segunda-feira, 26 de novembro de 2012

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ESPIRITISMO, UMBANDA E CANDOMBLE?

Sérgio Ribeiro
A palavra Espírita designa os seguidores da Doutrina Espírita, popularmente conhecida como Kardecismo, pegando carona no nome de seu fundador, Allan Kardec.
Embora no Brasil seja praticamente impossível resguardar a palavra Espírita para definir somente os seguidores de Allan Kardec, uma vez que a falta de informação é grande e cresce a cada dia, novas ramificações místicas e esotéricas que misturam em sua formação informações de inúmeras religiões como: Espiritismo, Umbanda, Candomblé, Judaísmo, Hinduismo, Budismo e tantas outras pela qual nutra alguma simpatia.
O brasileiro definitivamente é um povo religioso e está constantemente em busca de respostas. A espiritualidade está na pele, no olhar, nas palavras, em pequenos gestos. É raro conversar com um brasileiro que não demonstre preceitos cristãos em conversas. De um simples “vá com Deus”, aos bons conselhos. São sensitivos. São crentes na força soberana de Deus. Apesar de o Brasil ser um país ainda muito jovem, nós já temos a nossa cultura religiosa que é Espiritualista. Há uma diversidade de pensamento religioso, mas sabemos que somos filhos de Deus. Umbandistas, Candomblecistas, Espíritas, Católicos, Evangélicos e tantos outros. E todos nós, admitindo ou não, somos banhados por esse sentimento religioso espiritualista. Místico.
Não podemos confundir Umbanda e Candomblé com Espiritismo. E muito menos permitir que estas três religiões sofram interferências de outras ramificações místicas, esotéricas ou religiões orientais. Cada uma dessas religiões tem seu valor. Sua história deve ser respeitada e a convivência entre seus adeptos deve ser cunhada em harmonia e compreensão.
O Espiritismo encontrou terreno fértil no Brasil logo no início do século e ganhou força com o passar dos anos. Diferente do Espiritismo difundindo-nos demais países. Aqui é praticado o Espiritismo científico, filosófico e religioso. Como o Espiritismo, a Umbanda e o Candomblé também encontraram no coração do brasileiro terreno receptivo para firmar suas raízes.
Infelizmente ainda é difícil explicar aos leigos que nem todos que acreditam na continuidade da vida após a morte e comunicação com os espíritos dos homens já desencarnados são espíritas.
Sempre assistiremos enganos como esses, e muitos deles depreciativos. Talvez as duas grandes e únicas semelhanças entre estas três Doutrinas Religiosas seja a continuidade da vida após a morte e a comunicação com os desencarnados. Fato que acontece freqüentemente com membros de outras religiões como católicos, evangélicos, budistas dentre outros. A pessoa não precisa ser espírita para ser testemunhada de um fenômeno mediúnico. A interpretação difere de religião para religião. O espírita, umbandista e candomblecista verá um espírito, o católico verá um santo, o evangélico verá um anjo...
Mas apresso-me em firmar. Espírita não lê mão, não joga cartas, não traz trabalhos e oferendas e, muito menos, mercantiliza o Dom mediúnico. Então, quando encontrar os anúncios no jornal ou placas nos centros denominados “espíritas”, deverá entender que aquele local não é Espírita. È preciso conhecer para crer. Se sente afinidade com a umbanda ou com o Candomblé? Então estude, conheça e divulgue na íntegra o que estas duas religiões representam. Se sente simpatia pelo Espiritismo, será sempre bem vindo a um centro espírita onde encontrará amigos preparados para lhe receber e ensinar a Obra da Codificação da Doutrina Espírita.
Carinhosamente chamados de Kardecistas, os espíritas acabam se diferenciando dos umbandistas e candomblecistas. Às vezes munido até de um leve preconceito onde muitos afirmam sou “Espírita Kardecista”. Embora a expressão “Espírita Kardecista” ou “Kardecista não seja usual, ou até mesmo admitida entre alguns confrades, é assim que temos sido conhecidos e mesmo Divulgados deixando a denominação Espírita a qualquer seita ou filosofia espiritualista”.
No Brasil ainda carregamos resquícios da denominação da Igreja Católica e, muitos de nós, sentem-se constrangidos em declarar abertamente sua religião. Têm medo da interpretação do interlocutor. Ao se declarar espírita, corre o risco de ser confundido como sendo membro da umbanda ou candomblé, que são vistos como religiões de macumbeiro. Puro preconceito.
O mais importante é sermos homens de bem. Pois se a Espiritualidade escolheu o Nosso País para fazer brotar três Grandes Religiões. Procuraremos nos amar e respeitar uns aos outros, apesar da forma diferente de pensar e expressar a essência espiritual que o comando do Mas Alto nos confiou a traduzir.
Fonte: Revista Espírita Além da Vida Nº. 24

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