quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Psicografia

Não, eu não queria ir, não queria deixar aquele corpo que por tanto tempo esteve comigo, não, segurei-me o quanto pude, mas não houve jeito, fui desligado dele contra minha vontade, ele já não servia mais, seus órgãos tinham deixado de funcionar, foi tão difícil para mim deixá-lo, mais difícil ainda ver-me ali do lado do meu corpo, como podia ser isto?
Chorava copiosamente, confuso, perdido, foi o último lampejo de consciência que tive. Devo ter dormido muito, muito tempo. Quando acordei estava no leito do que parecia ser um hospital, estava limpo e mais sereno, parecia que devagarzinho as lembranças começavam a voltar, agitei-me, uma senhora trajando branco aproximou-se de mim e com seu olhar bondoso e sua voz suave disse-me para não ter pressa, deu-me algo para beber e voltei a dormir. Num próximo momento vi-me num lar-escola onde convivia com jovens iguais a mim que tinham perdido a vida por inconseqüência, pelo envolvimento com as drogas que destruíram meu corpo e tanto mal fizeram ao meu espírito por sentir o quanto fui fraco deixando-me envolver pelo vício, por tanto ter feito sofrer a mãezinha querida, toda família, enfim.
A droga me tornou um ser egoísta e prepotente, me deu poderes que eu não tinha, iludiu-me com seus falsos prazeres, aniquilou minha vontade, ceifou-me do cumprimento das minhas provas. Falhei! Mas está feito, aprendi que Deus é Pai bom e justo, e terei uma nova chance de me redimir, de fazer tudo de novo de forma diferente.
A benção da reencarnação é a única saída para mim, em breve retornarei, sinto medo mas não posso desanimar, aprendi a acreditar em Deus, antes eu sequer a conhecia, estou certo de que ele me dará forças para conseguir fazer melhor numa próxima vez.
Sou grato pela oportunidade e peço que orem por mim, pela minha redenção.
Muito obrigado.

Felipe

E. E. Allan Kardec * Grupo EU SOU ESPÍRITA

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