sábado, 4 de maio de 2013

Ante o Livre Arbítrio

“Nada te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo.”
JESUS JOAO, 3:7.

“Não há, pois, duvidar de que sob o nome de ressurreição o principio do reencarnação
era ponto de uma dos crenças fundamentais dos judeus, ponto que Jesus e as
profetas confirmaram de modo formal; donde se segue que negar a reencarnação é
negar as palavras do Cristo.” Cap. IV, 16.
Surgem, aqui e ali, aqueles que negam o livre arbítrio, alegando que a pessoa no
mundo é tão independente, quanto o pássaro no alçapão.
E, justificando a assertiva, mencionam a junção compulsória do espírito ao veiculo
carnal, os constrangimentos da parentela, as convenções sociais, as preocupações
incessantes na preservação da energia corpórea, as imposições do trabalho e a
obediência natural aos regulamentos constituídos para a garantia da ordem. terrestre,
esquecendo-se de que não há escola sem disciplina
Certamente, todos os patrimônios da civilização foram erigidos pelas criaturas que
usaram a própria liberdade na exaltação do bem, no entanto, para fixar as realidades
do livre arbítrio examinemos o reverso do quadro.
Reflitamos, ainda que superficialmente, em nossos irmãos menos felizes, para recolher-
lhes a dolorosa lição.
Pensemos no desencanto daqueles que amontoaram moedas, por longo tempo, acumulando
o suor dos semelhantes, em louvor da própria avareza, e sentem a aproximação
da morte, sem migalha de luz que lhes mitigue as aflições nas trevas...
Imaginemos o suplicio dos que trocaram veneráveis encargos por fantasiosos enganos,
a despertarem no crepúsculo da existência, qual se fossem arremessados, sem perceber
à secura asfixiante de escabroso deserto.
Ponderemos a tortura dos que abusaram da inteligência, reconhecendo, à margem da
sepultura, os deprimentes resultados do desprezo com que espezinharam, a dignidade
humana...
Consideremos o martírio dos que desvirtuaram a fé religiosa, anulando-se no isolamento
improdutivo, ao repararem, no término da estância terrestre, que apenas disputaram
a esterilidade do coração.
Meditemos no remorso dos que se renderam it delinqüência, hipnotizados pela falsa
adoração a si mesmos, acordando abatidos e segregados no fundo das penitenciárias
de sofrimento.
Ninguém pode negar que todos eles, imanizados ao cativeiro da angústia, eram livres...
Conquanto os empeços do aprendizado na experiência física, eram. livres para
construir e educar, entender e servir.
Eis porque a Doutrina Espírita fulge, da atualidade, diante da mente humana, auxiliando-
nos a descobrir os Estatutos Divinos, funcionando em nós próprios, no foro da
consciência, a fim de aprendermos, que a liberdade de fazer o que se quer está condicionada,
à liberdade de fazer o que se deve.
Estudemos os princípios da reencarnação, na lei de causa e efeito, A luz da justiça e da
misericórdia de Deus e perceberemos que mesmo encarcerados agora em constringentes
obrigações, estamos intimamente livres para aceitar com respeito e humildade as determinações
da vida, edificando o espírito de trabalho e compreensão naqueles que
nos observam e nos rodeiam, marchando, gradativamente, para a nossa emancipação
integral, desde hoje.

Emmanuel- chico xavier

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