domingo, 31 de março de 2013

Chico Xavier

'E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas
que não há mal que dure para sempre."

sexta-feira, 29 de março de 2013

VELÓRIOS

Sérgio Ribeiro

Diante do corpo de alguém que demandou a Pátria Espiritual, examina o próprio comportamento, a fim de que não te faças pernicioso, nem resvales pelas frivolidades, que nesse instante devem ser esquecidas.
O velório é um ato de fraternidade e de afeição aos recém-desencarnados que, embora continuem vinculados aos despojos, não poucas vezes permanecem em graves perturbações.
Imantados à organização somática, da qual são expulsos pelo impositivo da morte, que os surpreende com o "milagre da vida", não obstante em outra dimensão, desesperam-se, experimentando asfixia e desassossegos de difícil classificação, acompanhando o acontecimento, em crescente inquietude.
Raras pessoas estão preparadas para entender o fenômeno da morte, ou possuem suficientes recursos de elevação moral a fim de serem trasladadas do local mortuário, de modo a serem certificadas do ocorrido em circunstâncias favoráveis, benignas.
No mais das vezes, atropelam-se com outros desencarnados, interrogam os amigos que lhes vêm trazer o testemunho último aos despojos carnais, caindo, quase sempre, em demorado hebetamento ou terrível alucinação...
Em tais circunstâncias, medita a posição que desfrutas nos quadros da vida orgânica, considerando a inadiável imposição do teu regresso à Espiritualidade.
Se desejares ajudar o amigo em trânsito, cujo corpo velas, ora por ele.
No silêncio a que te recolhes, evoca os acontecimentos felizes a que ele se encontrava vinculado, os gestos de nobreza que o caracterizaram, as renúncias que se impôs e os sacrifícios a que se submeteu... Recorda-o lutando e renovando-se.
Não o lamentes, arrolando os insucessos que o martirizaram, as aflições em rebeldia que experimentou.
O choro do desespero como as observações malévolas, as imprecações quanto às blasfêmias ferem-nos à semelhança de ácido derramado em chagas abertas.
De forma alguma registres mágoas ou desaires entre ti e ele, os vínculos da ira ou as cicatrizes do ódio ainda remanescentes.
Possivelmente ele te ouvirá as vibrações mentais, sem compreender o que se passa, ou sofrerá a constrição das tuas memórias que acionarão desconhecidas forças na sua memória, que, então, sintonizará contigo, fazendo que as paisagens lembradas o dulcifiquem - se são reminiscências felizes - ou o requeimem interiormente - se são amargas ou cruéis - fomentando estados íntimos que se adicionarão ao que já experimenta.
A frivolidade de muitos homens tem transformado os velórios em lugares de azedas recriminações ao desencarnado, recinto de conversas malsãs, cenáculo de anedotário vinagroso e picante, sala de maledicências insidiosas ou agrupamento para regabofes, onde o respeito, a educação, a consideração à dor alheia, quase sempre batem em retirada...
E não pode haver uma dor tão grande na Terra, quanto a que experimenta alguém que se despede de outrem, amado, pela desencarnação!
Sem embargo, o desencarnado vive.
Ajuda-o nesse transe grave, que defrontarás também, quando, quiçá, esse por quem oras hoje seja as duas mãos da cordialidade que te receberão no além ao iniciares, por tua vez, a vida nova...
Unge-te, pois, de piedade fraternal nas vigílias mortuárias, e comporta-te da forma como gostarias que procedessem para contigo nas mesmas circunstâncias.
"Deixai que os mortos enterrem os seus mortos". Lucas: capítulo 9º, versículo 60.
"Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 5º - Item 21, parágrafo 5.
Da obra: Florações Evangélicas.  Joanna de Ângelis. Capítulo 25. Salvador, BA. LEAL

CADÁVERES E FAMA

Sérgio Ribeiro
Pessoas há que transitam no mundo hodierno, aureoladas pela fama a que fazem jus, em razão dos procedimentos elevados e dos labores de edificação que realizam em favor da sociedade.
Outras também existem que permanecem no anonimato, embora as ações de engrandecimento moral que desenvolvem, optando pelo silêncio, não se preocupando com as láureas da glória, nem com os ouropéis da ilusão terrena.
Igualmente se notabilizam aquelas que se fazem verdugos do seu próximo, sendo a sua celebridade decorrente das aflições que infligem, tornando-se lamentavelmente notórias pela crueldade que lhes é peculiar.
Tão logo desencarnam, são comentadas, invejadas, imitadas, transformando-se em modelos para condutas pessoais, pelo menos, por algum tempo, em decorrência do choque e do traumatismo que produz o seu falecimento.
Há pessoas, no mundo das frivolidades, que têm dificuldade para alcançar metas grandiosas e atingir posições que despertem comoção, quais o destaque na comunidade, no poder econômico, político, social...
Borboleteiam em volta daquelas que são focos da atenção geral, buscando imitá-las pelo exterior, copiando-lhes o maneirismo, a caligrafia, os temas de conversação, os tiques e características da comunicação verbal...
Quando desencarnam esses indivíduos, que se tornaram célebres, os seus seguidores estão vigilantes e ansiosos para tomar-lhes o lugar, mesmo que em postura secundária, atirando-se em aguerridas disputas pelos tesouros da aparência, fazendo-se famosos graças aos seus cadáveres...
Não têm por meta o trabalho de construção do bem, que os imitados produziram, mas propõem-se a herdar-lhes a fama, a serem seus substitutos na forma, sem as credenciais superiores de natureza moral, que os tornariam, sem dúvida, seus continuadores.
Engalfinham-se em intrigas odientas, em batalhas verbais ou escritas contra os demais, apontando--os como desejosos de serem os legatários reais, com o objetivo exclusivo de afastá-los do seu caminho, deixando-lhes em aberto o espaço que disputam.
Ao agredir aos outros, exteriorizam o conflito em que se aturdem, receando perder o campeonato da insensatez que perseguem avidamente.
Vestem a capa da humildade, e, através de comportamento fingido, assim como de simplicidade forçada, sem qualquer credencial para aspirar à fama que perseguem, pensam merecer as honrarias da glória fugidia que ambicionam.
Não se dão idéia do ridículo a que se expõem, e malbaratam a excelente oportunidade ao seu alcance para a iluminação interior que postergam.
Para eles é muito difícil assumir o que são, a sua realidade, trabalhando em favor da própria transformação moral para melhor.
Desejam a fama a qualquer preço, embora se recusem pagar o tributo que a mesma exige, em razão de a coroa de que se faz portadora pesar muito, não raro, vergando a cabeça daquele que a ostenta...
...
Luta, porém, para a preservação da tua identidade, sem inveja de ninguém.
És, o que fazes de ti.
Por mais que admires alguém, não o copies pelo exterior, antes aprende as lições de que seja portador, insculpindo-as nos refolhos d’alma, a fim de vivenciares os seus exemplos dignificadores, as suas renúncias grandiosas.
Toma-os como lições vivas e aplica-as no teu comportamento pessoal.
Prossegue, porém, tu mesmo, com as tuas características, as tuas conquistas, os teus valores em contínuo processo de enriquecimento espiritual.
É muito desagradável e perturbadora a dissimulação.
Esforça-te por ser autêntico, por assinalar a tua marcha evolutiva com as tuas realizações pessoais, todas decorrentes das tuas lutas de iluminação, que nascem no pensamento, exteriorizam-se no verbo edificante e se materializam no intercâmbio com todas criaturas.
Como existem aquelas que se preocupam em adquirir fama sobre o cadáver das pessoas notáveis, de alguma forma, outras há, também enfermas, que os elegem como seus líderes, embora o esdrúxulo comportamento que se permitem.
Se abraças o Espiritismo, que te ajuda a discernir e a crescer interiormente, dispões do Modelo da Humanidade, que é o Mestre por excelência, a Quem deves imitar, seguindo-O em todos os teus momentos.
Deixa-te penetrar pelos Seus ensinos e comportamento, buscando copiar-Lhe a conduta, porque Ele, sim, é o Guia que jamais se equivocou.
Quando na Cruz, no instrumento de flagício, ao invés da fuga espetacular ao testemunho, com os braços abertos, afirmou que assim permaneceria a fim de atrair todos ao Seu magnânimo coração.
A Sua vida, que foi uma sinfonia de ações incomuns e libertadoras, continua vibrando na pauta da Natureza e dos séculos, a fim de que todos a ouçam e se deliciem com os seus acordes incomparáveis.
Os cadáveres que anteriormente hospedaram Espíritos nobres ou não, que se notabilizaram no mundo, igualmente decompõem-se como todos os demais, transformando-se em cinza e pó.
Deixa-os no solo de onde se originam e voa com a Essência livre, nimbada de claridades divinas, quando bons e missionários do amor, da caridade, da paz...
A fama sobre cadáveres alcança também aqueles que foram Espíritos ignóbeis, perversos, sanguinários.
A sua é a fama da loucura, das enfermidades que lhes consumiram os corpos.
...
Francisco de Assis, imitando Jesus, despiu-se de tudo para consegui-lo, e não se considerava digno sequer de O amar.
Teresa d’Ávila, para segui-lO, sacrificou-se até a doação total.
... E todos aqueles que Lhe têm buscado a companhia morrem no corpo, a fim de que possam viver com Ele.
A fama, portanto, sobre cadáveres de pessoas notáveis, transforma-se em transtorno de comportamento a caminho da loucura...

Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na reunião mediúnica da noite de 28 de julho de 2003, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)

INIMIGOS

 A palavra traz uma carga negativa impressionante! O inimigo é alguém que desperta em nós os sentimentos mais primitivos: medo, ódio, desejo de vingança.
Diante de um inimigo, as mãos ficam geladas, o coração bate forte, o sangue pulsa nas têmporas. E a pergunta surge: Como agir? O que fazer?
A resposta a essa pergunta foi dada pelo Cristo: Ama o inimigo, ora pelos que te perseguem.
Mas, nós, que somos pessoas comuns, costumamos reagir a esse conselho de Jesus.
E nos perguntamos: Amar o inimigo? Fazer o bem a quem nos feriu e maltratou?
E, em geral, concluímos: Impossível. Para nós, a expressão "Amar o inimigo" parece uma utopia.
Em alguns casos, até somos irônicos: "Esse ensinamento de Jesus não é para nós. Ainda somos muito imperfeitos."
O que acontece é que não entendemos corretamente o significado da palavra "amar", quando se aplica ao inimigo.
Jesus era um sábio. Ele conhecia profundamente a alma humana. Você acha que Ele iria sugerir algo que não seríamos capazes de fazer?
Claro que não! Todas as sugestões de Jesus são perfeitamente possíveis. Por isso vamos examinar melhor essa questão do amor ao inimigo?
A primeira coisa é entender o que significa a expressão "amar o inimigo."
Com essas palavras, Jesus apenas nos convida a perdoar quem nos fez mal. Ou, no mínimo, apela para que não busquemos a vingança.
Parece difícil? Nem tanto. Vamos falar de forma prática.
Se alguém tem um inimigo, em geral, qual é a atitude que adota?
A maioria das pessoas mantém o inimigo permanentemente em seus pensamentos.
Não consegue pensar em nada, além da pessoa odiada.
E assim a vida segue. Quem odeia mantém-se escravo do inimigo.
Faz as refeições, dorme, acorda, trabalha e vive constantemente em meio a esse sentimento de rancor, alimentando desejos de vingança.
Parece ruim? Pois é exatamente o que fazemos: deixamos o inimigo comandar a nossa vida. Tornamo-nos escravos daqueles que odiamos.
Por isso a sabedoria da proposta de Jesus, que é a libertação dos laços que nos prendem aos inimigos.
Perdoar é mais fácil. Deixa a alma mais leve, o corpo mais saudável, as emoções sob controle.
Quando o Cristo pronunciou a expressão "amar o inimigo", na verdade, ofereceu um caminho de equilíbrio e de serenidade.
É claro que o Cristo não espera que tenhamos pelos inimigos o mesmo amor que dedicamos à família e aos amigos.
Jesus quer apenas que afastemos de nosso coração a mágoa, a infelicidade, o ódio e o desejo de vingança.
Por isso Ele aconselhava: Orem pelos que vos ofendem.
E nessas preces, pedi a Deus que vos dê forças para superar a ofensa vivida.
Pedi também a Deus que vos ofereça oportunidade de ser útil àquele que vos feriu.
Se essa oportunidade surgir, não deixemos passar a chance de sermos úteis e bons. Gestos desse tipo fazem nascer na alma o sentimento de superação, de etapa vencida.
É um momento único, encantador.
Pensemos nisso!

Equipe de Redação do Momento Espírita.

Desarmonia no perispírito

• Sabemos todos que o perispírito:
• É preexistente e sobrevivente à morte do corpo material, transmitindo suas vontades ao corpo físico e as impressões do corpo físico ao espírito;
• Que o envoltório carnal se modela e as células se agrupam de acordo com a forma perispiritual;
• Que as qualidades ou defeitos, faltas, abusos e vícios de existências passadas registrados no perispírito reaparecem no corpo físico como enfermidades e moléstias.
• Inúmeras almas já renascem “adoecidas”, ou seja, com os componentes psíquicos enfermiços. Em grande parte dos casos, o componente inicial desta enfermidade é a falta de auto-amor.
• O amar a si mesmo ainda é uma lição que todos temos de aprender. Muitas reencarnações têm por objetivo precípuo restabelecer o desejo de viver e recuperar a alegria de sentir-se em paz. Uma conseqüência da falta do auto-amor é a depressão.


Autor: José Carlos Pereira Jotz

quinta-feira, 28 de março de 2013

Sintonia

Sintonia é uma palavra que explica muitos fatos do nosso mundo visível mas, sobretudo, do mundo invisível.
Nossa vida mental e emocional, por exemplo. é fortemente condicionada pela sintonia que mantemos.
Nossos pensamentos não estão trancafiados dentro de nós. Eles se imprimem nos fluidos que nos cercam - pois o Fluído Universal é o seu meio de propagação, como Espíritos encarnados e desencarnados impregnam todos os ambientes.
Graças à capacidade de sintonia do pensamento, todos nós somos sensíveis aos fluidos que nos rodeiam, mas sua ação é a mesma sobre todas as pessoas.
Alguém que passe os dias envolto em idéias negativas sintonizará, entre os fluidos ambientes, aqueles que estão mais de acordo com a natureza de seus pensamentos e emoções. Uma pessoa alegre, otimista e afetuosa é mais resistente às influências negativas que alguém irritado e pessimista.
Como não somos apenas receptores mas, principalmente, fontes de pensamentos e emoções, nossa atitude interna pode nos transformar, ao mesmo tempo, numa influência positiva ou negativa para outras pessoas e Espíritos presentes.
O contato com indivíduos cujos sentimentos predominantes são o amor e a alegria, causa prazer devido à troca de fluídos saudáveis, e podemos sentir isto intuitivamente, mesmo quando desconhecemos o processo da sintonia.

Por Luz da Existência Kardecista
RITA FOELKER

quarta-feira, 27 de março de 2013

Carta de um Irmão Espiritual

Além da vida
Fui designada a repassar essa carta com rápidos conselhos aos irmãos encarnados, que os fraternos na escola terrestre possam meditar nos lírios em forma de letras que vos são encaminhados por esse amoroso Irmão espiritual que, por questões de ética da própria consciência resolvera ocultar sua identidade sob o nome de “Irmão KA de Lyon”; nas palavras do irmão seguem doces conselhos com caridade.
Que possais estudar a Codificação à Luz excelsa da Caridade em todo momento. Que a mensagem despretensiosa possa tocar os corações amigos, no ideal da Caridade. Estamos convosco!
Fiquemos na benção de Jesus, em nome de Deus.
Anne Sofia – Irmã espiritual
27 de março de 2013 – Campina Grande/PB

Carta de um Irmão Espiritual

Hoje em dia, quando vejo-me aqui no mundo invisível e recordo-me quão difícil fora o prosseguimento do ideal enobrecedor a que fiz parte, em nome do progresso das luzes, há tempos verifico que grandes mudanças ocorrem. Devido a isso, resolvi escrever-vos algumas rápidas palavras.
Vejo-me nas regiões da Luz e do Amor, e meu grande Irmão de última existência nos quadros do Orbe, dissera-me que experimentaria grande alegria em ver a doutrina propagar-se, bem compreendida e praticada.
Ao regressar aos espaços e deparar-me perante Irmãos de grande hierarquia espiritual, com suas beneméritas boas vindas, senti-me muito feliz; mas pensei logo em voltar e contribuir mais. Então fiquei calmo e silenciei em prece, sabendo sempre que Deus é Criador de Infinito Amor e Sabedoria. Ele sabe o que faz eternamente, pois Ele é o Eterno Sábio-Amor.
Amar o próximo como a si mesmo e querer para ele o que se quereria para si mesmo; tal é a lei. O melhor que podemos fazer é esperar com confiança na Providência Divina e, lembrarmos que tudo segue à imperativos de progresso no seu devido tempo.
A Filosofia Espírita propaga-se com grande velocidade e, o que parece ser pouco é um grande avanço; mas tende a ascender, o tempo passa e ponho minha total confiança em Deus. Tenho total convicção que os Obreiros do Senhor estão em toda parte, seguindo sempre desde o meu desvincular provisório dos liames da Terra.
Já fomos notificados em vários momentos e por vários irmãos, em diversas reuniões dos espaços e da Terra que passarão muitas coisas que ocorrem no mundo. Que o Consolador da Humanidade ganhará força no seio das massas como fora anunciado. As civilizações aflitas clamam consolação e os que pedem por esclarecimento o terão, como fora prometido. Vossas indagações serão respondidas e o Consolador está presente, pois o tempo da consolação e do esclarecimento chegaram.
Bem aventurados os que sofrem, porque serão consolados;
Bem aventurados os que têm fome e sede de Justiça, pois que serão saciados. O tempo da justiça é chegado. A doutrina da reencarnação vem mostrar-vos o verdadeiro sentido da vida e vos dá fé inabalável.
O Espírito de Verdade vos diz: Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; Instruí-vos, eis o segundo.
Amai-vos! com tal amor desinteressado, com que Ele aconselha;
Instruí-vos na santa doutrina consoladora que aniquila o medo do desconhecido, que vos mostra a origem e destino dos seres, só ela é luz que faz às trevas do egoísmo, do orgulho e da vaidade desaparecerem.
Amai-vos uns aos outros e conhecereis a verdade e ela vos fará livres, afirmou Jesus, o Cristo de Deus.
Aos irmãos que passam por mais um estágio na grande escola da vida, nessa esfera chamada Terra, que é morada santa de indefinidos seres em evolução, que estudem a doutrina que consola dos Espíritos do Senhor, as Grandes vozes do Céu; viveis mergulhados no balsamo do amor e da justiça.
Oremos, irmãos! Os tempos chegaram e tendem ao progresso na Caridade e no Conhecimento.
As revoltas que ocorrem na esfera terrestre, até mesmo em nome de Deus e do Cristo, passarão... como fora anunciado, que elas representam para vós motivo de queda nos desfiladeiros do materialismo e da descrença. O horrível medo do nada desaparece gradualmente com o progresso e no bem comum.
Crede-me! Em nome do Amor, passarão... só então surgirá o mundo resplandecente da Caridade e da Humildade.
Instruí-vos na preciosa doutrina dos Espíritos e, vereis que o mundo velho passou e os vestígios que ainda restam serão varridos pelo sopro renovador do progresso das ciências.
Vibremos paz e amor, pois o mundo exterior só terá amor e paz, se começarmos pelo nosso mundo moral; saibamos que a grande Transição já ocorre desde há muito nas plagas iluminadas das regiões siderais.
Oremos, trabalhemos, estudemos e cooperemos com amor perante a vida e à reencarnação.
Amai-vos e instruí-vos! O Espiritismo é o Consolador prometido, doutrina de fé raciocinada e baluarte da Caridade, em nome de Deus.
E preparemo-nos para aurora feliz do mundo que já vem.

Irmão Ka de Lyon
27 de março de 2013 – Campina Grande /PB

A dor que não redime

Sérgio Ribeiro
Na extensa fila de recém-desencarnados, à espera de uma definição quanto ao seu futuro, dois Espíritos conversavam sobre suas experiências.
– Fui casado, deixei esposa e dois filhos.
– Interessante, eu também.
– Tive câncer no estômago.
– É muita coincidência. Foi o mal que me matou.
– Então sabe como é sofrido esse final de existência.
– Nem me fale!
– Lutei por três anos contra a doença, submetendo-me a tratamentos diversos.
– Sei bem o que é isso. Também penei por três anos.
– Desencarnei relativamente novo, com apenas 63 anos.
– Parece brincadeira! E o cúmulo da coincidência, porquanto também estou retomando nessa idade.
– Incrível! Duas biografias idênticas!
– E verdade. Não sei para onde vamos mas, certamente, estagiaremos no mesmo lugar, que há de ser bom. Jesus ensinava que os sofredores estão destinados ao Céu.
– Deus o ouça!
A fila andou. Viram-se os gêmeos nas dores diante de São Pedro, na portaria do Além.
Após examinar detidamente a ficha do primeiro, o porteiro celeste o convidou a tomar o elevador sideral e subir para o Céu.
O segundo, animado, preparou-se para idêntico destino.
Para sua surpresa, o santo determinou:
– O elevador irá para baixo, levando-o ao purgatório.
O condenado logo reclamou:
– Creio haver um engano. Meu companheiro tem ficha absolutamente idêntica à minha. Sofreu o mesmo que eu e foi para o Céu.
São Pedro, imperturbável, informou:
– Sim, mas há um detalhe. Ele nunca reclamou.
Esta pequena alegoria ilustra a afirmativa do Espírito Lacordaire, no item 18:
... Poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem induzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus.
Atenção, leitor amigo!
O mentor espiritual está dizendo com todas as letras que não basta sofrer para habilitar-se a futuro feliz.
É preciso sofrer com finesse, sem murmúrios, sem queixas, sem revolta nem desespero.
Um confrade teve grave infecção que lhe provocou pústulas da cabeça aos pés.
O médico lhe explicou tratar-se de um processo natural e saudável, embora doloroso. O corpo estava expelindo impurezas, depurando-se.
Além da medicação específica, recomendou-lhe rigoroso regime, evitando certos alimentos que provocariam recrudescimento dos sintomas, dificultando a recuperação.
Espiritualmente falando, há enfermidades que guardam função semelhante.
Depurativos da alma são válvulas de escoamento de impurezas espirituais. Põem para fora os desajustes que provocamos com comprometimentos morais em existências anteriores.
Para que nos recuperemos sem delongas, é fundamental o regime espiritual, evitando sentimentos negativos, expressões de revolta e inconformação, que recrudescem o mal sem reduzir o desajuste.
Geram dores que não redimem.
Apenas prolongam nossos padecimentos.
A propósito do assunto, diz o assistente Silas, no livro Ação e Reação, de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier:
Quando a nossa dor não gera novas dores e nossa aflição não cria aflições naqueles que nos rodeiam, nossa dívida está em processo de encerramento.
Muitas vezes, o leito de angústia entre os homens é o altar bendito em que conseguimos extinguir compromissos ominosos, pagando nossas contas, sem que o nosso resgate a ninguém mais prejudique.
Quando o enfermo sabe acatar os Celestes Desígnios, entre a conformação e a humildade, traz consigo o sinal da dívida.
Imaginemos o paciente revoltado, neurótico, conturbando o relacionamento familiar, criando confusão, e teremos uma idéia sobre o assunto.
Não está resgatando dívidas. Apenas as amplia, infernizando os familiares.
Quando ocorre seu falecimento, amigos que conhecem o drama confortam a família:
– Finalmente sossegou...
O respeito humano os impede de completar:
– ...e lhes deu sossego!
O pior é que nem sempre isso acontece.
O doente impertinente, agitado, converte-se em alma penada, que, não raro, continua a perturbar os familiares.
Conversei certa feita com um Espírito que se mostrava indignado com o comportamento dos filhos:
– São uns ladrões! Arranjaram uma procuração falsa e estão apossando-se de meus bens.
Não percebeu que havia morrido e que os filhos efetuavam o inventário.
Outro reclamava, revoltado:
– Minha esposa está traindo-me no meu próprio lar!
Igualmente ignorante de seu estado desencarnado, não percebeu que a esposa, após cinco anos de viuvez, casara-se em segundas núpcias.
Diga-se de passagem, leitor amigo, foi uma demonstração de coragem.
Casar-se novamente, após comer o pão que o diabo amassou com um marido desse naipe, é mesmo o triunfo da esperança sobre a experiência!
Se queremos ficar em paz no Além, é preciso cultivar a paz aqui, principalmente nas cobranças cármicas, evitando, com todas as forças da alma, que indesejável rebeldia imponha sofrimentos desnecessários aos familiares.
Ante a certeza de que um dia fatalmente retornaremos ao Mundo Espiritual, um ideal deveria nortear-nos a existência:
Sejamos lembrados como alguém que enfrentou com dignidade sua provação, sem lamúrias, sem rebeldia.
Sobretudo, sem impor sofrimentos indevidos aos familiares, comprometedores para nós.

Richard Simonetti
Livro: Bem aventurados os aflitos.

Reconciliação e Prece

Sérgio Ribeiro
A vida moderna, cheia de sons e imagens, não favorece o recolhimento necessário à prece. É certo que podemos orar em quaisquer circunstâncias, sobretudo nas situações difíceis que vivenciamos ou apenas observamos – um acidente, por exemplo –, o que certamente facilitará a ajuda material e espiritual (esta sempre presente) em tais ocasiões.
A elevação do pensamento ao Alto em horas determinadas, quando do despertar, pela manhã, antecedendo o repouso noturno, ou antes de qualquer tarefa ou decisão mais grave, constitui abençoada rotina que nos harmoniza e fortalece para o bem.
O ressentimento, ou seja, a mágoa por uma ofensa ou mal recebidos de outrem, normalmente acompanhada de animosidade contra uma ou mais pessoas, constitui atitude prejudicial, que devemos evitar ou suprimir de nosso íntimo a benefício de nós mesmos, de vez que ela nos expõe à sintonia com as correntes negativas do desânimo, da agressividade e até da descrença, tão presentes em nossa psicosfera de mundo de expiação e provas.
Jesus, ao falar sobre a prece, foi categórico quanto à necessidade do perdão e da busca de reconciliação, utilizando-se, para facilidade dos ouvintes, dos hábitos da época (altar, oferendas): “Portanto, se estais para apresentar a vossa oferenda ao altar, e então vos lembrardes de que vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, deixai a vossa oferta aos pés do altar, e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, depois voltai para fazer a vossa oferta.” (Mateus, 5: 23 e 24). Fica evidente que a reconciliação com aqueles contra os quais temos animosidade é prioritária para os nossos interesses espirituais.
O Espiritismo, como faz com inúmeras outras passagens do Evangelho, amplia o nosso entendimento acerca dessa questão, permitindo-nos observar, além de seu lado psicológico (irritação, abatimento), sua dimensão espiritual representada pela sintonia, acima referida, com correntes mentais de teor negativo e simultânea dificuldade, que então se estabelece, para a influenciação positiva de nossos benfeitores espirituais que, embora desejosos de nos auxiliar, sugerindo-nos pensamentos de paz, bom-ânimo e alegria, respeitam invariavelmente a nossa liberdade de escolha quanto ao que manter em nosso mundo íntimo.
É certo que o ressentimento, com seu cortejo de impressões negativas, nos desequilibra e perturba, acrescentando sobrecarga inútil à nossa marcha. Sabemos, contudo – e a Doutrina Espírita nos mostra isto com clareza –, que buscando recompor-nos sob o amparo da razão, será sempre possível alijá-lo, afastando-o, de início, mediante a preocupação com o trabalho e outros compromissos de nosso dia-a-dia.
Depois, buscando a efetiva reconciliação, para o que será muito útil o emprego da oração em favor de nossos adversários ou desafetos, o que, com o tempo, nos ajudará a percebê-los como irmãos nossos, que verdadeiramente são, mas que não pensam como nós e estagiam em patamar diferente de entendimento, merecedores, sempre e sem que isso implique em abrirmos mão do que nos parece justo e correto, de nosso respeito e ajuda fraternal.
“O Evangelho segundo o Espiritismo” (capítulo 10, itens 7 e 8).

terça-feira, 26 de março de 2013

Grande cabeça

O Dr. Abelardo Tourinho era, indiscutivelmente, verdadeira águia de inteligência.
Advogado de renome, não conhecia derrotas. Sua palavra sugestiva, nos grandes processos, tocava-se de maravilhosa expressão de magnetismo pessoal. Seus pareceres denunciavam apurada cultura.
Qual cientista isolado no laboratório para descobrir uma combinação química, Abelardo se mantinha, horas e horas, no gabinete particular, surpreendendo as colisões das leis humanas entre si.
Não obstante o talento privilegiado, caracterizava-se, contudo, por traço lamentável. Não vacilava na defesa do mal, diante do dinheiro. Se o cliente prometia pagamento farto, o causídico torturava decretos, ladeava artigos, forçava interpretações e acabava em triunfo espetacular.
Chamavam-lhe "grande cabeça" nos círculos de convivência comum.
Temiam-no os colegas de carreira, que lhe não regateavam respeito e consideração.
Penetrando o "fórum", provocava movimentos de singular interesse. Retraiam-se os companheiros, enquanto os serventuários se atropelavam a fim de atendê-lo no que desejasse.
O Doutor Abelardo era sempre requisitado a serviços inadiáveis, em razão da nomeada fulgurante. Devia ser ouvido antes dos outros.
Muita vez, foi convidado a atuar, em posição destacada, nas esferas político-administrativas; entretanto, esquivava-se, maneiroso. Que representavam as singelas gratificações dum deputado, em confronto com os honorários que lhe cabiam? Verdadeiras bagatelas. Seus clientes escorcháveis eram sempre numerosos. Sua banca era freqüentada por avarentos transformados em sanguessugas do povo, por negociantes inescrupulosos ou por criminosos da vida econômica, detentores de importante ficha bancaria.
Abelardo nunca foi visto lutando em causa humilde, defendendo os fracos contra os poderosos, amparando infortunados contra os favorecidos da sorte..
Afirmavam não se interessar em questões pequenas.
- Grande cabeça! – asseveravam todos os conhecidos, sem restrições.
Alguém havia, porem, que acompanhava o grande interprete da lei, sem elogios precipitados.
Era sua mãe, nobre velhinha cristã, que o alertava, de quando em quando, com sinceridade e amor.
- Abelardo, meu filho – costumava dizer-lhe, prudentemente -, não te descuides na missão do Direito. Não admitas que a idéia de ganho te avassale as cogitações. Creio que a tarefa da justiça terrestre é muito delicada, alem de profundamente complexa. Ser advogado, quanto ser juiz é difícil ministério da consciência. Por vezes, observo-te as inquietações na defesa dos clientes ricos e guardo apreensões justas. Não te impressiones pelo dinheiro, meu filho! Repara, sobretudo, o dever cristão e o bem a praticar. Sinto falta dos humildes, em derredor de teu nome. Ouço os aplausos de teus colegas e conheço a estima que desfrutas, no seio das classes abastadas, mas ainda não vi, em teu circulo, os amigos apagados de que Jesus se cercava sempre. Nunca pensaste, Abelardo, que o Mestre Divino foi advogado da mulher infeliz e que, na própria cruz, foi ardoroso defensor dum ladrão arrependido? Creio que o teu apostolado é também santo...
O eminente homem da legalidade meneava a cabeça, em sinal de desacordo, e respondia:
- Mãezinha, os tempos são outros. Devo preservar as conquistas efetuadas. Não posso, por isso, satisfazer-lhe as sugestões. Compreende a senhora que o advogado de renome necessita cliente à altura. Alias, não desprezo os mais fracos. Tenho meu gabinete vasto, onde dou serviço a companheiros iniciantes, junto aos quais os menos favorecidos do campo social encontram os recursos que reclamam...
- Oh! Meu filho – retrucava a senhora Tourinho, afetuosa -, estimaria tanto ver-te a sementeira evangélica!...
O advogado interceptava-lhe as observações, sentenciando:
- A senhora, porém, necessita compreender que não sou ministro religioso. Não devo ligar-me a preceituação estranha ao Direito. E é tão escasso o tempo para a leitura e analise dos códigos que me não sobra ensejo para estudos do Evangelho. Ao demais – e fazia um gesto irônico -, que seria de meus filhos e de mim mesmo se apenas me rodeasse de pobretões? Seria o fim da carreira e a bancarrota geral.
A genitora discutia, amorosa, fazendo-lhe sentir a beleza dos ensinamentos cristãos, mas Abelardo, que se habituara aos conceitos elogiosos de toda gente, não ser curvava às advertências maternas, conservando mordaz sorriso ao canto da boca.
Se ele fosse amigo sincero dos afortunados da vida, personificando um conselheiro caridoso, nenhum delito lhe assinalaria a atitude individual; no entanto, o causídico famoso abeirava-se dos abastados, explorando-lhes as paixões e agravando-lhes o desequilíbrio facial, anestesiando a consciência de qualquer modo. Iludira-se com a opinião pública que o considerava "grande cabeça" e colocou todas as possibilidades de sua vigorosa inteligência a serviço das aquisições menos dignas.
A experiência terrestre, contudo, foi passando, devagar, como quem não sentia pressa em revelar a eternidade da vida infinita.
A Senhora Tourinho regressou à espiritualidade, muito antes do filho, persistindo, entretanto, na mesma dedicação, inspirando-o e ajudando-o, através do pensamento.
Abelardo, todavia, jamais cedeu. Sentia-se a suprema cabeça em seu círculo, com a ultima palavra nos assuntos legais.
E foi assim que a morte o recolheu, envolvido em extensa rede de compromissos.
Muito tarde, compreendeu o antigo lidador do Direito as tortuosidades perigosas que traçara para si mesmo.
Muito sofreu e chorou nos caminhos novos.
Não conseguia levantar-se, achava-se caído, na expressão literal.
Crescera-lhe a cabeça enormemente, subtraindo-lhe a posição de equilíbrio normal. Colara-se à terra, entontecido e freqüentemente atormentado pela vítimas ignorante e sofredoras.
A devotada mãezinha visitava-o, variadas vezes, administrando os socorros ao seu alcance.
Os anos, no entanto, deslizavam rápidos, sem que a Senhora Tourinho lograsse resultados animadores.
Prosseguia o penitente, na mesma situação de imobilidade, deformação e sofrimento.
Reparando, certa feita, a ineficácia de seus carinhos, trouxe um elevado orientador de almas à paisagem escura.
Pretendia um parecer, a fim de reformar diretrizes de ação.
O prestimoso amigo examinou o paciente, registrou-lhe as pesadas vibrações mentais, pensou, pensou e dirigiu-se à abnegada mãe, compadecido:
- Minha irmã, o nosso amigo padece de inchação da inteligência pelos crimes cometidos com as armas intelectuais. Seus órgãos da idéia foram atacados pela hipertrofia de amor-próprio. Ao que vejo, a única medida capaz de lhe apressar a cura é a hidrocefalia no corpo terrestre.
A nobre genitora chorou amargurada, mas não havia remédio senão conformar-se.
E, daí a algum tempo, pela inesgotável bondade do Cristo, Abelardo Tourinho podia ser identificado por amigos espirituais numa desventurada criança do mundo, colada a triste carrinho de rodas, apresentando um crânio terrivelmente disforme, para curar os desvarios da "grande cabeça".
Francisco Cândido Xavier - Pelo espírito Irmão X.

segunda-feira, 25 de março de 2013

REFLEXÕES

À hora habitual das instruções, na reunião da noite de 20 de maio de 1954,fomos honrrados com a visita do grande instrutor que conhecemos por frei Pedro de Alcantra,animador de nossos estudos
 e tarefas, desde a primeira hora de nossa agremiação,e que apesar de sua elevada hierarquia na vida superior,
não desdenha o socorro aos irmãos em sofrimento, inclusive a nós
mesmos, insignificantes aprendizes da verdade. (1)
Com a sabedoria que lhe é peculiar, em sua mensagem psicofônica inclinamos
à responsabilidade e à meditação, para que saibamos valorizar o tempo e o serviço como empréstimos do Senhor.
Filhos, clareando consciências alheias, defendamo-nos contra a dominação das
trevas.
— «Vem e segue-me!» — diz o Senhor ao Apóstolo.
 Frei Pedro de Alcântara foi contemporâneo da grande mística
espanhola Teresa d’Ávila e, tanto quanto ela, é venerado na Igreja Católica.Nota do organizador.
— «Levanta-te e anda!» — recomenda Jesus ao paralítico.
Para justos e injustos, ignorantes e sábios, o chamamento do Cristo é pessoal e intransferível.
O Evangelho é serviço redentor, mas não haverá salvação para a Humanidade sem a salvação do homem.
No mundo, é imperioso refletir algumas vezes na morte para que a existência não nos seja um ponto obscuro dentro da vida,
 porque o Espírito desce à escola terrena para educar-se.
 Dia a dia, milhares de criaturas retornam à Pátria Espiritual.
Esse caiu sob o fio da espada, aquele tombou ao toque de balas mortíferas.
Alguns expiram no conforto doméstico, muitos partem do leito rijo dos hospitais.
Todos imploram luz, mas, se não fizeram claridade em si mesmos, prosseguem
à feição de caravaneiros ocultos na sombra.
Não valem títulos do passado, nem exterioridades do presente.
Esse deixou o ouro amontoado com sacrifício.
Aquele renunciou ao consolo de afeições preciosas.
Outro abandonou o poder que lhe não pertencia.
Aquele outro, ainda, foi arrancado à ilusão.
Quantas vezes examinais conosco essas pobres consciências em desequilíbrio que a ventania da renovação vergasta no seio da tempestade moral!...
É por isso que, sob a invocação do carinho e da confiança, rogamos
considereis a estrada percorrida.
Convosco brilha abençoada oportunidade.
O Espiritismo é Jesus que volta ao convívio da dor humana.
Não sufoqueis a esperança na corrente das palavras. Emergi do grande mar da pertubação para o reajuste indispensável!
Não julgueis para não serdes julgados, porque seremos medidos pelo padrão que aplicarmos à alheia conduta.
Ninguém sabe que forças tenebrosas se congregaram sobre as mãos do assassino.
Ninguém conhece o conteúdo de fel da taça que envenenou o coração arremessado ao grande infortúnio.
O malfeitor de hoje pode ser o nosso benfeitor de amanhã.
Desterrai de vossos lábios toda palavra de condenação ou de crítica!...
Desalojai do raciocínio e do sentimento toda névoa que possa empanar a luminosa visão do caminho.
Somos chamados ao serviço de todos e a nossa inspiração procede do Senhor,que se converteu em escravo da humanidade inteira.
Filhos, urge o tempo.
Sem o roteiro da humildade, sem a lanterna da paciência e sem a bênção do trabalho,não alcançaremos a meta que nos propomos atingir...
Quão fácil mandar, quão difícil obedecer!
Quanta simplicidade na emissão do ensinamento e quanto embaraço na disciplina aos próprios impulsos!...
Jesus ajudou...
Duas grandes e inesquecíveis palavras bastam para cessar a revolta e congelar- nos qualquer ansiedade menos construtiva.
Se Jesus ajudou, por que haveremos de perturbar?
Se Jesus serviu, com que privilégio exigiremos o serviço dos outros?
Reunimo-nos hoje em velhos compromissos.
Digne-se o Senhor alertar-nos na reconstituição de nossos destinos.
Não vos pedimos senão a dádiva do entendimento fraterno, com aplicação aos príncipios que esposamos, reconhecendo a insignificãncia de nossas própias almas.
Somos simplesmente um amigo.
Não dispomos de credenciais que nos assegurem o direito de exigir, mas rogamos observeis os minutos que voam.
Desdobrar-se-ão os dias e a perda de nossa oportunidade diante do Cristo pode pode ser também para nós mais distância,mais saudade e mais aflição...
Não aspiramos para nós outros senão à felicidade de amar-vos, desejando-vos a beleza e a santidade da vida.
Aceitamos nosso trabalho e nossa lição. Quem foge ao manancial do suor,costuma encontra o rio das lágrimas.
Aqueles que não aprendem a dar de si mesmos não recolhem a celeste herança que nos é reservada pelo senhor.
Filhos de nossa fé, urge o tempo!
Isso equivale dizer que a cessação do ensejo talvez não tarde.
Façamos luz na senda que nos cabe percorrer.
Retiremo-nos do nevoeiro.
Olvidemos o passado e convertamos o presente em glorioso dia de preparação do futuro!...
E que Jesus, em sua infinita bondade, nos aceite as súplicas, revigorando-nos o espírito no desempenho dos deveres com quem fomos honrados,à frente de seu incomensurável amor.

Chico Xavier-Pedro Alcântara

domingo, 24 de março de 2013

SIAMESES E REENCARNAÇÃO

Sérgio Ribeiro 
Os chamados xifópagos, conhecidos a nível popular como gêmeos siameses, são aqueles que apresentam seus corpos unidos por um segmento físico. Comumente se observa o uso indevido do termo xipófago, ao invés da designação correta xifópago.
A nomenclatura provém de xifóide, que é o apêndice terminal do osso esterno (com s), situado na frente do tórax, onde se unem as costelas, isto porque muitos dos xifópagos estudados eram unidos por esta parte do corpo. As ligações (físicas) podem se efetuar por diversos órgãos ou segmentos corporais, inclusive inviabilizando a gestação ou a sobrevivência de ambos os recém-natos.
Nas situações onde duas entidades espirituais se ligam à esfera espiritual materna e, posteriormente, ao fluido vital do óvulo ocorrendo a fecundação, o óvulo fecundado (zigoto), sob a influência de duas energias espirituais diferentes, tende a se bipartir. No início da embriogênese, quando o ovo inicia sua multiplicação, há, pela presença de dois espíritos, a separação em duas células, que desenvolverão dois organismos filhos.
No processo normal, quando há duas entidades espirituais ligadas ao ovo (óvulo fecundado), a dita separação determina o surgimento de gêmeos univitelineos (idênticos). No entanto, no caso dos xifópagos, permanecem unidos durante a gestação, originando a ligação física entre os dois corpos.
Ligação esta que pode se efetuar, inclusive, por órgãos vitais, impossibilitando a intervenção cirúrgica, especialmente em determinadas áreas do planeta onde os recursos são ainda rudimentares na área médica.
Do ponto de vista da ciência espírita, temos a informação de que as pessoas se vinculam energeticamente às outras pela sua postura mental. Há casos, onde esta fixação atinge níveis patológicos de ligação e intercâmbio energético-vibratório.
Espíritos que se odeiam mutuamente, por exemplo, mantém um fluxo de energia entre si prendendo-se reciprocamente.
Em muitas circunstâncias, não há possibilidade, a curto ou mesmo a médio prazo, de se dissolver estas ligações para a recuperação psíquica dos envolvidos. À medida que os anos passam, a imantação se acentua, atingindo níveis graves de comprometimento do corpo astral (perispírito) de ambos.
A anestesia temporária, pela terapia da reencarnação, poderá servir de impulso renovador na reconstituição da normalidade.
Considerando sempre que OS PAIS SÃO CO-PARTÍCIPES do processo, os vínculos comuns do pretérito é que os levam a vivenciar esta situação. Não são, portanto, vítimas inocentes de uma lei natural injusta e arbitrária. O reencontro comum pelas afinidades que os atraem, por sintonia energética, nada mais é que o merecimento ou lei natural de causa e efeito a qual se opera automaticamente.
Inimigos que estabelecem vínculos expressivos e desequilibrantes, retornam juntos e unidos. Não conseguem se separar, jungidos pelo laço extra físico que se expressará pela equivalente ligação biológica.
Em outros casos, por exemplo, obsessões de naturezas diversas onde a dupla se realimenta por vias anormais, e mútuas, só a drenagem para a periferia física dessa ligação extrafísica, poderá facilitar o rompimento energético estabelecido. Renascem então, ligados.
A visão espiritual do processo, além de poder contribuir cientificamente em um futuro próximo, para a compreensão da gênese do problema, serve, desde já, também, para alertar com relação às consequências das fixações monoideísticas desequilibradas.
A terapia da prece, no sentido da doação energética, é o recurso ideal e indispensável para suavizar as dores, bem como para apontar soluções. Soluções que em futuro próximo para eles (xifópagos) se descortinará: A reconciliação, levando a união pelo vínculo normal e saudável do amor...

Por: Dr. Ricardo di Bernardi
Médico homeopata geral e pediatra. Presidente da Assoc. Médico-Espírita de Santa Catarina. Articulista espírita, palestrante e autor de diversos livros.
(Maiores detalhes no livro 'Gestação, Sublime Intercâmbio')

Antes da Desencarnação

Não esperes os "sinais da morte" em aproximação para que penses nos programas nobilitantes da vida, que não foram executados. Nem constranjas os outros, à hora final, com as confissões de "alívio da consciência" para que consigas uma entrada tranqüila no país do além-túmulo... É muito generalizada a crença de que no instante da despedida se dissipam mágoas e azedumes sob o encantamento mágico da desencarnação, mediante acordos improcedentes...
Muitos moribundos que dispõem de voz, antes do grande coma, arrolam despedidas e acenam adeuses, apresentando as "últimas vontades" com as quais se vinculam, após a partida, aos que se acumpliciaram em atendê-los, alongando a enfermidade nos tecidos sutis do perispírito e gerando delicados processos de obsessão pertinaz nos que ficaram.
Alguns que não puderam expressar os pensamentos atormentantes do leito de agonias, remoem-se nos arrependimentos e tartamudeiam mentalmente o quanto gostariam de ter feito, tardiamente, porém...
Outros mais, ante a mensagem-aviso desencarnatório preparam-se apressadamente, para desanuviarem a mente sombreada de remorsos, expondo os erros em que incidiram e rogando perdão... Todavia, em recuperando a saúde por impositivo de continuação das lutas na forma física, retornam aos velhos sítios onde se compraziam, recomeçando, ávidos, o comércio com a loucura a que se reentregam...
A máquina funciona com eficiência enquanto a engrenagem se demora em harmonia. Desengonçada, emperra, com prejuízo para a produção.
Vigorosos cabos sustentam pesos colossais ao império da estrutura bem elaborada. Enfraquecidos pelo uso, perdem a finalidade, ameaçando a segurança.
Instrumentos sensíveis colaboram eficazmente para elaborações nobres. Desajustados levemente, tornam-se danosos a qualquer cálculo e realização.
Todas as peças do engenho humano gozam de um período hábil de utilidade, depois do que não merecem confiança. Algumas alongam o prazo da previsão. Outras, reparadas, servem mais demoradamente. Nunca, porém, com o vigor de que dispunham ao ser produzidas.
Também o corpo, também a oportunidade da reencarnação.
"A nossa vida passa rapidamente", afirma o Salmista.
Produze, pois, quanto possas durante o tempo em que podes.
Amanhã serão diferentes as circunstâncias de tempo, modo e lugar...

Movimenta a máquina físico-mental sob o beneplácito da saúde fazendo o melhor ao teu alcance. Retornando da enfermidade serão menores as probabilidades de êxito.
Apazigua a consciência reparando, com o bem, os males praticados, enquanto caminhas com os ludibriados pela tua incúria.
Resolve as tuas dificuldades nos dias de vigor da experiência carnal, evitando transferir para os outros os malogros em que demorastes por imprevidência.
Mesmo que te tranqüilizes aparentemente por transferência de responsabilidade para outrem, despertarás, após a viagem, como és, com o que tens, como agiste durante o período previsto para a tua finalidade pelo Excelso Concessionário.
O Evangelista Lucas, no versículo 2 do Capítulo 16, narrando a Parábola do Mordomo infiel, refere-se ao impositivo de "dar conta da administração".
A vida física é posse transitória da Fazenda Divina, de que terás de dar conta.
Recorda que Jesus, o Operário Incansável, em chegando a hora do encontro com Deus, não arrolou, na Cruz, queixas ou recriminações, lamentos ou petitórios e, estando tranqüilo pela tarefa bem cumprida, "entregou o Espírito às mãos do Pai", serenamente, inaugurando, logo depois, com a sua Ressurreição gloriosa, após o túmulo, a Era nova do espírito imortal. Vive com reta conduta antes da desencarnação, porque, também tu, ressuscitarás depois da morte.

Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

Livro: Dimensões da Verdade

CONQUISTAR E CONQUISTAR-SE

Muitos conquistam o ouro da Terra e adquirem a miséria espiritual.
Muitos conquistam a beleza corpórea e acabam no envelhecimento da alma.
Muitos conquistam o poder humano e perdem a paz de si mesmos.
Necessário que o espírito se acrisole na experiência e na luta, valendo-se delas para modelar o caráter, senhoreando a própria vida.
Para possuirmos algo com acerto e segurança, é indispensável não sejamos possuídos pelas forças deprimentes que nos inclinam sentimento e raciocínio aos desequilíbrios da sombra.
Indubitavelmente, todos podemos usufruir os patrimônios terrestres, nesse ou naquele setor do cotidiano, mas é preciso caminhar com sabedoria para que o abuso não nos infelicite a existência.
É por isso que sofrimento e dificuldade, obstáculo e provação constituem para nós preciosos recursos de superação e engrandecimento.
Todos os valores externos concedidos à personalidade, em trânsito no mundo, são posses precárias que a enfermidade e a morte arrancam de improviso, mas todos os valores que entesouramos no próprio ser representam posses eternas que brilharão conosco, aqui e além, hoje e amanhã...
Na esfera espiritual, cada criatura é aproveitada na posição em que se coloca e somente aqueles que conquistaram a si mesmos, nos reiterados labores da educação, através do suor ou da lágrima, do trabalho ou da renúncia, são capazes de cooperar na extensão do amor e da luz, cujo crescimento na Terra exige, invariavelmente, o coração e o cérebro, as ações e as atitudes daqueles que aprenderam na lei do próprio sacrifício a conquista da vida imperecível.
Reflete naquilo que te falam, antes de te entregares psicologicamente ao que se te diga...

 Emmanuel - Francisco Cândido Xavier.

sábado, 23 de março de 2013

Dias difícieis

Há dias que parecem não ter sido feitos para ti.
Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que chegas a pensar que conduzes o globo do mundo sobre os ombros dilacerados.
Desde cedo, ao te ergueres do leito, pela manhã, encontras a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que te arremessa todos os espinhos que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite.
Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes.
Sais à rua, para atender a esse ou aquele compromisso cotidiano, e te defrontas com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros; constatas o azedume do funcionário ou do balconista que te atende mal, ou vês o cinismo de negociantes que anseiam por ter entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-te imbecil.
Mesmo assim, admites que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno.
Encontras-te com familiares ou pessoas amigas que te derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a tua harmonia ainda frágil, embora não te permitam desabafar as tuas angústias, teus dramas ou tuas mágoas represadas na alma.
Em tais circunstâncias, pensas que deves aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro.
São esses os dias em que as palavras que dizes recebem negativa interpretação, o carinho que ofereces é mal visto, tua simpatia parece mero interesse, tuas reservas são vistas como soberba ou má vontade. 
Se falas, ou se calas, desagradas.
Em dias assim, ainda quando te esforces por entender tudo e a todos, sofres muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões , é a da vitimação automática, quando se passa a desenvolver sentimentos de autopiedade.
No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores.
São dias de avaliação, de testes impostos pelas regentes leis da vida terrena, desejosas de que te observes e verifiques tuas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência.
Quando perceberes que muita coisa à tua volta passa a emitir um som desarmônico aos teus ouvidos; se notares que escolhendo direito ou esquerdo não escapas da ácida crítica, o teu dever será o de te ajustares ao bom senso.
Instruí-te com as situações e acumula o aprendizado das horas, passando a observar bem melhor as circunstâncias que te cercam, para que melhor entendas, para que, enfim, evoluas.
Não te olvides de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há distanciados dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições...
Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreender que a cada dia basta o seu mal... tratarás de te recompor, caso tenhas te deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania. 
Curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de te reergueres com tranquilidade, passado o momento difícil.
Há, de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o teu estádio de provações indispensáveis ao teu processo de evolução.
A ti, porém, caberá erguer a fronte buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a Deus por poderes afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-te firme, mesmo assim.
Nos dias difíceis da tua existência, procura não te entregares ao pessimismo, nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que te inspiraram o abandono dos teus compromissos, o que seria teu gesto mais infeliz.
Põe-te de pé, perante quaisquer obstáculos, e sê fiel aos teus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que te trouxeram novamente ao mundo terrestre.
Se lograres a superação suspirada, nesses dias sombrios para ti, terás vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada.
Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e segue com entusiasmo para a conquista de ti mesmo, guardando-te em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos teus dias.

Mensagem do Espírito Camilo - J. Raul Teixeira em 30/12/2002

sexta-feira, 22 de março de 2013

OS OVNIs EXISTEM?

No livro "Pelos Caminhos da Mediunidade Serena", a médium Yvonne A. Pereira fala, numa entrevista, sobre o meio de transporte usado pela Legião dos Servos de Maria, no Vale dos Suicidas.

ALTIVO PANPHIRO PERGUNTA PARA A MÉDIUM YVONNE A. PEREIRA:
 "Na obra "Memórias de um Suicida", a senhora fala sobre as carruagens, o meio de transporte usado pela Legião dos Servos de Maria para transportar os espíritos suicidas. Poderia adicionar alguns comentários sobre isso?"
YVONNE A. PEREIRA RESPONDE: "Com relação aos meios de transporte, eu os vi de duas espécies. O primeiro tipo de veículo é para retirar os espíritos daquele vale, verdadeiro antro, que é quase a Terra. Quem retirava aqueles espíritos dali eram os servidores da colônia. Para isso, utilizavam um veículo redondo, cheio de janelinhas ao redor, no qual se subia por meio de uma pequena escada. Mas nem todos subiam. Alguns ficavam aos gritos do lado de fora, sem entrar. No interior, era todo acolchoado, muito bonito e muito cômodo. Parecia recoberto por cetim ou seda, pois o tecido reluzia. Os espíritos sentavam-se ali e ficavam muito bem acomodados. Eu acredito que esse conforto era, antes de tudo, um primeiro ato de caridade, para aqueles espíritos se consolarem. Em cada detalhe percebíamos a ação da misericórdia divina. Aqueles veículos subiam no ar e rodavam, como dizem que fazem os discos voadores. Quando eles chegavam na entrada da colônia, os passageiros desciam e entravam por um portão. Parecia um castelo fortificado. Havia muita desarrumação naquele pátio enorme. Eu tinha intuição de que ainda estava em construção. Todos, ao descerem, preenchiam uma espécie de ficha, onde se anotava tudo: o nome, o local em que viveram, o gênero de suicídio que tiveram, o grau da instrução, a orientação religiosa etc. Dali é que eles seguiam, finalmente, para a colônia propriamente dita. Ali era só a entrada. Nesse momento é que mudavam os meios de transporte, quando surgiam as tais carruagens, muito bonitas, muito artísticas."

Certa vez, Chico Xavier, contou ao amigo Divaldo P. Franco que, quando estava psicografando, André Luiz levou-o (durante o sono) para que conhecesse Nosso Lar. Chico tomou o AERÓBUS - que é um dos veículos que ali se utiliza - e que viaja em correntes aéreas muito especiais, semelhantes as da Terra, tendo verdadeiras estradas e pontos de parada, onde descem e sobem os Espíritos, como nos nossos pontos de ônibus. Explicou-me que o mesmo faz lembrar um grande cisne, contendo o que seria uma escada rolante, que se projeta para fora e pela qual os Espíritos se adentram. Tal veículo era necessário, por causa das várias camadas psíquicas e magnéticas da Terra, nas quais o Espírito, que não tem habilidade para volitar (flutuar), não conseguiria atravessá-las, semelhante a uma barreira atmosférica para nós outros, os encarnados.

No livro "Transição Planetária", o Espírito Manoel Philomeno de Miranda conta no cap. 8 "Socorros Inesperados" que interrompeu um diálogo porque "naquele instante, havia parado a regular distância um veículo do qual saltaram alguns lidadores do Bem que se aproximaram(...)Diversos desses operários da caridade adentraram-se em nosso campo de socorro e passaram a assistir os sofredores, conduzindo-os, um a um, ao transporte que pairava no ar, a um metro, mais ou menos, acima do solo(...)O responsável pela condução agradeceu ao nosso mentor e, de imediato, a nave decolou com velocidade, seguindo o roteiro estabelecido."

Estas curiosidades nos fazem pensar: "Será que, o que alguns vêem no espaço, identificando como Discos Voadores não são estes veículos utilizados pelo plano espiritual para transportar Espíritos desencarnados?"

Como vemos, não podemos responder categoricamente se os OVNIs existem ou não, por ausência de provas definitivas, porém, devemos seguir o bom senso de Allan Kardec, que dizia: "quando uma ou algumas pessoas dizem estar vendo algo, é perfeitamente possível que elas estejam enganadas. Quando muitas pessoas no mesmo local dizem estar vendo algo, é possível que estejam enganadas. Mas quando milhares ou milhões de pessoas estranhas entre si, em épocas diferentes e de todas as partes do mundo (no caso dos OVNIs, muitas delas seguidoras de ideologias dogmáticas e contrárias à existência de vida fora da Terra) dizem estar vendo a mesma coisa, há uma grande possibilidade de estarem vendo algo real." Mas alerta Richard Simonetti:

"É preciso cuidado na apreciação dessas experiências, principalmente quando relatadas por curiosos que se propõem a evocar extraterrestres em locais ermos (desertos), sem nenhum conhecimento a respeito do intercâmbio com o além, sem compreender que há mistificadores desencarnados dispostos a alimentar nossas fantasias." Sendo o Espiritismo uma religião de livre pensamento e bom senso, pede-se deixar este estudo para a Ciência, porque sabemos que "há mistérios que 'ainda' não nos será revelado devido ao nosso grau evolutivo, mas que não é impossível sua confirmação."


(Texto de Rudymara)
Fonte: GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC

Oração aos Anjos da guarda

Espíritos esclarecidos e benevolentes, mensageiros de Deus, que tendes por missão assistir os homens e conduzi-los pelo bom caminho, sustentai-me nas provas desta vida; dai-me a força de suportá-las. Esclarecei a minha consciência com relação aos meus defeitos e tirai-me dos olhos o véu do orgulho, capaz de impedir que os perceba e confesse a mim mesmo.

A ti sobretudo (nome do anjo), meu anjo da guarda, que mais particularmente velas por mim, e a todos vós, espíritos protetores, que por mim vos interessais, peço fazerdes que me torne digno da vossa proteção. Conheceis as minhas necessidades: sejam elas atendidas segundo a vontade de Deus.

Assim seja

MELHORAR

Melhore sempre as suas condições pessoais, pelo trabalho e pelo estudo, a fim de que você possa melhorar a vida, em derredor de você.Obrigação cumprida será sempre o nosso mais valioso seguro de proteção.
Amplie quanto puder, a sua exportação de gentileza.
Fazer "algo mais que o próprio dever", em benefício dos outros, é criar um gerador de simpatia, em nosso auxílio.
Esqueçamos o que não serve para o bem, a fim de que se realize o melhor.
Reclamar é ferir-se.
Se você deseja vencer, aprenda a sorrir, além do cansaço.
O grupo familiar recorda a terra que produz para nós, segundo a nossa própria plantação.
Esperança vitoriosa é aquela que não deixa de trabalhar.
Guarde as suas impressões infelizes para não prejudicar o caminho dos outros.
Chico Xavier - André Luiz

Prece de Cáritas

A oração neutraliza qualquer força negativa. Cultive a prece.” (Pastorino)
Deus nosso Pai, 
que Sois todo poder e bondade,
dai força àqueles que passam pela provação,
dai luz àqueles que procuram a verdade,
e ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus,
dai ao viajante a estrela Guia,
ao aflito a consolação,
ao doente o repouso.
Pai,
dai ao culpado o arrependimento,
ao espírito, a verdade,
à criança o guia,
ao órfão, o pai.
Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.
Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem, e
esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores,
derramarem por toda à parte a paz, a esperança e a fé.
Deus,
um raio, uma faísca do Vosso divino amor pode abrasar a Terra,
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita, e
todas as lagrimas secarão,
todas as dores acalmar-se-ão.
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós,
como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha,
nós Vos esperamos com os braços abertos.
Oh! bondade, Oh! Poder, Oh! beleza, Oh! perfeição,
queremos de alguma sorte merecer Vossa misericórdia.
Deus,
Dai-nos a força no progresso de subir até Vós,
Dai-nos a caridade pura,
Dai-nos a fé e a razão,
Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas
O espelho onde refletirá um dia a Vossa Santíssima imagem.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Um Quarto de Hora

Quando tiveres um quarto de hora à disposição, reflete nos benefícios que podes espalhar.
Recorda o diálogo afetivo com que refaças o bom-ânimo de algum familiar, dentro da própria casa; das palavras de paz e amor que o amigo enfermo espera de tua presença; de auxiliar em alguma tarefa que te aguarde o esforço para a limpeza ou o reconforto do próprio lar; da conversação edificante com uma criança desprotegida que te conduzirá para a frente as sugestões de boa vontade; de estender algum adubo à essa ou aquela planta que se te faz útil; e do encontro amistoso, em que a tua opinião generosa consiga favorecer a solução do problema de alguém.
Quinze minutos sem compromisso são quinze opções na construção do bem.
Não nos esqueçamos de que a floresta se levantou de sementes quase invisíveis, de que o rio se forma das fontes pequeninas e de que a luz do Céu, em nós mesmos, começa de pequeninos raios de amor a se nos irradiarem do coração.

Francisco Cândido Xavier-Memei

Espíritos protetores

Todos nós temos bons Espíritos vinculados a nós, muitas vezes, desde o nascimento, que nos tomaram sob a sua proteção. Cumprem junto a nós a missão de um pai junto ao filho:
A de nos conduzir no caminho do bem e do progresso, através das provas da vida.
Eles se sentem felizes quando correspondemos a sua solicitude e sofrem quando nos vêem sucumbir. Lembra Kardec que seus nomes pouco importam, mas que, na maioria das vezes, são almas vinculadas a nós pelos laços afetivos, estruturados em vivências em comum nas diversas reencarnações.
São sempre superiores, do ponto de vista evolutivo, aos seus tutelados e estão sempre junto deles nos momentos de necessidade.Várias denominações existem para estes Espíritos:
Bom gênio,
Anjo da guarda
Guias espirituais,
Espíritos protetores,
Mentores espirituais, etc.
Kardec utiliza a expressão "Anjo Guardião" quando deseja referir-se a um Espírito protetor de alta envergadura moral, que tem sob a sua tutela todo um grupo de almas afins.
Alguns Espíritos protetores especializam-se em determinadas áreas e exercem a sua ação de forma mais efetiva nesses setores. Assim, temos Espíritos protetores:
Das artes,
Dos bairros,
Das cidades,
Dos esportes,
Das ciências diversas,
Dos centros espíritas, etc.

Fonte: Fórum espiríta

Mal e Bem

Acautela-te em pedir o favor do bem, porque muitas vezes a concessão que se nos afigura bem nosso pode ser efetivamente o mal que arruína os outros.
Muitos solicitam excessiva fartura em casa, esquecendo que o bem aparente da mesa lauta é o mal da penúria entre os próprios vizinhos.
Criaturas numerosas reclamam a bolsa farta, com absoluta despreocupação das necessidades alheias, olvidando que os bens acumulados em seu nome produzem males sem conta na economia daqueles que lhes respiram a experiência.
Lembra-te de que há bens fugazes que geram males de longo curso, tanto quanto existem males passageiros que asseguram bens sagrados e duradouros.
A alegria ruidosa e insensata é um bem que, não raro, determina desastres de conseqüências imprevisíveis, enquanto a dor paciente e humilde gera bênçãos de sublimada expressão.
Muitos ferem os outros, com a desculpa de preservar o bem próprio, criando largo cortejo de males em derredor de si mesmos, quando apenas os que sabem receber no âmago do peito os golpes do mal é que penetram, tranqüilos, na seara dos bens que a vida entesoura a benefício dos que sabem vencer, vencendo, antes de tudo, a si próprios.
Não te enganes, desta forma, no câmbio ilusório da fortuna e da carência, do prazer e da lágrima, da consideração e do menosprezo, ao jogo das aparências terrestres.
Recorda que a abastança de hoje pode ser a penúria de amanhã e que o domínio de agora pode ser derrocada depois.
Sobretudo, não troques o mal da provação transitória pelo bem da fuga desassisada, com plena deserção do campo de luta, em que a Lei te situa os passos, porque somente ao preço de tolerância e abnegação, nos males da sombra presente, é que conseguirás, com justiça, entrar na posse dos bens que te esperam ao sol do grande futuro.

DO LIVRO: Semeador em Tempos Novos
Emmanuel-Chico Xavier

Perdoa

Além da vida
"Todo motivo de ódio, egoísmo, injustiça e ressentimento, é para o jardim do coração como verdadeira erva daninha, ervas que somente podem ser convertidas com um remédio chamado: Caridade. Perdoes, ames e viverás mais feliz perante tua própria Consciência e a Vida; convertes o ódio em paz, o egoísmo em caridade, a injustiça em justiça e o ressentimento em perdão e em esquecimento das ofensas lançadas sobre ti e recorda que, quem fere não é teu inimigo e sim um irmão doente necessitando de auxílio, de prece, orientação e apoio no amor. Quando te magoares, baixes a cabeça, direciona teu pensamento aos núcleos universais e clamas a ajuda precisa, então espera e confia, pois a Consciência Cósmica sempre auxilia. Assim fazendo viverás mais feliz e em paz contigo mesmo, com teu irmão e com a Infinita Vida."

Espírito de Anne Sofia.

quarta-feira, 20 de março de 2013

A Morte na visão Espírita.

Toda religião procura confortar os homens, ante a esfinge da morte. A Doutrina Espírita não apenas consola, mas também ilumina o raciocínio dos que indagam e choram na grande separação. Toda religião admite a sobrevivência.
A Doutrina Espírita não apenas patenteia a imortalidade da vida, mas também demonstra o continuísmo da evolução do ser, em esferas diferentes da Terra. Toda religião afirma que o mal será punido, para lá do sepulcro. A Doutrina Espírita não apenas informa que todo delito exige resgate, mas também destaca que o inferno é o remorso, na consciência culpada, cujo sofrimento cessa com a necessária e justa reparação. Toda religião ensina que a alma será expurgada de todo o erro, em regiões inferiores. A Doutrina Espírita não apenas explica que a alma, depois da morte, se vê mergulhada nos resultados das próprias ações infelizes, mas também esclarece que, na maioria dos casos, a estação terminal do purgatório é mesmo a Terra, onde reencontramos as conseqüências de nossas faltas, a fim de extingui-las, através da reencarnação. Toda religião fala do céu, como sendo estância de alegria perene. A Doutrina Espírita não apenas mostra que o céu existe, por felicidade suprema no espírito que sublimou a si mesmo, mas também elucida que os heróis da virtude não se imobilizam em paraísos estanques, e que, por mais elevados, na hierarquia moral, volvem a socorrer os irmãos da Humanidade ainda situados na sombra. Toda religião encarece o amparo da Providência Divina às almas necessitadas. A Doutrina Espírita não apenas confirma que o amor infinito de Deus abraça todas as criaturas, mas também adverte que todos receberemos, individualmente, aqui ou além, de acordo com as nossas próprias obras. Os espíritas, pois, realmente não podem temer a morte que lhes sobrevém, na pauta dos desígnios superiores. Para todos eles, a desencarnação em atendimento às ordenações da Vida Maior é o termo de mais um dia de trabalho santificante, para que se ponham, de novo, a caminho do alvorecer.

Emmanuel-Chico Xavier

A vida

"A vida não cessa.
A vida é fonte eterna,
e a morte é o jogo escuro das ilusões.

Uma existência
é um ato.
Um corpo:
uma veste.
Um século: um dia.
Um serviço:
uma experiência.
Um triunfo:
uma aquisição.
Uma morte:
um sopro renovador.

Quantas existências,
quantos corpos,
quantos séculos,
quantos serviços,
quantos triunfos,
quantas mortes
necessitamos ainda?"

André Luiz.
Prefácio do livro
Nosso Lar.

Enquanto você dorme

Durante as horas de sono, enquanto o corpo físico repousa, nós ficamos relativamente livres, temporariamente libertos do peso da matéria. O que cada um de nós faz nessas horas? Depende da vontade, do que se passa em nosso íntimo, depende do nosso grau de adiantamento moral, da nossa força mental, depende de uma série de fatores que pouca gente conhece.

Mas há ocasiões em que vamos para lugares muito melhores do que os lugares em que vivemos hoje. Fazemos coisas mais agradáveis do que as coisas que costumamos fazer e, o mais importante, convivemos com pessoas de quem sentimos muita falta.

Por mais que você ame quem está ao seu lado, sua família, seus parentes e amigos, nós vivemos em pleno laboratório de pesquisas. A matéria é mais ou menos isso, um laboratório onde testamos nossos conhecimentos e experiências adquiridos através de incontáveis reencarnações e durante os intervalos entre uma reencarnação e outra.

Por Morel Felipe Wilkon

segunda-feira, 18 de março de 2013

TEORIA DAS ALMAS GÊMEAS

Será uma verdade a teoria das almas gêmeas?
No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.
Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentaram a separação das almas que os sustentam, como a provação mais ríspida e dolorosa, e, no drama das existências mais obscuras, vemos sempre a atração eterna das almas que se amam mais intimamente, envolvendo umas para as outras num turbilhão de ansiedades angustiosas; atração que é superior a todas as expressões convencionais da vida terrestre. Quando se encontram no acervo real para os seus corações – a da ventura de sua união pela qual não trocariam todos os impérios do mundo, e a única amargura que lhes empana a alegria é a perspectiva de uma nova separação pela morte, perspectiva essa que a luz da Nova Revelação veio dissipar, descerrando para todos os espíritos, amantes do bem e da verdade, os horizontes eternos da vida.
A atração das almas gêmeas é traço característico de todos os planos de luta na Terra?
O Universo é o plano infinito que o pensamento divino povoou de ilimitadas e intraduzíveis belezas. Para todos nós, o primeiro instante da criação do ser está mergulhado num suave mistério, assim como também a atração profunda e inexplicável que arrasta uma alma para outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do Tempo.
A ligação das almas gêmeas repousa, para o nosso conhecimento relativo, nos desígnios divinos, insondáveis na sua sagrada origem, constituindo a fonte vital do interesse das criaturas para as edificações da vida. Separadas ou unidas nas experiências do mundo, as almas irmãs caminham, ansiosas, pela união e pela harmonia supremas, até que se integrem, no plano espiritual, onde se reúnem para sempre na mais sublime expressão de amor divino, finalidades profundas de todas as cogitações do ser, no Dédalo do destino.
A união das almas gêmeas pode constituir restrição ao amor universal?
O amor das almas gêmeas não pode efetuar semelhante restrição, porquanto, atingida a culminância evolutiva, todas as expressões afetivas se irmanam na conquista do amor divino. O amor das almas gêmeas, em suma, é aquele que o Espírito, um dia, sentirá pela Humanidade inteira.
Perante a teoria das almas gêmeas, como esclarecer a situação dos viúvos que procuram, novas uniões matrimoniais, alegando a felicidade encontrada no lar primitivo?
Não devemos esquecer que a Terra ainda é uma escola de lutas regeneradoras ou expiatórias, onde o homem pode consorciar-se várias vezes, sem que a sua união matrimonial se efetue com a alma gêmea da sua, muitas vezes distante da esfera material.
A criatura transviada, até que se espiritualize para a compreensão desses laços sublimes, está submetida, no mapa de suas provações, a tais experiências, por vezes pesadas e dolorosas. A situação de inquietude e subversão de valores na alma humana justifica essa provação terrestre, caracterizada pela distância dos Espíritos amados, que se encontram num plano de compreensão superior, os quais, longe de desdenharem as boas experiências dos companheiros de seus afetos, buscam facultar-lhes com a máxima dedicação, de modo a facilitar o seu avanço direto às mais elevadas conquistas espirituais.
Os Espíritos evoluídos, pelo fato de deixarem algum amado na Terra, ficam ligados ao planeta pelos laços da saudade?
Os espíritos superiores não ficam propriamente ligados ao orbe terreno, mas não perdem o interesse afetivo pelos seres amados que deixaram no mundo, pelos quais trabalham com ardor, impulsionando-os na estrada das lutas redentoras, em busca das culminâncias da perfeição.
A saudade, nessas almas santificadas e puras, é muito mais sublime e mais forte, por nascer de uma sensibilidade superior, salientando-se que, convertida num interesse divino, opera as grandes abnegações do Céu, que seguem os passos vacilantes do Espírito encarnado, através de sua peregrinação expiatória ou redentora na face da Terra.
Somente pela prece a alma encarnada pode auxiliar um Espírito bem-amado que a antecedeu na jornada do túmulo?
A oração coopera eficazmente em favor do que partiu, muitas vezes com o espírito emaranhado na rede das ilusões da existência material. Todavia, o coração amigo que ficou aí no mundo, pela vibração silenciosa e pelo desejo perseverante de ser útil ao companheiro que o precedeu na sepultura, para os movimentos da vida, nos momentos de repouso do corpo, em que a alma evoluída pode gozar de relativa liberdade, pode encontrar o Espírito sofredor ou errante do amigo desencarnado, despertar-lhe à vontade no cumprimento do dever, bem como orienta-lo sobre a sua realidade nova, sem que a sua memória corporal registre o acontecimento na vigília comum. Daí nasce à afirmativa de que somente o amor pode atravessar o abismo da morte.

Emmanuel-Francisco Xavier

domingo, 17 de março de 2013

Servir

Deus criou seus filhos (nós) por amor e para amar. Pai soberanamente justo e bom , amorosamente nos envolve em sua divina providência.
Confiou-nos a Jesus, nosso Irmão Maior, a fim de que cuidasse de nós, servindo-nos de guia e modelo, amparando-nos e sendo para nós carinhoso farol para nossa evolução.
Para isso, seus Emissários de Luz estão sempre nos enviando conselhos e mensagens de incentivo ao esforço do progresso, dirimindo dúvidas e exortando ao trabalho edificante.
Eles nos asseveram que todos nós, estudantes-aprendizes do Evangelho do Cristo, devemos empenhar-nos em transformar a nossa existência no eterno afã de servir, seguindo o exemplo de nosso Irmão Maior.
E isso se aplica tanto aos Espíritos já desencarnados quanto a nós, que nos encontramos mergulhados no "escafandro da carne" - ainda tão pesado e que torna difícil, para muitos, a recepção de influências benévolas e educadoras.
Dizem-nos esses Embaixadores do Bem que se faz mister nos desliguemos das amarras da inércia, da intolerância e da ociosidade, buscando vislumbrar o fanal de amor que existe em nossos corações, retirando daí a energia sacrossanta que nos permitirá enxergar os irmãos à nossa volta, caminheiros da vida como nós!
Portanto, não tardemos!
Não desperdicemos nosso tempo, que é mais um bendito talento recebido de nosso Pai. Como na tão elucidativa Parábola dos Talentos, também prestaremos contas dele no momento devido.
Não desaproveitemos as horas, que se assemelham às águas de um rio: as que passam não voltam mais.
Disponhamo-nos logo a servir!
E o que é servir! Ser e vir!
Interessante analisarmos esses dois verbos.
É, primeiramente, ser um Espírito consciente de sua criação, sua essência, e sua destinação gloriosa.
Ser o filho de Deus, criatura imortal. que alcançará a felicidade através da sua reforma íntima.
Ser aquele que já se dedica ao aprendizado do amor, que une pensamentos, sentimentos e ações em todo o Cosmos.
Ser, enfim!
Não estar, pois isso é passageiro...
Ser! Sempre ser!
E, então, vir: vir entusiasta para o trabalho que lhe cabe.
Vir para executar a missão que lhe toca no contexto da Terra e do Universo.
Vir para cumprir as palavras do Cristo, para que faça brilhar a sua luz. 
Como esse ser é irmão de seus irmãos, ele virá de mãos estendidas e de coração e mente abertos em prol dos sofredores e necessitados, transfundindo-lhes vibrações salutares, modificando-lhes, pouco a pouco, o cerne íntimo, que irá atuar sobre seu corpo perispirítico, o qual, por sua vez, amenizará os desacertos fisiológicos.
E sendo o Espírito que quer avançar, aquele que já aprende a amar virá a todos e com todos, estimulando, ao seu redor, a compreensão de que todos pertencemos a mesma família universal!
Servir! Ser e vir!
Como Jesus foi e É a luz do nosso caminho para o Pai...
Como Ele veio e vem até nós, a fim de iluminar mais e mais esse caminho...
E servir é fazer luz!
Sirvamos sempre, em nome do Pai e do Mestre Amado!
http://www.forumespirita.net

sexta-feira, 15 de março de 2013

Os espíritos não resolvem seus problemas

Muita gente procura o centro espírita em busca de uma conversa direta com os guias espirituais. Talvez acreditem que, se tiverem oportunidade de conversar, chorar suas mágoas e defender suas idéias de autopiedade, os espíritos se mobilizarão para auxiliá-los e destrinchar suas dificuldades com toda a urgência e facilidade. Meu Deus, como muitos amigos(as) estão equivocados! Espírito nenhum resolve problemas de ninguém. Esse definitivamente não é o objetivo nem o papel dos espíritos, meu filho(a). Se porventura você está em busca de uma solução simples e repentina para seus dramas e desafios, saiba que os espíritos desconhecem quimera capaz de cumprir esse intento.
No espiritismo, não se traz o amor de volta; ensina-se a amar mais e valorizar a vida, os sentimentos e as emoções, sem pretender controlar os sentimentos alheios ou transformar o outro em fantoche de nossas emoções desajustadas.

Os espíritos não estão aí para “desmanchar trabalhos” ou feitiçarias; é dever de cada um renovar os próprios pensamentos, procurar auxílio terapêutico para educar as emoções e aprender a viver com maior qualidade.
Até o momento, não encontramos uma varinha mágica ou uma lâmpada maravilhosa com um gênio que possa satisfazer anseios e desejos, resolvendo as questões de meus filhos(as). O máximo que podemos fazer é apontar certos caminhos e incentivar meus filhos(as) a caminhar e desenvolver, seguindo a rota do amor.
Não adianta falar com as entidades e os guias ou procurar o auxílio dos orixás, como muitos acreditam, pois tanto a solução como a gênese de todos os problemas está dentro de você, meu filho. Ao menos no espiritismo, a função dos espíritos é maior do que satisfazer caprichos e necessidades imediatas daqueles que concentram sua visão nas coisas do mundo. Não podemos perder nosso tempo com lamentações intermináveis nem com pranto que não produza renovação. Nosso campo de trabalho é a intimidade do ser humano, e a cientização de sua capacidade de trabalhar e investir no lado bom de todas as coisas. Nada mais.
Tem gente por aí se deixando levar pelas aparências de espiritualidade. A grande multidão ainda não despertou para as verdades espirituais e acha-se com os sentidos embriagados e as crenças arraigadas em formas mesquinhas e irreais de viver a vida espiritual. Persegue soluções que lhe sejam favoráveis, e, em geral, tais soluções dizem respeito a questões emocionais ou materiais que meus filhos(as) não se sentiram capazes de superar. Ah! Como se enganam quanto à realidade do espírito.
O aprendizado da vida é longo, amplo e exige um esforço mental de tais proporções que não torna fácil romper com os velhos hábitos de barganhas espirituais aprendidos com as religiões do passado.
Fazem-se promessas, cumprem-se rituais na esperança de que os espíritos ou Deus concedam-lhes um favor qualquer em troca de seus esforços externos, que presumem sobrepor-se aos valores internos. Pensamentos assim resultam de uma educação religiosa deficiente e advêm de hábitos seculares que perduram nos dias atuais e carecem de uma análise mais profunda. Os indivíduos que agem com base nessas premissas evitam reconhecer sua responsabilidade nos acontecimentos que os atingem e pensam enganar a Deus com seu jeito leviano e irresponsável de tratar as questões espirituais. Fatalmente se decepcionam ao constatar que aquilo que queriam não se realizou e que as focas sublimes da vida não se dobraram aos seus caprichos pessoais.
Os problemas apresentados pela vida têm endereço certo, e não há como transferi-los para os espíritos resolverem. Se determinada luta ou dificuldade chega até você, compete a você vencê-la. Na sede de se livrar do processo educativo ministrado pela vida, meus filhos(as) esperam que , os espíritos, possam isentá-los de seus desafios. Isso é irreal. Não detem o poder de transferir de endereço a receita de reeducação que vem para cada um. Nenhum espírito minimamente esclarecido poderá prometer esse tipo de coisa sem comprometer o aprendizado individual. Foram chamados pelo Pai para auxiliar meus filhos(as) apontando o caminho ou a direção mais provável para alcançarem êxito na construção de sua felicidade.
Vejam como exemplo a atuação do próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. Mesmo matando a sede e a fome de multidões, ele não arranjou emprego para ninguém. Curou e restabeleceu a saúde de muitos que nele acreditaram, mas não libertou ninguém das conseqüências de seus atos e escolhas. Sabendo das dificuldades sociais da época, não tentou resolver questões que somente poderiam ser transpostas com o tempo e o amadurecimento daquele povo. Em momento algum o vimos a prescrever fórmulas para dar fim a desavenças de ordem familiar, socioeconômica nem tampouco emocional, recomendando meios de trazer o marido de volta ou fazer a pessoa amada retornar aos braços de quem deseja. Uma vez que ele é o Senhor de todos os espíritos e não promoveu coisas nesse nível, como podemos nós, seus seguidores, sequer cogitar realizá-las?
O que podemos deduzir das atitudes de Nosso Senhor, meus filhos(as), é que, se ele não se dispôs a realizar tais demandas, que na época certamente existiam, é porque a natureza de seu trabalho era outra. Mesmo debelando os males, prestando o socorro que podia, ele não eximiu a população de enfrentar seus desafios. Quem recebeu o pão voltou a ter fome e inevitavelmente teve de trabalhar para suprir as próprias necessidades; quem foi curado teve de aprender a valorizar a própria vida, pois outras enfermidades viriam mais tarde; quem Jesus ressuscitou dos mortos desencarnou mais adiante. Em suma, o processo de reeducação a que conduzem os embates da vida é tarefa de cada um. Cristo Nosso Senhor apenas indicou a direção, mas cabe a cada seguidor palmilhar o caminho com suas próprias pernas, avançando com passos seguros e resolutos em seu aprendizado.
Através desse raciocínio, meu filho(a), você poderá compreender a razão pela qual não há proveito em recorrer aos espíritos para livrá-lo do sofrimento ou isentá-lo de dificuldades. Esse é o caminho do crescimento na Terra, e não há como fugir às próprias responsabilidades ou transferir o destino das tribulações. A dívida acorda sempre com o devedor, não há como se furtar a essa realidade.

Capítulo do livro Pai João, da Casa dos Espíritos Editora. (livro Alforria reeditado)

por Robsom Pinheiro