"A todos aqueles que perguntam: “Por que a dor?” Respondo:
“Por que polir a pedra, esculpir o mármore, fundir o vidro, martelar
o ferro? É a fim de construir e de ornar o templo magnífico,
cheio de raios, de vibrações, de hinos, de perfumes, onde todas
as artes se combinam para exprimir o divino, preparar a apoteose
do pensamento consciente, celebrar a libertação do Espírito!”
E vede o resultado obtido! Com o que eram em nós elementos
esparsos, materiais disformes e, às vezes, até no vicioso e decaído,
nas ruínas e destroços, a dor levantou, construiu no coração
do homem um altar esplêndido à beleza moral, à verdade eterna.
A estátua, em suas formas ideais e perfeitas, está escondida
no bloco grosseiro. Quando o homem não tem a energia, o saber,
a vontade de prosseguir na obra, então, dissemos, vem a dor. Ela
pega o martelo, o cinzel e, pouco a pouco, com golpes violentos,
ou então sob o lento e persistente trabalho do buril*, faz a estátua
viva se desenhar em seus contornos flexíveis e maravilhosos;
sob o quartzo despedaçado, a esmeralda cintila!
Sim, para que a forma se desenvolva em suas linhas puras e
delicadas, o Espírito triunfe da substância, o pensamento se manifeste
em ímpetos sublimes e o poeta encontre seus acentos imortais,
o músico seus suaves acordes, é preciso no coração as
dores da vida, do luto e das lágrimas, a ingratidão, as traições da
amizade e do amor, as angústias e as discórdias; são necessárias
urnas funerárias com os seres adorados descendo à sepultura,
a juventude que foge, a velhice que chega, as decepções, as
tristezas amargas que se sucedem. É preciso ao homem sofrimentos,
como o fruto da vinha precisa da moenda para que dele
se extraia o licor precioso!"
("O Problema da Dor", Léon Denis)
“Por que polir a pedra, esculpir o mármore, fundir o vidro, martelar
o ferro? É a fim de construir e de ornar o templo magnífico,
cheio de raios, de vibrações, de hinos, de perfumes, onde todas
as artes se combinam para exprimir o divino, preparar a apoteose
do pensamento consciente, celebrar a libertação do Espírito!”
E vede o resultado obtido! Com o que eram em nós elementos
esparsos, materiais disformes e, às vezes, até no vicioso e decaído,
nas ruínas e destroços, a dor levantou, construiu no coração
do homem um altar esplêndido à beleza moral, à verdade eterna.
A estátua, em suas formas ideais e perfeitas, está escondida
no bloco grosseiro. Quando o homem não tem a energia, o saber,
a vontade de prosseguir na obra, então, dissemos, vem a dor. Ela
pega o martelo, o cinzel e, pouco a pouco, com golpes violentos,
ou então sob o lento e persistente trabalho do buril*, faz a estátua
viva se desenhar em seus contornos flexíveis e maravilhosos;
sob o quartzo despedaçado, a esmeralda cintila!
Sim, para que a forma se desenvolva em suas linhas puras e
delicadas, o Espírito triunfe da substância, o pensamento se manifeste
em ímpetos sublimes e o poeta encontre seus acentos imortais,
o músico seus suaves acordes, é preciso no coração as
dores da vida, do luto e das lágrimas, a ingratidão, as traições da
amizade e do amor, as angústias e as discórdias; são necessárias
urnas funerárias com os seres adorados descendo à sepultura,
a juventude que foge, a velhice que chega, as decepções, as
tristezas amargas que se sucedem. É preciso ao homem sofrimentos,
como o fruto da vinha precisa da moenda para que dele
se extraia o licor precioso!"
("O Problema da Dor", Léon Denis)
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