sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Filhos Adotivos na visão Espírita

TODOS SOMOS FILHOS ADOTIVOS?
Pela visão espírita, todos somos adotados. Porque o único Pai legítimo é Deus. Os pais da Terra não SÃO nossos pais, eles ESTÃO nossos pais. Porque a cada encarnação, mudamos de pais consangüíneos, mas em todas elas Deus é sempre o mesmo Pai. Mas, para entendermos melhor a existência desta experiência na vida de muitos pais, é necessário analisá-lo sob a óptica espírita, sob a luz da reencarnação. A formação de um lar é um planejamento que se desenvolve no Mundo Espiritual. Sabemos que nada ocorre por acaso. Assim como filhos biológicos, nossos filhos adotivos também são companheiros de vidas passadas. E nossa vida de hoje é resultado do que angariamos para nós mesmos, no passado. Surge, então, a indagação: "se são velhos conhecidos e deverão se encontrar no mesmo lar, por que já não nasceram como filhos naturais?" Na literatura espírita encontramos vários casos de filhos que, em função do orgulho, do egoísmo e da vaidade, se tornaram tiranos de seus pais, escravizando-os aos seus caprichos e pagando com ingratidão e dor a ternura e zelo paternos. De retorno à Pátria Espiritual (ao desencarnarem), ao despertarem-lhes a consciência e entenderem a gravidade de suas faltas, passam a trabalhar para recuperarem o tempo perdido e se reconciliarem com aqueles a quem lesaram afetivamente. Assim, reencontram aqueles mesmos pais a quem não valorizaram, para devolver-lhes a afeição machucada, resgatando o carinho, o amor e a ternura de ontem. Porque a lei é a de Causa e Efeito. Não aproveitada a convivência com pais amorosos e desvelados, é da Lei Divina que retomem o contato com eles como filhos de outros pais chegando-lhes aos braços pelas vias de adoção. Aos pais cabe o trabalho de orientar estes filhos e conduzi-los ao caminho do bem, independente de serem filhos consangüíneos ou não. A responsabilidade de pais permanece a mesma. Recebendo eles no lar a abençoada experiência da adoção, Deus sinaliza aos cônjuges estar confiando em sua capacidade de amar e ensinar, perdoar e auxiliar aos companheiros que retornam para hoje valorizarem o desvelo e atenção que ontem não souberam fazer. Trazem no coração desequilíbrios de outros tempos ou arrependimento doloroso para a solução dos quais pedem, ao reencarnarem, a ajuda daqueles que os acolhem, não como filhos do corpo, mas sim filhos do coração. Allan Kardec elucida: "Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias".

DEVEMOS ESCONDER QUE ELES SÃO ADOTIVOS? Um dos maiores erros que alguns pais adotivos cometem é o de esconder a verdade aos seus filhos. É importante, desde cedo, não esconder a verdade. Ás vezes, fazem por amor, já que os consideram totalmente como filhos; outros o fazem por medo de perder a afeição e o carinho deles. Quando os filhos adotivos crescem, aprendendo no lar valores morais elevados, sentem-se mais amados por entenderem que o são, não por terem nascido de seus pais, mas sim frutos de afeição sincera e real, e passam a entender que são filhos queridos do coração. Revelar-lhes a verdade somente na idade adulta é destruir-lhes todas as alegrias vividas, é alterar-lhes a condição de filhos queridos em órfãos asilados à guisa de pena e compaixão. Não devemos traumatizá-los, livrando-os do risco de perderem a oportunidade de aprendizado no hoje. André Luiz esclarece-nos quanto a este perigo: "Filhos adotivos, quando crescem ignorando a verdade, costumam trazer enormes complicações, principalmente quando ouvem esclarecimentos de outras pessoas". Identicamente ao que ocorre em relação aos nossos filhos biológicos, buscar o diálogo franco e sincero, com base no respeito mútuo, sob a luz da orientação cristã de conduta. Pais que conversam com os filhos fortalecem os laços afetivos, tornando a questão da adoção coisa secundária. Recebendo em nossa jornada terrena a oportunidade de ter em nosso lar um filho adotivo, guardemos no coração a certeza de que Jesus está nos confiando a responsabilidade sagrada de superar o próprio orgulho e vaidade, amando verdadeiramente e desinteressadamente a criatura de Deus confiada em trabalho de educação e amparo. E, ajudando-o a superar suas próprias mazelas, amanhã poderá retornar ao seio daqueles que o amam na posição de filho legítimo.

É CERTO A ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS? Raul Teixeira responde: “O amor não tem sexo. Como é que podemos imaginar que o melhor para uma criança é ser criada na rua, ao relento, submetida a todo tipo de execração, a ser criada nutrida, abençoada por um lar de casal homossexual? Muita gente assevera que a criança corre riscos. Mas como? Nós estamos acompanhando as crianças correndo riscos nas casas de seus pais heterossexuais todos os dias. Outros afirmam que a criança criada por homossexuais poderá adotar a mesma postura, a mesma orientação sexual. O que também é falso. A massa de homossexuais do mundo advêm de lares heterossexuais. Então, teremos de concluir que são os casais heterossexuais que formam os homossexuais. Logo,não devemos entrar nessa discussão que é tola e preconceituosa. aquele que tem amor para dar que dê.”
Amemos nossos filhos, sem cogitar se nos vieram aos braços pela descendência física ou não, como encargo abençoado com que o Céu nos presenteia. Encerremos com Emmanuel: "Recorda que, em última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes familiares da Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus".

Compilação e algumas observações de Rudymara (http://grupoallankardec.blogspot.com)
Luz da Existência

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Diante do Destino

Todos nós, quando encarnados na Terra, estamos inelutavelmente enlaçados a certas obrigações, entre o passado e o porvir.
Por isso mesmo, o presente figurar-se-nos-á por estação proveitosa à execução daquele ou desse dever, condizentes com as necessidades que nos caracterizam na marcha evolutiva quando não se refiram à nossa regeneração pura e simples.
Temos, assim não somente os prisioneiros do cárcere que cumprem no mundo determinadas sentenças exaradas pela justiça terrestre, mas também os prisioneiros das profissões e dos institutos domésticos, das teias da consangüinidade e das representações de caráter público, tanto quanto aqueles que se demoram nas grades do obstáculo e do infortúnio, da enfermidade e da frustração.
Todos, porém, nessas circunstâncias, desfrutamos o direito de decidir.
Ainda mesmo sob os impedimentos e flagelações do remorso, o delinquente que expia a culpa pode usar a obediência e a humildade para desagravar a própria situação, qual ocorre ao paralítico, parafusado ao catre que o desfigura, que pode manejar a paciência e a conformação, adquirindo, nos outros, a bênção da simpatia.
Não nos cabe olvidar que, se no campo do mundo todo tempo serve como ensejo de reajuste, todo dia pode ser o marco de início a preciosas realizações no reino da iniciativa.
Cada hora na vida é recurso potencial para a criação de novos destinos.
Entendendo que apenas o dever cumprido resgata-nos os débitos, não nos esqueçamos de que pelo serviço espontâneo, além do quadro das nossas justas obrigações, todos conseguimos sublimar o próprio livre-arbítrio, atendendo ao melhor nos passos do caminho, e traçando, felizes, a áurea senda do amor, à luz do sacrifício que nos transportará das trevas do passado para o Sol do futuro.

(Do livro "Linha Duzentos", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)

Leia mais: http://www.cacef.info/news/diante-do-destino

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O Amor que Presenteia

Informa o evangelista Mateus (2:1) que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. A tradição evangélica o situa como reis e os nomeia Belchior, Baltazar e Gaspar.
Guiados por uma estrela, vinham homenagear o mensageiro divino, que chegara pela porta da humildade, nascendo numa estrebaria. Iniciava a jornada ensinando que o caminho para Deus passa, necessariamente, pela simplicidade e o despojamento das vaidades humanas.
Traziam presentes: ouro, incenso e mirra.
Três símbolos:
 O ouro, a realeza de Jesus. O incenso, sua elevada espiritualidade. A mirra (usada para embalsamar cadáveres), o sacrifício da própria vida, a fim de nos mostrar os caminhos para Deus.
A iniciativa foi a base para que se estabelecesse, nos séculos que se sucederam ao advento do Cristianismo, a tradição de presentear no Natal. Infelizmente, desvirtuada pelos interesses comerciais, transformou-se em obrigação.
Não oferecer os indefectíveis mimos aos familiares é quase uma ofensa. Ninguém se sente feliz se não recebê-los, particularmente as crianças. O ideal seria lembrar o aniversariante. Se a missão de Jesus foi nos ensinar os caminhos do Amor, que tal, amigo leitor, oferecer-lhe três amorosos presentes, à semelhança dos magos, envolvendo empenho por seguir-lhe os passos?
O primeiro presente de amor: o bom ânimo. Evangelho significa boa nova. É maravilhosa a notícia transmitida por Jesus!
Deus, o Criador, o Senhor todo poderoso, é nosso pai de infinito amor e misericórdia, a trabalhar, incessantemente, pela felicidade de seus filhos. Com um paizão assim não há por que ter medos, dúvidas, angústias, tormentos...
Estamos desempregados?
 Deus nos ajudará a encontrar uma ocupação com que prover a subsistência.
Trazemos o coração partido pelo relacionamento afetivo que não deu certo?
 Se juntarmos os pedaços, dispostos a seguir em frente, Deus o restaurará com perfeição, sem marcas.
Estamos doentes? 
Conscientes da proteção divina enfrentaremos com serenidade o mal, reconhecendo as funções educativas da enfermidade, que depura e sensibiliza a alma.
Mesmo ante as perspectivas de constrangimentos dolorosos, impostos pela Vida, no desdobramento de nossas provações, o bom ânimo é valioso testemunho de confiança em nosso Pai Celeste. É tão estranho alguém que acredita em Deus estar na fossa, quanto se dizer torturado pela sede alguém a nadar num lago de águas cristalinas.
O segundo presente de amor: o bom humor.
Exprime-se na capacidade de cultivar o sorriso, mesmo em situações difíceis. Melhor se consegue rir de si mesmo. Quem o faz jamais será infeliz.
Um homem dotado dessa virtude enfrentou grave problema circulatório. Teve que amputar uma perna. Tempos depois, nova complicação. Foi-se a outra perna. Os familiares ficaram preocupados. Naquela situação constrangedora certamente ficaria pra baixo. Viram logo que infundados eram seus temores. Tão logo passou a anestesia e despertou, virou-se para o médico:
– Doutor, estou preocupado!
– Diga o que é. Estou aqui para ajudá-lo.
– Ah! Doutor, receio que nada poderá fazer.
– É tão grave assim?
– Muito! É que agora, sem as duas pernas, não sei em que pé ficou a situação!
Pessoas assim, dispostas a rir de si mesmas, da própria adversidade, jamais serão infelizes.
Jesus geralmente é apresentado com expressão compungida, torturada, sofredor nato. Nada mais equivocado. O bom humor é uma característica do espírito superior. Os Evangelistas, sempre sucintos nas narrativas, não desciam aos detalhes, imprimindo a alguns episódios uma solenidade que certamente não existiu.
Certa feita (Lucas, 9:51-56), transitando pela Samaria, o grupo não encontrou ninguém disposto a oferecer pousada. Imediatamente João e Tiago, chamados irmãos boanerges, filhos do trovão, por seu caráter impulsivo, perguntaram a Jesus se não poderiam evocar o fogo do céu, para queimar aqueles infiéis.
Que tipo de reação poderia ter Jesus, diante de tal disparate?
Certamente, deu boas risadas, antes de advertir, sorridente:
– Gente, que é isso! Vim para salvar os homens, não para queimá-los!
Noutra oportunidade (Mateus, 14:25-31), os discípulos atravessavam de barco, à noite, o Tiberíades. Em dado momento viram um vulto que se aproximava, deslizando sobre as águas.
Um fantasma! Ficaram apavorados.
Logo viram que era Jesus. Certamente o Mestre sorriu, ante o medo dos companheiros. Simão Pedro, afoitamente, dispôs-se a ir ao seu encontro.
– Vem, Simão.
E ele foi, deu alguns passos, vacilou e começou a afundar.
– Senhor, salva-me!.
Jesus deu-lhe a mão e o sustentou, rindo, sem dúvida.
– Ah! homem de pouca fé!
O terceiro presente de amor: a boa vontade.
Trata-se da vontade de ser bom, o empenho por fazer algo em favor do próximo. É fundamental! Segundo os anjos, que fizeram a proclamação celeste no nascimento de Jesus (Lucas, 2:14), somente com seu exercício haverá paz entre os homens.
Jesus foi a personificação da boa vontade, a começar pelo doloroso mergulho na carne. Governador de nosso planeta, Espírito puro e perfeito, poderia guardar-se nas alturas, enviando um embaixador. No entanto, fez questão de comparecer pessoalmente, submetendo-se a imensos sacrifícios.
Após uma existência de dedicação ao Bem, pregado no madeiro da infâmia, cercado de impropérios, continuou a exercitar a boa vontade, pedindo a Deus que perdoasse a todos. Não sabiam o que estavam fazendo.
Depois voltou, materializando-se diante do atônito colégio apostólico. Tinha muito a reclamar dos companheiros. Um deles o traíra, outro o negara três vezes, e todos haviam fugido no momento extremo, vergonhosamente. Mas o Mestre não tocou no assunto. Limitou-se a saudá-los como nos dias venturosos do passado, convocando-os à gloriosa tarefa de disseminação de seus princípios.
Exercitou, como sempre, a boa vontade.
Que sejam muito felizes seus Natais, amigo leitor.
Sempre plenos de bênçãos e também de reflexões em torno do bom ânimo, do bom humor e da boa vontade, três presentes que Jesus muito apreciará, oferecidos com amor.
Com nossas dádivas estaremos contribuindo pela edificação de um Mundo melhor.
Se o fizermos, certamente estaremos nele, desde agora!

richardsimonetti@uol.com.br
Richard Simonetti

sábado, 6 de dezembro de 2014

Você está Preparado para morrer?

As pessoas levam a vida esquecidas de que um dia terão que enfrentar a própria morte. Parece que pensam que são eternas e que a morte só acontece com os outros.

Esse evitar de pensar no assunto talvez seja um mecanismo de defesa, já que a morte é considerada uma coisa horrível que ninguém gostaria de vivenciar. Mas a morte é inevitável e um dia chegará nossa vez. 
Como estaremos diante dela? 
Como você irá reagir diante dessa possibilidade?
As pessoas tem horror da morte porque a ignorância e as religiões transformaram-na num tabu indecifrável. O desespero, a agonia e o pavor vem da falta de conhecimento do que seja a morte que é apenas um fenômeno natural de transformação.
Você pode estar me achando mórbido por tocar nesse assunto, mas é preciso. É preciso perder o medo. E como se faz isso? Estudando tudo que estiver disponível sobre o assunto.
Há livros de cientistas sérios que pesquisaram o assunto e relatam como o fenômeno acontece e você pode encontrar nas livrarias. 
Sugiro
 FENÔMENOS PSÍQUICOS NA HORA DA MORTE de Ernesto Bozzano, A CRISE DA MORTE de Gabriel Delanne
e OBREIROS DA VIDA ETERNA de Chico Xavier. Há também os livros de Allan Kardec sobre o assunto que você pode ler.
Tudo isso vai ajudá-lo a vivenciar melhor o fenômeno e viver a vida sem esse pavor que, para muitos, é paralisante e motivo de desequilíbrio.
Boa sorte em seus estudos.

Por Maurício De Castro-escritor e médium

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Crônicas Espiritas

Hoje farei um relato acerca dos mecanismos de ação do egoísmo e dos seus muitos disfarces.
Neste caso em particular vem mascarado de “amor”, pois esta é a palavra que o Espírito utiliza inicialmente para justificar seus atos. O que sentimento que parecia uma paixão desvairada vai sendo desnudado.
Estava no trabalho mediúnico quando este Espírito acercou-se do médium. Emitia vibrações de ódio e revolta, e pela postura corporal parecia tentar livrar-se de amarras, balançando o tronco. Demorou alguns minutos para responder ao meu boa-noite.
Lançando um olhar de raiva falou: - Não adianta me trazerem aqui. Eu amo ela. Ela é minha e de ninguém mais.... Já disse isso e vocês parecem não acreditar. Vou persegui-la e trazê-la para mim.
Emitiu risos de sarcasmo, como tentativa de disfarçar algum grau de insegurança. Sentia-se pego de surpresa e não entendia como sua defesa pôde ser quebrada, pois andava com sua guarda pessoal. Chamava mentalmente seus soldados, ordenando que invadissem o recinto para resgatá-lo. Nesse ínterim desafiava a mim e aos Espíritos que promovem a Segurança da Casa para uma luta. Essa foi a “deixa” para uma breve conversa.
Disse-lhe que a luta real, a maior de todas, era interna. Dentro de nós são travadas batalhas de conceitos e valores éticos enormes, e, incluindo a mim mesma, falei das dificuldades em melhorar. Perguntei-lhe sobre sua consciência e seu coração, se estavam ambos em harmonia.
Ele me respondeu que sim, pois sua tarefa era a de resgatá-la, ela tinha que morrer para ser dele, pois apenas ele a amava de verdade. Mas, mesmo assim, ela tinha de lhe pagar.
A palavra “amor” por ele dita soava como ódio. Aí perguntei: se em seu coração havia amor, porque estava com tanta raiva?
Silenciou um pouco e continuei: Quem ama de verdade não oprime, liberta, pois o Amor é generoso. Mas retrucou dizendo que ela tinha uma vida de princesa.
Captei nos seus pensamentos as imagens que percorriam a sua mente, suas reminiscências cristalizadas. Nos seus áureos tempos, desfilava com toda sua pompa por entre largos corredores de mármore. Com trajes finamente bordados e cordões de ouro, seguido por um pequeno séquito a pouca distância. Estava num belo palácio em estilo mouro, orgulhoso da beleza e vastidão da construção.
Algo me intrigava naquele breve contato, não conseguia acreditar naquela “paixão”.
Visualizado na minha tela mental com os trajes de um sultão, observei que olhava para um determinado recinto acima, com uma porta de madeira muito trabalhada. Intuí que seria este o local de um harém. Ele percebeu que eu perscrutava sua mente, e relutante, e sentiu-se enfraquecido. Disse entre alguns impropérios e ameaças, que desta vez a luta estava suspensa, pois éramos mais fortes que ele naquele momento.
Orei pelo Criador para que aquele Espírito tivesse um pouco de compaixão na sua alma. Foi desligado do médium e os trabalhos da noite continuaram.
Dias depois, no desdobramento do sono, conversamos. Era um local diferente para mim, num recinto fechado, como uma sala segura magneticamente, e que ele achava ser uma masmorra de pedra. Disse aceitar falar comigo para que eu explicasse aos outros quem ele realmente era, um sultão muito importante e poderoso. Não tanto quanto antes, mas mesmo sem tanto ouro, com um exército menor e menos terras, não abria mão nem do seu harém nem sua da guarda pessoal.
Dizia: - Eles são todos meus porque quem eu não comprei, ganhei em negociações ou tomei por escravo depois de uma batalha, portanto tudo muito justo e merecido. São todos meus eternamente, ou até que eu mude de ideia, o que não desejo fazer. Não quero ninguém do seu pessoal, apenas quem é meu, e não se atrevam a me impedir.
Tinha uma lógica tão distorcida que pensava estar absolutamente certo.
Observei que passou a me ver como um negociador, numa figura masculina. Disse-lhe que passaria a nossa conversa aos Dirigentes e que ele estava ali como um hóspede, mas ele disse que sabia que estava preso, mas que era relativamente bem tratado. Havia acomodações, água e comida, mas não lhe faziam as reverências devidas. Daquela vez nem se lembrou da pseudo-amada.
Dias depois, ao revê-lo, estava mais abatido moralmente, pois o isolamento físico lhe propiciou um maior contato consigo mesmo. Perguntou sobre seu pessoal, incluídos harém e guarda, se ninguém tinha debandado, e falou sobre os castigos que iria lhes impor, caso alguém fugisse. Consegui captar no seu pensamento o medo de perdê-los, imaginando que eles podiam estar sendo bem tratados, e daí me disse para tomar cuidado com seu pessoal, para que seguissem a disciplina rigorosa que lhes impunha. Não podiam ficar mal acostumados, sem receber ordens ou limites rígidos. Daí começou a falar mais e mais, do seu poder, das normas reais e etc...
Nem respondi, o olhei e pedi a Misericórdia Divina que uma fagulha de Luz se fizesse na sua consciência, mas ele foi ficando irritado e confuso. Irascível, avisou que quando saísse iríamos enfrentar todos nós e eles, o seu poder.
Tivemos outros encontros, inicialmente muito breves. Num deles, me disse que sabia mesmo o que queríamos para enfraquecê-lo, e que estava disposto a ceder algumas almas, em troca da sua liberdade. Mas não cedia a vida da traidora, que foi uma péssima influência no harém. Não perdia a arrogância e disse que ele já estava ficando sem paciência, que viesse logo trazer a resposta.
Sua aparência física mostrava um adulto com a face de um idoso, com uma pele que aparentava um couro todo rompido. Já tinha um olhar mais relutante e triste, ainda que com roubos de agressividade.

Muita PAZ para todos nós.
Francesca Freitas

26-11-2014

Leia mais: http://www.cacef.info/news/cronicas-espiritas-4

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Parábola Moderna

E eis que, em plena assembléia de espiritualidade, se levantou um certo companheiro intelectualista e dirigiu-se ao Amigo Sábio e Benevolente, que se comunicava através da organização mediúnica, perguntando para tentá-lo:
– Benfeitor da Humanidade, que devo fazer para alcançar a vida eterna? como agir para entrar na posse da verdadeira luz?
Respondeu-lhe o orientador:
– Que te aconselha a doutrina? como lês o ensinamento do Cristo?
O consulente pensou um minuto e replicou:
– Amarás o Senhor teu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças, com todo o entendimento, e a teu próximo como a ti mesmo.
O Sábio Espiritual sorriu e observou:
– Respondeste bem. Faze isso e alcançarás a vida eterna.
Contudo, o intelectualista, apresentando justificativa e desejando destacar-se no circulo dos irmãos, interrogou ainda:
– Como reconhecerei o meu próximo?
O comunicante assumiu atitude paternal e narrou:
– Um “espiritista” convencido quanto à sobrevivência da alma, mas não convertido ainda ao Evangelho de Jesus, seguia de Madureira para a Gávea, quando encontrou, em certa rua, determinada reunião de pessoas bem intencionadas, mas ignorantes das letras do mundo, tentando a prática do amor aos semelhantes, possuídas de sincera e profunda, boa vontade. Porque viviam distanciadas da ciência da expressão, suas palavras evidenciavam muita imperfeição de gramática, embora a excelente disposição que revelavam mo exercício de virtudes santificantes. Os desencarnados que cooperavam na obra, observando que se aproximava um irmão detentor de elevados conhecimentos, indicaram-lhe o nome para que se lhe rogasse a valiosa colaboração. Instado pelos trabalhadores daquele piedoso núcleo do bem, o cavalheiro aproximou-se, sondou o ambiente e negou-se, acrescentando:
– Não, não posso cooperar! Isto não é Espiritismo.
E passou apressado, em busca de seus interesses.
No entanto, um materialista, de bom coração e reta consciência, que vinha pelas mesmas ruas, encontrou a pequena assembléia e, observando-lhe a determinação na prática ao bem, distribuiu palavras de conforto e encorajamento entre aquelas criaturas de aprimoradas qualidades morais, deixando, ali, as bases de uma escola que funcionaria, em breve, aperfeiçoando valores e melhorando conhecimentos.
Seguia o mencionado “adepto” do Espiritismo, estrada afora, quando se lhe deparou um quadro doloroso. Miserável mulher, exibindo terríveis sinais de sífilis, caíra nas vizinhanças de soberbo jardim, cercada por duas companheiras de infortúnio, necessitadas do braço de um homem caridoso que auxiliasse o transporte da enferma. Sentindo a aproximação do crente, sob nosso exame, acorreram, pressurosas, ambas as infelizes que ainda podiam andar, suplicando-lhe socorro em palavras da gíria, a evidenciarem, porém, justificada aflição e ardente desejo de ser úteis.
O “espiritista” reparou que se encontrava nas adjacências de uma grande casa, dedicada a prazeres menos dignos e, receando o falso julgamento de sua conduta, negou-se, exclamando:
– Não, não posso ajudar! Isto não é Espiritismo.
E afastou-se, sem mais delongas.
Entretanto, o ateu, que lhe vinha nas pisadas, ouviu o clamor das mulheres e, longe de qualquer pensamento malicioso alusivo ao local, amparou a pobre criatura, providenciando, imediatamente, para que fosse asilada em hospital próximo e colaborou no pagamento das despesas, alheio a qualquer idéia de compensação.
Mais adiante, seguindo o “espiritista” o seu caminho, encontrou um grupo de trabalhadores, filiados às igrejas evangélicas do protestantismo, angariando auxílios para um serviço de assistência a meninos desamparados. Moças e velhos, rapazes e anciãos, cantavam na via pública, enternecendo corações com as reminiscências de Jesus. Findo o número musical, algumas jovens distribuíam flores naturais, em troca de insignificantes donativos, destinados ao socorro de criancinhas órfãs e desvalidas.
Uma das graciosas meninas aproximou-se e ofereceu-lhe uma rosa, acrescentando: “Amigo, cooperai conosco na assistência aos pequeninos abandonados!” O interpelado, porém, viu que o agrupamento trazia numerosos exemplares de jornais e revistas com interpretações religiosas diferentes daquelas que o seu raciocínio aceitava, e, colocando-se em posição contrária à cooperação cristã, respondeu rudemente :
– Não, não posso atender! Isto não é Espiritismo...
E prosseguiu, rua afora, apressadamente.
Todavia, o materialista bondoso, que o seguia acidentalmente, foi colhido pela solicitação das jovens e, sentindo-se feliz, pela expressão de humanidade que a reunião apresentava, conversou alegremente com as meninas, encorajando o serviço de confraternização e benemerência que se levava a efeito, e, depois de anotar o endereço da instituição, a fim de acompanhar o trabalho de mais perto, valeu-se da bolsa que trazia e adquiriu muitas flores de auxílio, com o espírito amigo das boas obras e não com a disposição agressiva dos combatentes, despreocupado de qualquer recompensa.
E o “espiritista” seguiu seu caminho para a Gávea e o materialista continuou na estrada de bondade espontânea.
O mentor fez longo intervalo e, em seguida, perguntou ao consulente:
– Qual dos dois, a seu ver, aprendeu a reconhecer o próximo, prestando-lhe a atenção que devia?
– Ah! certamente – replicou o interlocutor, sensibilizado – foi o materialista, que sentia prazer em servir, trabalhando por um mundo melhor.
O Sábio Espiritual sorriu e falou-lhe, antes de despedir-se:
– Então, vai, e faze tu o mesmo...


Irmão X - Do livro: Lázaro Redivivo: Francisco Cândido Xavier.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Como filhos de Deus

Toda tarde aquela senhora pobre, de firmes princípios religiosos, fazia suas orações na varanda de sua modesta vivenda.
Ao terminar falava alto, em exaltação da fé:
– Deus seja louvado!
Invariavelmente, um vizinho, ateu de carteirinha, proclamava alto para ela ouvir:
– Deus não existe!
Certa vez, ela pediu:
– Senhor, minha despensa está vazia. Por misericórdia, envie-me alimentos.
Na manhã seguinte, encontrou farta cesta básica na entrada de sua casa. Emocionada, proclamou:
– Deus seja louvado! Obrigada, Senhor, pela dádiva!
– Bobagem! – gritou o vizinho. – Não há nenhum Deus. Fui eu quem comprou a cesta básica para você.
– Deus seja louvado! – repetiu ela.
E completou:
– O Senhor não apenas enviou-me mantimentos, como fez o diabo pagar por eles!
Esta história lembra outra, relatada em meu livro Uma Razão para Viver:
Montado em seu belo cavalo, o rico fazendeiro diri¬gia-se à cidade, como fazia frequentemente, a fim de cui¬dar de seus negócios. Nunca prestara atenção àquela casa humilde, quase escondida num desvio, à margem da es¬trada. Naquele dia experimentou insistente curiosidade. Quem morava ali?
Cedendo ao impulso, aproximou-se. Contornou a residência e, sem desmontar, olhando por uma janela aberta, viu uma garotinha de aproximadamente dez anos, ajoelhada, mãos postas, olhos lacrimejantes...
– Que faz você aí, minha filha?
– Estou orando à Virgem Maria, pedindo socorro... Meu pai morreu, minha mãe está doente, meus quatro irmãos têm fome...
– Bobagem! O Céu não ajuda ninguém! Está muito distante... Temos que nos virar sozinhos!...
Embora irreverente e um tanto rude, era um ho¬mem de bom coração. Compadeceu-se, tirou do bolso boa soma de dinheiro e o entregou à menina.
– Aí está! Vá comprar comida para os irmãos e remé¬dio para a mamãe! E esqueça a oração!...
Isto feito, retornou à estrada. Antes de completar duzentos metros, decidiu verificar se sua orientação esta¬va sendo observada. Para sua surpresa, a pequena devota continuava de joelhos.
– Ora essa, menina! Por que não vai fazer o que reco-mendei? Não lhe expliquei que não adianta pedir?
E ela, feliz:
– Estou apenas agradecendo. Pedi ajuda à Virgem Maria e ela enviou o senhor!
Diz André Luiz que Deus atende às criaturas por intermédio das criaturas.
Quando oramos contritamente, apelo do coração, não mero exercício de palavras, nossa prece ultrapassa o teto da superficialidade e é ouvida por mentores espirituais que procuram nos atender, naturalmente observado o princípio do mérito e, em situações específicas, a condição da mão de obra.
Se for um pobre que precisa de alimento, um doente que precisa de determinado remédio, uma criança perdida que precisa ser encontrada, um homem em desespero pensando em suicidar-se, há necessidade de alguém bem sintonizado, disposto a ser o agente da ação espiritual.
E aqui não se trata meramente do religioso. Imperioso é encontrar alguém possuidor de religiosidade, virtude que não está subordinada à frequência às igrejas, e sim à disposição de servir.
Nas duas histórias foram dois ateus que serviram de intermediários ao esforço do Céu, porque talvez os religiosos estivessem muito ocupados com suas orações ou despreocupados da finalidade maior da religião: fazer ao semelhante o bem que gostaríamos nos fosse feito, como ensinava Jesus.
Diz o Mestre (Mateus 25:34-36):

… Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do Mundo.
Pois tive fome, e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era forasteiro e me hospedastes, estava nu, e me vestistes, estive enfermo, e me visitastes, preso e fostes ver-me.

Observe, caro leitor: Jesus não se reporta aos religiosos, como usufrutuários das benesses divinas, e, sim, àqueles que atenderam seus irmãos em penúria, independentemente de acreditarem ou não em Deus.
Diga-se de passagem:
Deus não está preocupado com nossa crença.
Espera apenas nos comportemos como Seus filhos.

Richardsimonetti@uol.com.br
Richard Simonetti

Colhendo Pedras

Para o Espírito não existe velhice nem desgaste. É sempre novo, porque nele tudo se renova. Suas possibilidades se revigoram na experiência, desdobrando-se em novas capacidade.
Ninguém se faz velho por ter vivido um determinado número de anos (só o corpo). Há envelhecimento, quando há desânimo, quando se volta as costas para os ideais. Os anos enrugam a pele mas o abandono do entusiasmo faz rugas na alma. A dúvida, a falta de confiança em si próprio, o temor e a desesperação, são os largos, larguíssimos anos, que fazem inclinar a cabeça e submergir o Espírito.
És tão jovem como a tua fé, e tão velho como a tua dúvida; tão jovem como a confiança em ti mesmo, e tão velho como o temor; tão jovem como tua esperança e tão velho como desesperação.
Hoje somos aquilo que fizemos ontem. Portanto acreditemos, amanhã será aquilo que fizermos hoje. Então façamos o melhor.
Na vida tudo recomeça! O dia, a noite, as estações, as marés e vazantes. Mas a natureza é cíclica e repetitiva. Nós, não. Nós podemos recomeçar sempre em nível melhor, com a experiência passada.
Sempre que uma pessoa passa por uma forte experiência de perda ou enfermidade, vê-se defronte um convite de recomeço; uma necessidade urgente de correção ou de readaptação. E pode recomeçar melhor! Seja um novo lar, uma vida nova, um novo emprego, uma nova atividade, uma transformação de hábitos, em prol da saúde — se invoca Deus com fé. Ele lhe infunde poder, descortino e decisão para reconstruir sua vida.
Considera-se fé a confiança que se deposita na realização de determinada coisa, a certeza de atingir um objetivo. Assim, ela confere uma espécie de lucidez, que faz antever pelo pensamento os fins que se têm em vista e os meios de atingi-los, de maneira que aquele que a possui avança, por assim dizer, infalivelmente.
A fé sincera e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim.
Pela fé o ser humano pode revelar valores desconhecidos dele próprio e canaliza-los de modo muito proveitoso à sua alma.
A fé racional e a esperança nos sustentarão.
Recomece melhor! Descubra os seus dons!
A nossa vida diária se constrói com tijolos de pensamentos, emoções, reações, palavras, e experiências! Somos todos construtores! Conforme a qualidade de nossa vida e de nossos propósitos, assim é a construção e aprimoramento de nossa consciência ou a sua degeneração...
Nossa consciência é formada e reformulada diariamente com a nossa vida.
Tal como construímos e mantemos nossos lares; assim como organizamos e levamos avante nossos negócios — com maior ou menor empenho e zelo — assim também com nossa consciência, que reflete em nossa alma e em nossa felicidade.
Pelo conhecimento e prática sincera da verdade estamos aprendendo a manejar sabiamente a nossa vida. Escolher, manter e aprimorar pensamentos retos; evitar emoções negativas e cultivar sentimentos nobres; tomar consciência de nossas palavras e atitudes; agir sensatamente — por certo assegurará uma rica consciência, que nos abençoará profusamente com progresso interno e externo. É claro que isto pressupõe aspiração, que as pessoas de íntimo elevado alimentam. E também disciplina, que bem mostra nossas convicções. O certo é que, desse modo, conquistamos o respeito dos homens e as bênçãos de Deus.
Por que haveremos de viver vulgarmente, cedendo às inclinações da personalidade, por negligência, ausência de ideal ou preguiça?
Podemos dizer que a nossa vida e semelhante a uma caravana que caminhava no deserto penosamente num terreno árido, poeirento. As pessoas que a compunham tinham uma fé absoluta no guia e, confiadamente, entregavam-lhe a ele todas as decisões. Gostavam de o fazer, sobretudo quando, devido ao intenso calor do sol, ele decidia que viajassem de noite, reservando o dia para dormir.
Certa noite, após uma jornada particularmente esgotante, o guia, de repente, exclamou:
— Alto! Deter-nos-emos aqui por alguns momentos. Como vêem, atravessamos, neste momento, um terreno invulgarmente pedregoso. Quero que se abaixem e apanhem todas as pedras que consigam alcançar. Talvez consigam encher as bolsas e levá-las assim cheias para casa. Temos que fazer isso depressa! — Prosseguiu, batendo as palmas — temos apenas cinco minutos; depois disso, retomaremos a marcha.
Os viajantes, que apenas desejavam um prolongado descanso e um sono repousante, pensaram que o guia tinha enlouquecido.
— Pedras?! — Disseram eles — Quem pensa ele que somos nós?
Somente alguns fizeram o que o guia sugerira: puseram nas bolsas uns quantos punhados de pedras soltas.
— Bem, agora chega! — Disse o guia — Temos que andar de novo!
Enquanto continuavam a difícil caminhada, durante o resto da noite, todos se encontravam demasiado cansados para se darem ao incomodo de falar. Mas todos continuavam a perguntar a si mesmos o que poderiam significar as estranhas ordens daquele guia.
Quando o sol se levantou no horizonte, a caravana deteve-se de novo. Todos armaram as suas tendas. Os poucos viajantes que tinham apanhado as referidas pedras puderam vê-las detidamente pela primeira vez. Assombrados, começaram a gritar:
— Santo Deus! Todas elas são de cores diferentes! E como brilham! Realmente são pedras preciosas!
Mas esta sensação de júbilo depressa deu lugar a outra de depressão e abatimento:
— Por que não tivemos o bom senso de seguir as ordens do guia? Se assim fosse, teríamos apanhado o maior número de pedras possível!
A viagem da vida e semelhante a esta história, muitas vezes caminhamos por terrenos áridos, outras vezes encontramos um oásis, outras caminhamos por terrenos pedregosos, mas tudo isso é para que consigamos a perfeição.
As vezes, não compreendemos o motivo dessas dificuldades, e praguejamos contra Deus e contra tudo, mas mesmo assim, temos que continuar caminhando, nesse trajeto muitos não se revoltam, mas procuram tirar bom proveito dessa situação, tem esperanças de um dia melhor e, aproveitam para aprender com essas dificuldades, começam a conhecer e, suas mentes clareiam, com isso a fé se robustece, e os problemas agora não mais os fazem sofrer. Começam a compreender seus semelhantes, sentem agora necessidade de ajudá-los e, fazem de tudo para os ensinar e facilitar sua caminhada.
Sempre teremos que andar com esforço próprio, de vez em quando encontraremos um cirineu que nos dará uma ajuda, assim como, também nós, ajudaremos outros. Mas o mérito está em conseguir chegar lá no apogeu com esforço próprio. E todos nós estamos juntos nessa caminhada. Podemos fazer esta viajem de uma maneira alegre, nos dando as mãos e apoiando-nos mutuamente.
Temos as lições e os exemplos de Jesus por nosso guia e as pedras no caminho serão jóias quando a olharmos detidamente. Assim, não podemos dispensá-las. Temos que ter fé. Apanhá-las, e guardá-las com carinho. Porque a vida será o buril que as farão brilhar com todo o vigor tal qual o diamante.
Podemos pedir a Deus nosso Pai, forças para superar os percalços que encontramos no caminho.
Vamos abrir a sacola, vamos ver as pedras que colhemos, isto é, se confiamos no nosso guia e as pegamos, com certeza a caminhada valeu a pena, caso contrário, não desanimemos, pois o amanhã será mais uma oportunidade que Deus nos oferece para aproveitarmos e conseguirmos também chegar ao objetivo... colhendo as pedras preciosas.

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/colhendo-pedras-

domingo, 23 de novembro de 2014

Se eu soubesse o que sei agora

Conta-se que o dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua e lhe falou:
Sr.Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor conhece tão bem. Poderia redigir um anúncio para o jornal?
Olavo Bilac, muito solícito, apanhou um papel e escreveu:
Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão.
A casa, banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.
Meses depois, o poeta topa com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.
Nem pensei mais nisso, disse o amigo. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha.
* * *
Às vezes, para que possamos reconhecer o valor dos tesouros que possuímos, é preciso que alguém nos abra os olhos.
E isso não acontece somente com relação aos bens materiais, mas também no campo afetivo.
Talvez motivados pela rotina ou pela acomodação, passamos a observar apenas as manias ou os pequenos defeitos daqueles que convivem conosco, esquecendo-nos das qualidades boas que eles possuem.
Não é raro alguém de fora nos surpreender com uma lista de virtudes dos nossos filhos, que passam despercebidas aos nossos olhos.
Ou, então, um colega que elogia nosso esposo ou esposa ressaltando qualidades que não estamos percebendo.
Esposas que criticam o marido porque ele não abre a porta do carro para ela, não puxa a cadeira para ela se sentar, esquece o aniversário de casamento, não lhe oferece flores no dia dos namorados...
Essas esposas não levam em conta que aquele mesmo homem é um pai carinhoso, dedicado, é trabalhador, honesto, e sempre que ela precisa, ele está por perto para ajudar.
Há maridos que desvalorizam suas esposas porque não estão em dia com a moda, porque os cabelos brancos não estão bem camuflados, porque não lhe dão atenção integral quando dela necessitam...
Esses esposos certamente não se dão conta do valor que essas mulheres têm. Não percebem quantas noites elas são capazes de passar acordadas, vigiando o filho doente, e enfrentar dias inteiros de trabalho exaustivo, sem reclamar.
Não se dão conta de que essas mulheres, tantas vezes, fazem verdadeiros malabarismos financeiros para poupar o marido de saber que o dinheiro do mês foi curto.
Mães e pais que criticam os filhos porque não atendem a todos os seus caprichos, ou porque nem sempre fazem as coisas como lhes determinam, esquecidos de que esses garotos e garotas têm muito valor.
São jovens que prezam pela fidelidade, que respeitam opiniões contrárias, que valorizam a família, que se dedicam a causas nobres, jovens saudáveis e cidadãos de bem.
Assim, não façamos como o comerciante que queria vender seu sítio, e ao ler o anúncio redigido por alguém de fora, mudou de ideia.
Tenhamos, nós mesmos, olhos de ver, ouvidos de ouvir e sensibilidade para sentir as boas qualidades e as virtudes daqueles que nos seguem mais de perto.
* * *
Existem pessoas que nem sempre conseguem demonstrar seus verdadeiros sentimentos.
Talvez por medo de uma decepção ou por timidez, escondem-se atrás de uma couraça de proteção que as faz sentirem-se mais seguras.
E essa forma de isolar-se, muitas vezes pode aparecer disfarçada de agressividade ou de comportamento antissocial.
É por essa razão que precisamos desenvolver nossa capacidade de penetrar os sentimentos das pessoas, um pouco além das aparências.


 Autor desconhecido
Fonte:Redação do Momento Espírita

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Por que sua vida ficou infeliz?

Você muitas vezes lembra de sua infância, adolescência e início da idade adulta e um grande sentimento de nostalgia a invade. Você lembra em como aqueles tempos eram maravilhosos e bons, parecendo haver magia no ar. Ao ouvir uma música você se transporta para aquela época e queria que o tempo voltasse.

Quando você compara sua vida naquela época, quando lembra das amizades, dos namoros, das paqueras, das viagens, dos sorrisos, e compara tudo isso com sua vida atual você sente como hoje é infeliz.
Por que será que você ficou infeliz? Por que sua vida mudou tanto?
Porque, com a fase adulta você entrou nos papéis sociais, nas obrigações, na mente social e perdeu seu espírito de aventura e matou sua espontaneidade.
Você acha que ser adulto é ser responsável, é ralar, é sofrer, é fazer tudo diferente porque agora você não é mais aquela criança ou adolescente de antes.
Isso é um conceito errado ditado pela sociedade e que vem infelicitando as pessoas.
Claro que você precisa trabalhar, estudar, cumprir suas obrigações, ter sua família, mas não precisa matar sua espontaneidade nem deixar de ser quem você é por isso.
Aquela adolescente aventureira, que adorava paquerar, namorar, ouvir músicas, fazer coleções disso ou aquilo, sair sem hora pra voltar, ainda está aí dentro de você, mas está sufocada pelos padrões sociais.
Você se perdeu de si mesma e foi por isso que sua vida ficou tão chata, sem graça e infeliz.
Adoro ver aquelas senhoras já idosas, mas todas pintadas, com maquiagem forte, arrumadas indo para os bailes, para os forrós, para os pagodes, paquerando, namorando, viajando, nem aí para as "obrigações" que os outros querem impingi-las e nem ligando para aqueles que as critica. Elas vivem a vida com espírito da juventude que nunca morreu dentro delas.
Você está infeliz porque sufocou sua juventude, sua aventura, a magia de sua vida. Você que sair por aí, experimentar namoros diferentes, ter novas amizades, sentar em rodas de bate papo até tarde, viajar sem destino só pra curtir uma aventura, mas você não faz nada disso, porque se fizer o que outros irão dizer?
Pois é. Por causa de sua mente preconceituosa, fruto de uma sociedade doente e infeliz, você também acabou ficando infeliz junto.
Não está na hora de mudar e voltar a ser o que sempre foi?
Você pode ser um bom pai, uma boa mãe, um ótimo funcionário, sem contudo, matar a criança e o adolescente que vivem em você, sem matar o jovem lindo e aventureiro que sempre foi.
Desejo isso para você. Seja feliz!

Por Mauricio de Castro-escritor e médium

domingo, 16 de novembro de 2014

Por que algumas pessoas vivem tanto enquanto outras morrem tão jovens?

Cada pessoa traz, ao nascer, uma programação de quantos anos viverá na Terra. Não existe, propriamente o dia específico da morte de cada um, mas um prazo que, tanto pode se estender quanto pode ser reduzido. Esse tempo é escolhido pelo próprio espírito antes de nascer ou designado pelos mentores espirituais, sempre visando o que cada um precisa aprender.

Gente ruim geralmente vive muito porque precisa estar na Terra mais tempo para que, com os acontecimentos cotidianos, vá melhorando em sua maldade. Ter que enfrentar a velhice, as doenças, as perdas de entes queridos e muitas vezes o abandono e os maus tratos, faz com que muita gente que foi ruim a vida inteira comece a despertar para a realidade da vida.
Por outro lado, as pessoas que possuem uma missão coletiva de ajuda ao próximo, também nascem programadas para viverem muitos anos, geralmente só desencarnam muito velhas. Para isso, os espíritos superiores lhes transmitem, em uma operação espiritual, mais fluido vital, para que tenham mais saúde e vivam mais. Eles ganham moratória. O que é isso? Moratória é o tempo a mais que é concedido para as pessoas na Terra. Chico Xavier teve moratória, assim como Divaldo Franco, Zibia Gasparetto, o papa Francisco, dentre outros anônimos já estão tendo moratória e viverão ainda muitos anos.
Quando uma pessoa morre muito jovem é porque sua missão aqui na Terra terminou naquele momento. Não estou me referindo aqui às mortes por excesso de velocidade, drogas, etc, refiro-me às mortes por doenças que essas pessoas não buscaram, acidentes inesperados, etc.
Quem já cumpriu sua missão aqui, não precisa ficar mais preso e então é liberto pela morte, indo rumo à verdadeira vida que é a espiritual.
Muitas pessoas boas, que precisavam apenas aparar pequenas arestas, quando faz isso, logo desencarnam. Isso é uma libertação, embora nós nos chocamos muito com mortes de jovens. Mas para o espírito é muito melhor se libertar do que prosseguir na Terra.
A verdadeira vida não é aqui, mas no mundo espiritual. Encarnamos aqui para resgatar o passado e dar um passo a mais na escada do progresso. Quando esse ciclo se encerra é hora de voltar.
Deus faz tudo certo e a hora de cada partir um sempre é a hora certa. Aceitar isso é confiar em Deus e encontrar a paz.

Maurício de Castro-médium e escritor

A Lenda do Poder

A assembléia familiar comentava a difícil situação dos Espíritos revoltados que se habituam ao azedume crônico por vasta fieira de encarnações sucessivas, quando João de Kotchana, experimentado instrutor de cristãos desencarnados, nas regiões da Bulgária, contou-nos, entre sensato e otimista:
- Temos nós antiga lenda que adaptarei ao nosso assunto para a devida meditação...
Dizem que Deus, quando começou a repartir os dons da vida, entre os primeiros homens dos primeiros grandes agrupamentos humanos constituídos na Terra, decretou fosse concedido aos Bons o Poder Soberano.
Informados de que o Supremo Senhor estava fazendo concessões, os Corajosos acudiram apressados à Divina Presença, solicitando o quinhão que lhes seria adjudicado.
- Que desejais, filhos meus? – indagou o Eterno.
- Senhor, queremos o Poder Supremo.
- Essa atribuição – explicou o Todo-Misericordioso – já concedi aos Bons; eles unicamente conseguirão governar o reino dos corações, o território vivo do espírito, onde se exerce o poder verdadeiro.
- Ah! Senhor, e nós? Que será de nós, os que dispomos de suficiente ousadia para comandar os distritos da existência e transformá-los?
- Não posso revogar uma ordem que expedi – observou o Onipotente -, entretanto, se não vos posso confiar o Poder Soberano, concedo-vos um encargo dos mais importantes, a Autoridade. Ide em paz.
Espalhou-se a notícia e vieram os Intelectuais ao Trono Excelso.
O Todo-Poderoso inquiriu quanto ao propósito dos visitantes e a resposta não se fez esperar:
- Senhor, aspiramos à posse do Poder Soberano.
- Impossível. Essa prerrogativa foi concedida ao Bons. Só eles lograrão renovar as outras criaturas em meu nome.
E porque os Intelectuais perguntassem respeitosamente com que recurso lhes seria lícito operar. Deus entregou-lhes o domínio da Ciência.
Veio, então, a vez dos Habilidosos. Com vasta representação, surgiram diante do Pai e, como fôssem questionados quanto ao que pretendiam, responderam veementemente:
- Senhor, suplicamos para nós o Poder Soberano.
O Todo-Bondoso relacionou a impossibilidade de atender, mas deu-lhes o Engenho.
Depois, acorreram os Imaginosos ao Sagrado Recinto e esclareceram que contavam para eles com a mesma cobiçada atribuição.
O Todo-Amoroso respondeu pela negativa afetuosa; no entanto, brindou-os com a luz da Arte.
Logo após, os Devotados chegaram ao Augusto Cenáculo e rogaram igualmente se lhes conferisse a faculdade do mando, e recolheram a mesma recusa, em termos de extremado carinho; contudo, o Todo-Misericordioso outorgou-lhes o talento bendito do Trabalho.
Em seguida, os Revoltados, que não procuravam senão defeitos e problemas transitórios na obra da Vida – os problemas e defeitos que Deus sanaria com o apoio do Tempo, de modo a não ferir os interesses dos filhos mais ignorantes e mais fracos - compareceram perante o Supremo Doador de Todas as Bênçãos e, em vista de se mostrarem com agressiva atitude, a voz do Pai se fêz mais doce ao perguntar-lhes:
- Que desejais, filhos meus?
Os Revoltados retrucaram duramente:
- Senhor, exigimos para nós o Poder Soberano.
- Isso pertence aos Bons – disse o Todo-Sábio -, pois somente aqueles que dispõem de suficiente abnegação para esquecer os agravos que se lhes façam, prosseguindo infatigáveis no cultivo do bem aos semelhantes, guardarão consigo o poder de governar os corações... No entanto, meus filhos, tenho outros dons para conceder-vos...
Antes, porém, que o Supremo Senhor terminasse, os ouvintes gritaram intempestivamente:
- Não aceitamos outra coisa que não seja o Poder soberano. Queremos dominar, dominar... Fora do poder, o resto é miséria...
O Onipotente fitou cada um dos circunstantes, tomado de compaixão, e declarou, sem alterar-se:
- Então, meus filhos, em todo o tempo que estiverdes na condição de Revoltados, tereis convosco a miséria...
E, desde essa ocasião, rematou Kotchana, todo espírito, enquanto rebelado, não tem para si mesmo senão o azedume da queixa e a penúria do coração.
Ouvi a lenda, retiro o ensinamento que me toca e ofereço a peça aos companheiros reencarnados na Terra, que porventura sejam ainda inutilmente revoltados quanto tenho sido e já não quero mais ser.


 Irmão X - Do livro: Estante da Vida: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Cavalo,quarenta e um

Sonolento, mal desperto, o marido ouviu a mulher perguntar:
– Quarenta e um é cavalo?
– Não entendi…
– Quarenta e um é cavalo?
– Por que quer saber?
– Sonhei que um alazão me dizia: – Jogue no meu número, quarenta e um.
– É minha idade… Ando escoiceando?!
– Não, meu bem, pelo contrário. Você é um amor! Sonhei mesmo. Talvez seja um convite da sorte…
– Bobagem. Nem sei se quarenta e um é cavalo.
Horas depois, o casal está no posto de gasolina, ao lado do supermercado. Ela pergunta ao frentista:
– O senhor sabe que bicho é quarenta e um?
– Cavalo.
– Meu Deus! Tem certeza?!
– Absoluta. Sempre faço minha fezinha.
Tanque cheio: quarenta e um litros.
Número da nota fiscal: final quarenta e um!
Entram no mercado. Ele tropeça numa banca. Cai um tênis no chão. Tamanho: quarenta e um!
Pagam a conta: Quarenta e um reais!
Entreolham-se, excitados.
– Aqui tem coisa! – reconhece o marido.
– É a sorte, querido. Está acenando para nós. Não podemos deixar passar a oportunidade.
Procuram o bilheteiro que faz ponto no estacionamento do mercado.
– Queremos escolher um número.
– Não vai dar. Só tenho um bilhete.
– Qual o final?
– Quarenta e um.
Compraram o bilhete inteiro!
Era para resolver de pronto todos os problemas financeiros, garantindo futuro tranquilo. À tarde, cheios de expectativa, acompanharam o sorteio pelo rádio. Empolgados, ouviram o número do primeiro prêmio. Nem sombra do quarenta e um!
Passou longe!…
Assim como eles, centenas de visionários que sonharam com um bicho ou um número, acompanharam com a mesma expectativa o sorteio, e também se decepcionaram. Alguém ganhou, provavelmente comprando um bilhete de forma aleatória, do tipo “qualquer número serve”.
Concebem as pessoas que sonham com a sorte, que na extração de uma loteria possa haver a interferência de Espíritos, a seu favor.
Admitamos que o fizessem, por exercício de telecinesia do além, influindo no resultado. Imaginemos milhares de mentores a disputarem o prêmio, interessados em resolver os problemas financeiros de seus pupilos. Seria uma briga!
Ou será que submeteriam a um poder superior suas reivindicações, para decidir quem levaria a bolada?
Há quem suponha que o próprio Criador interfere.
Qual seria o divino critério? Merecimento, não é.
Há pilantras que ganham. Necessidade, também não.
Gente rica costuma ganhar, até porque compra mais bilhetes.
Com elementar exercício de bom senso, chegamos a uma conclusão óbvia, amigo leitor: Qualquer apostador poderá ganhar, atendendo ao fato de que alguém ficará com o prêmio, não por escolha ou determinação sobrenatural, mas conforme a velha lei das probabilidades.
Se esperamos pelos favores dos Espíritos ou de Deus, saibamos que eles nos ajudam, sim, e muito!
Consideremos, entretanto, que o fazem de forma peculiar:
Enviam-nos desafios e dificuldades, lutas e contratempos, o clima próprio para nos tirar da inércia a fim de conquistarmos um prêmio muito mais valioso:
Vencer nossas próprias limitações.

Richardsimonetti@uol.com.br

Richard Simonetti

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Assistência Mútua

O grupo de companheiros espíritas fazia o trabalho de assistência aos enfermos, com entusiasmo e alegria.
Em casa de Dona Carlota Ribas, o quadro era comovente.
A pobre senhora, assistida pelos vizinhos, jazia paralítica, como que algemada ao catre.
Sofria. Contorcia-se de vez em quando, em vista da posição incômoda. Doía ver-lhe a magreza extrema.
- Se Dona Carlota pudesse ao menos instalar-se numa boa cadeira de rodas...
A observação vinha de alguém que integrava a caravana; entretanto, os visitantes eram pessoas remediadas, sem serem ricos, e ninguém se arriscou à promessa de doação de apetrecho assim tão caro.
Joaquim Peixoto, no entanto, que conhecera no próprio lar o martírio silencioso da sogra doente, mostrava os olhos marejados de pranto, e falou à esposa, igualmente comovida:
- Veja, Lilinda! Tenho a impressão de reencontrar a nossa querida enferma que Deus levou...
Dona Lilinda concordou em silêncio, mal contendo a emoção.
Mais tarde, em casa, Peixoto dirigiu-se à companheira, considerando:
- Lilinda, você compreende...Temos aqui a cadeira de rodas deixada por sua mãe. É uma relíquia, bem sei. Entretanto, como será grande a alegria de Dona Carlota, se lhe entregarmos essa doce herança como presente!...
A interpelada esboçou um gesto de repulsa e falou:
- Impossível! A cadeira de mamãe foi primorosamente trabalhada na Alemanha...Tem a bolsa anexa com espelho incrustado de pérolas de que ela tanto gostava! Já enjeitamos vinte contos de réis! Você ganha pouco. Até hoje sou obrigada a dar o pé na máquina de costura, embora as promessas de nomeação para o magistério...A cadeira de mamãe é uma reserva que não podemos menosprezar... Quando a dificuldade maior aparecer...
Peixoto não prosseguiu.
No dia seguinte, porém, ao chegar do serviço para o almoço, encontrou Dona Lilinda com a face clareada por enorme sorriso, a dizer-lhe, contente:
- Peixoto! Peixoto! mudei de idéia. Sonhei com mamãe a pedir-me para que atendesse a você...Vamos levar, hoje mesmo, a cadeira de rodas para Dona Carlota...
Dessa vez, no entanto, foi o marido quem se mostrou acabrunhado...
- Ora, Lilinda – disse ele -, agora é tarde...
Já comprei uma cadeira, mais humilde, embora muito confortável, e já a mandei para a nossa doente...
Sei que você não se aborrecerá comigo...Pagarei tudo em seis prestações.
Dona Lilinda ouviu a notícia, imensamente desapontada.
Pesado silêncio caiu entre ambos.
Nisso, alguém bate à porta.
Peixoto abre.
É um rapaz modesto que se dirige ao casal, consultando:
- Sr. Peixoto, vovó soube por amigos que o senhor e Dona Lilinda possuem uma cadeira de rodas em casa...Não sei se quererão vendê-la, mas, francamente, se assim é, não poderemos fazer a compra. Vovó está paralítica, há dois meses, com muito pouca esperança de cura...Foi professora e ganha regular vencimento. Mas somos oito irmãos, seis dos quais ainda não têm doze anos de idade... Vovó manda saber se o senhor e Dona Lilinda poderão emprestar-lhe a cadeira por algum tempo...
A dona da casa voltou a sorrir novamente e exclamou, encantada:
- Peixoto e eu vamos levar-lhe a cadeira hoje ainda...Nada de empréstimos...A cadeira é dela, será dela sempre...
O mocinho agradeceu, contente, e, na tarde do mesmo dia, o casal procurou a casa indicada, transportando a encomenda.
Dona Umbelina, a paralítica, rodeada dos netinhos órfãos, chorou de felicidade.
Enfim, a cadeira sonhada...
Enfim, repousava, como queria...
Lilinda e Peixoto acomodam-na com jeito.
A enferma pede a Deus para que os abençoe e pergunta à benfeitora:
- A senhora tem alguma irmã que deseje trabalhar?
- Como assim? – inquire Lilinda, surpresa.
- Alguma jovem professora, por exemplo? Deixei os encargos no colégio, jubilada desde anteontem. Minha diretora, porém, solicita que indique a minha substituta...
Emocionada, a visitante fala do diploma conseguido à custa de muito esforço e do velho sonho de ingressar nos trabalhos do ensino público...
Depois de dois meses sobre o encontro expressivo, a senhora Peixoto entrava no educandário, cercada de simpatia.
A bondade gerara a bondade, e uma cadeira de carinho e repouso trouxera outra de serviço e educação.

 Hilário Silva - Do livro: A Vida Escreve: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

domingo, 9 de novembro de 2014

conflitos domésticos

Um dos mais graves problemas humanos está na dificuldade de convivência no lar. Pessoas que enfrentam desajustes físicos e psíquicos tem, não raro, uma história de incompatibilidade familiar, marcada por freqüentes conflitos.

Há quem os resolva de forma sumária: o marido que desaparece, a esposa que pede divórcio, o filho que opta por morar distante.
Justificando-se em face das tempestades domésticas alguns espíritas utilizam o conhecimento doutrinário para curiosas racionalizações:
— Minha mulher é o meu carma: neurótica, agressiva, desequilibrada. Que fiz de errado no passado, meu deus, para merecer esse "trem"?
— Só o Espiritismo para me fazer tolerar meu marido. Agüento hoje para me livrar depois. Se o deixar agora terei que voltar a seu lado em nova encarnação. Deus me livre! Resgatando meu débito não quero vê-lo nunca mais!
Conversávamos com idosa confreira que teve conturbada convivência com o esposo, falecido há alguns anos. e lhe dizíamos, brincando:
— A senhora vai ficar feliz quando desencarnar. Reencontraá seu querido. Ele a espera...
A resposta veio pronta, incisiva:
— Isso nunca! Prefiro ir para o inferno!
Um pai nos dizia:
— Certamente há um grave problema entre mim e meu filho, relacionado com o passado. Em certas ocasiões sinto vontade de esganá-lo. Ele me desafia, olha-me com ódio. Preciso controlar-me muito para não perder a cabeça.
realmente, nesses relacionamento explosivos que ocorrem em muitos lares há o que poderíamos definir como "compromisso cármico". Espíritos que se prejudicaram uns aos outros e que, não raro, foram inimigos ferozes, reencontram-se no reduto doméstico.
Unidos não por afetividade, nem por afinidade, e sim por imperativos de reconciliação, no cumprimento das leis divinas, enfrentam inegáveis dificuldades para a harmonização, mesmo porque conservam, inconscientemente, a mágoa do passado.

Daí as desavenças fáceis que conturbam a vida familiar. Naturalmente situações assim não interessam à nossa economia física e psíquica e acabam por nos desajustar.
Imperioso considerar, todavia, que esses desencontros são decorrentes muito mais de nosso comportamento no presente do que dos compromissos do pretérito. Não seria razoável Deus nos reunir no lar para nos agredirmos e magoarmos uns aos outros.
"Deus espera que nos amemos e não que nos amassemos".

Richard Simonetti, do livro "Uma Razão para Viver"

sábado, 8 de novembro de 2014

A Vida é uma passagem

"O mundo é feito de encontros e desencontros.

Encantos e desencantos. Ilusões e decepções.
Na realidade, é um ir e vir infinito, onde a medida que uns vão outros estão chegando.
O único porém é como deixar o que começamos. É olhar para trás e ver se valeu a pena.
Você, eu, ‘você outro’...
O que tem feito nesta sua vida ? 
Tem valido a pena ? 
Tem feito da sua vida motivo de orgulho para o Pai Todo Poderoso? 
Coloque sua mente para funcionar e veja se tem levado uma vida digna e honesta?
 Tens ajudado teu irmão?!
 Tens feito por merecer uma vida além da vida sem muito arrependimento?
A vida é curta, uma passagem apenas ...
Tens te preparado para esta passagem ?
Ela será mais ou menos dolorida dependendo de suas obras. Dependendo do material usado em sua construção. Se usas material de primeira, tua obra será perfeita e não ruirá. Se o material usado for ruim, tudo o que fazes virá ao chão e nada terás para apresentar ao Pai, Nosso Deus.
Vamos fazer, vamos construir com amor e teremos uma construção sólida onde estará alicerçada nossa construção espiritual. Sejamos obreiros do Senhor e façamos tudo com a certeza de que está sendo bem feito. Só Jesus Nosso Senhor pode nos servir de exemplo na construção do bem. Que esta mensagem nos sirva para refletir e pensar nos nossos atos.
Um abraço fraterno a todos e que Deus Pai Todo Poderoso nos proteja.”

 Autor desconhecido
Data : Julho de 2007.
Local : Sorocaba ( SP )
Médium : SAOG
fonte:Luz da Existência 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Lembre -se

Se você estiver vivendo um momento de problema, procure dominar sua mente evitando a preocupação e os pensamentos negativos. Não é nada fácil, mas é perfeitamente possível se você se esforçar. Lembre-se que as preocupações não irão solucionar seus problemas, ao contrário, tudo vai continuar igual e você, por estar num estado de tensão, acabará tendo problemas de saúde. Evite também pensar negativo. Ajude a Vida para que ela trabalhe a seu favor trazendo as soluções de maneira mais rápida. Como se faz isso? Não deixando o negativismo tomar conta e, a cada pensamento ruim, coloque outro bom. Esse exercício é difícil no início, mas se você persistir acabará por se tornar fácil. As soluções podem aparecer a qualquer hora. Não existe problema sem solução, pois se existisse Deus seria injusto. Mas essa solução só virá no momento adequado, quando você estiver preparado. Até lá se preocupar é só perder tempo e energia. Pense nisso.

Espírito HERMES - Maurício de Castro,escritor e médium

Benção Maior

“Amai pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela.
Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus.
Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre arbítrio o induziu a cometer e pelas quais ele é tão responsável quanto o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa. ” - LE, Cap.17, 11.
Teu corpo - tua bênção maior.
Auxilia-o com diligência para que ele te auxilie com segurança.
Educa-o para que te apóie a educação necessária.
Cabine de comando, - consegues manejá-lo, expedindo ordens e sugestões que remodelam o pedaço de globo em que respiras.
Cinzel, burilas com ele a matéria densamente concentrada, a fim de convertê-la em amparo e alegria.
Pena, utilizas-te dele para grafar as concepções; que te fulguram no cérebro, assimilando a inspiração das Esferas Superiores.
Lira, podes tanger-lhe as cordas do sentimento e compor a melodia verbal que se faça jubilosa renovação naqueles que te escutem.
Santuário, fazes dele o templo da emoção, haurindo forças para sonhar e construir ou formar o jardim da família, em que situas os filhos do coração.
Teu corpo tua benção maior.
Há quem o acuse pelo golpe da criminalidade ou pela demência do vício, como se o carro obediente devesse pagar e a embriaguez ou pelos disparates do condutor.
E existem ainda aqueles que o declaram culpado pelos assaltos da calúnia e pelas calamidades da cólera, qual se o telefone fosse responsável pela malícia e pelos desequilíbrios dos que lhe menosprezam e injuriam a utilidade.
Guardas a impressão de que resides, de modo exclusivo, na cidade ou no campo e na essência moras no corpo.
As máquinas modernas asseguram facilidades enormes.
Valeriam muito pouco sem o concurso das mãos.
Palácios voadores alçam-te às alturas.
Na experiência cotidiana, equilibras-te nos pés.
Os grandes telescópios são maravilhas do mundo.
Não teriam qualquer significação sem os olhos.
A música é cântico do Universo.
Passaria ignorada sem os ouvidos.
Imperioso saibas que manejas o corpo, na condição de engenho divino que a vida te empresta, instrumento indispensável à tua permanência na estância terrestre.
Não te enganes com o esmero de superfície.
Que dizer do motorista que primasse por exibir um carro admirável na apresentação, sentando-se alcoolizado ao volante?
Estimas a higiene.
Sabes fugir do empanzinamento com quitutes desnecessários.
Justo igualmente eliminar o lixo moral de qualquer manifestação que nos exteriorize a individualidade e evitar a congestão emocional pela carga excessiva de anseios inadequados.
A vida orgânica é baseada na célula e cada célula é um centro de energia.
Todo arrastamento da alma a estados de cólera, ressentimento, desanimo ou irritação equivale a crises de cúpula, Ac ocasionando desarranjo e desastre em forma de doença e desequilíbrio na comunidade celular.
Dirige teu corpo com serenidade e bom-senso.
Compenetra-te de que, embora a ciência consiga tratá-lo, reconstruí–lo, reanimá-lo, enobrecê-lo e até mesmo substituir-lhe determinados implementos, ninguém, na Terra, encontra corpo novo para comprar.
“Mas bem-aventurados os vossos olhos porque vêem, e os vossos ouvidos, porquê ouvem”. - - JESUS - MATEUS, 13:16.

(Do livro "O Livro da Esperança"- Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)

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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Conto de um Preto Velho

Dando início a uma destas reuniões mediúnica num centro espírita orientado pela doutrina de Allan Kardec, foi feita a prece de abertura por um dos presentes. Iniciando-se as manifestações, pequenas mensagens de consolo e apoio, foram dadas pelos desencarnados aos membros da reunião.
Quando se abriu o espaço destinado à comunicação de Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado: a médium Letícia fica sob a influência de um Espírito
O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas-vindas, em nome de Jesus.
- Seja bem-vindo, meu irmão, nesta casa de caridade, disse-lhe Dr. Anestor.
O espírito respondeu:
- Boa noite, Fio. Suncê me dá licença prá eu me aproximá de seus trabalhos, Fio?".
- Claro, meu companheiro, nosso centro espírita está aberto a todos os que desejam progredir, respondeu o diretor da mesa.
Todos os presentes perceberam que a entidade comunicante era um preto-velho, a entidade continuou:
-"Vósmecê não tem aí uma cachacinha prá eu bebê, Fio?".
- Não, não temos, disse-lhe Dr. Anestor. Você precisa se libertar destes costumes que traz dos terreiros, que é o de ingerir bebidas alcoólicas.
O Espírito precisa evoluir, completou o dirigente.
- Vósmecê num tem aí um pito? Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Fio.
- Ora, meu irmão, você deve deixar o mais breve possível este hábito adquirido nas práticas de terreiro, se é que queres progredir. Que benefícios traria isso a você?
O preto-velho respondeu:
- Preto-véio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos médiuns não faz uso do cigarro, Fio? Suncê mesmo num toma suas bebidinhas nos fins de sumana? Vós mecê pode me explicá a diferença que tem o seu Espírito que beberica `whisky' lá fora, do meu Espírito que quer beber aqui dentro? Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncês fuma na rua, daquele que eu quero pitar aqui dentro, Fio?
Dr. Anestor não pôde explicar, mas resolveu arriscar: - Ora, meu amigo, nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar os trabalhos de Jesus. O preto-velho retrucou, agora já não mais falando como caipira:
- Caro dirigente, na escola espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais centro espírita.
Para nós, estudiosos da alma, o templo da verdade é o do Espírito. E é ele que está sendo profanado com o uso do álcool e do fumo, como vêm procedendo os senhores. Vosso exemplo na sociedade, perante os estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na Terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é fundamental na vida de quem quer ensinar.

Houve grande silêncio diante de tal argumentação segura. Pouco depois, o Espírito continuou:

- Suncê me adescurpa a visitação que fiz hoje, e o tempo que tomei do seu trabalho. Vou-me embora para donde vim, mas antes, Fio, queria deixar a suncês um conselho: que tomem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Sinhô', tem gente coando mosquito e engolindo camelos.
- Cuidado, irmãos, muito cuidado. Preto-véio deixa a todos um pouco da paz que vem de Deus. Ficam meus sinceros votos de progresso a todos os que militam nesta respeitável Seara".
Dado o conselho, afastou-se para o mundo invisível. Dr. Anestor ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar "daquela forma", mas não houve resposta. No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição para todos meditarem.

Autor Desconhecido

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Conselho sobre a Riqueza

O dinheiro pode ser algo muito bom quando utilizado para promover o progresso pessoal e do meio social em que vivemos, mas só.
Não é saudável nem para o corpo, nem para o espírito viver em busca de aumentar a fortuna que se amealha na Terra, nem desejar a riqueza para fruir de seus prazeres imediatos e passageiros, cujas consequências são sempre o vazio interior, a tristeza e a depressão.
Iludem-se aqueles que vivem para aumentar seus bens materiais, para ter a melhor casa, o melhor carro, as melhores roupas, como se isso fosse trazer a felicidade.
A felicidade independe das coisas externas.
A riqueza é, na maioria das vezes, pedra de tropeço para aqueles que a alcançam.
A verdadeira felicidade está na simplicidade.
Para ser feliz nada mais é preciso que um teto para nos cobrir, uma cama para dormir, comida para saciar nosso organismo, remédios para curar as mazelas que nosso pensamento produziu no corpo.
Nada mais.
A ilusão faz o brilho das coisas materiais ser maior do que é, seduzindo os desavisados que, para obtê-los, fazem as coisas mais torpes ou, mesmo na honestidade, dedicam a vida para para obtê-las para, assim que adquiri-las descobrir, decepcionado, que nada daquilo lhe fez mais feliz.
A felicidade está nas coisas mais simples da vida.
Você não precisa de uma casa melhor, de um carro melhor, de muito dinheiro, de roupas melhores que as que você já tem. Tudo isso é ilusão.
A verdadeira riqueza está no espírito. Essa nem o ladrão rouba, nem a traça corrói, nem preocupa sua perda, nem precisa de segurança, de cofre, de grades ou cercas elétricas.
Quem enriquece com as coisas do mundo acaba tornando-se um prisioneiro de si mesmo, pois a posse é possuidora.
Irmãos, pensem nisso e reflitam. As ilusões são as maiores causas do sofrimento humano.

Do amigo Hermes -Maurício de Castro
03 de novembro de 2014

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Mensagem de André Luis

A vida não cessa. 
A vida é fonte eterna e a morte é jogo escuro das ilusões.
O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.
Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples.
Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.
Oh! caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!... Seria extremamente infantil a crença de que o simples "baixar do pano" resolvesse transcendentes questões do Infinito.
Uma existência é um ato.
Um corpo - uma veste.
Um século - um dia.
Um serviço - uma experiência.
Um triunfo - uma aquisição.
Uma morte - um sopro renovador.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?
E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições definitivas!
Ai! por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito!
É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira - ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas. Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa. Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma idéia dessa verdade fundamental.
Grato, pois, meus amigos!
Manifestamo-nos, junto a vós outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal. A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos. Não atormentaremos alguém com a idéia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na senda de realização espiritual, e que compreendem conosco que "o espírito sopra onde quer".
E, agora, amigos, que meus agradecimentos se calem no papel, recolhendo-se ao grande silêncio da simpatia e da gratidão. Atração e reconhecimento, amor e júbilo moram na alma. Crede que guardarei semelhantes valores comigo, a vosso respeito, no santuário do coração.

Que o Senhor nos abençõe
Chico Xavier -André Luis

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Nós pedimos pra nascer?

Nina era uma criança muito bonita e mimada por todos da família.
Não desgrudava dos pais e vice-versa.
Mas, na adolescência, tornou-se uma garota cheia de vontades, imposições e afastou-se dos pais.
No seu momento de rebeldia e ingratidão dizia:
- EU NÃO PEDI PARA NASCER.

Diz Richard Simonetti: "Ledo engano. No Plano Espiritual não só pedimos como, não raro, imploramos a casais em disponibilidade que nos dessem a oportunidade de um retorno às experiências humanas, reconhecendo-as indispensáveis à nossa edificação e à solução de problemas cármicos."
Chico Xavier disse que quando psicografava o livro "NOSSO LAR", viu milhares de Espíritos que aguardavam, por longo tempo, a oportunidade de reencarnar, e completou dizendo que deveríamos respeitar o corpo que o Senhor nos concede, porque não será fácil uma nova oportunidade.
No livro "Missionários da Luz", o Espírito André Luiz, conta através da psicografia de Chico Xavier, a história de um Espírito que se preparava para reencarnar, com a intenção de reparar o erro que cometeu como mãe na Terra. Quando encarnada, foi devotadíssima mãe e esposa, mas contrariava a influência do marido no lar e estragava os filhos com excessos de meiguice sem razão. Eram três rapazes e uma jovem, que caíram muito cedo em desregramentos, e cedo desencarnaram. Após desencarnar entraram em regiões baixas. Quando esta mãe desencarnou, percebeu que falhou na educação dos filhos, então, implorou para reencarnar junto deles novamente. Seu pedido levou mais de 30 anos para ser concedido.

Compilação de Rudymara

Fonte:Semeando o Espiritismo

Deus ajuda quem se ajuda

Pedir nas orações sucesso, uma vida melhor, passar em concurso, tirar boa nota na prova, ganhar uma competição, etc., como fruto de dádivas divinas, sem empenho de nossa parte, seria pretender que Deus tivesse preferências. Se nós, que somos infinitamente inferiores a Deus não desprivilegiamos um filho para ajudar outro, imaginemos Deus.
É importante saber que os bons espíritos (trabalhadores de Deus) procuram nos ajudar, atendendo nossas orações, dando-nos condições para enfrentarmos nossas dificuldades e resolvermos nossos problemas. Eles apenas nos inspiram, dão força, acalmam, mas o restante fica por nossa conta. Então, podemos dizer que Deus interfere em nossa vida de maneira indireta. Se fosse de maneira direta, nós ficaríamos ociosos, preguiçosos, omissos, esperando que tudo venha de mãos beijadas do Céu.

“Deus ajuda aos que se ajudam a si mesmos, e não aos que tudo esperam do socorro alheio, sem usar as próprias capacidades: AJUDA-TE, E O CÉU TE AJUDARÁ”

Richard Simonetti

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Aprendendo a ler os sinais

Os sinais estão por toda a parte. Às vezes, aparecem no corpo sob a forma de sintomas ou doenças e às vezes aparecem na casa.
Quando estamos equilibrados e conectados ao fluxo da vida nos sentimos bem e dispostos. Nestes momentos, a casa, ou o quarto, torna-se um lugar onde recuperamos a energia despendida durante o dia e somos acolhidos carinhosamente para conexão com algo maior.
Porém, em certas ocasiões, entramos em ambientes que parecem querer nos dizer algo. É como um peso ou uma sensação de que algo está fora do lugar. Pode ser um sentimento de agitação interna, tristeza, apatia ou simplesmente somos "expulsos" daquele lugar.
Nossa casa reflete diretamente o que estamos sentindo por dentro. As emoções internas ficam expostas em paredes, armários e gavetas. Memórias e eventos ficam gravados nos ambientes e expressam a necessidade de serem solucionados.
Na perfeição do Universo, recebemos sinais de todas as formas para olharmos para dentro de nós na busca de resolvermos as pendências emocionais que ainda não foram devidamente olhadas.
Assim como a casa dá sinais de questões mal resolvidas, o corpo também o faz.
Muito já se escreveu sobre a origem metafísica das doenças e já temos referências excelentes que nos dão pistas quase certeiras para a relação entre os sintomas e suas causas emocionais.
Os pulmões que falam sobre as tristezas; a tireóide que se relaciona com o que não falamos ou tivemos que engolir; o fígado e a raiva acumulada; os pés e pernas que não nos deixam caminhar na vida, e por aí vai. Para aqueles que querem se aprofundar no assunto, recomendo a obra de Louise Hay - Cure seu Corpo, que aborda essa relação com maestria.
O mais importante é que possamos ficar atentos aos sinais que nossa casa e nosso corpo nos dão o tempo todo. A casa é a morada do nosso corpo. O corpo é a morada da nossa alma. Nossas emoções e pensamentos ficam impressas e expressas no corpo e na casa.
E podemos dar voz a essa casa e ao corpo como forma de compreendermos quais sentimentos estão presentes e que precisam de uma conversa carinhosa e compreensiva.
Podemos até começar uma terapia limpando gavetas e armários, arrumando a bagunça da casa ou eliminando aquele quartinho de despejo esquecido na garagem.
Os efeitos muitas vezes surpreendem até os mais céticos e resistentes.
Entrar em conexão com a casa e com o corpo pode encurtar o caminho para a solução de questões emocionais há tempo esquecidas dentro de nós.
Quando temos um terapeuta experiente ao nosso lado, ganhamos perspectiva sobre o problema e ampliamos nossa visão sobre os sinais. E esse "amigo" pode nos reconduzir ao caminho da solução que está sempre dentro de nós mesmos.
Desconfie daqueles que dizem "ter" a solução. A solução está sempre dentro de nós.
O caminho da mudança é observar os sinais externos e voltar a atenção para o interno em busca da solução. O terapeuta -ou coach- é apenas alguém que nos apóia e reconduz a olhar para dentro. E é muito reconfortante ter essa pessoa para nos apoiarmos em momentos delicados assim.
Confie na sua intuição e nos sinais que estão à sua volta. É a sua alma falando com você!

por Nathalie Favaron

Nathalie Favaron é Coach certificada pela European Coaching Association e Terapeuta Sistêmica especializada em Constelações Individuais Familiares e Organizacionais.
E-mail:nathamm@terra.com.br

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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Bens Materiais

A riqueza, sob qualquer aspecto considerada, é bênção que Deus concede ao homem para sua felicidade e que lhe compete bem utilizar, multiplicando-a em dons de misericórdia e progresso a benefício do próximo.
Torná-la oásis reduzido para o próprio prazer, em pleno deserto de recursos onde medram a dor e a miséria de todo porte, é fraqueza moral que se converte em algema de demorada escravidão.
Todas as concessões da Vida rendem juros conforme a direção e aplicação que se lhes deem...
Os bens materiais ensejam o progresso e devem fomentá-lo, porquanto a própria evolução humana impõe necessidades que os homens primitivos desconheciam.
A exigências da higiene e do conforto, da preservação da saúde e das experiências de evolução, facultam a aplicação de valores que, simultaneamente, organizam o sistema de crescimento e desenvolvimento do indivíduo como do grupo onde vive.
Não cabe, porém, a ninguém o direito de usufruir seja o que for, em detrimento das possibilidades do próximo.
Criminosa a exploração que exaure as forças naturais e entenebrece o caráter humano.
Desse modo, a direção que o homem dá aos recursos materiais, mediante a aplicação egoísta ou a utilização benéfica, faz que tal se transforme em liberdade ou grilhão, dita ou desgraça.
Administradores, que todos somos, transitoriamente, dos haveres, enquanto na vilegiatura carnal, seremos convocados a contas para relatórios, apresentando o que fizemos das concessões divinas que passaram pelas nossas mãos.
O dinheiro, a propriedade, a posição social relevante, a saúde, a inteligência, a mobilidade, a lucidez são bens que o espírito recebe como empréstimo divino para edificar-se e construir a ventura.
Qualquer emprego malsão engendra escassez e limitação que se transformam em aflição e desespero.
O mordomo infiel dos bens retorna à Terra na sujeição escravizadora, que lhe cobra o desperdício ou a usura de se fez vítima inerme.
Multiplica pelo trabalho e pela ação benéfica todos os bens de que disponhas: do corpo, da mente, do espírito.
Aquinhoado com os valores perecíveis que dormem ou se movimentam nas tuas mãos, recorda os filhos da agonia ao teu lado, nas tábuas da miséria e do abandono...
Um dia, sem que o queiras, deixarás todas as coisas e valores, ante o impositivo da desencarnação, seguindo contigo, apenas, os valores morais legítimos, decorrentes dos bens materiais que converteste em esperança, alegria, progresso e paz, qual semeador de estrelas que, após transitar por um caminho de sombras, conseguiu transformá-lo numa via-láctea de brilhantes celestes.

Divaldo Franco - Joanna de Ângelis-Leis morais da vida
texto recebido de Cristiano de Almeida

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sábado, 18 de outubro de 2014

O que é afinal a Obsessão Espiritual?

Influência maléfica, mais ou menos persistentes que espíritos tão ou mais atrasados que o sujeito em questão. Podem influenciar a vida mental e por conseqüência sua conduta. Porém esses espíritos nem sempre tem consciência do mal que fazem, pois sua forte PERTURBAÇÃO os deixa embotados. Decorre da Lei de sintonia vibratória, em virtude da qual temos a mente em contato com outras mentes do mesmo padrão vibratório. Ao vermos um grupo de jovens desocupados numa esquina, estaremos diante de um quadro exato do exemplo que queremos esclarecer, esse grupo pensa da mesma forma, possuem idéias parecidas e suas auras energéticas produzem as mesmas cores. Isso é a LEIA DE SINTONIA VIBRATÓRIA.

Um renomado Psiquiatra e espírita, cujo nome é Inácio Ferreira, declara que a obsessão está presente em cerca de 70% das tragédias humanas. No sanatório de Uberaba que dirigia, atendeu 1915 enfermos mentais, conseguiu 763 curas, desse número 600 eram casos de obsessão espiritual.
Comumente uma lesão – Pancada, corte, úlcera varicosa apresenta-se infectada. A doença não é infecção; esta é secundária, pois a lesão abriu a via para a entrada das bactérias piógenas que apenas se instalam num terreno que lhes é propício. Há enfermidades do próprio sujeito que secundariamente atraem espíritos desocupados, levianos, neste caso pode estar havendo a obsessão secundária.
A obsessão é uma espécie de enfermidade de ordem psíquica e emocional, que consiste num constrangimento das atividades de um Espírito pela ação de um outro. A influência maléfica de um Espírito obsessor pode afetar a vida mental de uma pessoa, alterando suas emoções e raciocínios, chegando até mesmo a atingir seu corpo físico. A influência espiritual só é qualificada como obsessão quando se observa uma perturbação constante. Se a influência verificada é apenas esporádica, ela não se caracterizará como uma obsessão.
Somente os Espíritos maus e imperfeitos provocam obsessões, interferindo na vontade do indivíduo, fazendo com que ele tenha ações contrárias ao seu desejo natural.
A obsessão só se instala na mente do paciente quando o obsessor encontra fraquezas morais que possam ser exploradas. São pontos fracos que, naturalmente, todos nós temos, pela imperfeição que nos caracteriza. Deste modo, conclui-se que todos estamos sujeitos à obsessão.
As doenças do corpo carnal só se manifestam quando existem fragilidades estruturais ou carências no organismo físico. Na área psíquica acontece coisa semelhante. Os indivíduos enfraquecidos moralmente, com falhas de caráter, vícios etc, estarão mais sujeitos à obsessão.
O Espírito obsessor, conhecendo as fraquezas morais do enfermo, vai aos poucos obtendo acesso à sua área mental, chegando em alguns casos a dominá-lo. Se a obsessão se intensificar, e não for tratada espiritualmente em tempo hábil, ocorrerá um aumento de afinidade fluídica entre obsessor e obsedado, o que poderá acarretar no agravamento da enfermidade.
As obsessões no período de infância são raras. Geralmente, as influências iniciam-se entre os sete e dez anos de idade, quando a personalidade da criança começa a desabrochar. Depois desse período já é possível que ocorram influências obsessivas mais preocupantes.
a) As causas morais:
As obsessões de causas morais são aquelas provocadas pela má conduta do indivíduo na vida cotidiana. Ao andarmos de mal com a vida e com as pessoas, estaremos sintonizando nossos pensamentos com os Espíritos inferiores e atraindo-os para perto de nós. Desse intercâmbio de influências poderá nascer uma obsessão.
b) As causas relativas ao passado:
As obsessões relativas ao passado são aquelas provenientes do processo de evolução a que todos os Espíritos estão sujeitos. Nas suas experiências reencarnatórias, por ignorância ou livre arbítrio, uma entidade pode cometer faltas graves em prejuízo do próximo. Se a desavença entre eles gerar ódio, o desentendimento poderá perdurar por encarnações a fio, despontando nos desafetos, brigas, desejos de vingança e perseguição. Casos assim podem dar origem a processos obsessivos tenazes.
Desencarnados, malfeitor e vítima continuam a alimentar os sentimentos de rancor de um para com o outro. Se um encarna, o outro pode persegui-lo, atormentando-o e vice-versa.
c) As contaminações:
As contaminações obsessivas geralmente acontecem quando uma pessoa freqüenta ou simplesmente passa por ambientes onde predomina a influência de Espíritos inferiores.
d) Causa anímica ou auto-obsessão:
As obsessões anímicas são causadas por uma influência mórbida residente na mente do próprio paciente. Por causa de vícios de comportamento, ele cultiva de forma doentia pensamentos que causam desequilíbrio em sua área emocional.
Muitas tendências auto-obsessivas são provenientes de experiências infelizes ligadas às vidas passadas do enfermo. Angústia, depressão, mania de perseguição ou carências inexplicadas podem fazer parte de processos auto-obsessivos.
O auto-obsediado costuma fechar-se em seus pensamentos negativos e não encontra forças para sair dessa situação constrangedora. Esse posicionamento mental atrai Espíritos doentios que, sintonizados na mesma faixa psíquica, agravam sua doença espiritual.
09.4.2 - CARACTERÍSTICAS DA OBSESSÃO:
A obsessão apresenta características que pode situá-la no grau de gravidade que lhe é própria. Há três graus de gravidade: Obsessão Simples, Fascinação e Subjugação.
a) Obsessão Simples:
É um tipo de influência que, de forma sutil, constrange a pessoa a praticar atos ou ter pensamentos diferentes do que geralmente possui. O obsedado, às vezes, nem percebe o que lhe está ocorrendo. Em outras, têm consciência da influência daninha, mas não consegue se livrar dela. Este tipo de obsessão é muito comum e pode agravar-se, dependendo da natureza do Espírito atrasado envolvido e das disposições morais do paciente.
b) Fascinação:
Allan Kardec disse, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", que a fascinação é o pior tipo de obsessão. Trata-se de uma ilusão provocada por um Espírito hipócrita que domina a mente do paciente, distorcendo seu senso de realidade. O Espírito obsessor planeja muito bem seu intento destrutivo e busca envolver o indivíduo em artimanhas mentais bem preparadas.
As portas de entrada para a fascinação, como sempre, são as falhas morais. É no orgulho de sua vítima que o Espírito hipócrita encontra o alimento para fascinar-lhe a personalidade.
Para conseguir seu domínio, a entidade maldosa exalta a vaidade do obsedado, fazendo-o sentir-se infalível e autoconfiante. A ilusão é tamanha que o fascinado adquire uma grandiosa cegueira, o que não lhe permite perceber o ridículo de certas ações que pratica.
c) Subjugação:
A subjugação pode ser moral ou corpórea. No caso moral, o Espírito obsessor adquire forte domínio sobre o psiquismo do indivíduo, levando-o a tomar decisões contrárias ao seu desejo. Na fascinação há uma ilusão. Na subjugação, o paciente tem consciência do que lhe acontece.
Na subjugação corpórea, além de exercer o domínio psíquico, o obsessor atinge a parte fluídica perispiritual do doente. Domina seu corpo físico e, às vezes, numa crise semelhante à epilepsia, atira-o ao chão. Como o obsedado fica quase sempre sem as energias necessárias para dominar ou repelir o mau Espírito, carece da intervenção de uma terceira pessoa com ascendência moral sobre ele, para auxiliá-lo a sair da difícil situação.
09.4.3 - SITUAÇÕES OBSESSIVAS:
As obsessões, de um modo geral, não apresentam gravidade. São fáceis de serem tratadas pela metodologia espírita. Só em um pequeno número de casos há fatores que facilitam a degeneração do processo, culminando na fascinação ou subjugação. Em quase todos os processos obsessivos existem duas partes envolvidas. Só na auto-obsessão, o indivíduo atormenta-se a si mesmo. Assim, podemos ter os seguintes casos de situação obsessiva:
a) De desencarnado para encarnado.
b) De encarnado para desencarnado.
c)Obsessão recíproca
d )Auto-obsessão.

09.4.4 – Obsessão Múltipla:

Em muitíssimas instâncias há mais de um obsessor zurzindo o pobre encarnado, isto é dito freqüentemente nas sessões mediúnicas: “ Eu não estou só”, há outros comigo” – Na bíblia existe uma passagem no Novo Testamento quando Cristo expulsa os obsessores do corpo de um encarnado (as falanges). Os obsessores atuam em conexão seguindo um plano pré-estabelecido por eles no assédio, sempre se manifestando numa espécie de rodízio.
A psicologia chama tal fenômeno de “PERSONALIDADE MÚLTIPLA”, admitindo que o paciente cria essas criaturas lindividualizadas.
O caso de Sybil que será referido neste tópico, com suas 19 personalidades que se manifestou no corpo dessa moça. H.C. Miranda psicanalista que tratou por 11 anos essa moça e a curou. Sybil era uma médium inconsciente, sofreu muito, mas sua missão era ajudar esses espíritos perturbados, no qual sofreu na carne junto com eles as agruras penosas dessa energia pesada, carregada de angústias, raiva, ódio dilacerante.
Já com Bárbara O´Brien (Livro: A vida íntima de uma Esquizofrênica) , perseguida por uma FALANGE, que ela declara ser uma alucinação do inconsciente. Diagnóstico Psiquiátrico: ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE.
Um dia sem mais nem menos, deu de cara com um grupo de pessoas instalados no seu quarto de solteira, vendo-os com pessoa de carne e osso. Foi assim que começou sua epopéia.
Pessoas com VONTADE FRACA, fáceis de dominar, sugestionáveis, que obedecem seus operadores sem resistência, já que lida com obsessores profissionais especializados em manipular mentes, com capacidade de PENETRAR E DOMINAR uma mente, podendo ser esse encarnado ou desencarnado. Quando um operador está sintonizado com a mente do obsediado ele lê os pensamentos de sua vítima com maior facilidade. Podem implantar (injetar) pensamentos, governando assim seu comportamento.
Os obsessores, não perdem tempo, eles exploram tudo o que podem, não há nada mais cruel do que um obsessor. Eles são tão cruéis que se saqueiam entre si no plano astral, onde o chefe é o mais poderoso em crueldade. Como feras, sem piedade e compaixão querem o PODER de manipular, mandar, subjugar, possessão e retirar energias de suas vítimas.

09.4.5 – Efeitos da Obsessão:

Instalada a obsessão, é considerada primariamente como uma demência, uma psicopatia. As funções mentais alteram-se pela ação intencional ou inconsciente de outra mente; a razão declina, a vontade enfraquece, os sentimentos deterioram-se, os hábitos mudam. Eis porque as casas psiquiátricas e os manicômios estão cheios de dementes (obsedados) em duras provações, tratados como LOUCOS GENUÍNOS,
Casos graves como de doentes que se tornam autômatos, dizendo-se “bananeira”, “relógio”, “Napoleão”, “Dom Pedro II”, “Leão”. Comportando-se como um cão, saindo a noite de pijama latindo, se comportando como um lobo, alimentando ainda mais a lenda do Lobisomem. Tudo por sofrer sugestão mental após prolongada hipnotização por parte de entidades perversas e vingativas. 
Provoca ainda a obsessão em seus diversos graus: Instabilidades emocionais como: Choro, riso, raiva, ódio, angústia, ansiedade, apatia, fúria, sem motivo aparente, bem como sentimentos de culpa.

09.4.6 – Agressões ao Corpo Físico:

Pode ser lesado pela longa permanência dos obsessores, repercutindo e transmitindo no perispírito, criando BLOQUEIOS ENERGÉTICOS, em forma de LARVAS ASTRAIS, podem causar danos energéticos que poderá levar a lesões nos órgãos físicos. O VAMPIRISMO que é uma forma de absorver fluídos da vítima, reduzindo lenta e progressivamente as defesas dos órgãos afetados, quando vai se instalando a doença.
– Os espíritos desencarnados, também interferem no sonhos, para o bem ou para o mal. Inúmeros pesadelos, são produzidos pelos discípulos das sombras. Acertos de contas, são repercutidos como cansaço, acordar com medo, suor, coração acelerado.

09.4.7 – Essencial sobre os tipos de Obsessão:

1 - Atração por Sintonia com o Plano Inferior:
- Toda a vez que um encarnado se deixa envolver por pensamentos viciosos, estabelece um padrão vibratório e uma relação com seres astrais que pensam da mesma forma. Começa uma relação por Sintonia. Estabelece-se uma maneira do encarnado ser um hospedeiro terreno, plataforma energética de vampiros. Neste caso é difícil do encarnado sair deste ciclo vicioso.

2 – Influência Recíproca de encarnados e desencarnados (obsessão bidirecional):
-Troca de pensamentos, sentimentos emoções em duas vias, tanto por parte do encarnado como do desencarnado, sempre levando em consideração a mesma sintonia. Casos de ódios e amores. Ligações cármicas inaparentes. Tratada por alguns clarividentes como obsessão passiva, visto que a entidade não é hostil contra seu hóspede; prejudica-o passando-lhe fluídos deletéricos, pastosos e escuros por osmose.

3 – Sugestão hipnótica durante o Sonho:
Nesta variedade, o indivíduo, durante o dia, parece ativo e normal, mas tem a vontade dominada pelas sugestões feita pelo obsessor durante o sono, este implantes feitos na noite, durante vários dias acabam aflorando durante a vigília. Brigas, desavenças com familiares, amigos as vezes acontecem dessa forma.

4 – Dominação Telepática
: Fenômenos telepáticos estão envolvidos nas obsessões em geral. Mas neste caso se faz uma referência específica, de um desencarnado sobre um encarnado. Principalmente quando recebe emoções e sentimentos de sofrimento, sem motivo aparente. Muito comum nos médiuns. Mas acontece em todos os lugares, sendo comum nos lares, escritórios.
No ponto culminante o obsediado pode ver imagens emitidas pelo obsessor, como no caso de uma esposa ver seu marido nos braços da amante. Para cortar tal ligação energética, teria que o obsediado aumentar seu padrão vibratório, elevar a mente.

5 – Influência Sutil:
Maneira discreta de atacar uma vítima se dá as vezes de uma maneira quase imperceptível. Vai chegando devagar, abrindo as defesas pessoais e penetrando. Começa com uma leve tristeza, sem causa, uma, pensamentos deprimentes, mas para não ser percebido, se afasta e volta em outra oportunidade. Quando ficar azedo sem motivo aparente, cuidado, pode ser uma influência sutil momentânea.

6 – Mediunidade Perturbada:
Quase todas as mediunidades não são fáceis no princípio., geralmente o canal mediúnico é aberto e experimentado por espíritos malfeitores, perturbados. A mediunidade é preciso ser disciplinada, pois um médium possui o poder atrativo magnético sofre os espíritos sofredores, MEDIUNIDADE INICIANTE e OBSESSÃO andam de mãos dadas. Existem casos em que o médium é iludido pelo espírito obsessor que se diz seu GUIA ESPIRITUAL, o que pode atrasar o seu desenvolvimento.

7 – Imantação por cumplicidade ou conivência:
 Erros e crimes cometidos em conjunto, unem espíritos na cadeia do mal, (causa e efeito). Quando um dos membros da quadrilha desencarnada encarna num corpo físico, os seus amigos de sintonia, o perseguem para levá-lo de volta ao caminho do mal. Não querem perder o amigo, querem que ele seja tão infeliz como eles. Paixões intensas, fazem o mesmo efeito, se um volta a carne, as promessas esquecidas, o que ficou persegue e tenta prejudicar o encarnado.

8 – Vingança: - Fazer justiça com as próprias mãos. Uma das piores obsessões. Aquele que foi morto, mesmo que seja uma presa sem reação quando vivo, após morto, se não tiver uma boa índole para o perdão, vai procurar de todas as formas se vingar, muitos casos atravessa-se vidas nessa perseguição implacável, casos de uma obsessão encarniçada, fazendo o carrasco sofrer duros golpes energéticos, terríveis depressões e tristezas sem fim. Levando-o ao vício e a desgraça.

9 – Obsessão entre Encarnados:
– os laços de sintonia vibracional de dependências agudas, não se dão somente entre os mortos, mas por desequilíbrios emocionais pode-se observar a obsessão entre os vivos. Mães super solícitas, amante, esposa, noiva, que sofre de necessidades neuróticas que criam laços de dependências afetivas.

10 – Obsessão Coletiva: – Já houve casos de suicídios coletivos, solicitado por um líder obsediado. No caso existe um padrão energético chamado: Sintonia vibracional continuada, que funciona como uma embriaguês continuada delirante, que vai se formando no ar pegando a todos, raros são os que não se embriagam pelas fascinantes promessas do obsessor. No passado mães ofereciam filhos para os sacrifícios, em nome de um Deus faminto.

Fonte: Espiritualismo
Cepal André Luiz