... Não sei, Senhor, como definir-lhe as necessidades, mas faze-me entender-te as sentenças compassivas e modifica-lhe a rota desventurada!...
Enxugando o pranto copioso, repetiu as palavras evangélicas:
– Sou tua serva... Faça-se em mim, segundo a tua vontade!...
Intensa luminosidade espiritual resplandecia em torno de sua cabeça venerável. Nova benção desceu de mais alto e, com surpresa de todos no dia imediato, Ildefonso acordou paralítico...

pelo Espírito Irmão X - Do livro: Luz Acima, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Leia mais: http://www.cacef.info/news/rogativa-reajustada/?

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Resposta de Deus

Diante de um problema, seja ele grave ou não, não se desespere. Se um problema apareceu em sua vida foi por um bom motivo. Você atraiu esse problema. Por que?
 É o que você deve, em oração sincera, perguntar a Deus e pedir que Ele envie a resposta. As respostas que Deus irá mandar poderão vir através de uma intuição, de uma frase lida ou ouvida ao acaso, de um livro que você ler, de uma palestra que você ouvir. Deus ajuda o homem através do próprio homem, por isso fique atenta. Quando a resposta surgir, trate de começar a mudar e agir diferente. Um problema só se resolve de fato quando aprendemos a lição que ele veio nos ensinar. Agir por fora pode solucionar o problema momentaneamente, mas se não aprendermos com ele, outro problema semelhante virá tempos depois. É por isso que há pessoas que sempre estão às voltas com os mesmos problemas. É que elas ainda não assimilaram a lição. Por isso, além de pedir a Deus a solução, peça, principalmente, o aprendizado que Ele quer lhe dar. Se fizer isso, esse problema que hoje a aflige nunca mais irá voltar.

Por Mauricio de Castro-Médium e escritor

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Liberte-se do passado

Quantas vezes você fica sofrendo inutilmente pelas coisas que passou, pelo quanto que sofreu ou pelo quanto fez de errado? Mas, por mais que você chore ou se angustie, nada pode ser mudado. Você não pode mais voltar atrás nem agir diferente. O passado deve nos servir de aprendizado e nos trazer uma saudade saudável, mas enquanto não nos libertarmos dele não seremos felizes. Amores que se foram, erros que cometemos, pessoas que prejudicamos, gente que nos machucou e interferiu em nosso destino... Tudo já se foi. O que importa é o agora, é o hoje. Como nos disse Chico Xavier: "Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas podemos começar agora e fazer um novo fim"

Por Mauricio de Castro-escritor e médium

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Lindos casos de Chico Xavier

Tenha Paciência ,meu filho!

Quando Dona Maria João do Deus desencarnou, em 29 de setembro do 1915, Chico Xavier, um de seus nove filhos, foi entregue aos cuidados de Dona Rita do Cássia, velha amiga e madrinha da criança.
Dona Rita, porém, era obsidiada e, por qualquer bagatela, se destemperava, irritadiça.
Assim é que o Chico passou a suportar, por dia, várias surras de vara de marmeleiro, recebendo, ainda, a penetração de pontas de garfos no ventre, porque a neurastênica e perversa senhora inventara esse estranho processo do torturar.
O garoto chorava muito, permanecendo, horas e horas, com os garfos dependurados na carne sanguinolenta e corria para o quintal, a fim de desabafar-se, porque a madrinha repetia, nervosa:
- Este menino tem a diabo no corpo.
Um dia, lembrou-se a criança de que sua Mãezinha orava sempre, todos os dias, ensinando-o a elevar o pensamento a Jesus e sentiu falta da prece que não encontrava em seu novo lar.
Ajoelhou-se sob velhas bananeiras e pronunciou as palavras do Pai Nosso que aprendera dos lábios maternais.
Quando terminou, oh! maravilha!
Sua progenitora, Dona Maria João de Deus, estava perfeitamente viva ao seu lado.
Chico, que ainda não lidara com as negações e dúvidas dos homens, nem por um instante pensou que a Mãezinha tivesse partido para as sombras da morte.
Abraçou-a, feliz; e gritou:
- Mamãe, não me deixe aqui... Carregue-me com a senhora...
- Não posso, - disse a entidade, triste.
- Estou apanhando muito, mamãe!
Dona Maria acariciou-o e explicou:
- Tenha paciência, meu filho. Você precisa crescer mais forte para o trabalho. E quem não sofre não aprende a lutar.
- Mas, - tornou a criança - minha madrinha diz que eu estou com o diabo no corpo...
- Que tem isso? Não se incomode. Tudo passa e se você não mais reclamar, se você tiver paciência, Jesus ajudará para que estejamos sempre juntos.
Em seguida, desapareceu.
O pequeno, aflito, chamou-a em vão.
Desde desse dia, no entanto, passou a receber o contacto de varas e garfos sem revolta e sem lágrimas.
- Chico é tão cínico - dizia Dona Rita, exasperada, que não chora, nem mesmo a pescoção.
Porque a criança explicasse ter a alegria de ver sua mãe, sempre que recebia as surras, sem chorar, o pessoal doméstico passou a dizer que ele era um "menino aluado".
E, diariamente, à tarde, com os vergões na pele e com o sangue a correr-lhe em pequeninos filetes do ventre o pequeno seguia, de olhos enxutos e brilhantes, para o quintal!, a fim de reencontrar a mãezinha querida, sob as velha árvores, vendo-a e ouvindo-a, depois da oração.
Assim começou a luta espiritual do médium extraordinário que conhecemos.
O valor da Oração
A madrinha do Chico, por vezes, passava tempos entregue a obsessão.
Assim é que, nessas fases, e exasperação dela era mais forte.
Em algumas ocasiões, por isso, condenava o menino a vários dias de fome.
Certa feita, já fazia três dias que a criança permanecia em completo jejum.
À tarde, na hora da prece, encontrou a mãezinha desencarnada que lhe perguntou o motivo da tristeza com a qual se apresentava.
- Então, a senhora não sabe, - explicou o Chico - tenho passado muita fome...
- Ora, você está reclamando muito, meu filho! - disse Dona Maria João de Deus - menino guloso tem sempre indigestão.
- Mas hoje bem que eu queria comer alguma coisa...
A mãezinha abraçou-o e recomendou:
- Continue no oração e espere um pouco.
O menino ficou repetindo as palavras do Pai Nosso e daí a instantes um grande cão da rua penetrou o quintal.
Aproximou-se dele e deixou cair da bocarra um objeto escuro.
Era um jatobá saboroso...
Chico recolheu, alegre, o pesado fruto, ao mesmo tempo que reviu a mãezinha no seu lado, acrescentando.
- Misture o jatobá com água e você terá um bom alimento.
E, despedindo-se da criança, acentuou:
- Como você observa, meu filho, quando oramos com fé viva até um cão pode nos ajudar, em nome do Jesus
O Anjo Bom
Dois anos do surras incessantes. 
Dois anos vivera o Chico junto da madrinha.
Numa tarde muito fria, quando entrou em colóquio com Dona Maria João de Deus, Chico implorou:
- Mamãe, se a senhora vem nos ver, porque não me retira daqui?
o Espírito carinhoso afagou-o e perguntou:
Por que está você tão aflito? Tudo, no mundo, obedece a vontade de Deus...
- Mas a senhora sabe que nos faz muita falta...
A Mãezinha consolou-o e explicou:
- Não perca a paciência. Pedi a Jesus para enviar um anjo bom que tome conta de vocês todos.
E sempre que revia a progenitora, o menino indagava:
- Mamãe, quando é que a anjo chegará?
- Espere, meu filho! - era a resposta de sempre.
Decorridos dois meses, a Sr. João Cândido Xavier resolveu casar-se em segundas núpcias.
E Dona Cidália Batista, a segunda esposa, reclamou os filhos de Dona Maria João de Deus, que se achavam espalhados em casas diversas.
Foi assim que a nobre senhora mandou buscar também o Chico.
Quando a criança voltou ao antigo lar contemplou a madrasta que lhe estendia as mãos...
Dona Cidália abraçou-o e beijou-o com ternura a perguntou:
- Meu Deus, onde estava este menino com a barriga deste jeito?
Chico, encorajado com a carinho dela, abraçou-a também, como o pássaro que sentia saudades do ninho perdido.
A madrasta bondosa fitou-o bem nos olhos e indagou:
- Você sabe quem sou, meu filho?
- Sei sim. A senhora é o anjo bom de que minha mãe já falou...
E, desde então, entre as dois, brilhou a amor puro com que o Chico seguiu a segunda mãe, até a morte.

Gama, Ramiro. Da obra: Lindos Casos de Chico Xavier. Lake

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Psicografia

Não, eu não queria ir, não queria deixar aquele corpo que por tanto tempo esteve comigo, não, segurei-me o quanto pude, mas não houve jeito, fui desligado dele contra minha vontade, ele já não servia mais, seus órgãos tinham deixado de funcionar, foi tão difícil para mim deixá-lo, mais difícil ainda ver-me ali do lado do meu corpo, como podia ser isto?
Chorava copiosamente, confuso, perdido, foi o último lampejo de consciência que tive. Devo ter dormido muito, muito tempo. Quando acordei estava no leito do que parecia ser um hospital, estava limpo e mais sereno, parecia que devagarzinho as lembranças começavam a voltar, agitei-me, uma senhora trajando branco aproximou-se de mim e com seu olhar bondoso e sua voz suave disse-me para não ter pressa, deu-me algo para beber e voltei a dormir. Num próximo momento vi-me num lar-escola onde convivia com jovens iguais a mim que tinham perdido a vida por inconseqüência, pelo envolvimento com as drogas que destruíram meu corpo e tanto mal fizeram ao meu espírito por sentir o quanto fui fraco deixando-me envolver pelo vício, por tanto ter feito sofrer a mãezinha querida, toda família, enfim.
A droga me tornou um ser egoísta e prepotente, me deu poderes que eu não tinha, iludiu-me com seus falsos prazeres, aniquilou minha vontade, ceifou-me do cumprimento das minhas provas. Falhei! Mas está feito, aprendi que Deus é Pai bom e justo, e terei uma nova chance de me redimir, de fazer tudo de novo de forma diferente.
A benção da reencarnação é a única saída para mim, em breve retornarei, sinto medo mas não posso desanimar, aprendi a acreditar em Deus, antes eu sequer a conhecia, estou certo de que ele me dará forças para conseguir fazer melhor numa próxima vez.
Sou grato pela oportunidade e peço que orem por mim, pela minha redenção.
Muito obrigado.

Felipe

E. E. Allan Kardec * Grupo EU SOU ESPÍRITA

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Unidos pelo Coração

Como é que as dores inconsoláveis dos que sobrevivem se refletem nos Espíritos que as causam?
O Espírito é sensível à lembrança e às saudades dos que lhe eram caros na Terra; mas, uma dor incessante e desarrazoada o toca penosamente, porque, nessa dor excessiva, ele vê falta de fé no futuro e de confiança em Deus e, por conseguinte, um obstáculo ao adiantamento dos que choram e talvez à sua reunião com estes.
Livro dos Espíritos, questão 936.


O homem se despe e entra no chuveiro.
Súbito a porta do banheiro é arrombada. Desconhecidos o agarram, vendam seus olhos e o amordaçam. Conduzido ao aeroporto, é embarcado num avião, em indesejável viagem para remota região, onde o deixam sem nenhuma explicação. Confuso e desorientado vagueia sem rumo.
Semelhante situação se assemelha a de Espíritos que retornam à Vida Espiritual abruptamente, “rapta¬dos” por um acidente, um ato de violência, uma síncope fulminante.
A extensão de suas perplexidades dependerá, evidentemente, de vários fatores, destacando-se os conhecimentos relacionados com o trânsito para o Além, a maturidade emocional e, sobretudo, a natureza de seu envolvimento com os interesses materiais. Neste particular, aplica-se perfeitamente a advertência de Jesus: “Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu co¬ração” (Mateus 6, 21).
Aqueles que fazem da existência humana um fim em si, que de nada cogitam além dos seus negócios, apegados aos bens da Terra, terão imensas dificuldades de adaptação, se “raptados” para o continente espiritual. Um rico empresário, empolgado por suas atividades comerciais, sem espaço em seu coração para cogitações mais nobres, sentir-se-á dolorosamente lesado, como se lhe houvessem roubado até o último centavo.

Espíritos evoluídos, que fazem “poupança para o Além”, guardando seus tesouros nos bancos da sabedoria e da virtude, não têm dificuldade para enfrentar a grande transição, mesmo que ocorra inesperadamente.
Herculano Pires, notável escritor e jornalista espírita, é um exemplo marcante. Tendo sofrido um enfarte, foi imediatamente conduzido ao hospital. Enquanto os médicos o socorriam, iniciava-se uma reunião de estudos espíritas e prática mediúnica, na garagem de sua residência, que funcionava como pequeno centro espírita, frequentado por amigos e admiradores. A família resolve por bem não informar o grupo reunido, a fim de evitar tumulto no hospital.
No desdobramento dos trabalhos mediúnicos, para surpresa dos presentes, um Espírito informou o faleci¬mento de Herculano. Em seguida ele próprio se manifesta¬va para suas despedidas, em mensagem psicografada, em que dizia:

Família querida,
Vivendo contigo dias felizes e amenos, na
[experiência do lar prossegue a vida.
Coragem e otimismo, não quero pompas nem velas,
Apenas a simplicidade do professor do interior
[em metrópole de céus e estrelas...
Sustenta em apoio vibratório a casa,
Ampara o livro da codificação,
E eu, em espírito ou memória, ao lado dos
[amigos espirituais contigo sempre estarei,
No apostolado de pregar e servir a Doutrina dos
[Espíritos, com o Mestre de Lion.
Virgínia querida, mais esposa do que esposo fui,
Já não tem falar, nem riso, não mais o poeta.
Mas que semblante triste o teu! Volte ao que era,
Como o tempo na casa velha,
Tudo é vida, das noites de rima, doutrina e cozinha,
Lar, amigos,
Não é confusão, é nova sensação,
A de viver, sentir que já não sou corpo,
Mas alma, até que enfim!
Desculpe, sou espírito de verdade,
Amparado em novas luzes,
A minha, a nossa luzinha, que ajudaste a construir...
No momento adeus, menos choro e mais café!
Se há dificuldade de captar a escrita,
Imagine a de despertar aqui,
Para dizer aos meus da sobrevivência da alma!
Muita paz em Jesus.


Somente depois do encerramento da reunião chegou à notícia do falecimento. Ficou-se sabendo que Herculano costumava escrever poesias dirigidas aos familiares em ocasiões especiais. E assim procedeu novamente, em data muito significativa ─ a de sua própria desencarnação! Identificamo-lo perfeitamente nas ideias e ex¬pressões usadas, particularmente ao solicitar aos familiares que trabalhem em favor da obra de Allan Kardec, o “Mestre de Lion”, como ele o fez, por supremo ideal de sua existência.

A manifestação de Herculano Pires, momentos após o seu falecimento, é um atestado eloquente de imortalidade, uma demonstração de como o Espírito esclarecido e consciente pode superar de imediato o trauma da morte repentina, mas é, inegavelmente, uma ex¬ceção.

Por isso, o melhor mesmo é “morrer na cama”, em doença de longo curso, que nos prepara compulsivamente, induzindo-nos à oração, à superação das ilusões, à procura da religião, ao desapego das humanas paixões, à disposição de cultivar valores espirituais. A transferência, então, efetua-se de forma mais branda. Não nos sen¬timos “raptados”. Podemos até ensaiar despedidas, se formos capazes de “encarar” a morte.

Em mortes “à vista” ou “a prazo”, muita gente parte despreparada; muita gente fica inconformada, originando dois problemas:
No primeiro, o “morto” perturba os “vivos”.
Se o desencarnante encontra dificuldades para definir seu novo estado; se o afligem impressões relaciona¬das com o tipo de morte que sofreu; se ele está confuso e atribulado, há uma tendência natural para procurar aqueles aos quais está ligado pelos laços do coração, que constituem parte de seu “tesouro”.
Aproxima-se deles para pedir socorro, para reclamar atenção, para expor suas angústias e perplexidades.
Estabelecida a sintonia entre o desencarnado e seus afetos, surge o que poderíamos definir como uma obsessão pacífica, já que não há nenhuma intenção maldosa do “obsessor”. Ele apenas quer ajuda, como alguém que, prestes a morrer afogado, agarra-se desesperadamente ao companheiro que está mais próximo.
Semelhante envolvimento impõe penosas impressões àqueles que o sofrem, mas não há grandes dificuldades para ser superado. A simples frequência ao Centro Espírita vale por uma desobsessão, porquanto o desencarnado tende a acompanhá-los, colhendo os benefícios do ambiente e das palestras, que o esclarecem e preparam para a ajuda mais efetiva dos mentores espirituais.

E há o problema dos “vivos” que perturbam os “mortos”.
Particularmente nas mortes repentinas, se os familiares não têm nenhuma noção a respeito do assunto, tendem a cultivar ideias negativas, em insistente questionamento íntimo. E revivem interminavelmente as circunstâncias do desencarne, envolvendo um carro destroçado, um incêndio devorador, um afogamento trágico, um tiro fatal...
Quando o desencarnante tem certa maturidade espiritual, superando o trauma do trágico retorno à Vida Espiritual, consegue neutralizar as vibrações de angústia e desespero dos familiares, embora lhe sejam penosas.
Se, entretanto, como ocorre com frequência, o re¬torno inesperado lhe impõe perplexidades e dúvidas, o desajuste dos familiares recrudesce suas reminiscências dolorosas relacionadas com as circunstâncias de sua morte, como quem vive um pesadelo que se repete indefinidamente.
Ao se manifestarem em reuniões mediúnicas, estes atribulados companheiros imploram aos entes queridos uma trégua em suas amargas cogitações íntimas. Não de¬sejam ser esquecidos, mas que deixe de jorrar a fonte de inconsoláveis e torturantes lembranças. Que não os imaginem queimados, destroçados, afogados, desintegra¬dos, mas vivos, num outro corpo, numa outra dimensão.
Insistindo para que mudem suas disposições e re¬tornem à normalidade, sugerem aos familiares que se disponham a trabalhar em favor dos semelhantes, integrando-se nos serviços da fraternidade humana.

O falecimento de um afeto caro ao nosso coração se assemelha a uma amputação psicológica. É como se arrancassem parte de nós mesmos, ficando um imenso vazio onde, se não tivermos cuidado, proliferam facilmente os miasmas do desajuste e da perturbação.
O esforço do Bem ajuda-nos a preencher adequada¬mente esse vazio, operando prodígios de refazimento em favor de nossa saúde e bem-estar, harmonizando-nos com a existência.
Obras notáveis de caridade e promoção humana têm nascido em situações dessa natureza, quando pessoas atormentadas pelo falecimento de alguém muito querido, dedicam suas vidas à sementeira do Bem, colhendo consolo e alento no empenho de servir.
A saudade sempre fica, mas sem amarguras, sem dores inconsoláveis, uma saudade suave, como a notícia feliz de um afeto que não se extingue jamais, assegurando-lhes, no recôndito da alma, que seus amados estão presentes no seu dia-a-dia, no trabalho edificante que executam, nas lágrimas que enxugam, nas bênçãos que distribuem. Embora habitando mundos paralelos, permanecem unidos pelo coração.

Por Richard Simonetti
Contato: richardsimonetti@gmail.com

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Saudade

A saudade não pode ser transformada em sentimento de dor. Saudade é a lembrança de pessoas ou momentos que guardam na memória carinho, alegria e felicidade.
Não transformem momentos inesquecíveis em dor sem fim, não sofram por se separarem de alguém que muito amara. Agradeçam a Deus pela possibilidade de estarem juntos em um período da encarnação, não julguem se foi um período pequeno ou incompleto, tudo está de acordo com a vontade de Nosso Pai e as necessidades de cada um.
O sentimento de remorso, esse sim, machuca e faz sofrer, causando dor naqueles que carregam consigo esse sentimento.
Façam de tudo para não criarem esse triste sentimento. Vigiem os pensamentos e atitudes, para que no futuro não sofram com o remorso da própria culpa.
Que a fé na eternidade diminua a dor da saudade que alguns sofrem. Confiem que a separação é muito relativa, pois a presença dos desencarnados é constante entre vocês, assim como a presença de vocês no plano espiritual.
Agradeçam a Deus as boas lembranças e não lamentem, tudo tem a sua razão para acontecer, e com a mesma naturalidade chega ao fim.
Que Deus ilumine a todos. Fiquem em paz.
De um amigo aos amigos da Francisco de Assis

Mensagem recebida pelo Grupo de Estudos da Psicografia da Sociedade Espírita Francisco de Assis

sábado, 13 de setembro de 2014

Bezerra de Menezes-Oração

"Filhos amados. Nesses dias tão turbulentos em que a noite escura se abateu sobre a Terra, disseminando ódios, guerras e tensões nos mais variados níveis, carecemos de estabelecer a paz íntima e de semeá-la no coração das criaturas que nos cercam. Lembremos das palavras de Jesus que nos ofertou a sua paz, para que, uma vez a recebendo em nosso coração, pacificando-nos, também nós doemos a nossa cota de paz aos que cruzam o nosso caminho. Paz, todavia, não é virtude inerte, comodista, que compactua com o mal. Paz é justiça, paz é respeito ao próximo, paz é saciar a fome de quem está com o estômago vazio, paz é saciar a sede daquele que perdeu a esperança de viver. Tenhamos a certeza de que, ao lermos essa singela mensagem, o Senhor Jesus estará novamente deixando a sua paz a cada um, desejoso, porém, que essa paz, a partir de nós,se multiplique a todos os homens."

José Carlos De Lucca-escritor ,médium e orador 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Arrependimento

O pai de família chegou em casa e se sentou à mesa com as contas do mês a pagar, e algumas já vencidas, quando seu filhinho, cheio de alegria, entrou correndo na sala e disse com entusiasmo:
- Feliz aniversário, papai! Mamãe disse que você está completando 55 anos hoje, por isso eu vou lhe dar 55 beijos, um para cada ano.
O garoto começou a fazer o que prometera, quando o pai exclamou:
- Oh! Filho, agora não! Estou tão ocupado!
O menino fez silêncio imediato. Mas o seu gesto chamou a atenção do aniversariante. Olhando-o, o pai percebeu que havia lágrimas em seus grandes olhos azuis. Desculpando-se, disse ao filho:
- Você pode terminar amanhã.
O menino não respondeu e não foi capaz de disfarçar o seu desapontamento enquanto se afastava.
Naquela mesma noite o pai lhe falou: - Venha cá
e termine de me dar seus beijos agora, filho.
Ou ele não ouviu ou não estava mais com vontade,
pois não atendeu ao pedido.
Dois meses depois, um acidente levou o garoto.
Seu corpo foi sepultado num pequeno cemitério perto
do lugar onde ele gostava de brincar.
Aquele pai, constantemente se sentava ao lado do túmulo do seu
pequeno e, observando a natureza, pensava consigo mesmo:
"O canto do sabiá não é mais doce que a voz do meu filho, e a rolinha que canta para os seus filhotes não é tão gentil como o menininho
que deixou de completar a sua declaração de amor."
Ah! Se eu pudesse ao menos lhe dizer como me arrependo daquelas palavras impensadas, e como o meu coração está
doendo agora por causa de minha falta de delicadeza.
"Hoje eu fico aqui sentado, pensando em como pude não retribuir seu afeto, mas entristeci seu pequeno coração, cheio de ternura."

Às vezes, por motivos banais, deixamos passar oportunidades únicas,
que jamais se repetirão.
São momentos em que uma distração qualquer nos afasta do abraço afetuoso de um ser querido.
Um compromisso, que poderíamos adiar, nos impede de ficar
um pouco mais com alguém que nos deixará em breve...
Depois, como aconteceu ao pai que recusou os beijos do filho,
só resta a dor do arrependimento.

E essa dor é um fogo que queima sem consumir.
E não é necessário que a pessoa a quem negamos nossa atenção seja arrebatada pela morte, para sentirmos o desconforto do arrependimento.
Quantos filhos deixam de procurar os pais, por falta de atenção,
e se vão, em busca de alguém que ouça seus desabafos
ou responda suas perguntas.
Quantas esposas se fecham no mutismo, depois de várias tentativas de diálogo com o companheiro indiferente ou frio. Quantos esposos se isolam após tentativas frustradas de entendimento.
Por todas essas razões, vale a pena prestar atenção nos braços que se distendem para um abraço, os lábios que se dispõem para um beijo,
as mãos que se oferecem para um carinho.
Um gesto de ternura deve ser sempre bem recebido, mesmo que estejamos sobrecarregados, cansados, sem vontade de atender.
Uma demonstração de amor é sempre bem vinda, para dar novo
colorido às nossas horas, ao nosso dia-a-dia, às nossas lutas.
O amor, quando chega, dissipa as trevas, clareia o caminho, perfuma
o ambiente e refaz o ânimo de quem lhe recebe a suave visita.

Redação do Momento Espírita 
Cepal André Luiz

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Posso Mudar Meu Destino?

"Se estiver na minha programação reencarnatória eu ficar paralítico aos 40 anos por causa de um erro do passado, posso, de alguma forma mudar esse fato tão triste?" (Kleber Lima)
O destino é modificável. Quando você é chamado para uma nova reencarnação, um programa de vida é traçado de acordo a suas ações em vidas passadas e também pelas necessidades que seu espírito possui de evolução. Tudo isso é visando seu aprendizado para que desenvolva a consciência e viva melhor.
Você terá que encontrar amigos que lhe darão apoio nos momentos difíceis, mas também irá reencontrar inimigos que precisará perdoar e também pedir perdão. Com os amigos a convivência será agradável e tranquila, com os inimigos será difícil e cheia de problemas, mas aí é que está o desafio. Você precisa transformar seus inimigos em amigos, vencendo o ódio, a mágoa e a desconfiança.
Pode ser que você tenha que enfrentar uma doença difícil, mas nesse caso ela pode ser evitada. Como também podem ser evitadas todas as tragédias que você atraiu e estão na programação. Como assim?
Um acontecimento só é programado em sua vida quando você precisa, por meio dele, assimilar uma lição. Quanto mais grave é o sofrimento, mais profunda é a lição que você precisa aprender. É o aprendizado desta lição que vai elevar seu espírito e libertar sua consciência dos erros do passado.
Mas o sofrimento não é fatal, e a única maneira de evitá-lo é aprender pelo amor, antes que a dor chegue.
Aprender pelo amor não significa se tornar uma pessoa boazinha e fazer muita caridade por medo do passado. Aprender pelo amor é buscar entender como a vida funciona, desenvolver a consciência e conquistar a sabedoria. É aprender a discernir o bem do mal, o falso do verdadeiro, é se despir das ilusões do mundo a ponto de sua bondade ser tão natural quanto o ar que você respira.
É fácil? Não, não é. Principalmente para nós que gostamos das luzes do mundo, que estamos mergulhados no materialismo sem querer deixar de lado o apego, as paixões que cegam ou os vícios que entorpecem.
Se fosse fácil não precisaríamos mais estar na Terra, mas sim em mundos superiores onde a dor e o sofrimento não existem mais.
Embora não seja fácil, não é impossível. A mudança do destino é uma tarefa diária, o esforço persistente em viver no bem maior. Tenho certeza que se você fizer isso, não apenas evitará a dor na sua vida, mas também e principalmente, novos compromissos com as leis divinas.



 Por Mauricio de Castro- Médium e escritor

terça-feira, 9 de setembro de 2014

CHAKRA DAS MÃOS

Localização: palmas das mãos.
Sem cor específica.
Este chakra tem um papel à parte.
Tem a mesma característica do cristal branco: aciona ou desativa energia.
O chakra das mãos é um veículo direto através do qual as Forças Cósmicas operam.
Interferimos apenas para intuir e acionar a ordem que deve ser dada em cada caso.
Para carregar este chakra com a energia cósmica, basta esfregar as palmas das mãos uma na outra.
Este é o gesto básico, primeiro, de qualquer trabalho de energização.
No momento em que fazemos isto, sentimos um calor ou um formigamento no lugar onde esfregamos.
Isso significa que captamos as partículas de energia do ar, aglutinando-as e transformando-as numa onda, como um raio laser.
Uma vez carregadas as mãos (durante uma energização devemos carregá-las quantas vezes acharmos necessário), vamos usá-las de inúmeras maneiras, conforme a necessidade do momento.
O passe magnético ou massagem energética pode ser aplicado nas mais variadas situações: podemos passar as mãos ao longo e acima do corpo de uma pessoa, para captar seus circuitos bloqueados e desbloqueá-los.
Podemos carregar as mãos e jogar uma energia de ativação ou desativação, pedindo, por exemplo, a cor verde sobre alguém que esteja com febre.
Tanto podemos usar este gesto de uma maneira generalizada, buscando o bem-estar do outro, ou o nosso próprio, como podemos especificar o uso.
Por exemplo: para tirar uma dor, aliviar uma angústia, fazer um pedido.
Nesse caso, basta acoplar ao gesto de energização uma ordem mental, a que ocorrer, a que parecer mais indicada.
Virá intuitivamente.
Podemos jogar energia positiva no ambiente.
Podemos utilizar esse gesto simples de esfregar as mãos para captar energia para nosso próprio alimento ou para alimentar outra pessoa.

EXEMPLO DE EXERCÍCIO COM O CHAKRA DAS MÃOS
* Energização da água

Encha um copo com água.

Esfregue as palmas das mãos.
Conecte-se à Fonte.
Coloque a mão direita, com a palma para baixo, acima do copo.
Posicione a mão esquerda com a palma para cima.
A mão esquerda “puxa” a energia e a direita a transmite à água.
Mentalize para que você deseja energizar a água.
Exemplo:
“Energizo esta água para que me proteja de todas as energias mal qualificadas”
ou
“Energizo esta água para que me dê energia, saúde, bem-estar” etc.
Permaneça mentalizando e com as mãos posicionadas o tempo que julgar necessário.
Você deve procurar “sentir” quando o exercício terminou.
Beba a água.
Usando o mesmo processo, podemos energizar o que quisermos: comida, roupa, perfume etc.

Não esqueça: quando for energizar alguma coisa para outra pessoa, peça licença à Lei Universal e à Divina Presença Eu Sou dessa pessoa, evitando fazer pedidos muito específicos, a não ser que se trate de curar uma dor, um sentimento de angústia etc., pois você não sabe as reais necessidades dela.

NOTA: Sempre que trabalhar com as mãos para outra pessoa, lave-as muito bem com água e sabão, após o exercício.

Isso libera você da energia que não é sua.

LUZ, PAZ E AMOR PARA VOCÊ!

http://stelalecocq.blogspot.com/
Por Aprendizes da Luz

Leia mais: http://www.cacef.info/news/chakra-das-m%c3%a3os/?

Sonhos com Entes Queridos

Podemos estar com nossos entes queridos em sonho e, ao acordar, não lembrarmos de nada?
O desprendimento da alma pelo sono constitui uma situação muito oportuna para entrarmos em relação com nossos entes queridos.
Afirmam-nos os Espíritos da Codificação que “é tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas” (questão 414 de 'O Livro dos Espíritos'). Por outro lado, o sonho “é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono”. No entanto, nem sempre recordamos nossas experiências após despertar. Dizem os Benfeitores Espirituais que isso se dá porque ainda não temas “a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades” (questão 402 de 'O Livro dos Espíritos').
Creditam ainda este esquecimento às características da matéria grosseira e pesada que compõe nosso corpo físico. “O corpo dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais”(questão 403 de 'O Livro dos Espíritos'). É muito justa esta observação da Espiritualidade, pois em nossa condição de Espíritos encarnados, constituem-se memórias conscientes apenas aquelas reminiscências que irritam os centros nervosos correspondentes, localizados no Sistema Nervoso Central.
Em função disso, muitos questionam a utilidade destes encontros, alegando que as idéias e conselhos compartilhados durante o sono não possam ser aproveitados na vida de vigília. Neste ponto, esclarecem os Espíritos da Codificação que “pouco importa que comumente o Espírito as esqueça, quando unido ao corpo. Na ocasião oportuna, voltar-lhe-ão como inspiração de momento” (questão 410a de 'O Livro dos Espíritos'). Até porque a grande maioria destes diálogos diz respeito a temas que interessam mais à vida espiritual do que à corpórea.
Portanto, percebemos que a possibilidade de encontro com entes queridos durante o sono é real e frequente. Aliás, o sono é “a porta que Deus lhes abriu para que possam ir ter com seus amigos do céu” (questão 402 de 'O Livro dos Espíritos'). Mas, para que isso aconteça, mais do que o simples fato de querer, quando desperto, é preciso evitar que as paixões nos escravizem e nos conduzam, durante o sono, a campos menos felizes da experiência espiritual.
“Aquele que se acha compenetrado desta verdade eleve o seu pensamento, no momento em que sente aproximar-se o sono; solicite o conselho dos Bons
Espíritos e daqueles cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham assisti-lo, no breve intervalo que lhe é concedido. Se assim fizer, ao acordar se sentirá fortalecido contra o mal, com mais coragem para enfrentar as adversidades” (item 38 do Capítulo XXVIII de 'O Evangelho Segundo o Espiritismo').

Retirado do site OSGEFIC
Fonte:Luz Kardecista
Muito cuidado ao tentar interpretar seus sonhos!

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Espiritismo e Divulgação

O excelente advogado Joaquim Mota, espírita de convicção desde a primeira mocidade, possuía ideias muito próprias acerca do pensamento religioso. Extremamente sensível, julgava um erro expor qualquer definição pessoal, em matéria de fé. “Religião – costumava dizer – é assunto exclusivo de consciência”. E fechava-se. Na biblioteca franqueada aos amigos, descansavam todos em percalina e dourados, reunindo escritores clássicos e modernos, em ciência e literatura. Conservava, porém, os livros espíritas isolados em velha cômoda do espaçoso quarto de dormir. Não agia assim, contudo, por maldade. Era, na essência, um homem sincero e respeitável, conquanto espírita à moda dele, sem a menor preocupação de militança. Espécie de ilha amena, cercada pelas correntes do comodismo. Encasquetara na cabeça o ponto de vista de que ninguém devia, a título algum, falar a outrem de princípios religiosos que abraçasse, e prosseguiu, vida a fora, repelindo qualquer palpite que o induzisse à renovação.

Era justamente a esse homem que fôramos confortar, dentro da noite.
Mota vinha de perder a companhia de Licínio Fonseca, recentemente desencarnado, o amigo que lhe partilhara vinte e seis anos de serviço no foro. Ambos amadurecidos na existência e na profissão, após os sessenta de idade, eram associados invariáveis de trabalho e de luta.
Juntos sempre nos atos jurídicos, negócios, interesses, férias e excursões.
Sem o colega ideal, baqueara Mota em terrível angústia. Trancava-se em lágrimas, no aposento íntimo, ansiando vê-lo em espírito... E tanto rogou a concessão, em preces ocultas, que ali nos achávamos, em comissão de quatro cooperadores, com instruções para levá-lo ao companheiro.
Desligado cautelosamente do corpo, que se acomodara sob a influência do sono, embora não nos percebesse o apoio direto, foi Joaquim transportado à presença do amigo que a morte arrebatara.
No leito de recuperação do grande instituto beneficente a que fora recolhido, no Mundo Espiritual, Licínio chorou de alegria ao revê-lo, e nós, enternecidos, seguimos, frase a frase, o diálogo empolgante que se articulou, após o júbilo extrovertido das saudações.
- Mota, meu caro Mota – soluçou o desencarnado, com impressionante inflexão -, a morte é apenas mudança... Cuidado, meu amigo! Muito cuidado!... Quanto tempo perdi, em razão de minha ignorância espiritual!!... Saiba você que a vida continua!...
- Mas eu sei disso, meu amigo – ajuntou o visitante, no intuito de consolá-lo -, desde muito cedo entrei no conhecimento da imortalidade da alma. O sepulcro nada mais é que a passagem de um plano para outro... Ninguém morre, ninguém...
- Ah! você sabe então que o homem na Terra é um Espírito habitando provisoriamente um engenho constituído de carne? Que somos no mundo inquilinos do corpo? – indagou Licínio, positivamente aterrado.
- Sei, sim...
- E você já foi informado de que quando nascemos, entre os homens, conduzimos ao berço as dívidas do passado, com determinadas obrigações a cumprir?
- De modo perfeito. Muito jovem ainda, aceitei o ensinamento e a lógica da reencarnação...
- Mota!... Mota!... – gritou o outro visivelmente alterado – você já consegue admitir que nossas esposas e filhos, parentes e amigos, quase sempre são pessoas que conviveram conosco em outras existências terrestres? Que estamos enleados a eles, frequentemente, para o resgate de antigos débitos?
- Sim, sim, meu caro, não apenas creio... Sei que tudo isso é a verdade inconteste...
- E você crê nas ligações entre os que voltam para cá e os que ficam? Você já percebe que uma pessoa na Terra vive e respira com criaturas encarnadas de obsessão, entre os chamados vivos e mortos, raiando na loucura e no crime?!...
- Claramente, sei disso...
O interlocutor agarrou-lhe a destra e continuou, espantado:
- Mota! Mota! Ouça!... Você está certo de que a vida aqui é a continuação do que deixamos e fazemos? já se convenceu de que todos os recursos do plano físico são empréstimos do Senhor, para que venhamos a fazer todo o bem possível e que ninguém, depois da morte, consegue fugir de si mesmo?...
- Sim, sim...
Nesse instante, porém, Licínio desvairou-se. Passeou pelo recinto o olhar repentinamente esgazeado, fez instintivo movimento de recuo e bradou:
- Fora daqui, embusteiro, fora daqui!...
O visitante, dolorosamente surpreendido, tentou apaziguá-lo:
- Licínio, meu amigo, que vem a ser isso? acalme-se, acalme-se... – Sou eu, Joaquim Mota, seu companheiro do dia-a-dia...
- Nunca! Embusteiro, mistificador!... Se ele conhecesse as realidades que você confirma, jamais me teria deixado no suplício da ignorância... Meu amigo Joaquim Mota é como eu, enganado nas sombras do mundo... Ele foi sempre o meu melhor irmão!... Nunca, nunca permitiria que eu chegasse aqui, mergulhado em trevas!...
Mota, em pranto, intentava redarguir, mas interferimos, a fim de sustar o desequilíbrio e, para isso, era preciso afastá-lo de imediato.
Mais alguns minutos e o advogado reapossou-se do corpo físico. Nada de insegurança que o impelisse à ideia de sonho ou pesadelo. Guardava a certeza absoluta do reencontro espiritual. Estremunhado, ergueu-se em lágrimas e, sequioso de ar puro que lhe refrigerasse o cérebro em fogo, abriu uma das janelas do alto apartamento que lhe configurava o ninho doméstico.
Mota contemplou o casario compacto, onde, talvez, naquela hora, dezenas de pessoas estivessem partindo da experiência passageira do mundo para as experiências superiores da Vida Maior e, naquele mesmo instante da madrugada, começou a pensar, de modo diferente, em torno do Espiritismo e da sua divulgação..

Irmão X (Espírito) / Chico Xavier (Médium)
Obra: Cartas e Crônicas

http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/espiritismo-e-divulgacao

Perdão radical

As sublimes lições não paravam de iluminar as consciências dos discípulos interessados no conhecimento da Verdade.
Cada momento em companhia do Mestre amado revestia-se de um aprendizado inolvidável.
Jamais houvera alguém que pudesse, como Ele o fazia, cantar a beleza da sabedoria com a linguagem singela de um lírio alvinitente em pleno chavascal.
As Suas palavras eram como pérolas reluzentes que formavam colares luminosos na consciência dos ouvintes.
Ele nunca se repetia. Com as mesmas palavras entretecia variações incomuns em torno dos temas do cotidiano, oferecendo soluções simples, às vezes, profundas, com a mesma naturalidade com que se referia ao Pai, o Seu Abba.
Ressoavam nos refolhos das almas o canto incomparável do Sermão da Montanha, que se lhes tornara o novo norte para o avanço no rumo da augusta plenitude.
Cada bem-aventurança era portadora de um novo conteúdo, como sendo a diretriz soberana do amor em relação ao futuro da Humanidade.
Ninguém ficava à margem, nenhum sentimento era esquecido e a fonte de inexaurível sabedoria continuava a fluir a água lustral dos ensinamentos imortais.
Ele parecia ter pressa de preparar os amigos, embora não fosse apressado.
Eram tantas as necessidades humanas que não era possível desperdiçar o tempo em cogitações da banalidade e emprego das horas em pequenezes habituais do comportamento.
Mais de uma vez Ele falara sobre a emoção do amor e a bênção do perdão, sendo porém enfático em todas elas.

O perdão é sempre melhor para aquele que o concede.
Para que não ficasse esquecido entre as preocupações que assaltavam os amigos, na sua labuta diária, Ele voltava ao tema com novas composições.
Já lhes dissera que se fazia indispensável perdoar setenta vezes sete vezes, o que significava perdoar incessante, ininterruptamente...
Naquela oportunidade ímpar, complementou o ensinamento, referindo-se à conduta pessoal de cada criatura:
Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta...
... Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda e sejas lançado na prisão.
Em verdade, vos digo que de maneira nenhuma saireis dali enquanto não pagardes o último ceitil. (*)
Tratava-se da aplicação da misericórdia nos relacionamentos, de modo a manter-se a consciência de paz.
Nesse sentido, a compaixão em relação aos erros alheios assumia papel de preponderância, mas os amigos aturdidos compreendiam que lhes era muito difícil a mudança de conduta, habituados ao desforço em relação àqueles que os prejudicavam.
Assim pensando, após a exposição do Senhor, Tiago perguntou-Lhe, recordando-se da severidade da Lei Antiga:
Como é possível, Mestre, permitir-se que o agressor fique impune, após a prática do seu ato perverso?
O Iluminado olhou-o com imensa ternura, por saber que ele era cumpridor dos deveres, severo em relação a si mesmo, portanto, exigente no que diz respeito ao comportamento dos outros e compreendeu-lhe a inquietação.
Após um breve silêncio, ante o zimbório celeste, recamado de estrelas que lucilavam ao longe, respondeu benigno:
As águas do rio limpam as margens e o leito por onde correm, transformando e decompondo o lixo e a imundície em rico adubo mais adiante, levados pela correnteza.
Assim também o amor de misericórdia transforma a agressão em bênção para a vítima, auxiliando o inimigo a purificar-se, ao largo do percurso evolutivo.
Quando se perdoa, isto não implica anuência com o erro, com o crime, com o descalabro do outro. Não se trata de desconhecer a atitude infeliz, mas objetiva não retaliar o outro, não aguardar oportunidade para nele desforçar-se.
Não devolver o mal que se sofre é o início do ato de perdoar. Compreender, porém, que o outro, o agressor, é infeliz, que ele se compraz em malsinar porque é atormentado, constitui a melhor reflexão para o perdão radical, o perdão sem reservas.
Ninguém tem o direito de oferecer ao Pai suas orações e dádivas de devotamento, se tem fechado o coração para o seu próximo, aquele que, na sua desdita, derrama fel sobre os outros e cobre a senda que percorrerá no futuro com os espinhos da própria insanidade.
Ter adversário é fenômeno normal na trajetória de todas as criaturas, no entanto, deve-se evitar ser-lhe também inamistoso, igualando-se em fraqueza moral e desdita interior. Quem assim se comporta também sofrerá julgamento da autoridade, a quem seja apresentada queixa, e essa poderá exigir-lhe o ressarcimento do mal até o último e mínimo ultraje.
É o que ocorre com qualquer ofensor ou ofendido magoado. É obrigado a refazer o caminho sob a jurisdição divina, até quitar-se de todas as mazelas e débitos morais.
O interrogante, no entanto, insistiu:
Como então fica a justiça diante daquele que lhe desrespeita os códigos austeros?
O Amigo compassivo compreendeu a inquietação do companheiro e elucidou:
A questão da justiça não pertence ao ofendido, mas aos legisladores que aplicarão a penalidade corretora que se enquadre nos códigos legais. E quando isso não ocorre, a sabedoria divina impõe-se ao calceta, que carrega na consciência o delito, fazendo-o ressarcir os danos com a sua cooperação ou sofrendo os efeitos do mal que praticou, imputando-se sofrimentos reparadores. Ninguém consegue fugir à consciência indefinidamente, porque sempre há um despertar para a realidade transcendental.
Mas, Mestre, nesse caso, todos os crimes de qualquer porte devem ser perdoados e esquecidos? - Instou, inquieto,
Serenamente, Jesus retorquiu:
Não há crime imperdoável. Há, sim, mágoas exageradas. Quem não tem condutas reprocháveis ao longo da existência, por mais austero seja em relação a si mesmo, observando os Códigos da justiça e da religião? Quantas vezes, em momentos de infelicidade e de ira, pessoas boas e generosas, devotadas ao Pai e ao dever, rebelam-se e agem incorretamente? Será justo desconhecer-lhes toda uma trajetória de dignidade por um momento de alucinação, de torpor mental pela ira asselvajada que lhe tomou a consciência?
É necessário, portanto, perdoar-se todas as formas de agressão, entregando-as ao amor do Pai Incomparável, a tomar nas mãos a lei e a justiça, aplicando-as conforme o desconforto de que se é objeto.
Assim fazendo, torna-se digno de também ser perdoado.
Esse é o sublime comportamento do amor, em forma de benignidade para com o próximo, o irmão da retaguarda evolutiva.
Depois do silêncio que se abateu natural, no círculo de amigos, Ele adiu gentilmente:
Convém recordar-se, igualmente, que todos necessitam do perdão para as suas ações infelizes, desse modo, devendo perdoar-se, purificar a mente, permitir-se o direito de errar, compreendendo a sua humanidade e fraqueza, mas não permanecendo no deslize moral nem se comprazendo em ficar na situação a que foi arrojado.
O autoperdão é conquista do amor que se renova e compreende que se está em processo de renovação e de autoiluminação.
Assim, portanto, rogando-se ao Pai perdão pelos próprios delitos, amplia-se o pensamento e alcança-se o agressor digno de ser perdoado também.
A noite prosseguia rica de suaves perfumes e incrustada dos diamantes estelares, registrou a lição imorredoura do perdão a todas as ofensas.

pelo Espírito Amélia Rodrigues - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no lar de Armandine e Dominique Chéron, na manhã de 5 de junho de 2014, em Vitry-sur-Seine, França.

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Não adules tanto

A lisonja é campo aberto para o orgulho e a vaidade. Temos outros recursos para incentivar os companheiros de trabalho, livrando-os dos perigos ocasionados pela bajulação. Até o tom de voz deve ser educado, sem carregar profunda admiração no que tange ao cumprimento do dever. Quem cumpre o dever não faz mais do que sua obrigação diante da lei.
O adulador é ignorante no que se refere às coisas espirituais. Se queres ajudar a quem trabalha no Bem, faze o mesmo. Se tens intenção de incentivar a quem anda direito, sê reto. Se procuras estimular a verdade, não mintas.
A subserviência desconhece a educação e nunca ouviu falar na disciplina. É a vaidade dominando os sentimentos, em porfia com o interesse próprio. Todo bajulador deseja alguma coisa do bajulado e ambos, quando se sintonizam em seus ideais, integram-se perfeitamente com as sombras das ilusões. Não deves participar deste quadro, nem criticá-los, porque o adulador se revolta e o adulado odeia. Todas as idéias contra a sua coroação com as flores da hipocrisia, mesmo que esteja vestindo as falsas roupas ponteadas de espinhos, vão contra as dos que os advertem. E ainda têm o gabo em boca própria, como o símbolo da coruja, que fica somente no símbolo.
Não precisas badalar muito a tua própria vida. Qual é o interesse? Nós somos somente o que somos. Tudo o que buscamos a mais, fora de nós, sujeita-nos a duras corrigendas e a interpretações reais, que achamos falsas e injustas. Não queiras ser mais do que verdadeiramente és. Vê o que Cristo ensinou a Seus discípulos, quando foram tomados pela lisonja. Disse o Mestre: Aquele que quiser ser o maior, que se faça o menor de todos. E é sempre assim nas linhas da evolução espiritual: o verdadeiramente grande nunca se apresenta como tal, esconde sua grandeza na capa da humildade e a própria vida se encarrega de premiá-lo com maior fulgor e proeminente sabedoria. Tudo vem de Deus, somos iguais. Para que mostrar grandeza, se a irmandade nos nivela a todos?
Não adules tanto aquele que sabe um pouco mais que você. Depois passarás pela mesma escola. Trabalha e esforça-te, pois somos herdeiros da sabedoria universal e do amor de Deus. As forças que esperdiças nos elogios aos outros, usa-as na tua auto-educação. Vigia teus próprios impulsos e, se eles não expressam a verdadeira conduta - aquela ensinada pelos ideais de Jesus Cristo - muda-os, corrige-os, dando direções sublimadas aos teus sentimentos, porque fomos feitos para a luz e não para as trevas. Devemos fazer a nossa parte no que se refere à nossa iluminação espiritual e interior.
Temos capacidade de nos modificarmos perante as leis que nos assistem. Elas nos ajudarão em todos os nossos esforços. Tens dois pés para caminhar e o mundo está cheio de escolas de todas as ordens. Não podes dizer que não aprendeste por não encontrares quem te ensinasse. O Evangelho está sendo pregado a todos os povos, por inúmeros meios, fazendo convites para que a ignorância desapareça. Não adules tanto! Olha mais para dentro de ti mesmo, que os Céus te confortarão.


Do livro "Cirurgia Moral
De João Nunes Maia,
Pelo Espírito Lancellin