Reunião pública de 6-3-61
1ª Parte, cap. VII, § 9
"Todas as contas a resgatar pedem relação direta entre credores e devedores.
É por isso que te vês, freqüentemente. Na Terra, diante daqueles a quem deves algo.
No lar ou nas linhas que o margeiam, é fácil reconhecê-los, quando entregas desinteresse e
dedicação, recolhendo aspereza e indiferença.
Muitas vezes, trazem nomes queridos no recinto doméstico, e assemelham-se a impassíveis
verdugos, apresando-te o coração nas grades do sofrimento.
Em muitos lances da estrada, são amigos a quem te dás, sem reserva, e que te arrastam a
dificuldades de longo curso.
Em várias ocasiões, são pessoas das quais enxugaste as lágrimas, situando-as na
intimidade da própria vida, e que, de inesperado, te agridem a confiança com as pedras do
desapreço.
Noutras circunstâncias, são companheiros de experiência que, de súbito, se transformaram
em adversários gratuitos de teu caminho, hostilizando-te, em toda parte.
Entretanto, se defrontado por semelhantes problemas, é indispensável te municies de amor e
paciência, tolerância e serenidade, para desfazeres a trama da incompreensão.
Guarda a consciência no dever lealmente cumprido e, haja o que houver, releva os golpes
com que te firam, ofertando-lhes o melhor sentimento, a melhor idéia, a melhor palavra e a
melhor atitude.
Água cristalina, pingando, gota a gota, converte o vaso de vinagre em vaso de água pura.
E, se depois de todos os teus gestos de fraternidade e benevolência, ainda de perseguem ou
te injuriam, abençoa-os em prece e continua, adiante, fiel a ti mesmo, na certeza de que
humildade, na hora de crise, é nota de quitação."
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