quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Pra quem vai passar o natal cheio de problemas

Para muitos a noite de Natal não será feliz.
Problemas financeiros inquietam...
Doenças trazem tristeza e falta de esperança...
Desavenças familiares provocam angústia...
Perdas de entes queridos trazem a dor do desespero e do desconsolo...
A solidão traz a sensação de abandono e vazio interior...
A falta de trabalho e emprego dignos trazem ansiedade e medo do futuro...
A situação do mundo atual assusta...
O desamor e a frieza das pessoas evocam o desânimo e a sensação de derrota...
A falta de amor faz parecer que a felicidade está longe...
Porém, mesmo diante de tudo isso, convido você a buscar a solução no aniversariante desta noite: Jesus!
Ele veio dizer que tudo tem solução.
Veio mostrar que todo sofrimento sempre tem um fim.
Trouxe a consolação mostrando que a morte não existe, pois o espírito é eterno.
Mostrou que o reino de Deus mora dentro de nós.
Garantiu que não coloca fardos pesados em ombros leves.
Provou que nada é impossível para aquele que crê.
Ensinou que a fé remove montanhas.
Diante de seu sofrimento, deixe Jesus entrar em sua vida.
Vista as verdades que Ele ensinou com atitudes diárias.
Jogue fora o peso de seus problemas.
Confie.
Ele quer mudar sua vida e tornar seu Natal feliz com a renovação de sua esperança.
E então?
A escolha é sua!
Um Feliz Natal a todos os meus leitores e aos leitores das mensagens do médium.
Estou deste outro lado, mas bem perto de vocês pelo pensamento, torcendo para que sigam nossas dicas e tornem suas vidas mais felizes.

Um grande abraço do amigo
Hermes

24 de dezembro de 2015
Por Maurício de Castro

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Uma mulher que fez Abortos

"Mauricio, fiz alguns abortos e tenho uma dúvida. Ouço dizer que Deus perdoa, mas será preciso que eu pague pelo que fiz. Será que vou sofrer muito para resgatar esses erros?" (D R)
Deus não perdoa, porque Deus não se ofende. Para que aja perdão é necessário que exista um ofendido, e nada que o ser humano faça, por pior que seja, ofenderá a Deus, que está acima de todas as coisas e não tem sentimentos mesquinhos, só amor e compreensão.
O aborto é um ato ruim, inadequado e não funcional que provoca muito sofrimento no espírito que vai reencarnar e o impede de nascer de novo para cumprir seu programa de evolução e crescimento interior. Mesmo assim ninguém pode lhe chamar de criminosa, porque para que exista crime, é preciso que aja intenção de fazer o mal.
Por que você abortou?
O que fez você tomar essa atitude?
Quais sentimentos você tinha no coração quando fez isso?
Ninguém pode julgar. Ninguém, por mais evoluído que seja, pode emitir um juízo de valor, que só está na sua consciência, no íntimo de seu ser.
As pessoas gostam de julgar e dizer que quem fez aborto irá sofrer muito, mas não é bem assim.
É claro que o aborto é uma má ação, e como toda má ação ela projeta seu retorno para o futuro. Esse retorno visa seu crescimento, evolução e aprendizagem, nunca é para você pagar ou expiar. Esses conceitos são do mundo. Deus não cobra, não pune, apenas educa.
As leis de Deus estão na sua consciência, dentre elas a Lei de Amor.
Só você é quem sabe como irá harmonizar o que fez.
Contudo, se cultivar a culpa e o remorso, vai atrair a pior forma de reparação, que é por meio da dor.
Se você deixar a culpa de lado, entender que o que fez não foi bom, mas que foi o que você pôde fazer no momento, se aprender que não deve mais repetir esse ato e entender que não precisa sofrer, você vai reparar através do amor.
Um dia você terá outros filhos, ou poderá adotar órfãos carentes de amor e carinho. Poderá se dedicar a causas em favor da infância, pode trabalhar em favor da conscientização de que o aborto é um mal e deve ser evitado. Enfim, existem inúmeras formas de reparar erros pelo amor e sempre é possível.
Não se culpe, nem fique achando que você irá "pagar débitos". Isso só vai acontecer se você continuar se culpando, se agredindo e não se perdoando. Você irá pagar não porque Deus cobra, mas porque você mesmo se cobra.
Não faça isso.
Saia da culpa.
Jogue fora o medo.
Trabalhe sua mente para harmonizar suas ações por meio do bem. Essa é a melhor maneira, pois Jesus nos ensinou que "o amor cobre a multidão dos pecados".

Por Mauricio de Castro-escritor e médium

domingo, 6 de dezembro de 2015

Carolina e Agenor

– Não posso mais! Estou resolvida!
– Não diga isso. Fique mais calma. Somos espíritas e...
– Não, Agenor! Não quero mais filhos. Nem esse e nem a possibilidade de outros. Estou decidida.
– Se houvesse realmente necessidade... Mas você está forte, robusta... Isso é meiamorte.
Pense bem. Olhe o “deixai vir a mim os pequeninos!...”
– Não. É muita gente que faz isso, por que não posso fazer? Vou agora ao hospital tratar de meu caso... Estou resolvida.
Assim falando, Carolina ralhou com os três filhos pequenos e deixou a casa, nervosa, acompanhada de Agenor.
– Quero falar com o doutor. Ele está?
– Minha senhora, ele está operando agora.
Não deve demorar muito, nisso, um senhor ao lado pergunta:
– Quem está ele operando? É uma senhora loura?
E o porteiro, respeitoso, respondeu em voz baixa :
– Não, meu senhor. É uma senhora que acaba de chegar perdendo muito sangue. É alguma coisa de aborto. Está passando muito mal.
Agenor olhou significativamente para Carolina...
– A senhora loura é sua parenta? – pergunta Carolina, ao vizinho da poltrona.
– Sim. É minha tia.
– De que se vai operar?
– Ela, minha senhora, desde que perdeu o último filho, está perturbada. Vão fazer uma operação na cabeça dela, para ver se melhora o gênio.
Agenor voltou a olhar expressivamente para Carolina...
Eis que passam dois homens em avental branco, e Carolina, atenta ao movimento em torno, na expectativa de falar ao facultativo, ouviu, de relance:
– As cifras estatísticas de câncer uterino são avultadas – disse um.
E aqui, na região, a incidência é grande": –pergunta o outro.
- Muitíssimo. Basta ver que a enfermaria feminina, sempre está com três a quatro casos...
Agenor, ainda uma vez, olhou incisivamente para Carolina...
Carolina levanta-se, resoluta.
Agenor segue.
Vão transpondo a porta principal da casa de saúde, quando o solicito porteiro inquire:
– Não vai esperar, minha senhora?
– Não, meu amigo. O doutor está demorando.
Preciso cuidar das crianças. Obrigada. Até logo.
– Então, Calu, em que ficamos? – pergunta Agenor, ao descer a rampa do hospital.
E Carolina responde:
– Não, Agenor, dos males o menor. Fico assim mesmo...

Hilário Silva - Do livro: Almas em Desfile- Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Encontros e Desencontros

Simone chegou com alguns minutos de antecedência. Sentada em rústico banco, à sombra de frondosa árvore, recordou que ali tecera com Armando idílico sonho. O marido representara o seu encontro com a felicidade. A seu lado vivera quinze anos de ternura, enriquecidos por quatro filhos adoráveis. No entanto, há dois anos o sonho convertera-se em pesadelo. Armando apaixonou-se por inconsequente jovem, iniciando perturbadora relação extraconjugal. Após meses de tensão, alegando incapacidade para superar a atração irresistível, decidiu unir-se à sua amada.
Indignada, vivera dias tormentosos. Não fora o conhecimento espírita e o teria odiado com todas as suas forças! Abençoada Doutrina, que a ajudara a compreender que o marido não agira com maldade. Apenas fora fraco, cedendo a impulsos desajustados.
A compreensão preservara-lhe a estabilidade emo¬cional e a capacidade de amar. Sim, continuava amando o marido, um afeto diferente, um pouco maternal, de mãe preocupada com o filho rebelde que deixou o lar. E tudo o que fazia era orar por ele.
Agora ele queria conversar. O fato de ter escolhido o mesmo banco, na velha praça dos encontros primaveris, evidenciava que ele estava cogitando de uma reconciliação. Conhecia-o, entendia-lhe as mínimas iniciativas, com a precisão nascida de longa convivência, com a secreta intuição dos que amam de verdade.
Despertando de suas reminiscências, avistou Armando. O coração a bater acelerado no peito, dizia-lhe que o marido continuava a ser o homem de sua vida. O tempo não lhe fora generoso. Estava abatido, magro, envelhecido como se houvessem passado dez anos e não apenas dois. Ele sorriu timidamente:
– Oi, Simone, como está?
– Tudo bem, graças a Deus. E você?
– Não posso dizer o mesmo. Estou mal, mal mesmo! Arrependido até os fios de meus cabelos, afogando-me em remorsos. Será que você me perdoará um dia?
– Você sabe que não sou de guardar rancores. Não se preocupe.
Tomando-lhe as mãos Armando começou a chorar. Em princípio lágrimas furtivas, depois borbulhantes, como imensa dor represada que explodisse em torrente de mágoas.
– Que loucura! Destruí nosso lar por uma aventura!...
Simone acariciou suas mãos.
– Calma, Armando. Não se entregue ao desalento. Ninguém é perfeito. Todos somos passíveis de erro... Conte-me. Como vai sua vida ao lado da nova companheira?
– Não há mais nada. Foi um equívoco, um desencontro infeliz... Separamo-nos há uma semana e tudo o que quero é regressar ao nosso lar, ainda que tenha de passar o resto de meus dias pedindo-lhe perdão. Você me aceitaria de volta?
Simone fitou-o enternecida. Não havia nenhuma dúvida quanto a isso. Desde que se despira de ressentimentos, sentia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, na Terra ou no Além.
– Claro, meu querido. É o que mais desejo.
– Há apenas um problema... Mais exatamente... outro filho... Da união infeliz resultou uma criança de dez meses. A mãe não o quer. Sei que é pedir demais, mas você me permitiria retornar com ele?
Um filho com a outra, sob seus cuidados, no mes¬mo lar, em contato com seus próprios filhos?! A proposta soava absurda. Como reter a lembrança perene da defecção do marido? Era pedir demais!... Imaginou, em turbilhão de ideias, uma forma de contornar o problema. Um orfanato, talvez... Um casal disposto à adoção... Sabia, entretanto, que uma solução dessa natureza seria desumana, uma flagrante injustiça contra o peque¬no inocente.
Sem que conseguisse exprimir com exatidão o que estava acontecendo, sentiu imensa compaixão daquele ser que chegava ao Mundo em circunstâncias tão tristes, rejeitado pela mãe, um entrave na vida do pai... Pobre criança! Então, o instinto materno, a sensibilidade de um coração generoso, a vocação para o Evangelho, triunfaram sobre a mulher traída que, tomada por uma onda de ternura, levantou-se, resoluta, arrastando o marido perplexo, ao mesmo tempo em que dizia, eufórica:
– Onde está nosso filho? Vamos buscá-lo imediatamente! Sinto que ele precisa muito de mim!
E partiram os dois, retomando a existência em comum, enriquecida pela presença de mais um filho.

Por Richard Simonetti
richardsimonetti@uol.com.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Câncer: De frente consigo mesmo

"Mauricio, eu estou desesperada. Faz um mês que descobri que estou com um câncer enorme no pulmão, inoperável. Como estou fraca, ainda não pude iniciar a quimioterapia para ver se o tumor diminui e eu posso operar. Queria muito usar a fosfoetanolamina sintética, mas o Supremo Tribunal de Justiça proibiu sua distribuição. Quero muito saber porque estou com essa doença tão terrível e que mal eu fiz tão grande na outra vida para estar sofrendo tanto." (S. N - Araraquara)
A primeira coisa que você precisa tirar da cabeça é que está sofrendo de câncer hoje porque fez muito mal na vida passada. Isso não existe. Pelo menos não da forma simplista como algumas pessoas explicam.
Se você tivesse hoje sofrendo porque fez o mal lá atrás significaria que estava sendo punida, castigada ou recebendo de volta o que fez. Em qualquer um desses casos Deus seria vingativo e cruel e suas leis seriam para punir.
Mas nada disso é verdade.
Não existe punição, nem castigo, nem pagamento de nada. As leis de Deus não cobram nem punem, apenas favorecem a evolução.
As reencarnações são as voltas que a alma faz entrando e saindo do corpo para dar mais um passo no progresso. Dessa forma embora nascendo muitas vezes, a vida é uma só. Não existe uma vida separada da outra.
Quando você faz o mal é porque acredita que ele tem poder e valor. A pessoa faz o mal porque possui a crença no mal. A vida vai trabalhar agindo de forma a que a pessoa, por meio da experiência, vá aprendendo formas mais funcionais de agir, saindo assim das atitudes primitivas e ignorantes e agindo com mais inteligência, sentimento e amor.
O mal não existe de maneira concreta. Ele é uma ilusão, uma maneira distorcida de ver a vida. E toda ilusão a vida trabalha para acabar.
Nesse processo não há vilão nem mocinho, nem gente boa nem gente ruim, mas sim espíritos ignorantes aprendendo a viver melhor.
Tem gente que fez muito mal, foi viciada e nunca teve nem terá câncer. Por quê? Porque essa pessoa entendeu que pode trabalhar sua ignorância e falta de experiência por outros meios que não seja a dor.
O câncer na maioria das vezes é o resultado dos desequilíbrios emocionais, das tristezas acumuladas, das angústias não resolvidas, dos conflitos íntimos não solucionados, do mergulho no materialismo e da desonestidade consigo mesmo.
Quando a pessoa não tem esses problemas e mesmo assim adoece de câncer é porque há algo lá no fundo da alma, nas profundezas do inconsciente que não foi bem trabalhado e a pessoa acredita que precisa se punir com uma dor muito forte para apagar suas culpas.
O chamado "câncer cármico" nada mais é do que o resultado de um espírito que não se perdoou pelo que fez.
O primeiro passo para sua cura é se libertar de toda e qualquer culpa que esteja em sua alma. Mesmo que você não se lembre de nada que exista para se culpar, repita para si mesma: "eu me liberto de toda culpa e me permito crescer pelo amor". Depois, junto com o tratamento médico, trabalhe seu emocional, busque a alegria, a fé, deixe o materialismo de lado, acredite em sua cura e agradeça por ela todos os dias como se ela já tivesse acontecido.
Você pode vencer seu câncer, basta entender que não precisa sofrer e se entregar a Deus com toda a fé possível.
Não existe câncer incurável, porque todas as formas de câncer, inclusive com muitas metástases já foram vencidas pela força da fé, desafiando a medicina e fazendo acreditar em milagres. O milagre nada mais é do que uma entrega total à Deus e à fé, unidas a uma mudança radical de vida e de pensamentos.
Só a mudança radical de pensamentos, sentimentos e atitudes é que resolve em definitivo o problema do câncer. Pense nisso e vá por esse caminho. Garanto que você ainda vai me escrever contando sobre sua cura

Por Maurício de Castro-escritor e médium

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Prece

"Meu senhor, eu preciso de Ti, porque Tu me rege, me governa e me orienta. Eu preciso de Ti meu Pai, sou teu filho e sei muita coisa, mas é Tu quem conheces o meu coração e os meus caminhos, tua sabedoria é quem me guia e orienta o universo, por isso, somente a Tua energia divina é que pode iluminar os meus passos na escuridão e me mostrar o caminho mesmo na claridade, pois, ainda que os meus olhos vejam o lugar onde eu piso e os meus pés sintam a textura do caminho, é O Senhor, querido Deus, que com o seu amor e bondade, direciona a minha vida e o meu destino através das minhas decisões, me ensinando a viver em busca do bem, da harmonia, da união e do respeito, mesmo que eu precise chorar, sei que terei a chance, cedo ou tarde, de mudar e de aprender, seguindo o caminho e os exemplos de irmãos de fé, como o Mestre Jesus.
Nas guerras que eu travar com os meus sentimentos e com a confusão de meus pensamentos indecisos, eu peço que eu me oriente, mesmo que eu me sinta sem fé e não me lembre de ti. Confio no Senhor, pois sei que não se esquece de mim, mesmo que eu me queixe e não reconheças que tudo que existe e acontece têm um propósito, sei que na sua bondade e misericórdia, coloca anjos de luz em meu caminho para me auxiliar nas decisões e no rumo de meu destino, muitas vezes me livrando das garras do mal.
O verdadeiro mal só existe dentro do coração das criaturas, através dos sentimentos perversos, que nos escravizam do sofrimento, pois até mesmo onde os acontecimentos nos tiram lágrimas servem de aprendizado, sabedoria, renúncia e evolução. O mal está nas intenções traiçoeiras.
Aproveitem da vida, pois a via é bela, riquíssima de exemplos e de momentos que nos convidam a ser mais amorosos, sinceros e felizes. Seja quem você é!
A verdadeira doutrina é aquela do amor, do amor à si, do amor às risadas e à intensidade que nos dedicamos ao próximo. Os momentos são únicos e decisivos. Teremos chances de concertar os nossos erros, isso é fato, pois não sabemos quando será a outra chance, faça do hoje e do agora a sua última chance. Cuidado com os sentimentos das pessoas e com os seus próprios, ame-se sem ser egoísta e dedique-se ao próximo sem ser negligente à si mesmo, isso fará a felicidade andar contigo. Não digo que seus problemas acabarão, mas com certeza você se sentirá mais realizado, mais amado. Relacione-se bem consigo e com o próximo, sem se esquecer que Deus não esquece de você é em comunhão com Ele, que você retira força pra remar o seu barquinho nas águas calmas e profundas, nas ondas grandes e assustadora, guiando-o para não travar na areia nem bater num obstáculo ou cair num abismo qualquer.
Apega-te a Deus e seja feliz!"
Por Mikaelly Carneiro -espirito Marília
Fonte:Maurício de Castro

Tudo Passa

Em meio às ardências do deserto, o viajor busca o conforto do oásis, onde pode saciar a sede e descansar.

Em meio às perturbações do mundo atual, há oásis abençoados de espiritualidade, que podemos buscar na atividade religiosa, no lar orientado pelo Evangelho e, em última instância, na intimidade de nossas almas, superando os enganos do mundo.
Se o reino de Deus que Jesus veio trazer está longe de ser instalado no Mundo, podemos e devemos instalá-lo em nosso próprio coração, com os valores de uma dedicação total ao Bem, eximindo-nos, por mera questão de sintonia vibratória, das influências nocivas que nos cercam.
No livro Boa Nova, psicografia de Chico Xavier, o Espírito Humberto de Campos reporta-se às consolações oferecidas por Maria, a mãe de Jesus, aos viajores cansados e sedentos que a buscavam.
– Minha mãe, — dizia um dos mais aflitos – como poderei vencer as minhas dificuldades? Sinto-me abandonado na estrada escura da vida...
Maria lhe enviava o olhar amoroso da sua bondade, deixando nele transparecer toda a dedicação enternecida de seu espírito maternal.
– Tudo passa! Tudo passa! – dizia ela, carinhosamente. – Só o Reino de Deus é bastante forte para nunca passar de nossas almas, como eterna realização do amor celestial.
As ponderações singelas de Maria consubstanciam orientação para a existência inteira.
Tudo passa!
E sempre estaremos bem, animados, reconfortados e protegidos, mesmo ante as ardências do deserto humano, se formos capazes de construir um oásis de bênçãos, em nossa consciência, atendendo à convocação celeste para que edifiquemos o Reino de Deus em nossos corações, perseverando no Bem.

Contato: richardsimonetti@uol.com.br
Richard Simonetti-escritor 

sábado, 14 de novembro de 2015

Se Liberte

Estamos aqui na Terra para aprender a viver melhor, encontrar a felicidade, a alegria de viver e evoluir sempre mais. Porém isso só será possível quando nos libertarmos de nossas culpas. Todo o sofrimento humano se resume numa palavra: culpa. Lá atrás, seja nesta ou nas outras vidas, fizemos coisas que julgamos erradas, entramos no remorso, na auto-condenação e por isso, em vez de trabalharmos para vencer por meio do amor, aprendendo naturalmente a fazer melhor, optamos pela dor como forma de libertação. Isso acontece porque acreditamos em erro e acerto, em crime e castigo, bem e mal da forma como as religiões nos ensinam e a moral humana impõe. Mas para Deus nada disso existe. Não há condenação, não há erro, não há melhor, não há pior. O que existe são os vários níveis de evolução pelos quais nossa alma passa e que são absolutamente naturais. Uma pessoa só "erra" porque não sabe fazer diferente. Se soubesse com certeza não faria. Uma pessoa que já aprendeu a fazer melhor não retroage e por isso nunca mais repete o "erro". A culpa vai atrair a dor e o sofrimento que não são necessários para a evolução. Podemos evoluir pelor amor, nos perdoando, sendo benevolentes para conosco, praticando o bem, vivendo o amor. Por isso se liberte. Não se culpe mais pelos seus erros. Tenha a humildade de admitir que você não é perfeito e só sabia fazer daquela forma naquele momento. Largue o passado e agarre o presente. Não perca essa oportunidade. Mas tenha cuidado, a culpa dos erros do passado não aparece hoje como sentimento de culpa, ela vem disfarçada de vazio interior, melancolia, tristeza, depressão, falta de vontade de viver. Por isso, lutar para eliminar essas sombras das nossas vidas é nos libertar de nossas culpas e abrir espaço para que a Vida nos mande as oportunidades de evoluir sem sofrer, fazendo o bem, vivendo o amor. Não é isso que você quer? Então chegou sua hora!

Por Maurício de Castro-escritor e médium

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Valorize seu Dia

Cada dia corresponde a uma nova página escrita no livro da sua vida, onde você deverá escrever as melhores memórias.
Assim, quando desperte, dirija ao Infinito a sua prece. Agradeça pela noite superada e rogue ao Pai do Céu as indispensáveis bênçãos para o período começante. Eleve as vibrações da alma e entregue-se ao Senhor, totalmente.
Erga-se e alegre-se com a oportunidade renovada de manter seu corpo físico para os empreendimentos do progresso. Busque ocupar-se com algo nobre, algo que dignifique a sua existência na Terra.
À frente dos transtornos e contratempos, que surgem nos caminhos de todos, invariavelmente, não se deixe conduzir pela irritação, pelo agastamento ou pelo azedume, procurando compreender que nada lhe ocorre sem que tenha um sentido útil para o seu crescimento geral.
Perante as ocorrências da violência e diante dos quadros de agressões que veja em sua rota, realize o melhor que possa, sem praguejamentos, sem revolta, sem desespero, porque você não está senão no mundo que fez por merecer, com as situações que caracterizam a sua quadra evolutiva e com as pessoas do seu mesmo patamar moral, com ligeiras diferenças, facilmente observáveis.
Onde esteja semeie alegria e jovialidade, atendendo à recomendação do Apóstolo Paulo para que demos graças a Deus por todas as coisas da vida.
Busque fazer novos amigos, mantendo, com carinho, os velhos companheiros. A amizade no mundo é como o beijo solar iluminando as flores, sem o qual elas tendem a murchar e fenecer.
Alimente-se com moderação. Não é preciso passar fome, contudo, é bom que não transforme o estômago em tonel de venenosas misturas, capazes de o intoxicar, de lhe acumular indevido colesterol nas artérias ou de lhe provocar disfunções hepáticas.
Afaste-se das pseudo necessidades alcoólicas. O álcool de que você precisa para a digestão a Divindade já fez constar do seu programa de produção orgânica. Fora disso, a ingestão dessa substância corresponderá sempre a consciente envenenamento que lhe perturbará a saúde aos poucos.
Procure ser comedido nas brincadeiras, a fim de não constranger os amigos, gerando afastamentos e inimizades, ou para não perder seu precioso tempo com intermináveis lorotas e banalidades, que lhe possam prender as horas ao visco da leviandade.
Sorria, seja prazenteiro, uma vez que o Evangelho de Jesus, que você afirma conhecer, é fonte inesgotável de alegrias.
E quando chegar ao fim o seu dia, vivido com maior ou menor dificuldade, ponha-se em meditação. Verifique onde é que você poderia ter sido melhor, em que itens deveria ter agido Melhor, e, sem remorsos perniciosos, faça projetos de renovação para o dia seguinte, procurando levá-lo seriamente.
Ore e entregue-se, uma vez mais, ao Supremo Senhor, construindo, dia-a-dia, a própria felicidade, a sua própria luz.
Valorize o seu dia.
Não o desperdice remoendo mágoas ou destilando tormento, mas aprenda a cultivar a alegria de viver, apesar das lutas e limitações que carregue.
Valorize o seu tempo na Terra e prossiga, decidido pelo Bem, para que, no serviço do Senhor, você continue crescendo em busca do encontro consigo mesmo.

Joanes (espírito).

Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, em 20.8.1997, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ).

Homenagens

É habitual que, à beira do túmulo, amigos e parentes falem a respeito daquele cujo corpo está sendo enterrado.
As palavras ditas podem ser as espontâneas, vindas do coração nas asas do amor e da amizade. Ou podem ser as preparadas em longos discursos, embora não menos expressivas.
É a última homenagem, dizem, como se o Espírito morresse com o corpo e não continuasse a existir, sentir e perceber.
Mas foi exatamente pensando nessas homenagens póstumas, que um velho professor americano de Massachusetts, a quem o médico diagnosticou um curto período de vida, decidiu por uma coisa inédita.
No seu último ano de vida, se locomovendo em cadeira de rodas, ele foi ao enterro de um amigo que havia morrido de infarto.
Voltou deprimido. Ouvira tantos discursos, tantas homenagens e se perguntava se o amigo tivera ouvido tudo aquilo.
Será que o seu Espírito teria se desligado da matéria? Será que estava bastante lúcido para ouvir?
Pensando nisso, teve uma ideia. Deu uns telefonemas, escolheu uma data.
Numa tarde de domingo muito fria reuniu a família: a mulher e os dois filhos. Também alguns amigos mais íntimos.
O objetivo era um funeral ao vivo. Um a um todos homenagearam o esposo, o pai, o professor, o amigo.
Houve lágrimas e risos. Uma prima lhe dedicou um poema onde o chamava de amado primo e o comparava a uma enorme, antiga e generosa árvore.
O professor chorou e riu com eles. Tudo aquilo que estava represado no íntimo daquelas pessoas que o amavam, foi dito naquele dia.
O funeral ao vivo foi um sucesso. Ele levaria alguns meses mais para morrer. Uma morte lenta, dolorosa. Morreu num sábado, pela manhã, depois de dois dias de agonia.
Aproveitou para exalar seu último suspiro exatamente no instante em que as pessoas que velavam por ele foram até a cozinha para engolir um café.
Na primeira vez que ele ficou sozinho, desde que entrara em coma, ele parou de respirar.
Partiu serenamente, cercado por seus livros, seus apontamentos, suas flores. Morreu em sua cama, em sua casa.
O funeral foi simples, num local à beira de um lago, de onde se podia ouvir os patos sacudindo as penas.
Seu filho leu um poema:
Meu pai caminhava por entre eles e nós
Cantando cada nova folha caída de cada árvore
E toda criança sabia que a primavera dançava
Quando ouvia meu pai cantar.
Enquanto suas pernas estão firmes, corra ao encontro das pessoas que ama.
Enquanto seus braços estão fortes, enlace os seus amores, bem junto ao coração.
Enquanto sua mente está ágil e lúcida, escreva poemas, bilhetes, cartas e expresse todo o seu amor.
Enquanto sua voz soa forte e generosa, não deixe de falar com seus amigos, colegas. Cante, grite, sussurre palavras de afeto, de entusiasmo, de incentivo.
E nunca, nunca se envergonhe de declarar: Eu amo você.

 Redação do Momento Espírita  do livro A última grande lição, de Mitch Albom, ed. Sextante.

domingo, 1 de novembro de 2015

Ninguém está no Cemitério

Aproxima-se o dia de finados e essa data ainda angustia muita gente. Hoje conversei com uma mãe que perdeu o filho há quase um ano e está imaginando chegar essa data, onde muita gente exala energias dolorosas de saudade o que vai agravar seu estado.
O dia de finados é uma criação humana que nada tem a ver com os espíritos.
Os espíritos desencarnados não são ligados a datas, nem às convenções humanas, pois enxergam a vida de outro modo. Mesmo aqueles ainda apegados à vida na Terra, a visão é outra, eles tem muito mais coisas a se importar do que com datas, festejos, e coisas do tipo.
Os espíritos não estão nos cemitérios.
Aquela mãe amorosa que você não esquece, aquele pai compreensivo que você guarda na lembrança, aquele amigo inesquecível que lhe faz uma grande falta, aquele filho que foi prematuramente e até hoje você não se conforma, nenhum deles está no cemitério, mas sim nas várias dimensões do plano espiritual.
Quem gosta de ir ao cemitério no dia de finados orar e levar flores, deve saber que isso pode até levar uma energia boa ao desencarnado, mas seria melhor lembrar dele em casa, fazer uma prece, enviar-lhes vibrações de paz, luz e amor.
Ir ao cemitério não é bom, porque se seu pensamento atrair seu ente querido para lá ele não vai se sentir bem num ambiente em que seu corpo sofreu decomposição, num lugar triste e cheio de energias negativas.
A missa católica também não ajuda muito. Os padres teorizam, as pessoas dispersam o pensamento e acaba não levando a nada.
Ninguém morre. Ninguém está morto. O que está no cemitério são os restos mortais de um corpo que o espírito utilizou para interagir com a matéria e que em mais nada interessa a quem se foi.
A vida prossegue além da morte, estuante e bela para quem tem a consciência tranquila e terrivelmente sofrida para aqueles que morreram carregando culpas por erros cometidos.
De uma forma ou de outra é sempre melhor nos recolhermos em casa, fazermos uma prece e enviar energias de amor para aqueles que se foram.
O próprio nome "finados" não traduz a realidade, porque ninguém se finou, ninguém acabou. Morreu o corpo, mas a alma não morre nunca.
Se você perdeu alguém que amava muito, sempre faça preces para esta pessoa visualizando-a alegre, feliz, dentro de uma luz.
Não lamente a morte. A morte é uma coisa boa, pois nos tira de uma dimensão e nos leva a outra melhor, onde continuaremos o nosso progresso.
Embora a saudade seja muito doída, precisamos conter nossa tristeza, porque aqueles que foram necessitam de nosso apoio energético para seguir sua caminhada.
Um dia também passaremos pelo fenômeno da morte e estaremos com eles, mas por agora precisamos esperar com fé, na certeza do reencontro e de que o "nunca mais" não existe.
Esqueça cemitérios, túmulos, mausoléus.
Os espíritos nem lembram que um dia estiverem neles.
Muita paz pra você!

Por Maurício de Castro-escritor e médium

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Mudança Interior

Se você não está bem na vida afetiva, se seus relacionamentos dão errado ou você não consegue se relacionar com ninguém que gosta, é hora de olhar para dentro de si e descobrir porque você está causando isso em sua vida. Você irá protestar e dizer que a culpa é das pessoas, dos homens, das mulheres, da sociedade. Contudo, quanto mais colocar fora de si a causa do problema, mais estará fugindo à realidade.
Sua vida afetiva não vai bem por causa de sua baixa estima, da falta deconfiança em si e pelo fato de, lá no íntimo, você não se julgar bom o suficiente para merecer a felicidade amorosa.
Não adianta você frequentar as melhores academias, vestir as melhores roupas ou fazer o melhor corte de cabelo. Essas mudanças, embora sejam válidas, não irão mudar nada em sua vida e você continuará "invisível" aos olhos dos outros. O que vai contar para mudar sua vida é sua mudança interior, é você passar a se ver com outros olhos, passar a se admirar, a gostar de si, a sentir-se belo, bonito, atraente, independente do lado de fora. Você precisa começar a "se achar" se quiser ter sorte no amor. Aliás, isso é válido para todos os setores da vida. Se você tem baixa estima e não gosta de si, não se aprova e vive se criticando e se sentindo inferior, nada na sua vida irá pra frente. Será fracassada no trabalho, no dinheiro, na saúde, nas amizades.
As pessoas costumam antipatizar com aqueles que "se acham". Isso acontece por causa da inveja e do fato de querer ser como elas e não se permitir por vergonha. Costumamos gostar só das pessoas que se fazem de humildes, de pequenas, de inferiores, que estão lá embaixo porque com essas nós nos sentimos pra cima.
Está vendo onde está o erro?
Goste de você, mas o faça de verdade. Muitas pessoas querem chamar atenção, conversam demais, contam vantagens para se sentirem menos inferiores. Essa postura não adianta, pois, por mais que chame a atenção por fora, se por dentro você está um lixo, não vai adiantar.
Como nos ensina Zibia Gasparetto: "para mudar sua vida você não precisa tomar nenhuma atitude externa, basta mudar suas atitudes interiores"

Por Mauricio de Castro-médium e escritor

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Alegria de Viver

Eu vivo muito alegre, muito feliz, tenho sempre muita gente em volta de mim, muita gente na minha vida. É disso que eu gosto.
Essas observações de Chico Xavier, singelas, mas de significado profundo, resumem uma filosofia de vida. Merecem nossa apreciação, em empenho por destrinchar seu conteúdo.
Eu vivo muito alegre, muito feliz…
Como definir se uma pessoa está alegre ou triste?
Pelos olhos, dirá o amável leitor. É verdade. Proclamam os poetas que os olhos são janelas da alma, exprimindo nossos estados de ânimo.
Olhos tristes – alma sofrendo.
Olhos risonhos – alma em festa.
Olhos duros – alma de pedra.
Olhos ternos – alma sensível.
Atrevo-me a considerar, contrariando, talvez, o senso comum, que poucos são capazes de identificar a sinalização dos olhos.
Fica mais fácil se observarmos a moldura – os lábios. Lábios abertos, sorriso franco, falam de alegria, tanto quanto, se apertados, expressão sofrida, sinalizam tristeza.
Algo curioso: o riso tanto pode emoldurar a alegria da alma, refletida nos olhos, quanto pode converter-se em caminho para ela.
Para que você não imagine que o calor esquentou-me os miolos, dificultando o exercício da razão, aqui vai um exemplo: se está aborrecido, diante das agruras que lhe surgiram pelo caminho, coloque-se diante do espelho e sorria para si mesmo, riso aberto, dentes à mostra, ainda que contrariando uma vocação para a amargura.
Grande parte da tristeza que o oprime se dissolverá, como num passe de mágica, principalmente se for capaz de rir não para si, mas rir de si, considerando quão ridícula é a carranca que emoldura nossas contrariedades.
Como todo Espírito superior, Chico sempre ressaltou suas alegrias e amenizou suas tristezas, sorrindo, falando de coisas engraçadas, cultivando bom ânimo.
Quanto à felicidade, é elementar que se trata de um estado de espírito positivo, o clima interior de quem gosta de viver.
Família pobre, dificuldades financeiras, doenças, limitações físicas, tudo isso Chico experimentou. Poderia, como costuma acontecer, adotar uma postura negativa, proclamando-se negligenciado por Deus. Isso jamais aconteceu, porque, como todo Espírito superior, ele sabia separar a adversidade da felicidade.
A adversidade configura, geralmente, uma imposição da existência, neste planeta de provas e expiações onde não há inocentes. Todos temos contas a saldar, envolvendo comprometimentos do passado.
Enfrentam adversidades mesmo Espíritos quitados com a Lei que por aqui transitam para ensinar, não para aprender; para doar, não para resgatar; para semear flores, não para colher espinhos.
Situam-se como o nadador que fatalmente se molhará ao mergulhar no rio para resgatar alguém que não sabe nadar.
Já a felicidade, não está subordinada aos aspectos exteriores da existência. Vincula-se às conquistas da Alma. É possível ser feliz, apesar do sofrimento, tanto quanto há gente infeliz, mesmo quando a Vida atende às suas solicitações. Muito mais do que causa de infelicidade, o sofrimento pode ser a sua consequência. Julgar-se infeliz por sofrer costuma exacerbar os ais existenciais.
***
Para completar, Chico informa porque é feliz:
Tenho sempre muita gente em volta de mim, muita gente na minha vida. É disso que eu gosto.
Não basta sorrir para nós ou de nós, se cultivamos a solidão. Ela é porta aberta para a infelicidade, porquanto somos seres eminentemente sociais, criados para a convivência social.
Mas também não basta ter gente por perto. Há pessoas profundamente solitárias em meio à multidão.
Para nos integrarmos é preciso nos comuniquemos. E a melhor forma de comunicação é o sorriso a iluminar a Alma, quando nos vinculamos ao esforço da fraternidade, à prática do Bem.
Nisso Chico era campeão. Por isso era feliz .

Por Richard Simonetti
Contato: richardsimonetti@uol.com.br

Vigie Seus Pensamentos

Tenha muito cuidado para não alimentar pensamentos negativos.
O pensamento é uma energia viva e atuante que cria um campo vibratório à sua volta. Esse campo, conforme for alimentado, vai atrair para sua vida exatamente aquilo que você pensa.
Se você não acredita nisso faça uma experiência. Escreva tudo que você pensa em um papel, tudo aquilo que você acredita, seus medos, suas preocupações e depois compare aos problemas de sua vida. Você irá se surpreender ao ver que sua vida está sendo uma construção de seus pensamentos.
Quem tem uma vida melhor com mais amor, saúde, paz, espiritualidade, prosperidade e conforto é porque atraiu tudo isso pela força de suas crenças e pensamentos.
Faça um esforço e procure acreditar só no bem. Não se impressione com a maldade, com a violência, com as doenças, com a falta de amor. Pense que com você só acontecerá coisas boas.
Assim como você vai à academia exercitar os músculos, os pensamentos também precisam de exercício no sentido positivo.
Quando vier um pensamento ruim, não lute contra ele nem dialogue tentando justificá-lo. Quanto mais você fizer isso, mais ele fica forte. Simplesmente não aprofunde no pensamento, esqueça-o e procure pensar o oposto.
É um exercício diário, mas se você começar logo, verá rapidamente sua vida mudar. 

Por Maurício de Castro-Escritor mediúnico

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Dias Difíceis

Há dias que parecem não ter sido feitos para ti.

Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que chegas a pensar que conduzes o globo do mundo sobre os ombros dilacerados.
Desde cedo, ao te ergueres do leito, pela manhã, encontras a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que te arremessa todos os espinhos que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite.
Sentes o travo do fel despejado em tua alma, mas crês que tudo se modificará nos momentos seguintes.
Sais à rua, para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e te defrontas com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros; constatas o azedume do funcionário ou do balconista que te atende mal, ou vês o cinismo de negociantes que anseiam por te entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-te imbecil. Mesmo assim, admites que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno.
Encontras-te com familiares ou pessoas amigas que te derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a tua harmonia ainda frágil, embora não te permitam desabafar as tuas angústias, teus dramas ou tuas mágoas represadas na alma.
Em tais circunstâncias, pensas que deves aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro.
São esses os dias em que as palavras que dizes recebem negativa interpretação, o carinho que ofereces é mal visto, tua simpatia parece mero interesse, tuas reservas são vistas como soberba ou má vontade. Se falas, ou se calas, desagradas.
Em dias assim, ainda quando te esforces por entender tudo e a todos, sofres muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando se passa a desenvolver sentimentos de autopiedade.
No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores.
São dias de avaliação, de testes impostos pelas regentes leis da vida terrena, desejosas de que te observes e verifiques tuas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência.
Quando perceberes que muita coisa à tua volta passa a emitir um som desarmônico aos teus ouvidos; se notares que escolhendo direito ou esquerdo não escapas da ácida crítica, o teu dever será o de te ajustares ao bom senso. Instrui-te com as situações e acumula o aprendizado das horas,
passando a observar bem melhor as circunstâncias que te cercam, para que melhor entendas, para que, enfim, evoluas.
Não te olvides de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há distanciados dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições...
Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreende que a cada dia basta o seu mal..., tratarás de te recompor, caso tenhas te deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania. Curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de te reergueres com tranquilidade, passando o momento difícil.
Há de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o teu estádio de provações indispensáveis ao teu processo de evolução. A ti, porém, caberá erguer a fronte buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a DEUS por poderes afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-te firme, mesmo assim.
Nos dias difíceis da tua existências, procura não te entregares ao pessimismo, nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que te inspirariam o abandono dos teus compromissos, o que seria teu gesto mais infeliz.
Põe-te de pé, perante quaisquer obstáculos, e sê fiel aos teus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que te trouxeram novamente ao mundo terrestre.
Se lograres a superação suspirada, nesses dias sombrios para ti, terás vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a terra se encontra engolfada.
Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e segue com entusiasmo para a conquista de ti mesmo, guardando-te em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos teus dias.


(Mensagem  em 30.12.2002 - Raul Teixeira- Camilo)


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Bilhete a Jesus

Senhor Jesus, enquanto a alegria do Natal acende luzes novas nos lares festivos, torno à velha Palestina, revendo, com os olhos da imaginação, a paisagem de tua vinda...
Roma estendia fronteira no Nilo, no Eufrates, no Reno, no Tamisa, no Danúbio, no Mar Morto, no Lago de Genezaré, nas areias do Saara. César “sossegava e protegia” os
habitantes das zonas mais remotas, aliciando a simpatia dos príncipes regionais, Todos os deuses indígenas cediam a Júpiter, o dono do Olimpo, de que as águias dominadoras se faziam emissárias, tremulando no topo das galeras, cheias de senhores e de escravos.
Lembras-te, Senhor, de que se fazia uma grande estatística, por ordem de Augusto, o Divino?
Otávio, cercado de assessores inteligentes, intensificava a centralização no mundo romano, reorganizando a administração na esfera dos serviços públicos. As circunscrições censitárias na Judéia enchiam-se de funcionários exigentes. Cadastravam-se famílias, propriedades, indústrias. E José e Maria também se locomoveram, com os demais, para atender as determinações. A sensibilidade israelita poderia manter-se a distancia do culto de César, resistindo ao incenso com que se mareava a passagem dos triunfadores, em púrpura sanguinolenta, mas a experiência judaica, estruturada em suor e lágrimas, não se esquivaria à obediência, perante os regulamentos políticos. As estalagens, no entanto, estavam repletas e não conseguiram lugar.
Em razão disso, a estrela gloriosa, que te assinalou a chegada, não brilhou sobre templos ou residências de relevo. Apenas a manjedoura singela ofereceu-te conforto e guarida.
Homens e mulheres faziam estatísticos minuciosos de haveres e interesses. Se o governo imperial decretava o recenseamento para reajustar observações e tributos, os governados da província alinhavam medidas, imprimindo modificações aos quadros da vida comum, para se subtraírem, de alguma sorte, às exigências. Permutavam-se cabras e camelos, terras e casas, reduzidos parques agrícolas e pequenas indústrias.
Haveria espaço mental para a meditação nas profecias? Para cumprir o dever religioso, não bastava comparecer ao Templo de Jerusalém, nos dias solenes, oferecer os sacrifícios prescritos e prosternar-se ante a oferenda sagrada, ao ressoar das trombetas?
Razoável, portanto, examinar os melhores recursos e burlar as requisições do romano dominador. A fração do povo eleito, que se aglomerava na cidade de David, lia os textos sagrados, recitava salmos e tomava apressado conselho aos livros da sabedoria; entretanto, não considerava pecado matar o tempo em disputas e conversações infindáveis ou enganar o próximo com a elegância possível.
Por essa razão, Senhor, quem gastaria alguns minutos para advogar proteção a Maria e José? Eles traziam a sinceridade dos que andam contigo, falavam de visitas de anjos, de vozes do céu, e o mundo palestinense estava absorvido no apego fanático aos bens imediatos. Comentavam-se, apaixonadamente, as listas e informações alusivas a rebanhos e fazendas. Às narrações do sonho de José ou da experiência de Zacarias, prefeririam noticiário referente à produção de farinha ou ao rendimento de pomares...

Todavia, para entregar à Humanidade a divina mensagem de que te fizeste o Depositário Fiel, não te feriste ao choque da indiferença. Começaste, assim mesmo na manjedoura humilde; o apostolado de bênçãos eternas. O Evangelho iniciou a primeira página viva da revelação nova na estrebaria singela. A Natureza foi o primeiro marco de tua batalha multissecular da luz contra as trevas.
E enquanto prossegues, conquistando, palmo a palmo, o espírito do mundo, os homens continuam fazendo estatísticas inumeráveis...
Aos censos de Otávio, seguiram-se os de Tibério, aos de Tibério sucederam-se arrolamentos de outros dominadores. Depois do poderio romano fragmentado, outras organizações autoritárias apareceram não menos tirânicas. Dilataram-se os serviços censitários, em toda à parte.
As nações modernas não fazem outra coisa além da extensão do poder, melhorando a estatística que lhes diz respeito.
Inventariavam-se, na antiga Judéia, ovelhas e jumentos, camelos e bois. Hoje, porém, Jesus, o arrolamento é muito mais importante. Com o aperfeiçoamento da guerra, o censo é vital nas decisões administrativas. Antes da carnificina, arregimentam-se estatísticas de canhões, tanques e navios, aviões, metralhadoras e fuzis. Enumeram-se homens, por cabeça, no serviço preparatório dos massacres e, em seguida, anotam-se feridos e mutilados. Isso, nas vanguardas de sangue, porque, na retaguarda, o inventário dos grandes e pequenos negócios é talvez mais ativo.Há, corridas de arma- mentos e bancos, valorização e desvalorização de bens móveis e imóveis, câmbio claro e câmbio escuro, concorrência leal e desleal, mercado honesto e clandestino, tudo de acordo com as estatísticas prévias que autorizam providências administrativas e regem o mecanismo da troca.
Nós sabemos que não condenas o ato de contar. Aconselhaste-nos nesse sentido, recomendando que ninguém deve abalançar-se a qualquer construção, antes de contas rigorosas, a fim de que a obra não permaneça inacabada. Entretanto, estamos entediados de tanto recenseamento para a morte, porque, em verdade, nunca esteve a casa dos, homens tão rica e tão pobre, tão, faiscante de esplendores e tão mergulhada nas trevas, tão venturosa e tão infeliz, como agora.
Desejávamos, Mestre, arrolar as edificações da fé, os serviços da esperança, os valores da caridade contudo, somos ainda muito poucos no setor de interesse pelos sonhos reveladores e pelas vozes do céu. Apesar disso, sabemos que os homens, fanatizados pela estatística das formas perecíveis, examinam os gráficos, de olhos preocupados, mas erguem corações ao alto, amargurados e tristes, movimentam-se entre tabelas e números, mas torturados pela sede de infinito...
Quem sabe, Senhor, poderia voltar, consolidando a tua glória, como fizeste há quase vinte séculos?! Entretanto, não nos atrevemos ao convite direto. As estalagens do mundo estão ainda repletas de gente negociando bens transitórios e melhorando o inventário das posses exteriores. Os governos estão empenhados em orçamentos e tributos. Os crentes pousam olhos apressados em teu Evangelho de Redenção e repetem fórmulas verbais, como os judeus de outro tempo, que mastigavam a Lei sem diferi-la. Quase certo que não encontrarias lugar, entre as criaturas. E não desejamos que regresses, de novo, para nascer num estábulo, trabalhar à beira das águas, ministrar a revelação em casas e barcas de empréstimo e morrer flagelado na cruz. Trabalharemos para que a tua glória brilhe entre os homens, para que a tua luz se faça nas consciências, porque, em verdade, Senhor, que adiantaria o teu retorno se a estatística das coisas santas não oferece a menor garantia. De vitória próxima? Como insistir pela tua volta pessoal e direta se na esfera dos homens ainda não existe lugar onde possas nascer, trabalhar e morrer?

Irmão X - Do livro: Luz Acima: Francisco Cândido Xavier.

Águas Profundas

Em minha infância, o mês das férias escolares era o período do ano mais esperado por mim.
Reuníamo-nos, meus primos e eu, na casa de meus avós. E com eles ficávamos todo o período de férias.
Era uma casa aconchegante, com um quintal imenso, repleto de árvores frutíferas. Uma residência antiga, ideal para ser explorada por nossa curiosidade.
Certa vez, em uma dessas férias mágicas e felizes, subi em uma árvore bastante alta que havia no terreno e, por cima do muro, pude observar o vizinho.
Era um senhor idoso, cabelos brancos, andar lento. Quando ele me viu, sorriu e acenou, num gesto de simpatia.
Foi então que eu percebi que ele tinha algo em suas mãos.
Com destreza, saltei da árvore para o muro, a fim de saciar minha curiosidade e descobrir o que era.
Percebi que o terreno do simpático velhinho era extenso como o de meus avós. Também descobri que o que ele segurava nas mãos eram sementes.
São sementes de árvores, me disse ele, sorrindo e mostrando-as para mim.
Tornamo-nos amigos. Conversávamos, enquanto ele lançava suas sementes à terra. Todavia, eu não o via regando as sementes. E isso começou a me deixar incomodado.
De que adianta tanto plantar, se não rega as pobres sementinhas, pensei.
Um dia, resolvi perguntar:
O senhor não tem medo de que suas árvores nunca cresçam? Afinal de contas, quase não rega as plantinhas.
Foi quando ele me explicou sua fantástica teoria. Disse-me que, se regasse com muita constância suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície, esperando pela água fácil.
Como ele não fazia isso, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água das camadas inferiores do solo.
Dessa forma, elas teriam raízes mais profundas e seriam mais resistentes.
Os anos se passaram. Tornei-me adulto. Fui fazer cursos no Exterior. Quando retornei, fui visitar os meus avós.
Para minha surpresa, no quintal da casa ao lado, havia um bosque encantador, repleto de árvores variadas.
Aquele estava sendo um rigoroso inverno, de muita ventania. Enquanto as árvores na rua e na casa de meus avós se arqueavam, amoladas pelo vento, aquelas estavam imponentes, resistindo bravamente à rajada que as atingia.
Jesus, o Divino Mestre, em seu caminhar entre os homens, apontou-nos o amor como rota segura que nos leva à compreensão do Criador, do próximo e de nós mesmos.
O amor. O manancial celeste, a fonte que nunca seca.
Por conta de nosso egoísmo, de nosso orgulho, temos à nossa disposição a humilde e cristalina água do céu mas deixamos de bebê-la, prosseguindo sedentos em razão de mágoas acumuladas, falta de perdão, injustiça, solidão.
Para a alma sequiosa, para as chagas morais, para as dores do mundo, a água do amor.
Silenciemos. O convite gentil do Mestre ainda ecoa na acústica de nossas almas: Avançai para águas mais profundas.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Olhos Atentos

Diante da morte.
O marido falecera num acidente. A viúva dera testemunho de sua fé no velório, mostrando-se resignada e contida, embora, intimamente, sentisse seu mundo desabar. Uma amiga a abraçou.
– Não há nada que possa amenizar sua dor. Sei quem foi seu marido e o que ele representava para você, luz em seu caminho. Tudo o que posso lhe oferecer, minha querida, é a minha solidariedade. Vim chorar com você.
E chorou com a amiga e esteve com ela todos os dias, e oraram juntas até que os valores da solidariedade e da fé estancaram a fonte das lágrimas, para que ela retomasse sua vida, em suspenso desde a morte do amado.
No lar.
Um homem comentava com o amigo que sua esposa parecia muito nervosa. Ele concordou.
– É verdade. Minha cara-metade anda irritada, soltando os cachorros...
– Algum problema?
– Não é nada. Está em TPM.
– Tensão pré-menstrual?
– Não, teste de paciência para o marido.
– Está sendo aprovado?
– Sem problema. É só passar zíper na boca; dizer sim, querida, e orar.
Um problema que afeta muitas mulheres, encarado de forma filosófica e bem-humorada pelo marido, o que lhe permitia manter a serenidade, mesmo que ela a tivesse perdido, ajudando-a a reencontrá-la.
Na escola.
Aconteceu. Em plena sala de aula o menino de nove anos viu formar-se pequena poça debaixo de sua carteira, enquanto sua calça ficava molhada com o xixi incontrolado.
Um mico irreparável. Os meninos iriam rir dele pelo resto da vida. Nunca mais as meninas falariam com ele. Seu coração parecia querer sair-lhe pela boca, tal o seu nervosismo.
A professora vinha em sua direção. Certamente vira o que acontecera. Desejou com todas as forças de sua alma que o chão se abrisse debaixo de seus pés e ele sumisse. No auge do desespero, viu uma menina, Susie, que surgiu inesperadamente, carregando um aquário cheio d’água que ficava num canto da sala. Aparentemente descuidada, tropeçou na professora e despejou a água no colo do menino.
Ele fingiu irritação, mas estava mesmo aliviado. Ao invés de objeto de ridículo, os colegas se compadeciam dele, sem perceber o que tinha acontecido. A professora providenciou-lhe camisa e short, enquanto sua roupa secava. Ao final do dia, quando esperavam o ônibus escolar, o menino caminhou até Susie e sussurrou:
– Você fez aquilo de propósito, não foi?
Ela respondeu sorrindo:
– Sim, eu também fiz xixi na calça uma vez!
Em qualquer lugar, em qualquer situação, em qualquer horário, sempre há algo que podemos fazer em benefício do próximo. Há anos mantenho contato com pessoas que procuram o Centro Espírita Amor e Caridade, em Bauru, em busca de cura para seus males, solução para seus problemas, alento para suas vidas…
Participam, não raro, de cursos de Espiritismo e Mediunidade. Noto, invariavelmente, que as que se saíram melhor, superando suas angústias e habilitando-se à felicidade, foram as que aprenderam a lição fundamental: felicidade é sinônimo de servir.
É a disposição de manter olhos atentos ante as carências alheias, identificando com a lucidez da solidariedade os tsunamis ocultos que assolam a alma humana, sem jamais deixar passar a oportunidade de algo fazer em seu benefício.

Por Richard Simonetti
Contato: richardsimonetti@uol.com.br

Queixas

Quanto mais você se queixa e fala sobre seus problemas mais eles aumentam. Não importa se são problemas amorosos, financeiros, familiares ou de saúde. Falar neles e viver se queixando aumenta-lhes a carga energética negativa e tudo vai ficando pior em vez de se resolver.
Se quiser que seus problemas se resolvam pare de falar neles e evite a queixa. Claro que você às vezes precisa desabafar com alguém, buscar orientação, dividir suas dores. Mas só! Fazer disso um hábito, uma rotina só vai deixar sua vida pior sem proveito para ninguém. Além disso as pessoas não gostam daqueles que vivem se queixando, pois a energia de quem se queixa é pesada e deprime quem está por perto.
A palavra é uma energia viva e atuante.
Quanto mais você falar de suas doenças, de sua crise financeira, da falta de amor, das relações que estão confusas e de suas dificuldades, mais estará atraindo essas coisas e outras diversas.
Fale de coisas boas e positivas. De saúde, amor, paz, da esperança em dias melhores, de Deus, da sua fé.
Seja otimista, acredite no sucesso, pense que, seja quais forem seus problemas, a vida vai resolver quando chegar a hora. Esqueça as coisas que não pode ainda mudar e viva em paz. Esse é o segredo daqueles que vivem felizes.

Por Maurício de Castro-escritor mediúnico

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Um Alerta aos Espíritas

Semana passada conversei com uma amiga que está ficando descrente do Espiritismo por causa dos muitos médiuns mentirosos que tem encontrado, dos espíritas que mesmo com muitos anos de doutrina continuam sem melhorar em nada no aspecto moral e pela fantasia com que muitos espíritas encaram a doutrina. Ela se diz desestimulada para prosseguir e pensa em abandonar de vez a frequência ao centro.
Embora pareça um caso isolado, isso ocorre com mais frequência do que se pode imaginar. Conheço inúmeras pessoas que deixaram a doutrina espírita pelos mesmos motivos.
É realmente lastimável a postura de muitos espíritas no dia a dia. Muitos permanecem arrogantes, orgulhosos, personalistas, elitistas, materialistas, de coração duro, déspotas no lar, disputando o posto de donos da verdade e alguns profundamente intolerantes.
Você irá dizer: ninguém é perfeito! O que é uma grande verdade. Contudo, cabe ao espírita a transformação moral no grau máximo que ele possa fazer, muito mais do que os membros de outras religiões, porque o Espiritismo é uma doutrina sem dogmas, sem alegorias, figuras de linguagem ou ensinamentos dúbios. Tudo é muito claro. As comunicações que os espíritos superiores nos dão não são apenas belas, mas também práticas, sem rodeios, tudo muito fácil de se entender. Assim sendo o espírita tem o dever moral de ser melhor a cada dia muito mais do que qualquer outra pessoa. Não é pra ser melhor que os outros, mas ser melhor dentro de si, transformando-se em uma pessoa simples, verdadeiramente humilde, centrada, pé no chão, auxiliando a quem precisa dentro dos seus limites, sendo um homem de bem, deixando as coisas materiais em segundo plano e buscando mais a vida espiritual.
Não adianta a pessoa pregar a humildade numa palestra e na rua ser arrogante, no trabalho ser esnobe, no dia a dia querer passar por cima dos outros.
Allan Kardec dizia que o espírita que não se transforma moralmente está prejudicando a doutrina muito mais que ajudando e seria melhor que dela se afastasse. Isso porque o exemplo tem o poder de arrastar multidões muito mais que as palavras por mais bonitas que elas sejam.
Quanto aos médiuns mentirosos e trapaceiros esse é um problema que o espírita terá que lidar usando o bom senso. Como se faz isso?
A única forma de saber se um médium está sendo verdadeiro ou mistificando é estudando profundamente sobre o assunto. É preciso saber como funciona o intercâmbio mediúnico, em que condições ele se dá, e como a moral do médium interfere nesse processo.
Como saber se um médium está mentindo ou falando a verdade? É preciso analisar sua postura moral, seu desinteresse material, seu desprendimento das coisas do mundo e seu grau de vaidade, porque há muitos médiuns que não se interessam em dinheiro, mas se interessam em receber elogios e brilhar por causa de sua mediunidade. Para um bom observador, isso não é difícil.
Contudo, saber se um médium mente ou não, não é tão importante. O mais importante é a sua transformação moral, o seu estudo, a sua postura perante a doutrina. O que importa se ele mente? O que importa é você não mentir nem enganar jamais. Cada dará conta apenas de si mesmo no tribunal da própria consciência.
Fica a reflexão.

Por Mauricio de Castro-escritor e médium

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Drogas

"Mauricio, não sei mais o que fazer, estou desesperada. Meu filho é viciado em drogas, apronta muito chegando a vender objetos da casa para comprar cocaína. Já o internamos duas vezes, ele melhora, mas depois volta ao vício. Estou pensando em levá-lo a tratamento num Centro Espírita. Será que lá ele obterá a cura?" (G F)
O problema do vício em drogas é ainda mais complexo do que se imagina e do que os especialistas no assunto pensam e dizem a respeito. Com todo respeito que devemos ter à Psicologia e à Psiquiatria, elas são insuficientes para tratar um problema dessa gravidade porque se limitam aos conflitos da personalidade e da química orgânica, sem levar em conta os antecedentes espirituais da pessoa, dos conflitos que trouxe das outras reencarnações e, principalmente, dos espíritos que estão ao seu redor, obsediando-o de maneira simbiótica, o que agrava ainda mais o caso.
A maioria dos viciados em drogas nesta encarnação são reincidentes, ou seja, já tinham esse mesmo vício, sob formas diferentes em suas vidas anteriores. Antes de nascerem de novo, fazem um tratamento espiritual de reabilitação e prometem que, na próxima vida, irão resistir à tentação e vencer.
Para isso escolhem a família certa para esse fim. Alguns, pelo grave medo de recaírem no vício, escolhem reencarnar em famílias cujas religiões trazem regras rígidas de conduta, acenam com o pecado e com o medo do Satanás, para, pelo temor, não voltarem ao vício.
Outros desejam testar as próprias resistências e pedem para nascer numa família sem regras de conduta, em meio a viciados ou pedem para, em determinado momento da existência serem tentados mais uma vez pelo apelo da droga, a fim de que possam resistir. Só um espírito que sofreu muito pelo abuso das substâncias químicas é que tem força suficiente para vencer a tentação na hora que ela chega.
Seu filho só vai vencer o vício quando quiser, quando achar que ele está custando caro e tomar consciência de que precisa mudar. Sem ele querer e despertar para isso, nada se pode fazer.
Internações compulsórias são válidas e necessárias para evitar o perigo de morte por overdose ou por meio de traficantes, mas a internação em si, não resolve o problema, que está no espírito.
Toda pessoa viciada em drogas sofre de um enorme vazio existencial.
É preciso que os pais prestem atenção em seus filhos nesse sentido porque desde pequenos eles já demonstram propensão ao vício pela inquietude, por crises de apatia, desânimo e tristeza sem causa aparente.
O espírito de uma pessoa viciada perdeu-se de si mesmo e por isso sente falta de algo que nem elas mesmas sabem o que é. Quando usam o tóxico sentem-se completos, preenchidos, porque a droga traz essa ilusão, então é fácil mergulhar no vício, cuja saída será extremamente difícil.
Além disso, há, em torno dessas pessoas, espíritos viciados ou vingativos, inimigos do passado que tramam suas quedas por meio da droga, induzindo-os a irem a determinados lugares, a ter determinadas ideias, etc.
Se você quer que seu filho se liberte, a ajuda no Centro Espírita é muito boa, porém será preciso levá-lo a querer a libertação. Esse é um caminho espinhoso porque só se liberta de um vício quem faz a grande viagem ao interior da alma para buscar o que está perdido.
Amigos espirituais estão prontos a ajudar, mas é preciso querer.
Não desanime, lute, busque ajuda espiritual. Um dia tudo vai passar.
Por Maurício de Castro-escritor mediúnico

Horas Dífíceis

Provável estejas atravessando as horas difíceis que não aguardavas.
Querias o empréstimo de recursos amoedados, para acertar os próprios negócios e os amigos falharam.
Perdeste todos os haveres num investimento que te parecia importante e que resultou em fracasso.
Colocaste todas as esperanças num filho querido que te trocou por aventuras inferiores.
Pessoas amadas deixaram-te a sós, afastando-se junto daqueles mesmos que te recebiam apreço e confiança.
Companheiros de ontem surrupiam-te hoje as vantagens e os bens.
Apoiavas-te no afeto e na dedicação de alguém que a morte transferiu de plano, impondo-te desajuste e solidão.
Se essas horas de crise te surgiram na existência, não te desanimes e nem te desesperes.
Ergue a fronte para o alto e conta com Deus.

Emmanuel -Chico Xavier

Tudo está certo

Não se iluda com as aparências.
 Você está no lugar certo, na hora certa e com as pessoas certas. Tudo sempre está certo da maneira como está. Mesmo que você esteja sofrendo com sua situação atual tudo tem um propósito maior, uma justificativa que só lá na frente você irá entender. A vida trabalha em ciclos que se cumprem sempre. Não adianta tentar forçar algo quando o ciclo já acabou, como também não adianta querer sair de uma situação que não está ainda resolvida. Só quando aprendemos a lição que a Vida quer nos ensinar é que podemos sair de um ciclo doloroso e encontrar dias radiosos de felicidade e paz. Peça a Deus que lhe mostre o que você precisa saber para que tudo mude. Forçar a barra e sair de uma situação sem tem assimilado a lição fará com que encontre outra situação igual mais adiante. É por isso que para muitas pessoas os problemas se repetem. Aprender é fechar um ciclo e iniciar outro melhor. Pense nisso e uma ótima quinta-feira.

Por Mauricio de Castro - Escritor mediúnico

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Não deixem que suguem sua energia

Existem situações em que nós, infelizmente, nos deixamos levar pelo outro. Assumimos a responsabilidade por terceiros e nossos centros de força passam a trabalhar para eles. Esse fenômeno é conhecido como vampirismo. Você não imagina como isso é péssimo para sua evolução. Você fica estagnada e se anula, abastecendo o outro com a sua energia.
É possível, sim, ir contra essa influência. Deixar-se influenciar depende somente de sua postura, atitude e modo de encarar a vida. Porque não existe essa história de vítima. Ninguém vai sugar sua energia se você não deixar. O vampiro só existe se a pessoa for “vampirizável“.
Preste atenção. Cada vez que você se depara com um vampiro, seu sistema sente e dá um sinal de alerta. E ele tem a capacidade de expulsar essas interferências. Então, assuma seu sexto sentido para dar um chega pra lá na negatividade. Só assim você conquistará a paz e chegará aonde quer. Mas prepare-se, pois existem várias versões de vampiros, que podem estar entre os amigos, no trabalho ou mesmo na família. Até você pode se identificar com alguns deles. Olha só:
Vampiro cobrador.
Ele já chega cobrando, antes de cumprimentar: “Poxa, você nem me telefonou!” E, se você é cobrável, começa a se desculpar e acaba sob o domínio dele. Cede de primeira e ele rapidinho a coloca na condição de devedora. Pronto, é o suficiente para a aura dele engatar na sua. Resultado: bate uma sensação de fraqueza, perda de energia. Chega a dar tontura. E como cortar essa influência? Reagindo! Não dê atenção às cobranças. A defesa é questão de posse. A melhor tática para lidar com vampiro é encará-lo e falar a verdade, ainda que seja deselegante. Não se deixe constranger.
Vampiro crítico.
É todo questionador: “Mas você vai sair assim?”, “Menina, como você fez aquilo?” Ele critica, e você, para agradar, se justifica, permitindo que ele seja seu juiz. É impressionante, qualquer crítica nos afeta! Não queremos que pensem mal da gente, e isso é uma dificuldade de se impor. Pense: “Tenho minha visão e é ela que vale. O que o outro pensa não importa”. Assuma e se banque já, para que o outro não roube seu entusiasmo.
O vampiro reclamador
Queixa-se de tudo e quer sua atenção. Você comenta qualquer coisa, diz que precisa ir, mas ele te segura e insiste em reclamar. Daí, você se coloca no lugar dele e dá dicas de como ser otimista. É isso o que ele quer. O coitadinho precisa de seu socorro, sua companhia, sua vida. Esse tipo é comum entre os idosos. Reclamam que se doaram a vida toda para os outros, mas pagaram caro. E fazem joguinho: “Vai sair e me deixar sozinho?”. Com pena e achando que é sua responsabilidade, você cede. Grande tolice!
O vampiro desesperado
O mais comum, mimado, mas não “ajudável”, pois nunca faz nada por si. Ele quer que você faça tudo por ele e ainda arma escândalo, faz barulho e se desespera tanto que acaba te deixando aflita. Daí, ele fica aliviado, e você, agitada e ansiosa, com a aura dominada pela energia negativa.
O vampiro adulador
Vem cheio de elogios: “Obrigado por existir. Você é a pessoa mais maravilhosa que conheço!” Logo em seguida, vem a dentada. E por que ele quer pôr o seu ego lá em cima? Porque, quando mexe com sua vaidade, você não enxerga mais nada e se rende a qualquer pedido. Basta uma puxadinha de saco e você fica totalmente dominada. Cuidado!
O vampiro impotente
A frase típica deste tipo é: “Eu não consigo”. Ele já chega com um ar de que nada dá certo. Se você tenta levantá-lo, ele reforça sua impotência. Uma vez, eu estava com uma pessoa assim e, logo que percebi sua postura, disse: “Sua vida está uma droga e acho que você não quer melhorá-la. Está falando isso com tanto prazer!”. Quando você bate de frente, o sujeito empalidece, perde o rumo. É o que basta para não se deixar sugar.
Por fim, há o vampiro desencarnado, ou o encosto. Você está sentindo-se bem e, do nada, fica irritada, crítica, começa a se cobrar ou sente outro desconforto. Se acontecer algo assim, pare e se pergunte: “Por que estou sentindo isso?”. Quando você descobre que se trata de um vampiro desencarnado, a questão está quase resolvida. Alguns encostos percebem que você se ligou e vão embora. Uma pena que, na maioria das vezes, a gente não se dê conta da existência deles. Por isso, antena ligada. Para se defender, entenda que esse estado de ânimo não é seu

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Sentimentos

Não é errado sentir raiva, ódio, inveja ou rancor por pessoas e coisas. O que é errado é usar esses sentimentos de maneira destruidora. Todos os sentimentos são naturais e fazem parte do ser humano. Foi Deus quem nos fez assim e se fomos criados com esses sentimentos é porque eles tem uma função. Nada está errado na natureza. Quem não sente raiva diante de uma injustiça? Quem não sente ódio quando é desprezado, humilhado, passado para trás ou traído? Quem não sente rancor quando alguém mexe no nosso ponto mais fraco? Quem não sente indignação diante do quadro lastimável do mundo atual?
Não é errado sentir nada, pois tudo faz parte de nossa natureza.
Deus nos dotou desses sentimentos para que nós os usássemos como mola propulsora de nosso progresso.
O que acontece é que os usamos para agredir, violentar, matar e transformar o mundo num cenário ainda pior.
O ódio é para ser transformado em firmeza, coragem e força.
A raiva é para ser usada como estímulo para o trabalho e força para as realizações.
A inveja como vontade de produzir melhor e o rancor para alicerçar novas conquistas.
Ódio não é para matar.
Raiva não é para agredir.
Inveja não é para destruir.
Rancor não é para faltar com o perdão.
Todos os sentimentos existem por uma função nobre, basta que saibamos usar.
Conheço pessoas que usaram a força da raiva e do ódio para o progresso e hoje o ódio foi transformado em conquista e prosperidade.
Conheço gente que por uma raiva de uma humilhação recebida, acordou para a vida e resolveu sair do comodismo e progredir.
Não vamos condenar esses sentimentos, nem cultivá-los para o mal.
Nada é mal em si mesmo. Cada um é que põe o mal que há em si mesmo sobre as coisas.

Por Maurício de Castro- escritor e médium

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Tragédia no Circo

Naquela noite, da época recuada de 177, o “concilium” de Lião regurgitava de povo.
Não se tratava de nenhuma das assembléias tradicionais da Gália, junto ao altar do Imperador, e sim de compacto ajuntamento.
Marco Aurélio reinava, piedoso, e. Embora não houvesse lavrado qualquer rescrito em prejuízo maior dos cristãos, permitira se aplicassem na cidade, com o máximo rigor, todas as leis existentes contra eles.
A matança, por isso, perdurava, terrível.
Ninguém examinava necessidades ou condições. Mulheres e crianças, velhos e doente, tanto quanto homens válidos e personalidades prestigiosas, que se declarassem fiéis ao Nazareno, eram detidos, torturados e eliminados sumariamente.
Através do espesso casario, a montante da confluência do Ródano e do Saône, multiplicavam-se prisões, e no sopé da encosta, mais tarde conhecida como colina de Fourviére, improvisara-se grande circo, levantando-se altas paliçadas em torno de enorme arena.
As pessoas representativas do mundo lionês eram sacrificadas no lar ou barbaramente espancadas no campo, enviando-se os desfavorecidos da fortuna, inclusive grande massa de escravos, ao regozijo público.
As feras pareciam agora entorpecidas, após massacrarem milhares de vítimas, nas mandíbulas sanguinolentas. Em razão disso, inventavam-se tormentos novos.
Verdugos inconscientes ideavam estranhos suplícios.
Senhoras cultas e meninas ingênuas eram desrespeitadas antes que lhes decepassem a cabeça, anciães indefesos viam-se chicoteados até a morte. Meninos apartados do reduto familiar eram vendidos a mercadores em trânsito, para servirem de alimárias domésticas em províncias distantes, e nobres senhores tombavam assassinados nas próprias vinhas.
Mais de vinte mil pessoas já haviam sido mortas.
Naquela noite, a que acima nos referimos, anunciou-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do Imperador por se haver distinguido contra a usurpação do general Avídio Cássio, e que se inclinava agora a merecido repouso.
Imaginaram-se, para logo, comemorações a caráter.
Por esse motivo, enquanto lá fora se acotovelavam gladiadores e jograis, o patrício Álcio Plancus, que se dizia descendente do fundador da cidade, presidia a reunião, a pedido do Propretor, programando os festejos.
- Além das saudações, diante dos carros que chegarão de Viena – dizia, algo tocado pelo vinho abundante -, é preciso que o circo nos dê alguma cena de exceção... O lutador Setímio poderia arregimentar os melhores homens; contudo, não bastaria renovar o quadro de atletas...
- A equipe de dançarinas nunca esteve melhor – aventou Caio Marcelino, antigo legionário da Bretanha que se enriquecera no saque.
- Sim, sim... – concordou Álcio – instruiremos Musônia para que os bailados permaneçam à altura...
- Providenciaremos um encontro de auroques – lembrou Pérsio Níger.
- Auroques! Auroques!... – clamou a turba em aprovação.
- Excelente lembrança! – falou Plancus em voz mais alta – mas, em consideração ao visitante, é imperioso acrescentar alguma novidade que Roma não conheça...
Um grito horrível nasceu da assembléia;
- Cristãos às feras! cristãos às feras!
Asserenado o vozerio, tornou o chefe do conselho:
- Isso não constitui novidade! E há circunstâncias desfavoráveis. Os leões recém-chegados da África estão preguiçosos...
Sorriu com malícia e chasqueou:
- Claro que surpreenderam, nos últimos dias, tentações e viandas que o própio Lúculo jamais encontrou no conforto de sua casa...
Depois das gargalhadas gerais, Álcio continuou, irônico:
- Ouvi, porém, alguns companheiros, ainda hoje, e apresentaremos um plano que espero resulte certo. Poderíamos reunir, nesta noite, aproximadamente mil crianças e mulheres cristãs, guardando-as nos cárceres... E, amanhã, coroando as homenagens, ajuntá-las-emos na arena, molhada de resinas e devidamente cercada de farpas embebidas em óleo, deixando apenas passagem estreita para a liberação das mais fortes. Depois de mostradas festivamente em público, incendiaremos toda a área, deitando sobre elas os velhos cavalos que já não sirvam aos nossos jogos... Realmente, as chamas e as patas dos animais formarão muitos lances inéditos...
- Muito bem! Muito bem! – reuniu a multidão, de ponta a ponta do átrio.
- Urge o tempo – gritou Plancus – e precisamos do concurso de todos.. Não possuímos guardas suficientes.
E erguendo ainda mais o tom de voz:
- Levante a mão direita quem esteja disposto a cooperar.
Centenas de circunstantes, incluindo mulheres robustas, mostraram destra ao alto, aplaudindo em delírio.
Encorajado pelo entusiasmo geral, e desejando distribuir a tarefa com todos os voluntários, o dirigente da noite enunciou, sarcástico e inflexível:
- Cada um de nós traga um... Essas pragas jazem escondidas por toda a parte... Caçá-las e exterminá-las é o serviço da hora...
Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subsequente, ao Sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas alteadas ao sopro do vento, ou despedaçadas pelos cavalos em correria.
Quase dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em comovedora tragédia num circo.

Irmão X do livro cartas de Crônicas-Chico Xavier
 CaminhosLuz.com.br

terça-feira, 11 de agosto de 2015

O Achado

Viajantes, seguindo, apresentavam bilhetes. Viajantes, chegando, mostravam aspectos bizarros. Costumes de caroá, vestidos de algodão leve, grossas blusas de lã e capas gaúchas.
Senhoras de passo lento surgiam, entremostrando saúde e alegria. Jovens risonhas caminhavam com a desenvoltura de modelos em passarela.
Perdido na multidão do grande aeroporto, Marcelino Nunes divagava, contemplando as hélices dos aviões de grande porte.
Relanceando o olhar em torno, via, encantado, o ambiente distinto.
O dinheiro corria em cédulas de mil.
Ninguém discutia a cobrança do excesso de malas, nem regateava a conta dos “souvenirs”, vendidos a preço de escorchar.
Marcelino sonhava...
Queria ser como aqueles forasteiros que iam e vinham pelas alturas.
Desejava viajar, viajar, rotulando bagagem com etiquetas de hotéis dos diferentes países.
“Turista importante, vida ideal” — pensava.
Mas para isso precisava de dinheiro, muito dinheiro.
Viera do interior buscando melhoria financeira na capital; entretanto, só encontrara um emprego de ninharia, na conceituação dele mesmo.
Nada além de balconista numa loja de novidades.
— “Marcelino, desça aquela taça da prateleira!”
— “Nunes, tenho pressa. Faça o favor.”
Cansara-se de ouvir fregueses insípidos.
Enfadara-se.
E atingia os trinta anos, sem que lhe fosse possível coisa melhor.
O ordenado mal dava para pensão e condução.
Preocupado, escrevia para a mãezinha viúva, relatando-lhe os problemas. Entretanto, a “velha”, na titulação com que lhe recordava o carinho, era espírita militante, e respondia, serena:
— Meu filho, dever correto é degrau para a verdadeira felicidade.
— A lei de Deus premia a perseverança no bem.
—  Não queira facilidades sem trabalho e suor.
—  Humildade, meu filho, mais humildade!
Cada missiva materna era um apelo à energia moral.
Não reclamava; contudo, aborrecia-se.
— Ora essa! — costumava falar de si para consigo. — Pobre mãe! Sempre conselhos! Os espíritas parecem atacados de indigestão filosófica...
Enquanto ruminava os seus problemas, a pequena multidão, no grande aeroporto, exibia brasões.
Carteiras recheadas. Colares ricos. Alfinetes encastoados de pérolas. Pulseiras de ouro.
Relógios caríssimos.
— Ah! Se eu tivesse dinheiro, mandava esta vida às favas — dizia Nunes baixinho...
Descontente, Marcelino mastigava o cigarro, indo e vindo de um lado para outro.
Inquieto.
Solitário na turba.
Sedento de companhia.
Depois de longos minutos de insatisfação, sentou-se enquanto aguardava o ônibus.
No banco, apenas ele e um homem de bengala branca. Cego, de semblante sereno, aguardando pessoa amiga.
Destacando-se ao alcance da mão, viu algo.
Um pacote bem feito em papel pardo.
Cigarros? Quem sabe?
Havia visto, há tempo, um grande pacote de cigarros norte-americanos acondicionados daquela maneira.
Marcelino esperou.
Um moço veio e deu o braço ao companheiro de banco, retirando-se os dois.
A sós, não teve qualquer dúvida.
Não se vendo observado, arrebatou o pacote com naturalidade e saiu.
— Posso fumar alguns dias, sem preocupação — refletia.
Afastou-se e, logo após, tomando o ônibus, retornou ao seu quarto humilde.
A sós, abriu cuidadosamente o embrulho e, oh! surpresa!
Ali estavam cédulas de mil cruzeiros, novíssimas.
Deviam ter saído de casa bancária na véspera.
Marcelino contou o primeiro lote, retirando a cinta elástica.
Cem notas! E, constando o todo de vinte maços, estava na posse de dois milhões de cruzeiros.
Trancou-se, cauteloso, arfando de emoção.
A consciência recomendava-lhe buscasse o dono, anunciando o achado.
Mas... por quê?
— Ajudaria a mãezinha cansada — argumentava —, seria útil a muitos amigos.
Sentia-se atrapalhado.
Via-se agora inseguro.
Não tinha lugar para tanto dinheiro.
Entretanto, o aposento era servido de boa chave e tinha, a mesa, gaveta sólida.
Invadido por pensamentos com que não contava, arquitetou a renovação.
Deixaria o emprego modesto.
Formaria novos hábitos.
Visitaria os familiares no interior, melhorando-lhes a sorte.
Em seguida, teria o seu próprio estabelecimento comercial.
Debalde tentou repousar naquela tarde de domingo.
À noite, buscou um cinema; contudo, não esperou pelo fim do filme.
A fortuna inesperada furtara-lhe a paz de espírito.
No dia seguinte, comunicou ao chefe a retirada e pedia lhe fosse dispensada qualquer obrigação de aviso prévio.
O gerente aconselhou calma; entretanto, respondeu agressivo.
Disse que a loja lhe fora cárcere.
Não tencionava mais pôr os pés ali.
Queria começar vida nova.
Despediu-se da pensão pobre, ofendendo a dona da casa, referindo-se a pulgas indomáveis e pratos malfeitos. Logo após, instalou-se em hotel.
Gastara quatro dias em mudanças e andanças.
Resolvendo buscar o interior no dia seguinte, foi a uma grande loja, para compras.
Dando-se ares de importância, pediu a preparação de várias peças, em papel especial para presentes.
As aquisições montaram em onze mil e seiscentos cruzeiros.
Marcelino entregou doze notas, e o moço, gentil, na caixa, pedindo para que aguardasse o troco, afastou-se, solicitando um momentinho...
Alguns minutos passaram lentos, quando um agente policial chegou de improviso e deu-lhe ordem de prisão.
Em meia hora, o quarto de hotel passou por impiedosa revista.
O dinheiro encontrado era, todo ele, em série completa de notas falsas.
Recolhido ao distrito policial, o pobre Nunes chorava em desespero...

Hilário Silva - Do livro: Almas em Desfile: Francisco Cândido Xavier

Flores de Saudade

Se pretendemos cultuar a memória de familiares queridos, transferidos para o Além, elejamos o local ideal: nossa casa.
Usemos muitas flores para enfeitar a Vida, no aconchego do lar; nunca para exaltar a morte, na frieza do cemitério.
Eles preferirão, invariavelmente, receber nossa mensagem de carinho, pelo correio da saudade, sem selagem fúnebre.
É bom sentir saudade. Significa que há amor em nossos corações, o sentimento supremo que empresta significado e objetivo à existência.
Quando amamos de verdade, com aquele afeto puro e despojado, que tem nas mães o exemplo maior, sentimo-nos fortes e resolutos, dispostos a enfrentar o Mundo.
E talvez Deus tenha inventado a ilusão da morte para que superemos a tendência milenar de aprisionar o amor em círculos fechados de egoísmo familiar, ensinando-nos a cultivá-lo em plenitude, no esforço da fraternidade, do trabalho em favor do semelhante, que nos conduz às realizações mais nobres.
Não permitamos, assim, que a saudade se converta em motivo de angústia e opressão. Usemos os filtros da confiança e da fé, dificultando-a com a compreensão de que as ligações afetivas não se encerram na sepultura. O Amor, essência da Vida, estende-se, indestrutível, às moradas do Infinito, ponte sublime que sustenta, indelével, a comunhão entre a Terra e o Céu...
Há, pois, dois motivos para não cultivarmos tristeza:
Sentimos saudade - não estamos mortos...
Nossos amados não estão mortos - sentem saudade ...
E se formos capazes de orar, contritos e serenos, nesses momentos de evocação, orvalhando as flores da saudade com a bênção da presença, sentiremos a presença deles entre nós, envolvendo suavemente nossos corações com cariciosos perfumes de alegria e paz.

por Richard Simonetti
livro: Quem tem medo da morte?


domingo, 9 de agosto de 2015

O Iluminado

As sucessivas ondas de perfume carreadas pelos ventos suaves da primavera faziam parte do festival de alegria que dominava a Natureza.
As folhas de mangueiras enfeitavam as portas das casas da aldeia, significando fecundidade em abundância, e o ashram se encontrava ornamentado de festões de flores de laranjeiras.
As pessoas transitavam felizes, ornadas de guirlandas coloridas, e as virgens descalças exibiam os braceletes e guizos reluzentes, assim como as jóias cintilantes que adornavam os sáris leves, dourados uns, prateados outros.
Enfeitadas com esmero e pintadas, aguardavam o Iluminado que deveria chegar, quais noivas ansiosas pelas núpcias anunciadas.
Crianças gárrulas, vestidas com cuidado, corriam de um para o outro lado, como abelhas operosas, embora não produzissem nada além da música estridente dos gritos e das risadas...
O Sol ameno beijava a terra verde exultante de vitalidade com carícia gentil.
De quando em quando, soavam os clarins anunciadores, informando a proximidade da comitiva que conduzia o Esperado.
O palanque no centro do ashram estava repleto com as autoridades e as personagens locais de maior destaque.
Todos O aguardavam com expectativa mal disfarçada.
Esperava-se que Ele chegasse numa carruagem ajaezada de gemas preciosas e ornada de ouro, conduzida por corcéis brancos igualmente recobertos de tecidos caros...
...Ele, porém, chegou caminhando, pés descalços, cabeça erguida e corpo coberto somente pela túnica em tonalidade açafrão, que lhe descia até ao solo.
Nenhum adorno se destacava na indumentária.
Os seus acompanhantes eram, também, destituídos de luxo e de ostentação.
A multidão não pôde esconder o desencanto.
Aguardava-se um rei poderoso que representava Brahma na Terra, e o mensageiro parecia tão pobre e sem valor!
Ele dirigiu-se ao estrado, subiu, calmamente, os degraus, saudou as personalidades com humildade, em melodiosas expressões Namastê!1
As pessoas acercaram-se mais e um silêncio cósmico facultou a oportunidade para Ele falar...
...Eu venho em nome da Luz Inapagável, que antecedeu ao tempo e ao espaço.
Eu sou o portador da Sua claridade, a fim de que toda a sombra se dilua nas mentes e nos corações humanos.
Eu sou a luminosa verdade que desalgema o Espírito da dominadora sombra da ignorância.
Eu sou o archote da esperança para quem busca, sou o socorro para quem o necessita.
Não tenho nada, além disso, nem me interessa possuir outras coisas...
Eu sou!...
Ante a expectação e a onda de ternura que invadiu as pessoas, um apelo maternal rompeu a pausa que Ele fez, rogando:
- Minha filha é cega! – e ergueu-a nos braços.
Ele sorriu, misericordioso, e, dos Seus olhos saíram raios brilhantes, atingindo a criança invidente, que gritou: - Vejo! – e prorrompeu em pranto...
Outrem suplicou:
- Cura as minhas feridas!
Ele estendeu as mãos que espraiaram radiante luz, que logo cicatrizou as úlceras...
...E todos que se encontravam nas trevas das aflições suplicaram remendos para os seus corpos corrompidos, enquanto Ele, curando-os, iluminou-lhes as almas equivocadas.
Quando a noite chegou estrelada, e Ele partiu, uma estrada esplendendo em luz feérica se estendeu da aldeia humilde, perdendo-se na direção do infinito.
O Iluminado compadecido, que nada possuía, era o amor que tudo pode e que se dá, deixando perene claridade naqueles que deambulam na escuridão da inferioridade.

 Rabindranath Tagore -  psicografia de  Divaldo Franco, na noite de 7 de julho de 2008, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

Em 23.03.2009. Do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=110.

Leia mais: http://www.cacef.info/news/o-iluminado

Tarefas Mútuas

Aceita a fatalidade do progresso.
Porque se rogue na Terra auxílio aos Amigos Espirituais, não admitas estejam eles sem necessidade do Teu concurso.
Os corações se entrelaçam e as vidas se tocam, à feição das estradas e das fontes que se identificam nos mesmos objetivos.
Aqui, alguém esmorece na provação, abeirando-se do suicídio.
Nesse mesmo lugar, sentinelas invisíveis de abnegação te aguardam a presença e o apoio, para que inicies a obra socorrista com a frase humanitária e encorajadora que essas mesmas sentinelas saberão suplementar.
Ali, esse ou aquele obreiro da beneficência está prestes a cair em desânimo...
Benfeitores do Mais Além te esperam junto de semelhante trabalhador, de modo a que promovas ligeiro gesto de auxílio, capaz de transferi-lo das cinzas da tristeza para as fontes da esperança.
Mães agoniadas estão desfalecentes entre o desalento e a penúria...
Emissários do Bem contam contigo para alguma demonstração de fraternidade, junto delas, incumbindo-se de te manipular a colaboração em recursos providenciais para socorrê-las.
Crianças infelizes se aproximam da delinqüência...
Mensageiros da Vida Superior, em derredor, te pedem amparo que transformarão em reconforto a assistência, em benefício dos pequeninos.
Amigos da Caridade, renteando com irmãos enfermos e necessitados em lares e hospitais, recintos de tratamento e instituições outras, te solicitam o socorro possível que se encarregam de converter em colaboração eficiente, no apoio a eles, qualquer que seja a migalha de proteção que lhes possas oferecer.
Amor é solidariedade.
Progresso é intercâmbio.
Auxilia e auxiliar-se-te-á.
Ilumina a estrada de alguém e estarás iluminando a ti mesmo.
Abençoa o próximo e teus caminhos se farão abençoados.

Ajuda-te sempre, especialmente ajudando aos outros, e o Céu te ajudará.
 Emmanuel - Do livro: Busca e Acharás: Francisco Cândido Xavier

domingo, 12 de julho de 2015

Aconteceu Comigo

Ontem à noite de repente e sem saber por que fui me sentindo muito triste. A tristeza foi aumentando e chegou a um ponto em que eu passei a não ver graça em nada. As coisas que eu gosto de fazer como ler, sair, conversar com os amigos, assistir televisão, escrever, perderam totalmente a graça. Como eu sou uma pessoa muito alegre e motivado, estranhei aquelas sensações e pensamentos negativos, fui até meu quarto, me recolhi e orei. Orei muito pedindo a Deus que me tirasse daquele estado, pois o verdadeiro estado do ser humano é a alegria, a motivação, o prazer de viver e a paz. Levei quase meia hora orando e já perto do final vi claramente, embora de maneira rápida, o rosto de uma mulher banhado de lágrimas. Foi rápido, mas o suficiente para eu entender o que estava acontecendo.

De alguma maneira eu dei abertura e um espírito em estado de depressão, inconformado com a morte, se aproximou de mim buscando ajuda. Aquela tristeza não era minha, mas sim de um espírito desencarnado que ligou-se a mim pelo pensamento.
Assim que encerrei a prece já estava no meu estado normal, como se nada tivesse acontecido.
Acontece isso com você? 
De repente e do nada você entra em estados de depressão, desânimo, tristeza, raiva, irritação, vontade de brigar, vontade de não fazer nada a não ser ficar deitada esperando o tempo passar?
Tanto pode acontecer isso como também você pode mudar de humor com rapidez, na mesma hora que está eufórica, rindo, fazendo planos, bate a tristeza, o desânimo, a falta de vontade e você quer largar tudo pra lá.
Isso chama-se captação energética e é um fenômeno que acontece com muita frequência levando pessoas a procurar a Psiquiatria e a Psicologia sem, contudo, ter muito sucesso.
É que os remédios não irão impedir as energias penetrarem sua aura e transtornar sua mente. Não é preciso você ser um grande médium para isso acontecer. Isso ocorre com quase todo mundo, porque todas as pessoas são médiuns. Você pode não ver, nem ouvir, nem psicografar, nem "incorporar" espíritos, mas não pode se livrar da captação de energias porque em geral todos somos médiuns sensitivos.
No meu caso ontem, captei a energia de um desencarnado sofredor, mas não é só deles que captamos as energias. Captamos também das pessoas encarnadas, dos ambientes, das ruas, da cidade onde moramos, da mente social e até mesmo do mundo. Isso porque todos nós estamos mergulhados na mente universal e, a depender da abertura que damos, iremos captar o que é bom ou o que é ruim.
Ontem eu fiquei chateado porque teria que trabalhar à sexta-feira à noite, que é meu dia de folga e eu gosto de ficar em casa. Estava imaginando ter que sair para trabalhar. Essa imaginação abriu as portas para o espírito triste, que certamente já estava por perto, invadir minha aura e me deixar tão mal.
Depois que ele foi afastado por meio da prece fiquei tão bem que nem mais dei importância ao fato de ter que trabalhar numa sexta-feira à noite.
A captação dessas energias não vai só até os limites do pensamento e do sentimento. Vai muito além. Eles podem provocar sintomas de doenças, quedas de pressão, reações alérgicas, arrepios, frio excessivo ou calor excessivo sem que o ambiente esteja com essas temperaturas, manchas roxas no corpo, pressão alta, crises de labirintite, sensação de alheamento, pensamentos estranhos, dores de cabeça, enjoo, vômitos e cólicas abdominais, dentre outras coisas. A pessoa pensa que está doente, vai a diversos médicos, faz muitos exames, mas não encontra nada.
Se você está sentido coisas assim com frequência, está na hora de perder o medo e o preconceito e estudar a mediunidade. Deve procurar um Centro Espírita Kardecista, fazer cursos, tomar passes e estudar esses fenômenos com pessoas experientes que o conhecem e vão lhe ensinar a lidar com isso.
E o mais importante: equilibrar o emocional, gerenciar os pensamentos, não dá forças ao mal, e sempre que vir algum sentimento ou pensamento ruim, dê de ombros e diga com força "isso não é meu".
Faça isso e tenho certeza que você terá uma vida muito melhor.
Por Maurício de Castro-médium e escritor