domingo, 3 de abril de 2011

Deus

Sempre houve, em todas as épocas, em todos os povos, a idéia da existência de um ser, além da matéria, orientando a vida dos homens. Este ser superior sempre foi caracterizado de acordo com as limitações e necessidades dos diferentes povos e tempos. O homem carrega dentro de si um sentimento intuitivo da existência de Deus
Que é Deus ?

Em primeiro lugar devemos notar a perspicácia de Kardec ao formular esta pergunta aos espíritos superiores que lhe assistiram na codificação da Doutrina. Ele não perguntou Quem é Deus, mas Que é Deus, partindo assim, do princípio de que Deus não é um ser como nós homens. Os espíritos lhe responderam que “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.”

“Deus, acima de tudo justo, governa o Universo por intermédio de princípios imutáveis e perfeitos, conhecidos coletivamente pelas Leis de Deus ou Lei Divina. Ela provê a ordem, corrigindo os abusos permitidos; a desordem é local e transitória”.

A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Sendo assim, todas as definições tornam-se insuficientes, incompletas e de certo modo induzem ao erro. Lentamente, através de sua evolução espiritual, o homem começará a entrever o verdadeiro significado da palavra  Deus.

Provas da existência de Deus

Observando-se a grandiosidade do micro ao macrocosmo, deduz-se a existência de uma suprema e soberana inteligência, infinita em todas a suas perfeições.  Seja na Terra, nos esplendores da vida que se expande em sua superfície, em suas planícies, vales,  montanhas  e mares, que a morada terrestre oferece, seja na potente máquina do Universo que se agita silenciosamente nos bilhões de astros que o compõem, revela-se e manifesta-se a todo momento a presença divina: perfeita e inteligente.

Atribuir a maravilhosa obra da criação ao acaso seria um contra-senso pois que o acaso é cego, na verdade, não é nada,  não podendo assim produzir os efeitos da  inteligência. Um acaso inteligente não seria mais um acaso.
Partimos então do princípio de causa e efeito. Para todo efeito inteligente existe uma causa inteligente.  Sabe-se  que a inteligência humana não é a causa da vida,  nem suficiente para manter ou conservar o poder da vida.

Conhece-se um provérbio: pela obra se conhece o artífice.
A Doutrina Espírita demonstra a existência de Deus sem alegorias, com sentido claro e preciso, de maneira que  não possa ser objeto de falsas interpretações.

O homem não deve procurar Deus nos templos de pedra ou de mármore e sim no templo eterno da Natureza, no espetáculo dos mundos a percorrerem o infinito, e principalmente no templo vivo de sua consciência que somente precisa desenvolver suas percepções para reconhecê-lo.
Atributos de Deus
A linguagem humana é impotente para exprimir o que seria Deus uma vez que o homem utiliza termos e nomes limitados em seus conceitos, limitando desta  forma o que é infinito. Não dispondo de expressões mais adequadas, o homem atribui à Deus as suas perfeições que de seu (ainda restrito) ponto de vista consegue elaborar. São elas:

•   eterno - se tivesse tido um começo teria saído do nada, ou teria sido criado, ele mesmo, por um ser anterior.
   
•   imutável - se estivesse sujeito às mudanças, as leis que regem o Universo,  não teriam estabilidade nenhuma.
   
•   imaterial - sua natureza difere de tudo que chamamos de matéria, de outro modo ele não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria.
   
•   único - se houvessem vários Deuses não haveria unidade de visão,  nem unidade de poder na ordenação do Universo.
   
•   todo poderoso - porque é único, onipotente, com soberano poder; caso contrário haveria alguma coisa mais poderosa ou com poder igual,  sendo  assim não teria feito todas as coisas e as que não tivessem sido obra  sua  seriam  de um outro deus.
   
•   soberanamente bom e justo - comprovado pelas suas leis que revelam nas menores coisas, como também nas maiores, a grandiosidade de sua bondade e justiça.

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