Na reunião da noite de 19 de agosto de 1954, em rematando as nossas tarefas, tivemos a visita do Espírito Célia Xavier, que ocupou as faculdades psicofônicas do médium, oferecendo-nos expressiva página de fé. Célia Xavier é abnegada servidora espiritual do Evangelho num dos templos espíritas de Belo Horizonte.
Á frente do ataúde ou perante o sepulcro aberto, clama o homem desesperado:
- Maldita seja a morte que nos impõe a separação para sempre...Não suspeita de que os seus entes amados, na vanguarda do além, prosseguem evoluindo entre a alegria e a dor, compartilhando-lhe esperanças e ansiedades.
E não se apercebe de que ele mesmo atravessará, um dia, aflito e espantado, o portal de pó e cinza para colher o que semeou.
No entanto, somos hoje, os espíritas e os Espíritos, batedores da Era Nova e servos da Nova Luz.
Unidos, estamos construindo o túnel da grande revelação, pela qual se expressará, enfim, a vida plena e Vitoriosa.
Conhecemos de perto vosso combate, vossa tarefa, vossa fadiga...
A Verdade, que pediu outrora o martírio aos pioneiros da fé cristã, atualmente vos reclama o sacrifício por norma de triunfo.
Antigamente, era a perseguição exterior, através dos circos de sangue ou das fogueiras cruéis.
Agora, é a batalha íntima com os monstros da sombra a se aninharem, sutis, em nosso próprio coração, declarando oculta guerra ao nosso idealismo superior.
Ontem, poderia ser mais fácil morrer, de um átimo, sob o cutelo da flagelação física.
Hoje, porém, é muito difícil sofrer, pouco a pouco, o assalto das trevas, sustentando suprema fidelidade à glória do espírito.
Entretanto, não podemos trair a excelsitude do mandato que nos foi confiado.
Somos lidadores da renovação e arautos da luz, a quem incumbe a obrigação de acendê-la na própria alma, para que o nosso mundo suba no céu para o esplendor de céus mais altos.
É preciso não temer as serpes do caminho, nem recear os fantasmas da noite.
Nosso programa essencial na luta é o aprimoramento próprio, a fim de que o mundo, em torno de nós, também se aperfeiçoe.
Aprendendo e ensinando, lembremo-nos, pois, de que o nosso amanhã será a projeção do nosso hoje e, elegendo no bem o sistema invariável de nosso reto pensamento e de nossa reta conduta, continuemos unidos na cruzada contra a morte, esforçando-nos para que o homem compreenda que o amor e a justiça regem a vida no Universo e que o trabalho e a fraternidade são as forças que geram na eternidade a alegria e a beleza imperecíveis.
site: www.caminhosluz.com.br
Célia Xavier, Do Livro: Instruções Psicofônicas- Francisco Cândido Xavier.
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