domingo, 30 de junho de 2013

Aparições

 .Os Espíritos podem se tornar visíveis?
— Sim, sobretudo durante o sono. Entretanto, certas pessoas os vêem também no estado de vigília, mas isso é mais raro.
É permitido a todos os Espíritos manifestarem-se visivelmente?
— Todos o podem, mas nem sempre tem a permissão nem o desejo de fazê-lo.
• Com que fim os Espíritos se manifestam visivelmente?
— Isso depende; segundo sua natureza, o fim pode ser bom ou mau.
• Como pode ser permitido, quando o fim é mau?
— É então para por à prova aqueles que os vêem. A intenção do Espírito pode ser má, mas o resultado pode ser bom.
• Qual o objetivo dos Espíritos que se fazem ver com má intenção?
— Assustar e muitas vezes vingar-se.
• Qual o objetivo dos Espíritos que aparecem com boa intenção?
— Consolar os que lamentam a sua partida; provar-lhes que continuam a existir e estão perto deles; dar conselhos e algumas vezes pedir assistência para si mesmos.
• Que inconveniente haveria em ser permanente e geral a possibilidade de ver os Espíritos? Não seria essa uma forma de tirar a dúvida aos mais incrédulos?
— Estando o homem constantemente cercado de Espíritos, o fato de vê-los sem cessar o perturbaria, constrangendo-o nas suas atividades, e lhe tiraria a iniciativa na maioria dos casos, enquanto, julgando-se só, pode agir com mais liberdade. Quanto aos incrédulos, dispõem de muitos meios para se convencerem, caso queiram aproveitá-los e se não estiverem cegos pelo orgulho. Sabes de pessoas que viram e nem por isso acreditam, pois dizem que se trata de ilusões. Não te inquietes por essa gente, de que Deus se encarrega. 
Se a visão dos Espíritos tem inconvenientes, porque é permitida em alguns casos?
— Para dar uma prova de que nem tudo morre com o corpo e de que a alma conserva a sua individualidade após a morte. Essa visão passageira é suficiente para dar a prova e atestar a presença dos amigos ao vosso lado, não tendo os inconvenientes da visão incessante.
• É racional assustar-se com a aparição de um Espírito?
— Aquele que refletir a respeito há de compreender que um Espírito, seja qual for, é menos perigoso que um vivo. Os Espíritos, aliás, estão por toda parte e não tens a necessidade de vê-los para saber que podem estar ao teu lado. O Espírito que desejar prejudicar alguém pode fazê-lo sem ser visto, e até com mais segurança. Ele não é perigoso por ser Espírito, mas pela influência que pode exercer no pensamento do homem, desviando-o do bem e impelindo-o ao mal.
• Aquele que vê um Espírito poderia conversar com ele?
— Perfeitamente. E é justamente o que se deve fazer nesse caso, perguntando quem é o Espírito, o que deseja e o que se pode fazer por ele. Se o espírito for infeliz e sofredor, o testemunho de comiseração o aliviará. Se for um Espírito benévolo, pode acontecer que tenha a intenção de dar bons conselhos.
• Como o Espírito poderia responder?
— Às vezes falando, como uma pessoa viva; a maioria das vezes por uma transmissão de pensamentos.
• Os Espíritos que aparecem com asas realmente as têm, ou essas asas são apenas uma aparência simbólica?
— Os Espíritos não tem asas. Não precisam delas, pois podem transportar-se por toda parte como Espíritos. Aparecem dessa forma porque querem impressionar a pessoa a que se mostram. Uns aparecerão com suas roupas habituais, outros envolvidos em panos, alguns com asas, como atributo da categoria espiritual que representam.
• Por que as aparições se verificam mais à noite?
— Pela mesma razão que vês as estrelas à noite e não em pleno dia. A claridade intensa pode ofuscar uma aparição delicada. Mas é errôneo supor que a noite tenha algo de especial para isso. Interpela todos os que as viram, e constatarás que a maioria ocorre de dia. 

 A visão dos Espíritos ocorre no estado normal ou somente durante o êxtase?
— Pode ocorrer em condições perfeitamente normais; entretanto, as pessoas que os vêem estão quase sempre num estado especial, próximo do êxtase que lhes dá uma espécie de dupla vista. (Ver O Livro dos Espíritos, nº 447)
• Os que vêem os Espíritos o fazem com os olhos?
— Eles pensam que sim, mas na realidade é a alma que vê. A prova é que podem vê-los de olhos fechados.
• Como o Espírito pode tornar-se visível?
— O princípio é o mesmo de todas as manifestações e está nas propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, à vontade do Espírito.


Fonte: Além da vida.

sábado, 29 de junho de 2013

Ação e Reação

Na antevéspera do Natal de 1856, Dona Maria Augusta Correia da Silva, senhora de extensos haveres, retornava à fazenda, às margens do Paraíba, após quase um ano de passeio repousante na Corte. Acompanhada de numerosos amigos que lhe desfrutariam a festiva hospitalidade, a orgulhosa matrona, na tarde chuvosa e escura, recebia os sessenta e dois cativos de sua casa que, sorridentes e humildes, lhe pediam a bênção. 
Na sala grande, nobremente assentada em velha poltrona sobre largo estrado que lhe permitisse mais amplo golpe de vista, fazia um gesto de complacência, à distância, para cada servidor que exclamava de joelhos: - Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, “sinhá”. 
- Louvado seja! – acentuava Dona Maria com terrível severidade a transparecer-lhe da voz. 
Velhinhos de cabeça branca, homens rudes do campo, mulheres desfiguradas pelo sofrimento, moços e crianças desfilavam nas boas-vindas. 
Contudo, em ângulo recuado, pobre moça mestiça, sustentando nos braços duas crianças recém-nascidas, sob a feroz atenção de capataz desalmado, esperava a sua vez. 
Foi a última que se aproximou para a saudação. 
A fazendeira soberana levantou-se, empertigada, chamou para junto de si o Cérbero humano que seguia de perto a jovem escrava, e, antes que a pobrezinha lhe dirigisse a palavra, falou-lhe, duramente: - Matilde, guarde as crias na senzala e encontre-me no terreiro.Precisamos conversar. 
A interpelada obedeceu sem hesitação. 
E afastando-se do recinto, na direção do quintal, Dona Maria Augusta e o assessor de azorrague em punho cochichavam entre si. 
No grande pátio que a noite agora amortalhava em sombra espessa, a mãezinha infortunada veio atender à ordenação recebida. 
- Acompanhe-nos! - determinou Dona Maria, austeramente. 
Guiadas pelo rude capitão do mato, as duas mulheres abordaram a margem do rio transbordante. 
Nuvens formidandas coavam no céu os medonhos rugidos de trovões remotos... 
Derramava-se o Paraíba, em soberbo espetáculo de grandeza, dominando o vale extenso. 
Dona Maria pousou o olhar coruscante na mestiça humilhada e falou: - Diga de quem são essas duas “crias” nascidas em minha ausência! - De “Nhô” Zico “sinhá”! - Miserável! – bradou a proprietária poderosa – meu filho não me daria semelhante desgosto.Negue essa infâmia! - Não posso! Não posso! A patroa encolerizada relanceou o olhar pela paisagem deserta e bramiu, rouquenha: - Nunca mais verá você essas crianças que odeio... 
- Ah! “Sinhá” – soluçou a infeliz -, não me separe dos meninos! Não me separe dos meninos! Pelo amor de Deus!... 
- Não quero você mais aqui e essas crias serão entregues à venda. 
- Não me expulse, “sinhá”! Não me expulse! - Desavergonhada, de hoje em diante você é livre! E depois de expressivo gesto para o companheiro, acentuou, irônica: - Livre, poderá você trabalhar noutra parte para comprar esses rebentos malditos. 
Matilde sorriu, em meio do pranto copioso, e exclamou: - Ajude-me, “sinhá”...Se é assim, darei meu sangue para reaver meus filhinhos... 
Dona Maria Augusta indicou-lhe o Paraíba enorme e sentenciou: - Você está livre, mas fuja de minha presença.Atravesse o rio e desapareça! - “Sinhá”, assim não! Tenha piedade de sua cativa! Ai, Jesus! Não posso morrer... 
Mas, a um sinal da patroa, o capataz envilecido estalou o chicote no dorso da jovem, que oscilou, indefesa, caindo na corrente profunda. 
- Socorro! Socorro, meu Deus! Valei-me, Nosso Senhor! – gritou a mísera, debatendo-se nas águas. 

Todavia, daí a instantes, apenas um cadáver de mulher descia rio a baixo, ante o silêncio da noite... 
Cem anos se passaram... 
Na antevéspera do Natal de 1956, Dona Maria Augusta Correia da Silva, reencarnada estava na cidade de Passa-Quatro, no sul de Minas Gerais. 
Mostrava-se noutro corpo de carne, como quem mudara de vestimenta, mas era ela mesma, com a diferença de que, ao invés de rica latifundiária, era agora apagada mulher, em rigorosa luta para ajudar o marido na defesa do pão. 
Sofria no lar as privações dos escravos de outro tempo. 
Era mãe, padecendo aflições e sonhos...Meditava nos filhinhos, ante a expectação do Natal, quando a chuva, sobre o telhado, se fez mais intensa. 
Horrível temporal desabava na região. 
Alagara-se tudo em derredor da casa singela. 
A pobre senhora, vendo a água invadir-lhe o reduto doméstico, avançou para fora, seguida do esposo e das crianças... 
As águas, porém, subiam sempre em turbilhão envolvente e destruidor, arrastando o que se lhes opusesse à passagem. 
Diante da ex-fazendeira erguia-se um rio inesperado e imenso e, em dado instante, esmagada de dor, ante a violenta separação do companheiro e dos pequeninos, tombou na caudal, gritando em desespero: - Socorro! Socorro, meu Deus! Valei-me Nosso Senhor! Todavia, decorridos alguns momento, apenas um cadáver de mulher descia corrente a baixo, ante o silêncio da noite... 
A antiga sitiante do Vale do Paraíba resgatou o débito que contraíra perante a Lei.

Francisco Cândido Xavier

Dívidas e Resgastes

Uma das cunhadas de Chico teve um filho anormal. Braços e pernas atrofiados. Os olhos, cobertos por uma espessa névoa, mantinham-no mergulhado na mais completa escuridão. Inspirava medo às pessoas que o viam. Era tão deformado que a mãe ao vê-lo teve um choque e foi internada num hospital de doentes mentais.
O Chico ficou com o sobrinho.
Cuidar dele não era fácil. Medicá-lo, banhá-lo e aplicar-lhe um clister diariamente. O menino não deglutia e para alimentá-lo, o Chico tinha que formar uma pequena bola com a comida, colocar em sua garganta e empurrar com o dedo.
Isto, durante doze anos aproximadamente.
Quando o sobrinho piorava, o Chico rezava muito para que ele não desencarnasse. Já que o amava como um filho.
Um dia o Espírito de Emmanuel lhe disse:
- Ele só vai desencarnar quando o pulmão começar a desenvolver e não encontrar espaço. Aí, então, qualquer resfriado pode se transformar numa pneumonia e ele partirá.
Quando estava próximo dos doze anos, foi acometido de uma forte gripe e começou a definhar.
Na hora do desencarne, seus olhos voltaram a enxergar. - Ele olhou para o Chico e procurou traduzir a sua gratidão naquele olhar.
Emmanuel, presente, explicou:
- Graças a Deus. É a primeira vez, depois de cento e cinquenta anos, que seus olhos se voltam para a Luz. As suas dívidas do passado foram liquidadas.
Louvado seja Deus.


(Do Livro: Chico de Francisco - Adelino da Silveira)

O REMÉDIO AMARGO



Uma mulher estava passando por grandes sofrimentos em sua vida. Estava cheia de dívidas, seu marido a abandonou, seus filhos brigaram com ela, e havia o risco de perder a sua casa. Já não aguentava mais aquela situação, e começou a se questionar o motivo de tamanho sofrimento. Pensou em desistir de tudo e tirar sua própria vida.A noite, em meio a muitas lágrimas derramadas, orou a Deus pedindo que interrompesse tanto sofrimento, pois ela não queria passar por tudo aquilo. Fez uma prece declarando: “Deus, por favor, Não consigo aguentar tanto sofrimento, tantas dificuldades em minha vida. O Senhor é todo poderoso. Suplico que retire este peso dos meus ombros”.
Após a oração, a mulher deitou-se e adormeceu. Começo a sonhar que um anjo vinha em sua presença e lhe dizia as seguintes palavras: “Sou o anjo que Deus enviou para te acudir nesse momento. Por favor venha comigo”.
No sonho, a mulher foi seguindo o anjo e percebeu que ambos iam regressando ao seu próprio passado. Começou a rever várias fases de sua vida, e finalmente parou numa cena em que ela obrigava seu filho a tomar um remédio. O anjo aproximou-se e disse: “A resposta as tuas angústias está dentro de ti. Tu mesmo usou este método para ajudar teus filhos”.
A mulher olhou a cena e viu que, num passado não muito distante, quando seus dois filhos ainda eram crianças, ela os obrigou a tomar um remédio bastante amargo. Um dos seus filhos estava doente, e o médico havia receitado aquele medicamento afirmando que, caso o menino não o tomasse, poderia ficar ainda mais doente. Mas, ao contrário, se ele tomasse a medicação, iria melhorar em pouco tempo. A mãe então levou o remédio para o filho. O menino recusou-se a tomar a medicação, dizendo que o gosto era muito amargo, e que ele não queria sentir aquilo. A mãe então disse que ele deveria tomar de qualquer forma, caso contrário iria castigá-lo severamente. O filho chorou, esperneou, gritou, fez muitas cenas, mas finalmente tomou o medicamento. Alguns dias depois estava curado de sua enfermidade.
O anjo, que acompanhava tudo, perguntou a mulher:
- Você deixaria de dar este medicamento a seu filho por que ele pediu, alegando que não queria sentir o gosto ruim do remédio?
- De jeito nenhum! Respondeu a mãe. Se o medicamento é necessário, e se vai cura-lo, ele precisa tomar, não importa a sua vontade. Pois naquele momento ele era uma criança, e não podia entender o que se passava e a importância da medicação.
O anjo respondeu:
- O mesmo ocorre entre você e Deus. Deus é seu pai ou mãe, e a humanidade inteira são Seus filhos. Os seres humanos são como crianças que não compreendem ainda os benefícios do remédio amargo dos sofrimentos e provações da vida. Da mesma forma que tu obrigas teu filho a tomar uma medicação que é para o bem dele, Deus também nos coloca em circunstâncias que nos são indesejadas, mas que são imprescindíveis para a cura do nosso espírito. Também para ti, os sofrimentos são remédios muito amargos, e te revoltas e te recusas a sentir tamanho dissabor. Procure compreender que, da mesma forma que teu filho precisou do medicamento para se curar, teu espírito precisa atravessar estas tribulações para se purificar.

Autor: Hugo Lapa

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Fechar as Portas

Desde as culturas mais remotas encontramos referências à influência exercida por seres invisíveis.
Na antiga Grécia eram os deuses que interferiam no destino humano, de conformidade com seus humores e caprichos.
Na Idade Média consagrou-se a idéia do demônio, ser rebelado contra Deus, especializado em atazanar os homens, induzindo suas vítimas à perdição.
Sabemos hoje que os invisíveis são as almas dos mortos, homens desencarnados, que agem de conformidade com suas tendências e desejos.
O chamado plano espiritual é apenas uma proteção da crosta terrestre. Começa exatamente onde estamos. Boa parcela dos defuntos aqui permanece, exercendo sobre nós ampla e insuspeita pressão psíquica.
Na questão 459, de ‘‘O Livro dos Espíritos’’, os mentores que assistiam Kardec nos fornecem a notícia de que essa influência é tão grande que não raro eles nos dirigem.
Algo para se pensar, não é mesmo, caro leitor?
Muitas pessoas, nos Centros Espíritas, são informadas de que seus problemas estão relacionados com a presença de inimigos espirituais que as assediam buscando desforra por passadas ofensas.
Em princípio está certo.
Problemas físicos e psíquicos que resistem aos recursos da Medicina podem originar-se dessa influência, com a possibilidade de se tornarem crônicos, porquanto os médicos ignoram as causas. Cuidam precariamente dos efeitos.
Mas há um detalhe:
Nem sempre estamos às voltas com vingadores.
Nem sempre essa pressão envolve motivação passional.
São Espíritos presos à vida material, aos seus vícios e interesses.
Sofrem por isso um adensamento do corpo espiritual. Isto os leva a viver como se fossem encarnados, sentindo necessidades relacionadas com alimentação, abrigo, sexo, vícios...
Daí ligarem-se aos homens, nutrindo-se de seu magnetismo, e satisfazendo seus anseios nos domínios das sensações.
Esses ‘‘hóspedes’’ não intentam nos prejudicar.
A expressão mais correta seria explorar.
Exploram nosso psiquismo, servem-se dos fluidos densos que lhes possamos oferecer.
É uma associação perturbadora, porquanto nos sujeita aos seus desajustes. E nos exaure psiquicamente, já que eles agem como autênticas sanguessugas espirituais.
Durante seu apostolado houve freqüentes contatos de Jesus com tais Espíritos, chamados por seus contemporâneos imundos, impuros, maus...
Vezes inúmeras os afastou de suas vítimas, usando de sua irresistível força moral.
E o Mestre antecipava o conhecimento espírita, ao dizer, textualmente (Mateus, 12:43- -45):
Quando o Espírito impuro tem saído dum homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; não o encontrando, diz: - Voltarei para minha casa, donde saí.
E, ao chegar, acha-a desocupada, varrida e adornada.
Então ele vai, e leva consigo mais estes Espíritos piores do que ele, e ali entram e habitam.
O último estado daquele homem fica sendo pior que o primeiro.
A casa a que se refere Jesus é a mente humana, habitada por nossos pensamentos.
A estrutura, organização e disposição dependem do morador ---- a vontade.
Uma casa escura ---- morador deprimido.
Uma casa abafada ---- morador pessimista.
Uma casa em desordem ---- morador confuso.
Uma casa iluminada ---- morador feliz.
Uma casa arejada ---- morador animado.
Uma casa bem arrumada ---- morador organizado.
Por que Espíritos desajustados nos envolvem e influenciam tão facilmente?
Podemos responder com a velha pergunta de algibeira:
Por que o cachorro entra na Igreja?
Ora, entra porque a porta está aberta!
Exatamente o que acontece com essas entidades.
Aproximam-se de nós, envolvem- nos, invadem nossa casa mental porque, segundo a expressão evangélica:
Está desocupada ---- vazia de ideais superiores, de motivação existencial.
Está varrida e adornada ---- atraente para os invasores, receptiva às suas sugestões.
A intervenção dos benfeitores desencarnados e os recursos mobilizados no Centro Espírita promovem seu afastamento.
Todavia, isso não é o bastante.
Fundamental que aprendamos a nos defender, que tenhamos cuidado, porquanto pode ser que eles resolvam voltar e venham acompanhados de outros iguais ou piores. O estrago será maior.
Necessário, portanto, fechar a porta, impedir seu acesso.
Na questão 469, de ‘‘O Livro dos Espíritos’’, Kardec pergunta aos mentores espirituais como podemos fazer isso.
A resposta é bastante elucidativa: ‘‘ ---- Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança (...).’’
Quem se empenha em servir e tem certeza da proteção divina resguarda a casa mental contra malfeitores e desocupados do Além. Uma pergunta que deveríamos formular a nós mesmos:
Que tipo de gente recebemos em nossa casa mental?
Não é difícil definir.
Basta analisar como estamos, nossas emoções e sentimentos.
Talvez seja preciso despejar hóspedes indesejáveis e convidar outros mais recomendáveis, em favor de nossa paz.

Richard Simonetti

Encontros e Desencontros

"Muitas pessoas questionam os acontecimentos difíceis e dolorosos, enveredando por caminhos de rebeldia e desalento que lhes multiplicam os sofrimentos.
Ignoram que não há males alheios à Justiça Divina, nem dores não suavizadas pela Divina Misericórdia."

Sara preocupava-se com o marido.
Desde que rotineiro exame revelara persistente elevação de sua pressão arterial, empenhava-se em deixá-la informada de seus negócios e compromissos.
- Isso é mau agouro, Joel. Não gosto quando você fala assim....
-Sejamos realistas, meu bem. Viver é um risco. Todos estamos sujeitos a desencarnar repentinamente.
- Minha realidade é você. Sem sua companhia a existência sera pesadelo!
- Adorável poetisa! Amo-a muito! Não obstante, devemos estar sempre preparados para eventual convocação do Além, evitando deixar "nós" para os que ficam.
-Você nunca foi de dar "nós". Pelo contrario, o que mais faz é ajudar as pessoas e a desatá-los.
- De qualquer forma é importante tomar conhecimento do que diz respeito aos nossos compromissos. Saiba, também, que se eu desencarnar, há um bom seguro e um fundo de pensão que lhe garantirão o necessário para cuidar de nossos três filhos...
- Que precisam muito de você particularmente o Celsinho com suas limitações mentais.
- Fique tranquila. Não pretendo partir no verdor de meus trista e nove anos, mesmo porque há muito trabalho na seara espírita. Nossa cidade precisa de gente com as mangas arregaçadas e disposicão é o que não me falta.
- Isso até me tranquiliza. Penso que nossos amigos espirituais terão o máximo empenho em preservar sua saúde. Afinal, será difícil encontrar outro Joel.
Sara tinha razão. SE a duraçâo da jornada humana pudesse ser condicionada à utilidade, Joel chegaria facilmente aos cem anos. Era um dínamo abençoado, sempre empenhado em ajudar o semelhante, na atividade profissional, no lar, na organização assistencial, no Centro Espírita....
Mas o Céu tinha outros planos para ele. confirmando seus indefiníveis sentimentos premonitórios, Joel retornou à Espiritualidade pouco depois, vitimado por um acidente de trânsito.
Foi um rude golpe para o movimento espírita local, que perdia sua liderança mais expressiva, e particularmente para Sara, que não conseguia aceitar a separação.
Como, sem seu apoio e carinho, enfrentar os desafios da existência, o cuidado dos filhos? E o Celsinho, como ajudá-lo de forma efetiva sem a proteção paterna?
Não se conformava. Afinal, havia tantos criminosos, tantos inconsequentes egoístas, cuja morte seria um benefício para a Humanidade, e logo seu marido, um homem digno e nobre, tao útil a tanta gente, deveria ter sua vida ceifada prematuramente?
Companheiros espíritas lembravam que o simples fato de Joel experimentar a premonição do próprio desencarne demonstrava que se tratava de um evento programado, que fazia parte de suas provacões, mas Sara não se conformava. Mergulhada na depressão, recusava-se a retornar à normalidade, alimentando a perigosa idéia de que seria preferível morrer.
Até que, certa noite, na reuniao mediúnica da qual participava, generoso benfeitor espiritual disse-lhe:
- Sara, sua inconformação e incompatível com seus conhecimentos. Você sabe que nada ocorre por acaso.
Voz entrecortada de soluços, em incontida angústia, a jovem argumentou:
- Sei que existem problemas cármicos envolvendo situações dessa natureza, mas tenho aprendido que o bem que exercitamos hoje neutraliza o mal que praticamos ontem. Considerando que Joel era precioso instrumento da Espiritualidade na Terra, porque não lhe foi preservada a Vida? Não seria mais justo deixá-lo resgatar seus débitos com o esforço da Caridade, em que pontificava como devotado servidor do Cristo?
O mentor aguardou por alguns instantes, até que fossem menos abundantes as lágrimas, e redarguiu, sereno:
- Seu argumento é ponderável, mas equivocado, porque desconhece a extensão dos compromissos de Joel. Seu desencarne, muito mais que o cumprimento da Justiça, foi um ato de Misericórdia que beneficiou não apenas ele, mas, sobretudo, você.
- Não estou entendendo...
- É fácil explicar.
Segundo compromissos que ambos assumiram, Joel deveria sofrer derrame cerebral que o sujeitaria a uma vida vegetativa, prisioneiro de um corpo inerte, incomunicável. Você cuidaria dele por aproximadamente 10 anos...
O Espírito amigo fez uma pausa, deixando que a jovem viúva assimilasse o significado daquela revelação, e concluiu:
-Tendo em vista os méritos de seus marido, foi-lhe poupada a dolorosa experiência e ele retornou à Espiritualidade, de onde continua a ajudá-la nos encargos que lhe competem, conforme sua programação de vida. E pede-lhe que desate o "nó" da amargura, superando o pesadelo da transitória separação com o sonho de glorioso reencontro na imortalidade.
A partir desse dia Sara readquiriu a disposição de viver, enfrentando com serenidade e coragem seus compromissos, lembrando sempre que ela e o marido haviam recebido uma grande dádiva do Céu.

- Richard Simonetti

terça-feira, 25 de junho de 2013

Ambição

Era noite.
O mentor Silvério Pires recomendou-me esperá-lo por instantes.
Em seguida, veio a mim explicando:
Augusto, temos serviço urgente. Venha comigo. Trata-se de um pedido de mãe devotada, em apoio de um filho enfermo.
Obedeci, de imediato, mesmo porque o orientador é um desses professores diletos a que nos vinculamos por afetuoso reconhecimento.
Alguns minutos voaram e atingimos um palacete de primorosa estrutura, cercado por jardins que brilhavam ao luar, dentro da noite.
Entramos.
O mentor parecia familiarizado com os mínimos recantos do solar, enriquecido de tapetes e telas raras.
Em aposento próximo, mobiliado segundo os hábitos portugueses do século XVIII, um homem, aparentando cinqüenta janeiros, escrevia e escrevia...
Porque estacássemos, de repente, perguntei surpreso ao meu condutor:
- Onde está o doente?
O amigo fez um gesto de proteção, sobre a cabeça do homem que me era desconhecido e acentuou:
- Este é o irmão Celestino que nos requisita assistência.
Fitei o desconhecido, da cabeça aos pés e não lhe notei qualquer anormalidade.
Entretanto, o mentor solicitou-me:
- Tome papel e lápis e copie a carta em andamento.Trata-se de um estudo que nos cabe fazer.
Sem vacilar, passei a escrever o texto que o desconhecido produzia à nossa frente.
Era uma carta que ele provavelmente endereçava a algum irmão distante, e assim dizia:
"Meu caro Aprígio:
Segure os cinqüenta mil sacos de arroz no armazém número dois e aguardemos mais preço. Os dez mil litros de óleo para cozinha, mantenha você em estoque e os dois mil sacos de café em grão guarde no armazém quatro. Não venda bulhufas. Mais algumas semanas e estaremos numa boa. Tudo isso terá preços altos, nos próximos dias.
E olhe: Não dê migalha alguma a ninguém. Religiosos têm vindo aqui a me pedir socorro. Dizem que os tutelados deles estão em carência. Até freiras já vieram aqui com petitórios. Não atenda a ninguém se você for procurado. Esse negócio de religião e caridade já era. Um certo amigo chegou a me dizer que a minha fazenda pela qual suei tanto, pertence a Deus e a mim, que eu não passo de sócio. Eu queria que esse maluco visse os meus terrenos quando Deus estava aqui trabalhando sozinho. Era mato e cobras em toda parte. Fique tranqüilo e nada de coração mole. Espero estar aí na próxima semana.
Até quinta-feira.
Um abraço do seu irmão
Celestino"
Celestino, pois esse era o nome de nosso anfitrião, colocou a caneta em lugar adequado e, logo após, levou a mão ao peito. Gemia. Afigurava-se-me que ele sentia muita dor.
Em dado momento, pressionou o botão de uma campainha e estirou-se em larga poltrona.
Um servidor apareceu.
Celestino pediu um coronário-dilatador e a presença do seu médico particular.
O cardiologista surgiu com presteza e determinou a remoção do doente para um hospital.
Pires sentenciou:
- Devemos acompanhá-lo. Esta é a última noite de nosso amigo na vida física.
Internado, Celestino estava submetido a minuciosos exames.
Silvério se dispôs à retirada e disse-me simplesmente;
- Veja você. Tanta ambição e dentro de poucas horas o nosso amigo estará desencarnado, sob a suspeita de enfarte. Amanhã viremos buscá-lo.
Nada mais acrescentou e eu fiquei a meditar sobre a lição recebida.

Do livro "Fotos da Vida
Pelo Espírito: Augusto Cezar

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Um Minuto Apenas

Lúcia era uma mulher feliz.
 Como poucas, acreditava.
Casada com o homem por quem se apaixonara nos verdes anos da adolescência, vivia o sonho da mulher realizada. Um filho lhe viera coroar a felicidade.
Que mais ela poderia desejar?
Acordava pela manhã e saudava o dia cantarolando. Com alegria realizava as tarefas do lar, cuidava do filho, aguardava o marido.
Tudo ia muito bem. Até o dia em que descobriu que o homem que tanto amava, a traía. E não era de agora. O problema vinha tomando corpo de algum tempo.
Magoada, se dirigiu ao marido. Exigiu-lhe e falou-lhe de respeito.
A resposta foi brutal, violenta. O homem encantador tornou-se raivoso, briguento. Chegou a lhe bater.
Foi nesse dia que Lúcia teve a certeza de que seu casamento acabara. Era o cúmulo.
Não poderia prosseguir a viver com alguém que chegara à agressão física.
Então, acordou na manhã de tristeza, depois de uma noite de angústia e tomou uma séria decisão.
Iria se matar. Acabar com a própria vida. Mais do que isto. Ela desejava vingança.
Por isto, tomou o filho de 4 anos pela mão e decidiu que o mataria. Queria que o marido ficasse com drama de consciência.
Seu destino era o Farol da Barra, na cidade de Salvador, na Bahia, onde residia. Ela sabia que era um local onde o mar batia com violência no penhasco.
A rua por onde transitava era movimentada. Muitos carros. Enquanto aguardava para atravessar a rua, a criança lhe escapou das mãos e correu, entre os carros. Ela se desesperou.
Estranho paradoxo. Conduzia a criança pela mão e tencionava jogá-la do penhasco ao mar para que morresse.
Mas, quando a vê correr perigo, esquecida de si mesma, vai-lhe ao encontro, agarra-a, até um pouco raivosa. Puxa-­a pela mão.
Neste momento, a criança se abaixa, alheia a tudo que se passava, e recolhe do chão um papel.
Lúcia o arranca das mãos do pequeno e um título, em letras grandes, lhe chama a atenção: Um minuto apenas.
Ela lê: Num minuto apenas, a tormenta acalma, a dor passa, o ausente chega. O dinheiro muda de mão, o amor parte, a vida muda.
Vai andando, puxando a criança e lendo a página. Era uma página mediúnica que vinha assinada por um Espírito.
Ela terminou de ler. Passou o ímpeto. Em um minuto. Parou, olhou ao redor e verificou que tinha chegado ao seu destino. O penhasco estava próximo. Sentou-se e teve uma crise de choro.
O impulso de se matar havia desaparecido. Tornou a ler a mensagem. Ela se recordou de um senhor que era espírita e trabalhava no Banco, no mesmo onde seu marido trabalhava.
Foi para casa. Lembrou que um dia, jantando em casa dele, ele falara algo sobre Espiritismo. Algo que ela e o marido, por terem outra formação religiosa, rechaçaram de imediato.
Ela lhe telefonou, pediu-lhe orientação e ele a encaminhou a um Centro Espírita.
Atendida por companheiro dedicado, que lhe ouviu os gritos da alma aflita, passou a buscar na oração sincera, na leitura nobre, no passe reconfortante, as necessárias forças para superar a crise.
O marido, notando-lhe a mudança, a calma, no transcorrer dos dias, a seguiu em uma das suas saídas do lar. Desconfiado, adentrou ele também à Casa Espírita. Para descobrir uma fonte de consolo e esclarecimento.
Hoje, ambos trabalham na Seara Espírita. Reconstituíram sua vida, refizeram-se. Os anos rolaram. O garoto é um adolescente e mais dois filhos se somaram a ele.

Mudança de rumo. A vida muda. Em um minuto apenas. Em um minuto apenas Deus providencia o socorro.
Pode ser um coração atento, uma mão amiga ou um pedaço de papel impresso caído na calçada. Papel que o vento não levou para longe.
Um minuto apenas e o amor volta. A esperança renasce. Um minuto apenas e o sol rompe as nuvens, clareando tudo.
Não se desespere. Espere. Um minuto apenas. O socorro chega. O panorama se modifica. A vida refloresce.
Tenha paciência. Não se entregue à desesperança. Aguarde. Enquanto você sofre, Deus providencia o auxílio.
Aguarde. Um minuto apenas. Sessenta segundos. Uma vida.
Um minuto a mais...
Em um minuto apenas, a Misericórdia Divina se derrama, cheia de bênçãos, nas vielas escuras dos passos humanos. Corrige, saneia, repara, transformando-as em estradas luminosas no rumo da vida maior.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 24 do livro O Semeador de Estrelas, de Suely Caldas Schubert, ed. Leal.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.
Em 11.01.2010

Impedimentos

Por onde transites, na Terra, transportando o vaso de tua fé a derramar-se em boas obras, encontrarás sempre impedimentos a granel, dificultando-te a ação.
Hoje, é o fracasso nas tentativas iniciais de progresso.
Amanhã, é o companheiro que falha.
Depois, é a perseguição descaridosa ao teu ideal.
Afligir-te-ás com o fel de muitos lábios que te merecem apreço.
Sofrerás, de quando em quando, a incompreensão dos outros.
Periodicamente encontrarás na vanguarda obstáculos mil, induzindo-te à inércia ou à negação.
A carreira que nos está proposta, no entanto, deve desdobrar-se no roteiro do bem incessante...
Que fazer com as pessoas e circunstâncias que nos compelem ao retardamento e à imobilidade?
O apóstolo dos gentios responde, categórico:
"Pondo de lado todo o impedimento."
Colocar a dificuldade à margem, porém, não é desprezar as opiniões alheias quando respeitáveis ou fugir à luta vulgar. É respeitar cada individualidade, na posição que lhe é própria, é partilhar o ângulo mais nobre do bom combate, com a nossa melhor colaboração pelo aperfeiçoamento geral. E, por dentro, na intimidade do coração, prosseguir com Jesus, hoje, amanhã e sempre, agindo e servindo, aprendendo e amando, até que a luz divina brilhe em nossa consciência, tanto quanto inconscientemente já nos achamos dentro dela.

Emmanuel & Francisco C. Xavier

domingo, 23 de junho de 2013

Colônias espirituais no Brasil

Espiritualidade para todos

Quando o filme “Nosso lar” saiu, muitas pessoas acabaram interessadas no Espiritismo e nas chamadas “Cidades Astrais”, que nada mais são do que Formas-Pensamento de comunidades agrupadas em grandes egrégoras com até dezenas de milhares de pessoas. Nosso Lar, certamente é a mais famosa, mas não é a única colônia relatada em livros kardecistas.
Colônia Espiritual, cidade espiritual, comunidade espiritual ou mundos transitórios é o lugar onde vivem os espíritos após a morte. Existem vários tipos de colônias espirituais, temos: Colônias correcionais, de estudo e desenvolvimento das artes, socorristas, pesquisa no autoconhecimento e científicas e várias outras. Lá os espíritos trabalham, mandam mensagens espirituais para as pessoas encarnadas, se recuperam, preparam-se para encarnar novamente, além de muitas outras coisas.

Vamos citar nessa postagem algumas colônias espirituais situadas sobre o Brasil, mostraremos sua localidade e sua função como colônia espiritual, vamos a elas:

Colônia Regeneração
: Localizada nas proximidades de Goiânia até Brasília, esta Comunidade trabalha com a recuperação de espíritos mutilados no períspirito, além de proceder com atendimentos fluídico concentrados, terapias, academias, tudo com o intuito de renovação interior.

Colônia Amigos da Dor:
Encontra-se no norte de Minas e extremo sul da Bahia. Realiza socorro a recém-desencarnados através de missas. Os espíritos servidores dessa Colônia prestam atendimento em igrejas, santas casas de misericórdia e é uma das mais antigas Colônias em terras brasileiras.

Colônia Redenção
: Se situa no leste da Bahia em formato mais ou menos triangular. Sendo uma grande referência no mundo espiritual, esta Colônia realiza um grande trabalho em laboratório fluídico por intermédio de seus socorristas na Terra. Encontra-se lá um arquivo com as mais lindas histórias e exemplos de amor que o mundo já viu, começando pela história de Jesus em cenas vivas.

Colônia Arco-Íris:
Esta Comunidade Espiritual é localizada na região norte do Brasil, indo de Porto Velho (RO) a Manaus (AM) em linha reta. Seus servidores oferecem grande amparo aos encarnados e conhecidos como “filhos do arco-íris”.

Colônia Raios do Amanhecer:
Localizada na parte central do planeta, tendo maiores núcleos no Brasil, no norte do Amapá. Seus diferentes núcleos espalhados por vários países representam uma atividade diferente. No Brasil se parece com um grande parque infantil, pois é um mundo espiritual de crianças.

Colônia Bom Retiro
: Localiza-se no Paraná tendo um formato de losango. Além de dar socorro aos desencarnados, ela tem como principal função dar a volta ao reequilíbrio do espírito.

Colônia Padre Chico:
Situada no Triangulo Mineiro, é também conhecida no mundo espiritual como Colônia das Margaridas. É uma colônia muito movimentada, pois nela tem espíritos abrigados para socorro e para trabalhar em nome de Cristo.

Colônia da Praia:
Fica no sudeste do Espírito Santo. É voltada para atividades espirituais que atuam na ecologia terrena, desenvolvem estudo e mantém observação atuando no equilíbrio exercido pelo Oceano.

Colônia Nova Esperança
: Localizada bem próximo de Palmelo (GO), esta Colônia tem como função a catalogação de todos os espíritos que entram, saem e que permanecem no planeta, que hoje em dia é de aproximadamente 30 bilhões de espíritos.

Colônia das Águas:
Situa-se próxima à entrada do rio Amazonas, Sua especialidade é receber os desencarnados por problemas circulatórios e que foram afetados no perispírito.

Colônia Morada do Sol:
Encontrada na parte leste do Brasil e se estendendo até o norte da Bahia. Esta Colônia coordena equipes espalhadas pelo planeta, os servidores levam amparo aos portadores de “doenças tropicais” encarnados.

Colônia das Flores: Sendo uma das maiores colônias espirituais, ela inicia na parte centra de Santa Catarina indo até Goiás, tendo pontos no Paraná e adentrando São Paulo. Especializada em socorro aos desencarnados vítimas de câncer e que geralmente conservam esta impressão no perispírito.

Colônia Gramado: Sobre o Rio Grande do Sul, possui vários núcleos de atendimento socorrista. Entre elas destacam-se as colônias “Das Orquídeas”, “Girassóis”, “Do Guaíba” e “Estrela D’alva”, todas recebem o nome de Colônia Gramado. Específica em trabalhos de técnicas de estudo relacionados à coluna vertebral, coordenação motora das pernas e dos pés.

Colônia das Montanhas: Encontrada no noroeste de Minas Gerais, próximo à divisa de Goiás. Adentrando o sudoeste entre a Serra Bonita (MG) e a Serra da Capivara (BA/PI) e a Serra dos Gaúchos (MG), envolve toda a área do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, onde envolve as águas dos rios Urucaia e Pardo com seus afluentes.

Colônia Estudo e Vida: Fica no Mato Grosso do Sul e parte da Bolívia. Tem por finalidade o estudo da vida. Possibilita que todos os espíritos tenham autoconhecimento para compreender próprios conflitos e desencontros para qualquer assunto.

Colônia das Violetas: Situada entre Amazonas, Tocantins, Paraná e Mato Grosso, está Colônia realiza técnicas voltadas para a cura de enfermidades cardíacas.

Colônia do Sol Nascente: No sudoeste do estado de São Paulo, esta Comunidade apresenta um setor de preparação do espírito para reencarnar, aguardando um momento determinado por Deus.

Colônia do Abacateiro: Abrangendo os estados de Goiás e Mato Grosso, esta Cidade Espiritual é toda cercada por abacateiros e desenvolve técnicas e atendimentos renais, tanto no períspirito quanto no auxílio a todos os processos de enfermidade renal.

Colônia do Rouxinol: Ao norte do Brasil, no Maranhão, a Colônia passa uma profunda sensação de paz e ali ficam espíritos que desencarnaram após longo período de enfermidade ou que tiveram morte súbita.

Colônia do Moscoso: Encontra-se na parte centro-leste do Espírito Santo, esta Comunidade tem o formato de um retângulo e com características orientais, fundada por Moscos (povos que habitavam o Mar Negro e o Mar Cáspio). A Colônia desenvolve técnicas que auxiliam o espírito a desenvolver a autodescoberta, como essência divina.

Além destas temos outras, como:
Nosso Lar
Colônia Socorrista Moradia
Colônia Campo da Paz
Casa Transitória de Fabiano
Colônia Redenção
Colônia da Música
Colônia Espiritual de Eurípedes Barsanulfo
Colônia Alvorada Nova
Colônia Casa do Escritor
Colônia Triângulo, Rosa e Cruz
Sanatório Esperança
Moradias
Colônia Porto da Paz
Instituto de Confraternização
Espírito Meimei
Colônia A Cruzada
Colônia Gordemônio


Espero que tenham gostado dessa portagem, para entenderem melhor o que é uma colônia espiritual, recomendamos que assistam ao filme Nosso Lar, ou se preferirem leiam o livro Nosso Lar, ambos são excelentes. Fiquem com Deus!

(Autor desconhecido)

Filhos adotivos

Pela visão espírita, todos somos adotados.
Porque o único Pai legítimo é Deus.
Os pais da Terra não SÃO nossos pais, eles ESTÃO nossos pais.
Porque a cada encarnação, mudamos de pais consangüíneos, mas em todas elas Deus é sempre o mesmo Pai.
Mas, para entendermos melhor a existência desta experiência na vida de muitos pais, é necessário analisá-lo sob a óptica espírita, sob a luz da reencarnação.
A formação de um lar é um planejamento que se desenvolve no Mundo Espiritual. Sabemos que nada ocorre por acaso. Assim como filhos biológicos, nossos filhos adotivos também são companheiros de vidas passadas.
E nossa vida de hoje é resultado do que angariamos para nós mesmos, no passado. Surge, então, a indagação: “se são velhos conhecidos e deverão se encontrar no mesmo lar, por que já não nasceram como filhos naturais?”
Na literatura espírita encontramos vários casos de filhos que, em função do orgulho, do egoísmo e da vaidade, se tornaram tiranos de seus pais, escravizando-os aos seus caprichos e pagando com ingratidão e dor a ternura e zelo paternos.
De retorno à Pátria Espiritual (ao desencarnarem), ao despertarem-lhes a consciência e entenderem a gravidade de suas faltas, passam a trabalhar para recuperarem o tempo perdido e se reconciliarem com aqueles a quem lesaram afetivamente.
Assim, reencontram aqueles mesmos pais a quem não valorizaram, para devolver-lhes a afeição machucada, resgatando o carinho, o amor e a ternura de ontem. Porque a lei é a de Causa e Efeito.
Não aproveitada a convivência com pais amorosos e desvelados, é da Lei Divina que retomem o contato com eles como filhos de outros pais chegando-lhes aos braços pelas vias de adoção.
Aos pais cabe o trabalho de orientar estes filhos e conduzi-los ao caminho do bem, independente de serem filhos consangüíneos ou não.
A responsabilidade de pais permanece a mesma. Recebendo eles no lar a abençoada experiência da adoção, Deus sinaliza aos cônjuges estar confiando em sua capacidade de amar e ensinar, perdoar e auxiliar aos companheiros que retornam para hoje valorizarem o desvelo e atenção que ontem não souberam fazer.
Trazem no coração desequilíbrios de outros tempos ou arrependimento doloroso para a solução dos quais pedem, ao reencarnarem, a ajuda daqueles que os acolhem, não como filhos do corpo, mas sim filhos do coração. Allan Kardec elucida: “Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias”.

Fonte: http://www.samaritanos.com.br/2012/07/12/filhos-adotivos-na-visao-espirita/

sábado, 22 de junho de 2013

Para onde vamos durante o sono

Era manhã de sol nas proximidades do mar.A esposa despertara ansiosa por narrar ao marido a experiência que tivera na noite anterior.
Estavam fisicamente separados por cerca de 5 dias, em cidades diferentes, e a saudade já batia forte.
Há mais de trinta anos dividiam a mesma cama, a mesma vida, e qualquer rápida separação já era sentida por ambos.
Tomando do telefone, então, ela lhe conta, que na noite anterior tivera uma sensação muito especial.
Deitada na cama, nos primeiros instantes do sono, sentira o perfume dele, como se ele tivesse acabado de sair do banho, e se colocado ao seu lado, como sempre o fazia em casa.
Além do aroma agradável, percebeu uma presença muito forte, como se ele realmente estivesse ali.
Virou-se rapidamente, mas não havia ninguém.
O marido, do outro lado da linha, ouvia tudo também emocionado.
Quando ela terminou a narração, foi a vez dele dizer:
Pois também vivi uma experiência singular nesta noite.
Na madrugada, acordei com a certeza de que você estava dormindo ao meu lado. Tinha certeza que você estava ali. Mas quando olhei para  seu lugar na cama, nada vi.
Terminam os dois a conversa, surpresos, dizendo:
É... acho que nos encontramos esta noite!
Muitos de nós temos histórias muito peculiares sobre o período do sono.
Aqueles que conseguem lembrar mais claramente dos sonhos trazem experiências muito ricas, por vezes, e que merecem nossa análise.
Para onde vamos durante o sono? 
Todas essas lembranças serão apenas produto do cérebro?
O Espiritismo vem nos elucidar, afirmando que durante o período do sono, a alma se emancipa, isto é, se afasta do corpo temporariamente.
Desta forma, o que conhecemos como sonhos são as lembranças do que o Espírito viu e vivenciou durante esse tempo.Quando os olhos se fecham, com a visitação do sono, o nosso Espírito parte em disparada, por influxo magnético, para os locais de sua preferência.
Através da atração produzida pela afinidade, procuramos muitas vezes aqueles que nos são caros, amigos, parceiros e amores.
Por isso é que aqueles que muito se amam na Terra, podem se encontrar no espaço, e continuarem juntos.
É assim que encontramos Espíritos amados, que já não se encontram conosco fisicamente, e partilhamos com eles momentos inesquecíveis.
Por vezes lembramos, por outras tantas não, mas sempre conservamos no íntimo bons sentimentos, ou a sensação de ter vivido experiência agradável.
O Espírito sopra onde quer, e mesmo durante nosso aparente repouso, perceberemos que ele está em atividade, sempre.
Podemos nos preparar melhor para conseguirmos ter bons sonhos.
Obviamente que os acontecimentos do dia, e nosso estado emocional irão influenciar nossas experiências oníricas, mas podemos tomar alguns cuidados a mais para aproveitar melhor este período:
uma leitura salutar,
a oração sincera,
uma música suave que nos acalme,
alguns momentos de meditação.
Todos estes ingredientes colaboram para que as últimas impressões do dia sejam positivas, e sejam levadas conosco, favorecendo a emancipação da alma.
Assim, tenha bons sonhos...

Redação do Momento Espírita com base no cap. 17, do livro Estudando a mediunidade, de Martins Peralva, ed. Feb.

http://www.forumespirita.net/

A MORTE DÓI?

Quando morre alguém, sentimo-nos todos tomados por um sentimento de perda e dor. É natural, gostamos da pessoa e desejamos que continue vivendo conosco. Mas, a morte é a única certeza da vida e está enquadrada nos acontecimentos normais da existência de todo mundo. A todo instante, partem jovens e velhos, sadios e enfermos...E muitos perguntam, talvez temerosos do momento em que também enfrentarão a circunstância e acerto de contas com D. Morte: ela dói? O que ensinam os espíritos a respeito?
Em O Livro dos Espíritos, há um capítulo inteiro sobre o assunto: é o III, do livro segundo, com o título Retorno da vida corpórea à vida espiritual. As questões 149 a 165 esclarecem o assunto. Para não ficarmos em simples transcrição das respostas dadas pelos espíritos, fizemos breve resumo de forma didática para melhor entendimento do assunto. Mas remetemos o leitor à pesquisa direta às questões citadas.
 No instante da morte, todo homem retorna ao mundo dos espíritos, pátria de origem;
 Uma vez no chamado outro mundo, conserva plenamente sua individualidade;
 A separação da alma e do corpo não é dolorosa. O corpo sofre mais durante a vida que no momento da morte;
 A alma se liberta com o rompimento dos laços que a mantinham presa ao corpo;
A sensação que se experimenta no momento em que se reconhece no mundo dos espíritos depende do que fizeram em vida. Se foram bons, sentirão enorme alegria. Se foram maus, sentirão vergonha;
 Normalmente reencontra aqueles que partiram antes, se já não reencarnaram;
 A consciência de si mesmo vem aos poucos. Passa-se algum tempo de perturbação, convalescente, cujo tempo de duração depende da elevação de cada um;
Compreender antes o assunto exerce grande influência sobre o tempo de perturbação, mas o que realmente alivia a perturbação são a prática do bem e a pureza de consciência.
Indicamos ainda ao leitor, estudar o livro O Céu e o Inferno, também de Allan Kardec, onde há diversas descrições do momento da morte e do pós-morte, de espíritos nas mais variadas condições evolutivas. O livro Depois da Morte, de Léon Denis e Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz/Chico Xavier também trazem muitas explicações sobre o interessante tema. Há, também, uma série enumerável de livros de mensagens enviadas por desencarnados aos entes queridos que ficaram. Entre eles, o famoso Jovens no além, de 1975, recebido por Chico Xavier. O filme Joelma 23º andar, baseado no incêndio ocorrido em São Paulo, mostra bem a questão da continuidade da vida.
Não tema a morte. Ela faz parte do processo evolutivo. Viva de maneira prudente, faça o bem que puder e quando soar seu momento, vá sem medo. Mas nunca a busque ou a precipite. Tudo tem seu momento na vida e todos temos algo a fazer num tempo programado. Para aqueles que foram antes, guarde a convicção de breve reencontro e ore pela felicidade deles. Eles receberão a mensagem de seu coração.

Orson Peter Carrara
www.forumespirita.net

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Motivos para desculpar

Em muitas ocasiões, quem imaginas te haja ferido, não tem disso a mínima idéia, de vez que terá agido sob a ação compulsiva de obsessão ou enfermidade.
Se recebeste comprovadamente uma ofensa de alguém, esse alguém terá dilapidado a tranqüilidade própria, passando a carregar arrependimento e remorso, em posição de sofrimento que desconheces.
Perante os ofensores, dispõe da oportunidade de revelar compreensão e proveito, em matéria de aperfeiçoamento espiritual.
Aquele, a quem desculpas hoje uma falta cometida contra ti, será talvez, amanhã, o teu melhor defensor, se caíres em falta contra os outros.
Diante da desilusão recolhida do comportamento de alguém, coloca-te no lugar desse alguém, observando se conseguirias agir de outra forma, nas mesmas circunstâncias.
Capacitemo-nos de que condenar o companheiro que erra é agravar a infelicidade de quem já se vê suficientemente infeliz.
Revide de qualquer procedência, mesmo quando se enquiste unicamente na mágoa, não resolve problema algum.
Quem fere o próximo efetivamente não sabe o que faz, porquanto ignora as responsabilidades que assume na lei de causa e efeito.
Ressentimento não adianta de vez que todos somos espíritos eternos destinados a confraternizar-nos todos, algum dia, à frente da Bondade de Deus.
Desculpar ofensas e esquecê-las é livrar-se de perturbação e doença, permanecendo acima de qualquer sombra que se nos enderece na vida, razão por que, em nosso próprio benefício, advertiu-nos Jesus de que se deve perdoar qualquer falta não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.
Emmanuel-Francisco Cândido Xavier.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Casamento planejado

Sérgio Ribeiro

1 - Os Espíritos que reencarnam planejam seu casamento na Terra?
Sim, quando esclarecidos e conscientes de suas necessidades, o que não ocorre com multidões que retornam à carne atendendo ao automatismo reencarnatório.

2 - Não há da parte dos mentores espirituais o cuidado de planejar algo a respeito?
Há sempre um acompanhamento e um empenho de orientação, mas é preciso considerar que planejamento implica em consciência de responsabilidade, que não é o forte dos Espíritos imaturos que habitam nosso planeta de expiação e provas.

3 - Podemos dizer que os casamentos que dão certo são aqueles que foram planejados?
Estes têm melhores chances, mas também podem fracassar. Nossa visão na Espiritualidade é bem mais objetiva. Identificamos com clareza nossas necessidades e o que nos cumpre fazer. Na Terra é frequente prevalecerem nossas paixões, pondo a perder, não raro, planos cuidadosamente elaborados.

4 - Quando o casamento não dá certo, ainda que planejado, é lícito partir para nova experiência afetiva?
O livre-arbítrio outorga-nos a possibilidade de recompor nossa vida nos domínios da afetividade e os próprios mentores espirituais podem nos auxiliar nesse mister. Tudo o que desejam é que tenhamos aprendido algumas lições e não nos incorramos mesmos enganos que determinaram o fracasso anterior.

5 - Como fica nosso compromisso com o cônjuge do qual nos separamos?
Normalmente o casamento objetiva harmonização de Espíritos que se reúnem no lar, consolidando laços de afetividade ou desfazendo nós de animosidade. Se isso não ocorre, fatalmente nos reencontraremos para novas experiências em comum.

6 - Voltaremos à condição de cônjuges?

A misericórdia divina poderá facultar uma mudança de posições nesse relacionamento, ligando-nos por laços de consanguinidade — pai e filha, mãe e filho ou como irmãos — que exercem poderosa influência nessa harmonização.

7 - Há registro de pessoas que colecionam casamentos, em uniões efêmeras. Ao desencarnar, com quem ficarão?

Com a solidão, em estágios depuradores nas regiões umbralinas. Ali terão a oportunidade de refletir sobre tendências inferiores não combatidas que inviabilizaram uma convivência estável e proveitosa.

8 - Como ser feliz no casamento?
Sendo feliz antes dele. A felicidade é uma realização pessoal que pede esforço por entender os objetivos da existência humana e empenho por cumprir os desígnios divinos. Pessoas felizes, que cumprem a vontade de Deus, fazem casamentos felizes.

Richard Simonetti
Livro: Não pise na bola

Como afastar os maus espíritos?

Os maus espíritos não vão senão onde acham com o que satisfazerem a sua perversidade; para afastá-los, não basta pedir-lhes nem mesmo ordenar, é preciso despojar de si o que os atrai. Os maus espíritos farejam as chagas da alma, como as moscas farejam as chagas do corpo.
Do mesmo modo que limpais o corpo para evitar a bicheira, limpai também a alma de suas impurezas para evitar os maus Espíritos. 
Como vivemos num mundo onde circulam os maus Espíritos, as boas qualidades do coração não nos colocam ao abrigo de suas tentativas, mas dão a força de lhes resistir.

Como disse Jesus aos Escribas e Fariseus: “ . . . limpai primeiramente o interior do copo e do prato, a fim que o exterior também esteja limpo. Porque sois semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem belos aos olhos dos homens mas, por dentro, estão cheios de toda sorte de podridão. Assim, por fora, pareceis justos aos olhos dos homens, mas, por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidades." 
(O Evangelho segundo o Espiritismo - cap. 28, item 16)

OBSERVAÇÃO: Este conselho e explicação de Allan Kardec corresponde ao afastamento de Espíritos maldosos que convivem conosco neste planeta e que querem nos influenciar, ou seja, que investem em nossas falhas morais para nos obsediar. É um modo de prevenção. Mas, aos que já estão obsediados, além da mudança na sua conduta moral estes devem buscar ajuda numa casa espírita.

Grupo de estudos Allan Kardec

segunda-feira, 17 de junho de 2013

AGOSTINHO (S.)

Sérgio Ribeiro

O Espírito mostra-se ao médium vidente cercado de luz branca, prateada, em torno da cabeça uma espécie de resplendor, que se desdobra em raios verdes, muito brilhantes, limitando a aparição.
A irradiação luminosa não permite ao médium distinguir os traços fisionômicos do espírito.

Estou neste momento na superfície da Terra amada, onde me converti e onde cumpri uma das minhas provações, e o que me traz aqui é ainda o amor, o grande amor que sempre vos dediquei. Hoje, porém, tenho mais alguma coisa para oferecer-vos, venho dar-vos mais um pouco do que vos dei outrora.
Não me sinto constrangido ao dizer-vos que muito tenho aprendido, muito hei adquirido depois que parti dentre vós para o mundo da luz; sou agora mais completo, mais instruído, mais certo do que digo e afirmo, porque hoje a luz divina tocou diretamente a minha razão e pude já compreender o que, até então, apenas vagamente podia entender e definir. Não tenho mais dúvida alguma que me atormente nem ponha em sobressalto o meu espírito.
Venho, por isso, trazer-vos a verdade, mas verdade sólida, vigorosa e sã, que resistirá a todos os embates, sobreviverá a todos os cataclismos - verdade que jamais será confundida, jamais será destruída; venho dizer-vos o que outrora não pude asseverar com a exatidão e a certeza absoluta com que faço agora.
Se quiserdes aceitar o que vos trago, se vos dispuserdes a receber e guardar no vosso coração, no fundo da vossa alma, este punhado de sementes que venho lançar no vosso planeta, muito feliz me sentirei, abençoando esta hora, que será talvez a mais bendita e a mais santa de toda a minha vida, quer material, quer espiritual. Se vos resolverdes, pois, a aceitar o que vos trago, terei tão grande contentamento que de novo voltarei a ensinar-vos, de novo aqui virei oferecer-vos outras dádivas, outras sementes que espalharei nos vossos corações.
Deus é vosso Pai e vós sois Seus filhos bem amados, e todo o pai que ama sincera e carinhosamente os seus filhos não os esquece nunca, e quanto mais penosa, quanto mais triste é a sua situação, quanto maiores são os defeitos deles, mais o pai extremoso aumenta o seu afeto, multiplica o seu carinho e mais solícitos são os cuidados que dispensa a esses filhos diletos e estremecidos. É por isso que posso vir até aqui distrair-me um pouco convosco, dedicar-vos alguns instantes da minha vida espiritual; é o amor que Deus vos consagra que me impele para o vosso meio. Ele me disse: “- Eles precisam de luz, portanto, vai lá e dá a esses pobres um pouco de que te dei”, e eu, obedecendo à vossa vontade eterna, aqui estou para vos dizer o seguinte:
“Não vos iludais, não vos deixeis vencer pelas delicias da vida material; gozai essa vida, mas não vos esqueças de que ela não é a única e verdadeira vida. É preciso ir, desde já, preparando o dia de amanhã, é mister, desde hoje, pensar no que vos espera quando fechardes os olhos na Terra, para abri-los no mundo espiritual.
Não vos enganeis a vós mesmos. A morte é fatal, quando menos esperardes ela vos baterá à porta; e ficai sabendo que os que não se preocupam senão com a matéria, com os gozos efêmeros do mundo e com os atrativos da vida material, um dia terão de se arrepender, quando virem, no mundo dos espíritos, aqueles que na Terra não se esqueceram dos seus deveres espirituais receberem o prêmio das suas virtudes, da sua fé e das suas boas obras. Vós que vos comprazeis com os vãos sentimentos egoísticos, que só vos sentis felizes quando vos engolfais nos prazeres sensuais, nas orgias da carne, na volúpia brutal dos desejos pecaminosos, que procurais apenas viver hoje, sem vos preocupardes com a vida de amanhã - muito haveis de sofrer na hora em que o vosso espírito se desprender desse corpo a que estais apegados e cujas necessidades buscais satisfazer a todo momento, esquecendo-vos de que não sois apenas matéria, que o verdadeiro homem encerrado no vosso corpo é o espírito, que não morrerá jamais, que viverá eternamente para assumir a responsabilidade de tudo quanto fizerdes de bem e de mal.
Muito tristes serão os vossos dias no mundo dos espíritos, meus irmãos e amigos queridos, muitas lágrimas haveis de derramar, muitas dores haveis de curtir; muitos desesperos irromperão do fundo da vossa alma, se não vos precaverdes desde já, estudando, meditando, ouvindo os conselhos, aproveitando os ensinamentos que vos estão sendo dados pelos que já se acham no mundo da verdade.
Tende fé e confiança em Deus, que existe - eu vo-lo afirmo, e não vos deixeis arrastar por falsas teorias, por doutrinas extravagantes, nascidas do orgulho e da rebeldia, do despeito e da ambição dos seus fundadores.
Muitos desses pregadores de doutrinas negativas da verdade vós vireis encontrar aqui humilhados, abatidos, arrependidos, implorados, a cada passo, o perdão, a misericórdia divina para o mal que vos fizeram, lançando o terrível veneno da descrença no fundo da vossa alma. Eles aqui estão e daqui contemplam o mal que fizeram. Todas as faltas que cometeis todos os erros que praticais, influenciados por essas nocivas doutrinas, refletem sobre eles; imaginai o seu sofrimento e o seu desespero!
Há uma só verdade, assim como também há um só Deus e uma só justiça! Não vos iludais, portanto.
O mérito está em crer e não em descrer, mas crer no que é digno de fé, no que deve merecer a atenção de todo o homem digno e sensato, que procura apoiar a sua fé na razão e na lógica dos fatos. É preciso ter fé, mas é necessário também que a vossa fé seja racional, nascida da observação, do estudo e meditação sobre a natureza dos fenômenos que vos cercam.
Não consistais que vos imponham dogmas, que procurem limitar o vosso raciocínio ou pretendam confundir a vossa razão; estudai, procurai observar, vós mesmos, os fenômenos que estão se desdobrando diante de vós, ao alcance de todos, e podereis experimentar e certificar-vos da verdade, sem que, para isso, seja preciso vos sacrificardes.
Não vos entregueis à inércia e ao ceticismo; trabalhai pelo vosso progresso espiritual.
Não duvideis do que estais lendo, pois muitos de vós, que escarneceis, são magníficos médiuns e, se quiserem, poderão produzir maravilhas e também concorrer para o progresso e avanço do mundo. Não há em tudo quanto ides lendo nenhuma mistificação, porque Deus não consentiria que, em seu nome, fosses ditas e escritas por um mistificador estas palavras que tendes sob os olhos.
Não vos deixeis enganar pelos falsos doutores, que, apenas querendo viver, da verdade e da razão de ser das coisas nada sabem. É preciso fugir, fechar os olhos, tapar os ouvidos, voltar às costas a essas sereias, que procuram vos seduzir com o seu canto melodioso; fugi, evitai a companhia dos orgulhosos, dos falsos, dos hipócritas e dos soberbos; desconfiem dos que se dizem conhecedores de tudo que existe, quando, coitados! Ignoram até como nasceram, de onde vieram e para onde vão.
Abandonai a cobiça desenfreada, sufocai as ambições desmedidas, contentai-vos sempre com o que vos couber por sorte, e não busqueis alcançar o que não poderdes possuir; reduzi as vossas aspirações, certos de que tudo quanto se consegue na vida é porque se merece e não provém unicamente do esforço próprio. Deus é quem sabe porque um tem mais e o outro menos, e vós não podeis julgar dos atos da Infalível Sabedoria: o que se dá tem razão de ser.
Nunca vos revolteis contra os desígnios eternos, jamais blasfemeis contra as vicissitudes que vos atingirem; deixai que digam ser obra do acaso tudo quanto existe tudo quanto ocorrer no mundo. Não acompanheis esta opinião, procurai orientar-vos, instruir-vos, aperfeiçoando as vossas faculdades intelectuais e desenvolvendo os vossos sentimentos morais, as virtudes e as qualidades que distinguem e diferençam o homem do bruto e da fera.
Sede bons, piedosos, tolerantes, prudentes e humildes. Quando vos digo humildes, não aconselho que vos avilteis, mas recomendo-vos que vos desembaraceis do orgulho, da virtude, da vaidade e do amor próprio, que levam o home à pratica de erros e crimes hediondos, conduzindo-o a exercer despotismo e tirania contra os seus semelhantes.
Evite, quando puderdes, a calunia, a difamação, o enxovalhamento do vosso semelhante, lembrando-vos sempre que sois também defeituosos e talvez mais do que aqueles a quem censurais; não vos esqueçais de que sois irmãos e, por isso, deveis vos ajudar mutuamente. Não pratiqueis nenhum ato que possa magoar a quem quer que seja; não façais a outrem o que não desejareis que vos façais também. Que a vossa boca não se abra para acusar, mas sim para perdoar, e, quando tiverdes de acusar alguém, preferi antes acusar-vos a vós mesmos, perante Deus e a vossa consciência.
Não confundais nunca a justiça com a vingança ou a crueldade, porque esses dois sentimentos são antagônicos, não se harmonizam: - justiça é dar a outrem o que merece, é por as coisas dentro da ordem natural, é colocá-las no seu lugar: - vingança é a infração da justiça, é a desordem, a violação da lei eterna. “Não julgueis para não serdes julgados.”
O homem que se vinga arvora-se em juiz, sobrepõe-se à Justiça Eterna, ao Juiz Supremo, o único que pode julgar; não violeis, portanto, a lei, procurai, ao contrário, mantê-la, respeitá-la, acatá-la, impedindo que outros a violem.
Sede caridosos, mas lembrai-vos que a caridade não se harmoniza com a humilhação e o rebaixamento do vosso irmão, pois a maior caridade está em não humilhar o semelhante; por isso, deveis praticá-la sem que a vossa esmola humilhe a quem a recebe. Procurai dar aos que precisam e, quando vos perguntarem se fostes vós o autor da esmola, negai. Jamais deveis fazer ostentação do vosso altruísmo, da vossa generosidade, ocultai o mais que puderdes os benefícios que praticardes. E assim vos aconselho, porque aos olhos de Deus muito se recomendam os que não fazem valer os seus sentimentos piedosos.
Sede fortes, mas a vossa força deve consistir em proclamar a vossa fraqueza e a vossa ignorância, em confessar os vossos erros e as vossas faltas, e sempre que errardes, não vos envergonheis em dizer bem alto - errei; quando não souberdes, não vos envergonheis em declarar, seja diante de quem for - não sei, ignoro.
Procurai caminhar sempre de acordo com estes ensinamentos, marchai de conformidade com estas lições, que fui incumbido de dar-vos, segui pela vida sempre guiados por essa luz, que Deus me autorizou a repartir convosco; ide na vossa jornada sempre a pensar no que vos digo hoje - e haveis de ver como a vida se tornará suave e doce para vós, vereis como os espinhos que vos fazem sangrar os pés desaparecerão, como por encanto, dos vossos olhos.
Ide! Ide! Meus amigos e companheiros, meus irmãos muito amados, ide! Que a vossa jornada se tornará mais fácil se puserdes na vossa frente essa luz que o Altíssimo vos envia pela minha boca.
Ide! Meus irmãos, ide com essa luz e procurai aumentá-la, fazei com que o seu brilho cresça a cada instante, a cada hora e a cada dia; ide até o fim da vossa peregrinação, e, quando a terra se abrir para receber o vosso corpo, quando a vossa alma desprender o voo para a vida eterna, que essa luz vos circunde a fronte, a fim de que, ao vos aproximardes do mundo onde habitam os que na vida foram guiados por ela, possam eles reconhecer-vos e correr pressurosos para vos receberem.
São estes os desejos do vosso irmão que muito vos ama,
Agostinho
Agosto de 1915.

Informações complementares
Agostinho, doutor da Igreja, nasceu em Tagasta, na África e morreu no ano 430. Seu pai, de nome Patrício, era pagão. Sua mãe foi Santa Mônica.
Lecionou em Cartago e depois seguiu para a Itália. Em Milão aproximou-se de Santo Ambrósio, cujos sermões o impressionaram, tendo, então, sido batizado pelo mesmo, pois antes disso, Agostinho fora adepto dos maniqueus.
Desempenhou o mandato de bispo em Hipona, onde fundou um mosteiro, que ficou habitando.
O pensamento de Santo Agostinho exerceu enorme influência em sua época, e subsistiu ainda na história ulterior do cristianismo, formado num vasto sincretismo religioso e filosófico, que abrangia desde os dogmas cristãos até às concepções de Platão.
É um dos mais altos expoentes da teologia e filosofia cristãs. Escreveu inúmeras obras, abordando todos os problemas complexos da consciência religiosa. Entre as mesmas são muito citadas "Confissões" e "Cidade de Deus".
Página 157 do livro ‘Emissários da Luz e da Verdade’
1ª Edição 1959 Ed. Divino Mestre - R RJ
Santo Agostinho participou ativamente da Codificação Espírita.

A alma do mundo

Quando você conseguir superar graves problemas de relacionamentos, não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na alegria de haver atravessado mais essa prova em sua vida.Quando sair de um longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrentar, mas na bênção de Deus que permitiu a cura.
Leve na sua memória, para o resto da vida, as coisas boas que surgiram nas dificuldades. Elas serão uma prova de sua capacidade, e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo.
Uns queriam um emprego melhor; outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta; outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos; outros, ter pais.
Uns queriam ter olhos claros; outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita; outros, falar.
Uns queriam silêncio;outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo; outros, ter pés.
Uns queriam um carro; outros, andar.
Uns queriam o supérfluo; outros, apenas o necessário.
Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior. A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe. Tenha a sabedoria superior. Seja um eterno aprendiz na escola da vida.
A sabedoria superior tolera; a inferior, julga;
a superior, alivia; a inferior, culpa;
a superior, perdoa; a inferior condena.
Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar!

Chico Xavier

Mães abnegadas e filhos ingratos

Sérgio Ribeiro

Entre os graves comportamentos destrutivos que caracterizam a inferioridade humana, a ingratidão destaca- se, infeliz, sendo, porém, a dos filhos em relação aos pais, uma ulceração moral das mais perturbadoras. 
A gratidão é o sentimento nobre que enriquece o Espírito de bênçãos, proporcionando-lhe saúde e bem-estar.
Exorna o caráter com os valiosos tesouros da fidelidade e da alegria de viver, facultando a visão otimista para uma existência de eloquente significado. A ingratidão é chaga moral que decompõe os sentimentos, trabalhando-os no processo degenerativo.
Pergunta-se: por que mães abnegadas, cujas existências são assinaladas pela ternura e devotamento, padecem a crueza de filhos ingratos que as crucificam nas traves invisíveis do martírio?
Essas carinhosas genitoras, mesmo sem o conhecimento consciente, identificam, nesses rebeldes rebentos da sua carne, seres que necessitam de amor, e, por mais sejam maltratadas, não diminuem, pelo contrário, aumentam a capacidade de resignação e de sacrifício para com eles.
São, esses filhos ingratos, aves que tiveram no passado as asas cortadas pela crueldade de parceiros infiéis, que os atiraram ao abismo do desespero e da loucura.
Algumas outras mães trazem inscritos na consciência os remorsos e as culpas defluentes de delitos cometidos contra eles em existências pregressas, de que não se reabilitaram, assinalando-os com mágoas e sentimentos doentios, de que hoje se utilizam para encontrarem uma paz mentirosa.
Certamente, a conduta odienta a que se entregam, em processo de vingança, não encontra justificativa em relação ao delito de que foram vítimas na anterior oportunidade, porque é da Lei divina o impositivo do perdão, e quando isso não seja possível, prevalece o dever de compreensão em referência à queda moral do seu próximo.
Elas, no entanto, durante a lucidez recuperada na Espiritualidade, conscientizando-se do clamoroso erro praticado, suplicam a Deus a oportunidade de recebê-los como filhos, sabendo que somente o poder do amor será suficiente para sanar-lhes as mágoas profundas e neles edificar os dons da amizade e do devotamento verdadeiros.

Santa Mônica, por exemplo, a cristã modelo, maltratada pelo filho ingrato, Agostinho de Hipona, suportou as suas diatribes e agressões, orando por ele e o amando sem cessar, por 27 longos anos, até o momento em que aconteceu a conversão que o levou a Jesus.
O algoz acalmou-se e a mãe feliz retornou à pátria ditosa, legando o cristão invulgar encarregado de servir à Humanidade desde o recuado século IV.
À sua semelhança, incontáveis mães sofridas conseguiram erguer os filhos rebeldes dos abismos aos quais se atiraram até às elevadas esferas do amor e da legria de viver.
Mães abnegadas! Tende coragem e mantende a fé na divina Justiça, perseverando, animosas, ao lado desses filhos ingratos. Eles estão enfermos e referem ignorá-lo.
Sois a luz na treva da desdita em que se debatem, recusando- -se à claridade libertadora.
Não vos aflijais em demasia, tendo em conta que eles são também filhos de Deus como vós próprias e não estão esquecidos...
Filhos! Refleti enquanto ao vosso lado se encontra o anjo maternal dando-vos amparo e carinho.
Se o desdenhais hoje e a vossa arrogância o pune injustamente, amanhã, quando ele houver partido da Terra, valorizá-lo-eis tardiamente no percurso solitário pelo deserto do arrependimento e da angústia.
Recomponde a paisagem mental e cuidai de aproveitar a santa oportunidade do convívio com o seu amor, a fim de vos encontrardes a vós próprios.
No jubiloso dia dedicado às mães, na Terra, embora todos os dias lhes pertençam, sedes felizes, mulheres abnegadas, evocando e refugiando-vos na incomparável Mãe de Jesus, tornada sublime genitora de todas as criaturas!

Anália Franco.
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 13 de março de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)
Reformador Maio 2013

O Castigo

Por Sérgio Ribeiro

Os Espíritos maus, egoístas e inflexíveis, logo após a morte são entregues a uma dúvida cruel sobre o seu destino presente e futuro; inicialmente olham em torno de si e, porque não vêem nenhum assunto sobre o qual possam exercer a sua influência má, o desespero apodera-se deles, uma vez que o isolamento e a inação são intoleráveis para os Espíritos maus; não levantam o olhar para os lugares habitados pelos Espíritos puros; consideram o que os cerca e logo, sensibilizados pelo abatimento dos Espíritos fracos e punidos, lançam-se a eles como a uma presa, armando-se com a lembrança de suas faltas passadas, incessantemente postas em ação por meio de gestos irrisórios. Não lhes bastando esta zombaria, lançam-se sobre a Terra como abutres esfaimados; procuram entre os homens a alma que dará mais fácil acesso às suas tentações; delas se apoderam, exaltam-lhe a cobiça, tentam extinguir a sua fé em Deus e, finalmente, quando donos de uma consciência vêem a presa dominada, espalham o fatal contágio sobre tudo que se aproximar de sua vítima.
O Espírito mau que dá vazão à sua raiva é quase feliz; apenas sofre nos momentos em que não age e também naqueles em que o bem triunfa sobre o mal.
Entretanto, passam os séculos; o Espírito mau sente-se de súbito invadido pelas trevas. Aperta-se o seu círculo de ação, e sua consciência, até então muda, faz-lhe sentir as pontas aceradas do arrependimento. Inativo, arrastado pelo turbilhão, vaga, sentindo, como diz a Escritura, o pêlo de sua carne se eriçar de pavor; em breve um grande vazio se faz nele e ao seu redor; chegado o momento, deve expiar; a reencarnação, ameaçadora, lá está; ele vê, como numa miragem, as provas terríveis que o aguardam; gostaria de recuar, mas avança e, precipitado no abismo escancarado da vida, rola apavorado até que o véu da ignorância lhe cai sobre os olhos. Vive, age, é ainda culpado; sente em si uma espécie de lembrança inquietante, de pressentimentos que o fazem tremer, mas não o levam a recuar no caminho do mal. Esgotado de forças e de crimes, vai morrer. Estendido sobre o catre ou sobre o leito – não importa – o homem culpado sente, sob aparente imobilidade, mover-se e viver um mundo de sensações esquecidas!
Debaixo das pálpebras fechadas vê surgir um clarão e ouve sons estranhos; sua alma, que vai deixar o corpo, agita-se impaciente, enquanto suas mãos crispadas procuram agarrar-se aos lençóis; gostaria de falar, de gritar aos que o cercam: Segurem-me! vejo o castigo! Não pode; a morte se fixa sobre os lábios descorados e os assistentes dizem: Ei-lo em paz!
Entretanto, ele ouve tudo; flutua em redor do corpo, que não desejaria abandonar; uma força secreta o atrai: vê, reconhece o que já viu. Desvairado, lança-se no espaço, onde quer esconder-se. Não há mais retiro! Não há mais repouso! Outros Espíritos lhe devolvem o mal que ele fez e, castigado, ridicularizado, confuso por sua vez, erra e errará até que o divino clarão penetre a sua resistência e o esclareça, para lhe mostrar o Deus vingador, o Deus triunfante de todo o mal, que ele só poderá apaziguar à força de gemidos e expiações.

Georges



(Médium – Sra. Costel)
Revista Espírita – Outubro de 1860