É de considerar que a mediunidade meu amigo, é intercâmbio estabelecido entre os agentes desencarnados e os médiuns que lhes servem de intérpretes. Contudo nos campos psíquicos das relações extracorpóreas, a questão de sintonia é fundamentalmente o ponto motriz da mensagem codificada. Médiuns sempre existiram e existirão, uma vez que a mediunidade no mundo é sentido da alma que sensibilizada pode operar em planos distintos. Observamos nós os desencarnados que o conhecimento da imortalidade nem sempre opera transformações, embora muitas das manifestações espirituais podem expressar incontestáveis verdades! Quantas criaturas diante da mensagem do ente querido, questiona-lhes a idoneidade, como se justificassem a ausência noticiários e dados específicos a autenticidade desta ou daquela individualidade morta. Se não bastasse o fenômeno doloroso em alguns casos de morte. Tem ele o desencarnado que provar que a vida triunfa além da sepultura. O vale das lágrimas a que todos nós transitamos, continua sendo para alguns o comodismo da descrença vazia. Pois mais vale para alguns, negar a sobrevivência da alma do que acreditar em transformações impostas pela desencarnação. Vejo pobres criaturas desesperadas que um simples expressar: - “ Eu continuo vivo!” Vale mais que milhões de informações da vida deixada no corpo, que muitos resistem por esquecer dados os dramas e sofrimentos dores e desgraças vividos. Recordando as dificuldades encontradas pelos espíritos em dar cabo de sua imortalidade na difícil tarefa de transpor os umbrais da materialidade humana. Cito trecho de uma palestra aqui dada no mundo das formas desencarnadas, onde honorável benfeitor descreveu as dificuldades vencidas por Péricles, um oráculo que tentou alertar os homens para as palavras dos deuses do Olimpo. Conta-se que na antiguidade, existia um Oráculo que via e descrevia com muita perfeição as extraordinárias visões concedidas em transe, dirigidos pelos deuses do monte sagrado. Péricles era um desconhecido da maioria dos habitantes da Arcádia grega. Dizia o benfeitor amigo. - Um dia o vidente da ilha de Creta viu-se incumbido pelos deuses de revelar aos homens sobre uma grande tragédia que se abateria sobre o povo de Arcádia. Procurando seguir com sua tarefa de mensageiro, desceu o Oráculo do templo sagrado e procurou dar rumo aos seus passos. Tendo preparado um farnel e água potável para seu consumo, empreendeu a longa viagem, deixando para trás a tranqüilidade da ilha e de seus afazeres. Levou consigo o mais belo corcel e tendo percorrido quilômetros de distância foi surpreendido em seu trajeto até a praia, por um ninho de serpentes que feriu a pata do animal, que necessitou ser sacrificado. Perseverante em seu intuito, seguiu viagem e alcançando a barsa, lançou-se mar adentro, viu Péricles que uma tempestade ameaçadora, desabou sobre ele imenso aguaceiro. Ficou dias em alto mar desesperançoso de alcançar terra firme.
E quando acreditava-se distante de alcançar o seu roteiro foi resgatado por pescadores humildes que o conduziram seguro até terra firme de Arcádia. Tomado por uma febre que durou dois dias, ficou entre a vida e a morte. Tomado por alucinações e febre alta. E crendo que não conseguiria mais cumprir sua missão, entregou ao filho do pescador que o obrigara, o noticiário dos deuses pedindo que a criança, entregasse aos sacerdotes amigos, aquela importante revelação. E quando havia terminado de revelar as últimas palavras ao pequeno mensageiro, teve um acesso de tosse, vindo a falecer suas forças deixando para trás o corpo alquebrado. O menino correndo como uma gazela, orientado pelos pais da importante missão, partiu em direção do templo sagrado da Arcádia grega, lá chegando após ser interrompido e interrogado pelas autoridades, foi conduzido aos sacerdotes, que observando-lhe a fragilidade infantil, não acreditaram que Ele pudesse ser o porta-voz das divindades, e por mais que falasse, ou mesmo tentasse repetir as palavras do Oráculo. As mesmas não vinham revestidas dos simbolismos ritualísticos da classe sacerdotal que pertencia o Oráculo da ilha de Creta. As autoridades conduziram o pequeno para fora dos muros da cidade, exigindo que nunca mais voltasse ou repetisse tais absurdos. E por isso não ouviram ou mesmo descreram nas palavras do pequeno intérprete. A cidade de Arcádia grega foi sacudida pela ira da natureza, vindo a perecer entre a revolta das águas, e o movimento da terra.
É de considerar os esforços dos psicógrafos que tentam transmitir as palavras dos luminares, ou simplesmente fazer cumprir o correio da mediunidade nas cartas que consolam alguns e instruem a outros... Para os que teimam em testar-lhes as faculdades, ou mesmo questionar a idoneidade de seus afazeres entre os mortos, lanço as palavras do Mestre de Nazaré: - “ Ouça os que tem ouvidos para ouvir, e veja ao que tem olhos para ver”... Felizes os que encontram consolo num simples!
- “ Estou vivo!” E dêem descanso aos que partiram, deixando que eles se comuniquem quando os mesmos assim o desejarem, sem estabelecer a dependência de uma mensagem psicográfica, a fim de recuperar o tempo que eles mesmos despedaçaram em julgamentos, brigas, desamor ou mesmo revoltas. Que as mães libertem seus filhos. Que os filhos libertem seus pais. Que os conjugues aceitem a viuvez passageira. E que a mediunidade siga o seu caminho de desvendar o etéreo, mostrando que na vida ou na morte somos o que somos. E que morrer é somente mudar de moradia. E que as palavras desse amigo há alguns janeiros na pátria da verdade, possa valer de instrução aos que se dispõem a conhecer um pouco mais da vida espiritual.
Cordialmente
Irmão José -Lívio Barbosa
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