quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ante as provas necessárias


   Confessas-te, frequentemente, à beira do desânimo, à face das alfinetadas morais que te ferem a alma sensível:
  A roupa estragada;
   A perda de condução; 
   A impensada desconsideração de um amigo; 
  A frustração de um negócio que te propiciaria lucros sobre lucros;
   O comportamento infeliz de companheiro determinado em experiências difíceis.
Quando te vejas, assim, sob o impacto de aborrecimentos claramente remediáveis pelas tuas atitudes de serenidade e de paciência, deixa que as asas de tua própria imaginação te conduzam:
   Consultórios médicos, 
   Clínicas de tratamento, 
   Aos milhares de hospitais,
   Ambulatórios diversos e aposentos de enfermos ...
... A fim de ver e escutar, em espírito, tantos irmãos nossos que jazem comprometidos em desequilíbrios orgânicos muitas vezes irreversíveis.
—  Visita, pelo menos mentalmente:
   Os cegos,  Os mutilados,
   Os paralíticos,
   Os presidiários esquecidos,
   Os doentes em supremo abandono.
   A dor dos pais amorosos, tombados em pauperismo e moléstias, incapazes de prover as necessidades do lar. As mães sofredoras que suportam a penúria dos filhos, como se trouxessem um punhal de fogo enterrado no coração...
... E aqueles outros companheiros nossos em absoluta e desesperada exaustão que suspiram pela morte, como sendo a esperada solução para os problemas aflitivos que lhes martirizam a alma.
   Pensa, alguns momentos por dia, nas provações e nas privações dos outros.
E aprenderás a somar as vantagens que te felicitam a existência, verificando enorme saldo de bênçãos em teu favor.
   Então, compreenderás que ao invés de nos queixarmos do mundo, ante as provas e as lutas que ainda nos incomodam, será talvez o próprio mundo que possua motivos para queixar-se de nós.

Chico Xavier-Emmanuel.


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